Lidar com a incerteza já é quase um pré-requisito de quem trabalha com mídias digitais. As coisas mudam de uma hora para outra, e é preciso saber tirar uma lição de cada situação, seja ela boa ou ruim. Essa é uma das bases da formação de Johanna Olsson, responsável pela estratégia da Hyper Island. Antes de fazer parte da equipe da conceituada escola sueca de mídias digitais, Johanna foi aluna da KaösPilots, de onde veio essa segurança de lidar com o inusitado e o novo.
Em conversa com o Brainstorm#9, Johanna contou que foi uma agradável surpresa chegar a São Paulo bem em meio à greves dos funcionários de ônibus, que atravancaram o transporte público da cidade. Isso porque a Hyper Island estava promovendo na cidade um workshop do Smart Living Challenge, focado exatamente no tema transporte. Achei engraçado ela ter levado numa boa uma movimentação que basicamente parou a cidade, mas ela me garantiu que é exatamente isso que pode levar a uma mudança real da situação.
“É nessa hora que existe uma real necessidade de fazer algo. Quando acontece o caos, há a necessidade e uma vontade de resolver a questão. Às vezes, quando você está em situações, culturas ou áreas onde tudo está funcionando, isso acaba levando a um marasmo – aquele ‘ah’ desmotivado, preguiçoso – mas em situações como esta [das greves em SP], as pessoas realmente sentem que algo precisa ser feito, porque essa situação realmente afeta meu cotidiano. Então normalmente existe uma vontade e um impulso por fazer algo, e isso é algo que eu percebi tanto no Rio quanto em São Paulo”, conta Johanna.
É bem nesse ponto que o Smart Living Challenge quer tocar. Realizado pelo Swedish Institute e pelo Munktell Sciencepark, e contando com uma mãozinha de parceiros da iniciativa como a Hyper Island, o desafio levanta três grandes dificuldades da atualidade – transporte, alimentação e moradia – e tem a intenção de fomentar pessoas criativas a inventarem soluções inovadoras que tornem a vida mais sustentável e agradável.
Entre maio e junho, a Hyper Island e outras parceiras do Smart Living Challenge estão promovendo workshops em diversas cidades do mundo – como o ocorrido em SP e que acontece agora no Rio de Janeiro – para incentivar o desenvolvimento de inovações para lidar com esses desafios da vida nas grandes cidades.
O bacana é que não precisa ter ido ao workshop para participar do desafio. Até o dia 30 de junho, o Smart Living Challenge irá receber inscrições dos interessados. Não precisa ser uma ideia original, pode ser algo que você tenha se debruçado por algum tempo, uma empresa que pensou em abrir ou até que já abriu, e a inscrição pode ser feita individualmente ou em grupo. O único pré-requisito é que seja uma iniciativa inovadora e que ajude a tornar a vida mais sustentável.
“Quando acontece o caos, há a necessidade e uma vontade de resolver a questão – existe uma vontade e um impulso por fazer algo, e isso é algo que eu percebi tanto no Rio quanto em São Paulo” – Johanna Olsson
É claro que nem todas as ideias poderão ser consagradas vencedoras, mas Johanna ressalta que há um grande interesse em ver os projetos sugeridos ganharem corpo e, quem sabe, chegarem a ser realizados, mesmo se não forem premiados com a primeira colocação.
Os vídeos dos projetos desenvolvidos no workshop e inscritos no concurso serão divulgados online dentro dos próximos dias, e a dica da Johanna é que os interessados deem uma olhadinha por lá para conhecer essas sugestões de inovação.
O vencedor do Smart Living Challenge vai ganhar uma viagem para a Suécia, onde poderá conhecer empresas inovadoras do país, e ainda receberá uma consultoria com os parceiros do desafio para fazer a sua ideia acontecer.
Que tal se, ao invés de reclamar das grandes cidades brasileiras, você parasse para imaginar soluções para o problema?
Atualização em 22/05 às 21:23: O texto original deixava a entender que o Smart Living Challenge era uma realização da Hyper Island. Na verdade, trata-se de um desafio realizado pelo Swedish Institute e pela Munktell Sciencepark, contando com a Hyper Island como parceira/colaboradora.
Grande parte dos deficientes tem um desejo em comum: ser tratado como pessoas normais. Eles obviamente têm necessidades especiais, mas não querem ser vistos como diferentes. Por isso, quanto mais inclusivas e discretas forem as suas adaptações para a vida em sociedade, melhor é a solução.
Esse relógio foi criado seguindo essa premissa, atendendo à necessidade de um colega de classe do designer Hyungsoo Kim. Durante as suas aulas no MIT, Kim ‘era o relógio’ do seu colega, que por ser cego, estava sempre perguntando, baixinho e discretamente, que horas eram.
Chamado de Bradley Timepiece, em homenagem ao militar Bradley Snyder, que perdeu sua visão em um acidente no Afeganistão, o relógio permite saber o horário atual a partir de duas bolinhas magnetizadas, que giram em um mostrador metálico, com relevos para a marcação das horas. Basta checar a bolinha que roda na parte externa do círculo para saber as horas e perceber em que posição está a bolinha que gira internamente, que marca os minutos. Tudo muito simples, com reconhecimento tátil e, principalmente, silencioso.
A alternativa anterior para quem sofria de cegueira era um relógio que falava as horas ao se pressionar um botão, o que não é nada agradável. Imagine tentar saber que horas são no meio de uma prova! Altamente incomodativo para quem está ao redor. Saber as horas estando dentro de um trem também pode ser uma péssima experiência, já que o barulho do ambiente raramente permitirá ouvir o que diz o ‘locutor’ do relógio.
Ser uma alternativa silenciosa é importante para os deficientes visuais, e a opção de perceber as horas usando o tato atraiu também outro público: as pessoas com visão perfeita. Isso porque passar os dedos sobre o relógio para saber o horário torna-se uma opção discreta e elegante o suficiente para quando se está em uma reunião, por exemplo. Ao invés de mover o olhar da pessoa que se apresenta para o relógio, atitude que alguns consideram bastante rude, é possível simplesmente deslizar os dedos por cima do mostrador, sem que ninguém perceba a sua pressa para ir embora.
Elegante e discreto, o Bradley Timepiece não parece um acessório para deficientes, caiu no gosto de muita gente que não sofre com nenhum problema visual e ainda está entre os favoritos para a premiação de Design do Ano do Museu de Design de Londres. Quem se interessar pode adquirir o seu por 195 dólares através da loja online.
Com isso, Hyungsoo Kim já pode considerar sua missão cumprida.
Já pensou poder mandar os blocos se movimentarem para construir uma determinada estrutura, fazer uma ponte ou até mesmo levantar paredes? Não é feitiçaria, é tecnologia! 🙂 Os M-Blocks, criados por cientistas do Laboratório de Inteligência Artificial e Ciências da Computação, no MIT, são cubos robóticos, controlados remotamente, que possuem bordas magnéticas e um ‘volante’ interno, que gira para fazer com que as peças possam ‘voar’ e se encaixar (magneticamente) em outras.
Esse volante, tecnicamente chamado de ‘roda de reação’ (reaction wheel) pode girar em até 20 mil RPM, e quando para de supetão, faz o bloquinho se encaixar em outro bloco mais próximo. Quanto mais rápido essa roda girar, mais o bloquinho consegue ‘pular’ para a direção correta, como no GIF acima. Se o giro for mais lento, a mudança de local é mais sutil, como na imagem abaixo.
De acordo com John Romanishin, cientista responsável pelos M-Blocks (de ‘Momentum blocks’), a intenção é desenvolver ainda mais esta tecnologia, fazendo com que cada bloco possa ter ciência do outro ao seu redor e da ‘peça’ da qual ele faz parte. Com isso, não seria impossível colocar um punhado de blocos no chão e programa-los para que se transformassem em um determinado objeto ou arquitetura.
Por dentro dos M-Blocks
Entre as propostas desses ‘bloquinhos transformers’ está melhorar a velocidade da construção civil. Eles poderiam ser programados para rapidamente se transformarem em uma ponte ou um abrigo, o que poderia ser muito útil em áreas devastadas por desastres naturais.
Pensando no nosso cotidiano, a mesma tecnologia poderia ser implantada na mobília das casas, e montar um móvel seria algo como desempacotar as peças e apenas aguardar que elas se ‘auto-montassem’. Praticamente um Lego automático.
Se o bloqueio criativo que você está enfrentando tem mais a ver com obter outras perspectivas e opiniões, então Coda App pode ser boa alternativa.
Coda App oferece aos autores corajosos um espaço diferenciado para colaboração e edição de seus textos.
Coda é um novo aplicativo móvel para quem gosta de escrever e está buscando a assistência de outras pessoas. Ao se ligar com uma conta de Twitter, ele permite que o usuário tenha ajuda da comunidade para terminar ou melhorar seu texto, seja um poema, um conto, um artigo, etc.
Enquanto os usuários podem livremente contribuir com suas ideias e palavras, é o próprio autor que decide o que será mudado ou acrescentado em sua obra.
Toda essa abertura e exposição pode ter duas grandes conseqüências. A primeira é que, se você é um autor tímido, então o aplicativo pode gerar algum incomodo, uma vez que seu texto estará não somente exposto para todos via Twitter, mas também porque as contribuições podem não ser agradáveis.
Outro desafio é que, com tantas vozes construindo um único texto, o aplicativo dá margem para uma grande discussão autoral, podendo dar vida a obras 100% colaborativas, onde tanto o papel quanto os direitos do autor podem ser questionados caso ele não esteja aberto ao que essa tendência tem a oferecer.
Tools for Peaceé uma organização que há anos promove classes e palestras para ajudar as pessoas a serem mais calmas e terem maior compaixão. Seu novo projeto – o aplicativo Stop, Breathe & Think – quer expandir tais esforços para o mundo digital, os disponibilizando para todos.
Jamie Price, diretor executivo da Tools for Peace, conta em entrevista que a meditação é uma prática que pode mudar o mindset de qualquer pessoa em poucos minutos. E, com a prática, tornar-se um hábito, uma resposta automática da mente e do corpo ao stress do dia a dia.
“O processo de check-in no app é uma forma simples de acalmar, ficar quieto, descobrir o que está acontecendo lá dentro”. – Jamie Price
Seguindo com simplicidade esta ideia, o app apresenta diferentes técnicas de meditação, que podem ser selecionadas a partir do “check-in”. Nesta etapa inicial, o usuário tira alguns segundos para respirar e entender como está se sentindo. Em seguida, responde breves perguntas de como está seu corpo e sua mente naquele momento, além de selecionar 5 emoções para descrevê-los.
A partir desta reflexão, o aplicativo ofecere uma lista de meditações personalizada, visando melhorar os aspectos apresentados pelo usuário. Além disso, todo o processo de check-in e meditações realizadas pelo usuário são gravadas e transformam-se em infográficos sobre seu progresso.
Considerando estudos como o conduzido pela Leiden University em 2012, o aplicativo investe em diversos estilos de meditação que possam melhorar o pensamento criativo. Ao limpar a mente e ficar mais focado, tais meditações acabam por criar espaço mental para a inspiração.
Resultado: na melhor das hipóteses, em poucos minutos o stress vai embora e a criatividade fica mais afiada.
Stop, Breathe & Think App está disponível de graça para iOS.
Se aqui no Brasil a gente tem a impressão de que mal termina o Carnaval, as escolas de samba já começam a planejar o próximo, o correspondente norte-americano disso no mercado publicitário seria o Super Bowl. Nem bem uma edição é exibida e as emissoras envolvidas – NBC, CBS e Fox – já estão de olho na próxima vez que farão a transmissão. Afinal, estarão no controle não só de um dos programas televisivos mais assistidos dos Estados Unidos e retransmitido para um público internacional cada vez maior, mas também o espaço publicitário mais caro do mundo.
Aos poucos, a grande final do campeonato de futebol americano tornou-se também o campo para o maior embate criativo do mercado publicitário do país: é comum esperar que alguns dos comerciais mais memoráveis da história sejam exibidos nos intervalos, uma vez que marcas e agências não costumam poupar esforços. Os resultados, entretanto, costumam variar entre filmes inesquecíveis, que rapidamente se tornam referência na cultura pop, e grandes pisadas de bola, que tanto podem virar piada quanto serem rapidamente descartados.
“A grande final do campeonato de futebol americano tornou-se também o campo para o maior embate criativo do mercado publicitário dos EUA”
O B9 resolveu fazer uma pequeno mergulho na história do Super Bowl para tentar entender como os intervalos comerciais ganharam tanta importância ao longo dos anos – deixando de ser uma mera ferramenta de divulgação para alcançar o status de entretenimento -, relembrar alguns momentos criativos que ainda hoje são referência, além de refletir sobre a efetividade dos comerciais na prática, especialmente na era digital.
Um pouco de história
O Super Bowl foi criado na década de 1960, quando as então duas principais ligas de futebol americano dos Estados Unidos – a National Football League (NFL) e a American Football League (AFL) – decidiram unir forças e colocar seus respectivos vencedores na disputa pelo título de campeão nacional. A primeira edição foi realizada em 15 de janeiro de 1967, no Memorial Coliseum de Los Angeles. Sob o comando de Vince Lombardi, o Green Bay Packers venceu o Kansas City Chiefs por 35 a 10.
O GBP, aliás, se consagrou bicampeão no ano seguinte, quando marcou 33 a 14 no Oakland Raiders. Como uma homenagem póstuma ao técnico dos Packers, que morreu em 1970, o troféu do Super Bowl recebeu o nome de Vince Lombardi. Para quem quiser saber mais sobre o assunto – inclusive a unificação da NFL e AFL -, vale dar uma olhada no Guia Futebol Americano ESPN, produzido pela Royalpixel.
De qualquer maneira, é difícil saber se naquele ano de 1967, quando a NBC transmitiu o Super Bowl 1, era possível imaginar que a grande final do campeonato de futebol americano bateria recordes de público e ainda se tornaria o espaço publicitário mais caro do mundo. Segundo o siteTV by the Numbers, na primeira edição o valor de 30 segundos no intervalo comercial foi de US$ 37,5 mil, com uma audiência de 24,4 milhões de espectadores. Desde então, os números aumentaram de maneira progressiva – em 2012, a mesma NBC registrou 111,3 milhões de espectadores, o que consagrou o Super Bowl 46 como a transmissão televisiva mais assistida na história dos Estados Unidos.
“Em 2012, o Super Bowl 46 se consagrou como a transmissão televisiva mais assistida na história dos Estados Unidos, com 111,3 milhões de espectadores”
A edição seguinte, entretanto, apresentou uma leve redução na audiência televisiva, com 108,7 milhões de espectadores. Na internet, 3 milhões de pessoas acompanharam o streaming ao vivo – cerca de 900 mil a mais do que no ano anterior.
O valor do espaço publicitário também subiu de maneira vertiginosa ao longo das últimas quatro décadas: em 2012, 30 segundos custavam, em média, US$ 3,5 milhões. No ano passado, a CBS cobrou US$ 3,8 milhões, enquanto este ano, a Fox começou pedindo US$ 4 milhões e terminou cobrando US$ 4,5 milhões dos atrasadinhos. E sim, como a gente bem sabe, tem quem pague, já que o espaço publicitário para o Super Bowl 48 já estaria esgotado há alguns meses.
Tradicionalmente, a NFL impõe à rede responsável pela transmissão do evento um limite de 65 pacotes de 30 segundos para comerciais em rede nacional – totalizando 32 minutos e 30 segundos, sem contar os promos das redes e os anúncios locais.
A NBC, que fará a transmissão em 2015, já teria iniciado as vendas do espaço publicitário do Super Bowl 49, enquanto a CBS, responsável pela edição 50, em 2016, também já estaria de olho nas possíveis cotações.
O lado criativo: à espera do inesperado
Com um espaço publicitário tão caro e a possibilidade de se atingir tantos consumidores de uma só vez, a expectativa é que os comerciais exibidos também sejam os melhores – o que nem sempre acontece. Ainda assim, o histórico permanece positivo, com alguns momentos memoráveis ao longo das últimas quatro décadas. Muitos deles estão reunidos no site Super Bowl Commercials. É o caso, por exemplo, de um filme da Noxzema de 1973, estrelado por uma então desconhecida Farrah Fawcett e o quarterback Joe Namath.
As décadas de 1960 e 1970 contaram com alguns filmes memoráveis, mas foi a partir dos anos 1980 que a disputa pelo “título” de melhor comercial do Super Bowl começou a ficar realmente séria, com uma preocupação maior em contar histórias marcantes, que criassem identificação com o público. A participação de celebridades do cinema, música e esportes também se tornou uma constante entre as grandes marcas.
A McCann-Erickson usou todas estas fórmulas no comercial da Coca-Cola em 1980, estrelado pelo defensive tackle Mean Joe Greene, do Pittsburgh Steelers. O filme foi exibido ao longo de toda temporada, mas a história do garoto que oferece o refrigerante ao jogador depois de uma partida ruim, e que depois de muita insistência consegue fazê-lo sorrir, é considerado por muitos o primeiro grande comercial do Super Bowl, aquele que estabeleceu um novo padrão.
Na década de 1980, quando tudo era e poderia ser inovador, não demorou muito para um novo (e ainda mais alto) patamar ser estabelecido. O “Big Bang”, como definiu Bernice Kanner, autora do livro The Super Bowl of Advertising: How the Commercials Won the Game, aconteceu quando um certo Steve Jobs encomendou a Chiat/Day (hoje TBWA) um filme para divulgar o lançamento do revolucionário Macintosh e que, de quebra, ainda provocasse a então concorrente IBM.
“Na época, 1984 custou cerca de US$ 900 mil – o que corresponderia a US$ 2 milhões hoje – o mais caro comercial feito até então para a televisão”
O resultado foi o histórico 1984, inspirado no livro homônimo de George Orwell, com direção de Ridley Scott. Na época, o projeto custou cerca de US$ 900 mil – o que corresponderia a US$ 2 milhões hoje – o mais caro comercial feito até então para a televisão. O investimento não foi nada comparado ao retorno obtido: o filme foi considerado bastante controverso, ganhando enorme destaque no noticiário. Estima-se que a Apple conseguiu o equivalente a cerca de US$ 5 milhões em mídia espontânea, isso sem contar os inúmeros prêmios, como o Leão de Ouro em Cannes e o Clio Awards.
Em 2004, o comercial ganhou uma edição comemorativa por seus 20 anos, mas o Macintosh foi substituído por um iPod e a IBM cedeu seu lugar a Microsoft. Até hoje, 1984 é considerado o melhor filme veiculado em toda história do Super Bowl, além de ter estabelecido um novo padrão ao focar primeiramente no entretenimento.
A partir daí, criou-se uma tradição de sempre se esperar pelo inesperado. A final da NFL deixou de ser apenas a disputa pelo título do campeonato nacional de futebol americano travada por dois times em campo, mas tornou-se também o maior embate criativo do país. Marcas, agências e criativos tiveram de se virar para conseguir superar uns aos outros e a si próprios a cada ano, e apenas os melhores ultrapassaram as fronteiras do mercado publicitário para conquistar seu lugar na história da cultura pop.
O termômetro do USA Today Ad Meter
Desde 1989, o jornal USA Today mantém o Super Bowl Ad Meter, uma ferramenta para medir a opinião do público sobre os comerciais exibidos durante a final da NFL. Apesar de nem sempre o resultado agradar, a pesquisa acabou se tornando um termômetro para marcas e agências medirem o sucesso de determinado filme.
Ao longo de 24 anos, os painéis foram realizados pessoalmente, com grupos espalhados pelos Estados Unidos. A partir de 2013, o jornal passou a utilizar uma plataforma online, permitindo a participação do público em geral – desde que cidadãos norte-americanos e maiores de 18 anos -, que pode votar apenas no período de duração do jogo.
Mesmo sendo considerado um importante termômetro, Super Bowl Ad Meter também pode ser visto como um fator limitador, uma vez que seus resultados adquiriram peso na decisão das marcas e, consequentemente, no trabalho dos criativos. Michael Learmonth, editor digital do site Advertising Age, escreveu um texto a respeito em 2012. Em determinado momento, ele cita o diretor Bryan Buckley, responsável por mais de 40 filmes exibidos na final da NFL desde 1999:
“É o que é, 100%. Não sei dizer quantas vezes um anunciante me disse ‘Você precisa atingir o top 10, você precisa atingir o top 10, você precisa atingir o top 10’”.
Apesar de sua relevância, os painéis do USA Today não são as únicas ferramentas capazes de medir o sucesso deste ou daquele filme. Já tem algum tempo que a internet também tem desempenhado um importante papel, com os filmes estreando no YouTube antes de irem ao ar no Super Bowl e tornando-se trending topics nas redes sociais.
É curioso, inclusive, notar como os resultados podem ser diferentes. Em 2011, por exemplo, o comercial da Bud Light, em que um cachorro vai buscar uma cerveja, ficou em primeiro lugar no Super Bowl Ad Meter. Alguém se lembra dele? Agora, se eu falar do mini Darth Vader da Volkswagen, também de 2011, é capaz de todo mundo se lembrar, afinal, o filme está entre os comerciais mais vistos de todos os tempos no YouTube.
Foi neste mesmo ano que Tor Myhren, diretor de Criação da Grey, disse a Fast Company que, para ele, o número de views de um comercial no YouTube “é o fator mais importante para se julgar o sucesso de um anúncio do Super Bowl”.
Isso porque na era pré-redes sociais, os filmes costumavam ficar limitados aos intervalos do jogo e, se muito, ao noticiário. A internet, por sua vez, permitiu um considerável aumento na longevidade destes comerciais, conforme observou nesta mesma matéria a diretora de Marketing da PepsiCo, Jill Beraud. Isso sem contar os desdobramentos resultantes, como paródias, memes e afins.
Anunciar no Super Bowl: vale a pena?
A resposta para esta pergunta não poderia ser mais simples: tudo depende do objetivo do anunciante. Se o foco estiver apenas nas vendas, por exemplo, desembolsar alguns milhões de dólares para estar no Super Bowl talvez não seja a melhor alternativa.
“Se o foco estiver apenas nas vendas, por exemplo, desembolsar alguns milhões de dólares para estar no Super Bowl talvez não seja a melhor alternativa”
Um estudo divulgado recentemente pela empresa de pesquisa norte-americana Communicus destacou que apenas 1 entre 5 comerciais veiculados durante o jogo realmente vendem alguma coisa. “A publicidade deve fazer com que as pessoas comprem produtos, ou pelo menos construir o interesse pela compra”, diz o texto introdutório, destacando que poucos anunciantes atingiram este objetivo em 2013.
Entre os exemplos citados pela pesquisa estão os dois primeiros colocados do Super Bowl Ad Meter no ano passado, Brotherhood, da Budweiser, e Miracle Stain, de Tide. Enquanto o comercial de cerveja realmente despertou o interesse dos participantes em consumir o produto, o de detergente não surtiu efeitos no consumidor.
É claro que a venda é um objetivo importante para qualquer anunciante, mas hoje em dia não é o único. Lá em 1984, a Apple comprovou que um bom comercial no Super Bowl pode agregar grande valor à marca, algo que não se reflete somente no varejo, mas também no mercado de ações.
Um simples comercial pode, sim, influenciar a decisão de compra de um consumidor, mas se ficar por aí, quem garante que na próxima vez ele não optará por outro produto? Em uma época que se fala tanto em se cultivar o relacionamento com o cliente, os comerciais no Super Bowl podem ser uma oportunidade e tanto para se iniciar um diálogo, que começa com a expectativa em torno dos teasers, segue com a exibição dos comerciais e continua nas redes sociais, com todas as conversas geradas a partir daí.
Pode não ser definitivo, mas é um bom começo.
Confira, abaixo, alguns comerciais exibidos no Super Bowl ao longo dos anos. A qualidade não é das melhores, mas vale o play.
Levi’s fechou uma parceria com a SkillShare, uma plataforma de educação online focada no lema learning by doing, com cursos criados por usuários que querem compartilhar e ensinar diferentes habilidades.
A proposta conversa com o contexto de aprendizado descentralizado em que vivemos. Qualquer um pode aprender e ensinar sobre assuntos que dominam.
Como resultado, foi criada a The School of MakeOurMark, uma série de aulas online que visam ensinar habilidades criativas.
Os cursos são ensinados por profissionais consolidados com os artistas Cubby Graham eBrock Davis, o tatuador Bang Bang, o fotógrafo Benjamin Samuel, o designer David Carson e a ilustradora Linda Eliasen, escolhidos à dedo pensando em temas que encoragassem e inspirassem a criatividade em cada um.
A princípio, os temas abordados são fotografia, tatuagem, tipografia, stop motion e ilustração. Seguindo a mesma metodologia do site, os professores se aproximam dos alunos a contar sobre seus trabalhos e processos, passando por técnicas, métodos e um projeto prático final.
As aulas exploram características individuais intangíveis, valorizando a trajetória individual por meio de múltiplos formatos.
Começando esta semana, cada curso custa $10 e todo o dinheiro arrecadado vai para a 826 National, uma fundação que promove educação de artes e música para crianças.
O projeto incentiva não apenas a educação online, descentralizada e colaborativa, como também espera criar uma rede de criativos ao redor do mundo, compartilhando seus conhecimentos e trabalhos.
Se você pensava que a Heineken tinha mandado bem naquela pegadinha da entrevista de emprego, no começo do ano, é porque Rich Silverstein ainda não estava procurando por um assistente executivo. Esqueça as pegadinhas e comece lembrando-se de algo muito importante se você quiser ter “o melhor trabalho” no mundo da propaganda: “Rich Silverstein responde a ninguém. E esse ninguém pode ser você”.
O diretor criativo da Goodby, Silverstein & Partners começou sua busca com um anúncio no site Craigslist,
“Você já olhou a grandeza nos olhos – e chorou porque era tão linda que feriu seus sentimentos?
Se não, você realmente deveria conhecer Rich Silverstein.
Rich já foi introduzido em todos os halls da fama – sim, plural. Suas conquistas poderiam ser lidas como um romance, ainda que escrito por Stephen King.
Você provavelmente ouviu histórias. E elas são tão verdadeiras quanto enganosas. Ele é durão e espera grandeza. Mas ele também exige de si mesmo os mesmos padrões impossíveis.
O sucesso que ele teve é o material de “Mad Men”. E é coisa de loucos.
Rich Silverstein responde a ninguém. E que ninguém pode ser você.”
E se este texto não fosse o suficiente para convencer um candidato, o melhor então é acessar o site Work4Rich, provavelmente um dos mais divertidos já feitos com este propósito. Para se conseguir uma entrevista com o diretor criativo, antes de mais nada é preciso superar seis desafios: ser organizado, ser obcecado por detalhes, gerenciar contatos, anotar recados, lembrar nomes e ser breve. Cada uma destas características deve ser comprovada por testes específicos e, só depois de concluir cada um deles, é possível se candidatar.
Ficou com alguma dúvida? Tente capturar o sinal de interrogação…
O mais legal é que todas estas tarefas têm de ser executadas de maneira criativa, provavelmente a principal exigência de Rich Silverstein. Se rolar um interesse, é possível se candidatar até o próximo dia 6 de setembro.
Red Bull Creation voltou ao Brooklyn para a sua terceira edição da maratona criativa que une engenheiros, programadores e artistas para desenvolverem trabalhos frente à um desafio específico. Este ano, 6 equipes foram selecionados via Internet para criarem um novo tipo de instrumento musical, em apenas 72 horas.
“Os juízes ficaram deslumbrados em como os intrumentos foram re-imaginados. As possibilidades de usá-los no futuro são infinitas.” – Greg Needel, Júri
A empresa disponibilizou todos os tipos de materiais para a construção de protótipos, de madeira e metal à motores e eletrônicos, passando até por telas de plasma, impressoras 3D e cortadores à laser.
A abordagem para criar o instrumento variou de equipe para a equipe. Alguns adaptaram e modificaram instrumentos tradicionais para serem tocados de novas formas. Outros criaram instrumentos a partir de objetos comuns como tubos plásticos e jarras de vidro. Duas da equipes até usaram sons criados digitalmente, através de interfaces únicas.
The Erte-tronic Deco Decoder
Whirly Turbulator
Autoloop
A equipe 1.21.Jigawatts, de Mineápolis, foi a vencedora da maratona em 2011. Este, criaram o The Erte-tronic Deco Decoder, que traduzia graffiti em música. Com um rolo de papel que funcionou como tela, ao ser passado por uma série de sensores de leitura, os desenhos de spray engatilhavam sinos e tocavam sons. Eles ganharam o prêmio do Júri Popular.
Já a equipe I3, de Detroit, levou o prêmio de Melhor Equipe pelo seu instrumento Whirly Turbulator, uma máquina que gera som através de tubos plásticos giratórios, modificados por furadeiras elétricas e com cordas.
Por fim, o MB Labs levou o grande prêmio pelo seu projeto Autoloop, que deixa os usuários controlarem uma bateria através de uma mesa separada, que usam sensores para determinar os ritmos, variando dependendo dos objetos escolhidos e posicionados na mesa.
Todos os projetos podem ser vistos aqui. Misturando objetos comuns do dia-a-dia com tecnologia criativa, a maratona aponta tendências na indústria da música e do design, que vai da adaptação da famosa gambiarra à transformação do que parecia complexo em algo simples, como criar sons a partir da combinação de movimentos e objetos.
Considerado por muitos a própria encarnação de deus, John Coltrane elevou o jazz à categoria de Arte. Transcendendo seus contemporâneos, propôs na música novas idéias técnicas, sentimentais e espirituais. Mais do que um músico, um Artista nato: nos ofereceu a possibilidade de percebermos que seu legado abria a janela de um novo mundo à ser explorado – como, de fato, é até hoje.
No Braincast 69, Saulo Mileti e Guga Mafra conversam com o músico e produtor Vitor Cabral sobre um dos maiores gênios da história do Jazz.
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Desafio Criativo
Seja você o diretor de arte da imagem de destaque do próximo Braincast sobre fotografia, com o tema “Fotografia no Cinema”. Se a sua criação for a escolhida, você ganha 400 créditos na iStockphoto e tem seu trabalho divulgado no B9. Ouça o último Braincast, sobre fotografia, e saiba mais.
Apesar de abraçado logo de cara pelas marcas, o Vine levou um pouquinho mais de tempo para mostrar a que veio também para os usuários em geral. Até há alguns meses, tinha quem pensasse que a rede social só servia para compartilhar sacanagem. Um olhar mais atento, entretanto, revelou muita gente boa criando com o aplicativo – o Mashable, inclusive, fez uma seleção dos 10 melhores usuários para se seguir por lá. Entre os nomes da lista está Ian Padgham, que dia desses resolveu compartilhar um vídeo dele com seus carrinhos de brinquedo…
Há muito mais em Gordon Ramsay percorrendo cozinhas de restaurantes ao redor do mundo, ofendendo chefes, desafiando proprietários, educando equipes do que um reality show sobre culinária. Algo chamou a atenção em “Kitchen’s Nightmares” (exibido pela BBC America, aqui nos Estados Unidos, Fox Life no Brasil) e iniciei uma verdadeira maratona para descobrir a verdadeira razão por trás disso. Não demorou muito e a resposta veio, não como um elemento em especial, mas com a função do programa e o fato das lições do chefe escocês transcenderem os limites da cozinha e, adivinhem, cair direto na mesa dos criativos.
Percorro entrevistas coletivas e palestras desde o começo da minha carreira no jornalismo (algo que aconteceu logo no primeiro ano da faculdade, então junte a isso os debates na escola) e o elemento básico desses eventos é um só: dúvidas. Todo estudante tem dúvidas, todo profissional quer ter certeza para não errar, todo criativo procura no erro, ou no conselho, alheio a solução para seu bloqueio ou dificuldade. Sempre temos dúvidas e enquanto as bolas de cristal não são inventadas, obter informação continua sendo o melhor jeito de se fazer isso. Curiosamente, depois de 16 anos no mercado, noto que isso não muda. Sempre queremos informação, jornalistas continuam curiosos e criativos continuam procurando novas inspirações. Todos deveríamos trabalhar na cozinha!
Ou melhor, numa cozinha guiada por Gordon Ramsay.
Vejo Ramsay como um editor linha-dura, um diretor de criação que não aceita desculpas ou gente que foge da raia
Ao transpor as lições e mantras trabalhados por ele no programa, percebi que, no fundo, as dúvidas são as mesmas noutro ramo e que, olha só, as soluções também são. Uma das coisas mais marcantes do discurso de Ramsay é a simplicidade. Diversos chefes – tanto na Europa quanto nos Estados Unidos – pecam pelo excesso. Tentam florear os pratos, extrapolar sabores, exagerar nas combinações ou nas “tentativas de experimentação” e, invariavelmente, falham. Interessante pensar nesse cenário, pois a simplicidade tem uma função: garantir o entendimento do cliente e transmitir uma mensagem. No caso dele, é garantir a fidelidade do prato. Se é pato, que tenha gosto de pato. Um bom gosto. Se é macarrão a bolonhesa, não tente inventar colocando frutos do mar.
Quantas vezes não pecamos pelo exagero? Escrever um artigo cheio de referências obscuras? criar um logotipo dúbio ou visualmente lindo, mas distante da função? Editar um vídeo cuja narrativa só você entenda? É importante mencionar que, nesse caso, simplicidade não tem a ver com nivelar por baixo ou ser menos criativo. A mensagem é clara: seja honesto e vá direto ao ponto. Ando usando muito isso em textos e roteiros recentemente. Se a ocasião permite, e o público-alvo vai ser beneficiado, por que buscar uma estrutura complexa e sofisticada em vez de usar um simples “sinto sua falta”? Pensar dessa forma tem feito muito sentido e, claro, refletido positivamente na produção.
Ramsay também faz algo que Hollywood pratica: insiste ostensivamente no procedimento. É preciso criar um padrão, ou um ritmo de produção, e segui-lo. Cozinhar exige consistência e um dos índices de satisfação mais altos da prestação de serviços da sociedade e errar não é uma opção. Em muito do mundo criativo, ainda temos oportunidades de afinar o trabalho antes de apresenta-lo, na cozinha, não. Uma vez servido, o prato vai decidir se aquele cliente volta e traz os amigos, ou se torna um porta-voz negativo para sempre. O procedimento resolve isso. Pelo que ele diz, funciona na cozinha. Pelo que vivo aqui, funciona no cinema. É um esquema linha de produção, entretanto, se o objetivo está alinhado e cada membro da equipe faz bem a sua parte – e só a sua parte, sem o hábito da “multi-tarefa” bastante comum no Brasil – o produto final, seja ele qual for, vai ser bom.
Vejo Ramsay como um editor linha-dura, um diretor de criação que não aceita desculpas ou gente que foge da raia. Ele é um cara necessário hoje em dia, assim como clones da sua postura. Ele fala a verdade, não enrola e sempre tenta arrumar as peças, em vez de bancar o ditador, demitir e pronto. Cansei de ver editores vendidos nas grandes revistas brasileiras, gente incapaz de garantir a qualidade do que editava em prol da “idiotização” da cultura (exemplo, optar por falar de fitness e shampoo com um grande ator e ignorar outra entrevista com o mesmo sujeito sobre assuntos relevantes, carreira e reflexões). Devemos dar os devidos descontos pelo fato de Ramsay ser famoso, respeitado e ter dinheiro? Sim. Entretanto, ele está fazendo! Mostra como todo restaurante pode servir bem e, no processo, levou-me a entender que devemos levar essa pegada para o mundo criativo.
“I act on impulse and I go with my instincts.” – Gordon Ramsay
O formato do programa se torna recorrente, mas as soluções são valiosas
Ele bate muito na tecla da comunicação entre equipes e há outra lição aí. Esqueça os e-mails longos, aquelas reuniões inúteis e cheias de pretensões a cada etapa do processo de criação (vivi muito isso quando trabalhei numa agência de comunicação). O contato direto e efetivo funciona muito mais. Você pergunta, o outro responde, o processo anda. Isso também é interessante para evitar grandes elocubrações ou ideias viajadas. Qual seu objetivo? “Emocionar com uma história de amor”. Ponto. Toda e qualquer pergunta a partir daí precisa ser direta. O que tal personagem quer? Ficar sozinho! E aquele outro? Encontrar alguém para se aventurar. Se você começa a enrolar em grandes teorias sobre cada uma dessas razões, as chances de se perder são gigantescas. E, com isso, o objetivo vai para o espaço.
Claro que o desenvolvimento é necessário e, como disse, simples não significa raso, mas falha na execução e distanciamento do objetivo primário é uma das maiores mazelas de trabalhos criativos nos últimos anos. Às vezes, a genialidade está justamente na capacidade de falar menos e dizer tudo. É um pouco assustador perceber que precisei de um chefe de cozinha para pontuar tudo isso – fora tantas outras lições sobre apresentação, comunicação com público, identidade visual e postura profissional – e não me arrependo nem um pouco. O formato do programa se torna um pouco recorrente, pois muitos dos restaurantes visitados sofrem dos mesmos problemas, mas as soluções são valiosas. Que essas lições da cozinha melhorem a sua vida!
De tempos em tempos você se depara com um Tumblr que parece que foi feito para você, se apegando às fotos e frases que fazem boas observações sobre a vida. Life Advice from Machines pode ser um desses.
Em uma era onde a tecnologia nos engrandece e está totalmente inserida na vida, faz sentido buscar também por palavras de sabedoria que venham destas ferramentas.
Life Advice from Machines se apropria de insights retirados de manuais de instruções de aparelhos comuns, e nos mostra como são aplicáveis não somente em instalar ou fazer funcionar uma máquina, mas também nós mesmos.
Revelando as verdades por trás de uma TV, de uma impressora ou de uma câmera fotográfica, temos frases como “Do not overreach. Keep proper footing and balance at all times”, retirada do manual de uma DREMEL MultiPro Rotary Tool, que nos faz carregá-la como um mantra de meditação ou filosofia de livro de bolso.
Quem diria que grandes conselhos de vida estariam escondidos bem debaixo do nariz, por entre estes inseparáveis aparelhos que nos fazem funcionar.
Na teoria da socióloga Tricia Wang, uma rede como o Facebook, que impõe registrar o nome real e consiste de familiares e amigos de uma pessoa, incentiva o uso limitado de identidade e expressão.
Por outro lado, o Tumblr permite criar, experimentar e jogar. Cada tumblr criado é como um novo “eu”, testando e colocando tudo para fora para ver onde se encaixa. Pode ser uma página só de GIFs, uma de fotos de viagem, outra de frases de amor, e também dos desenhos que faz nas horas vagas. Ou até, como neste exemplo, a busca por significados e histórias nos lugares mais inusitados.
“Sempre observo as qualidades físicas do livro. O tamanho carrega temperamento e tom de voz, assim como as letras do título. O texto grande e bold pode ser exuberante, urgente; já uma tipografia menor comunica uma voz insegura, tímida” – Nina Katchadourian, em seu site
Desde 1993, a artista Nina Katchadourian tem feito das livrarias a casa do seu projeto Sorted Books. Seu objetivo: vasculhar por livros e os organizar em uma pilha para que os títulos formem sentenças irreverentes, cheias de humor e inteligência.
O projeto continua até hoje, e já tomou como casa diferentes lugares ao redor do mundo, de coleções particulares à livrarias e bibliotecas. O processo é sempre o mesmo: se debruçar em prateleiras de livros, pegar títulos específicos e os organizar em grupos, de forma que os títulos formem sequências lidas de cima para baixo ou da direita para a esquerda.
O resultado final é registrado em fotografias. Atualmente, são mais de 130 fotos, algumas delas separadas em séries de temas específicos.
Além das frases serem inteligentes comentários sociais que nos tira sorrisos, cada pedaço de narrativa criado permite que as pessoas criem histórias ao redor, capturando em poucas palavras situações que extrapolam o contexto.
Sorted Books pode ser visto de muitas formas: uma série de fotografias ou esculturas, uma instalação itinerante e até uma coleção de microcontos, poemas ou piadas. Mas, em todas as suas formas, é um ato de leitura.
Ler não apenas as palavras, mas o que cada livro pode dizer, em questão de aparência, de contexto, de título, ou de qualquer outra história que a ser tirada dali.
A banda OK Go costuma surpreender com seus vídeos, o que inclui experimentos com o Google Chromee manobras radicais a bordo de um Sonic, para citar alguns exemplos. Agora, os músicos se juntaram aoMusic Video Challenge, realizado pela Saatchi & Saatchi e Talenthouse, que convida fãs para criarem um vídeo para a música I’m Not Through, primeira faixa do disco que o grupo está produzindo a ser divulgada.
No vídeo acima, o vocalista Damian Kulash explica que os criativos devem fazer um bom vídeo, capaz de ultrapassar os limites – bem ao estilo do que a banda tem feito nos últimos anos. No site da Saatchi & Saatchi é possível encontrar as regras do desafio.
O prazo para o envio dos projetos é 7 de maio e o vídeo escolhido será exibido no New Directors’ Showcase da agência, em Cannes, além de ganhar destaque no site da Talenthouse e da OK Go. Não existe, entretanto, um compromisso de que o projeto será o vídeo oficial desta faixa, mas a possibilidade existe.
Dia desses, vi no site ThePhotoMag uma coleção de imagens de bastidores de alguns de filmes clássicos de todos os tempos (e de outros longe disso). Vez ou outra, a gente acaba vendo espalhados pela internet estes registros históricos de como a criatividade foi usada para criar cenas inesquecíveis do cinema – ou aqueles momentos de descontração que a gente costuma imaginar como teria sido, então é bacana ver isso tudo junto.
A começar pela trilogia original de Star Wars – episódios IV, V e VI: o confronto entre Darth Vader e Luke Skywalker – quando foi dita uma das frases mais icônicas do cinema-, a criação do letreiro inicial que virou referência e os momentos de folga de Peter Mayhew e Kenny Baker – o Chewbacca e R2-D2. Aliás, para fãs de Star Wars, aEmpire tem uma coleção de 65 imagens imperdíveis.
Abaixo, bastidores de O Hobbit, Senhor dos Anéis, Django Livre, A Origem, Matrix, Os Muppets, O Iluminado, O Poderso Chefão, De Volta Para o Futuro, O Exterminador do Futuro, Super-Homem, ET, The Dark Knight, Tubarão, Planeta dos Macacos, Harry Potter, O Portal e Titanic.
Dizem que pai e mãe é tudo igual, só muda de nome e endereço. Aplique este raciocínio no cinema e o resultado será bem próximo da campanha que a Leo Burnett criou para o festival IndieLisboa.
Na série impressa, vemos como as ideias podem ser facilmente recicláveis no caso de personagens como Rocky e Chucky, cenas românticas ou duplas como Nick Nolte + Eddie Murphy, Mel Gibson + Danny Glover, Jackie Chan + Chris Tucker e Tommy Lee Jones + Will Smith.
É claro que, se a gente parar para pensar a respeito, vamos encontrar muitos outros exemplos para comprovar o argumento de que “Hollywood está ficando sem ideias”.
Nos comerciais para a televisão, a ironia continua. Enquanto Noooo mostra que as mocinhas sempre gritam do mesmo jeito (só mudando mesmo o cenário e o nome do filme), Runaway comprova que o maior suspense daquelas cenas em que durante uma fuga o herói tenta ligar o carro – que falha, obviamente – está no fato de esperar que elas terminem de maneira diferente.
Com 110 quilômetros de extensão, o Metrô de Estocolmo é considerado a maior exibição de arte do mundo. Lá, viajar de metrô é como percorrer uma jornada através da história visual, de vanguardistas dos anos 50 à arte experimental de hoje em dia.
Capaturadas pelo turista russo Alexander Dragunov, as fotos abaixo revelam como a cidade manteve a tradição da arte subterrânea desde quando a primeira obra foi inaugurada, em 1957. Hoje, são cerca de 90 estações somando 100 obras que envolvem esculturas, mosaicos, pinturas, instalações, gravuras e colagens, realizadas por mais de 150 artistas.
Muitas das estações incorporaram arte desde o início. Das inauguradas nos anos 50, a maioria de suas obras de arte foi criada pelo arquiteto Peter Celsing. Inspirado pelo visual do metrô nos anos 30, seu estilo era descrito como “arquitetura de banheiro”. Durante os anos 60, uma nova linha foi construída, com obras baseando-se em decoração feita de azulejos retangulares, em tons terra.
Já nos anos 70 e 80, muito concreto revestia o espaço, deixando toda a tubulação visível e dando a ilusão de uma caverna. Neste período, os artistas passaram a trabalhar em grupos, junto aos arquitetos e engenheiros, resultando em obras coletivas.
A partir dos anos 90, muitas das artes foram substituídas ou revitalizadas, dando ao metrô uma identidade única, onde cada estação se distinguia e podia ser reconhecida por sua obra.
Cada estação conta uma história e oferece continuidade à anterior. São inúmeras formas de caminhar por entre as obras em um lugar que, em vez de agregar apenas o efêmero do dia-a-dia corrido, exala inspiração e novos olhares.
Hoje lançamos oficialmente o Workshop9: projeto que oferecerá plataformas de estudos e compartilhamento de idéias no campo criativo e tecnológico para as principais capitais brasileiras, com um leque de profissionais atuantes no mercado da comunicação.
Muita coisa virá por aí. E temos trabalhado no desenvolvimento desses workshops nos últimos tempos – assim como na ativação da nossa rede de contatos (via B9 e Braincast), na parceria com grandes profissionais, como Carlos Merigo, Cris Dias, Saulo Mileti, Luiz Yassuda, Vini Melo, Bruno Tozzini, Daniel Sollero, entre outros.
Nos próximos dias lançaremos pela página oficial (criada pelo Beved especialmente para atender nossa demanda) outros workshops, em campos como Social Media, Gerência de Projetos, Produção de Conteúdo, etc.
O primeiro curso já está no ar (corram, pois temos poucas vagas), e acontecerá no próximo dia 2 de fevereiro em São Paulo.
Esperamos levar essa idéia para longe e atingir o máximo de profissionais criativos pelo país. Portanto, aproveitem, tragam suas idéias, levantem grupos em outras cidades com interesses em participar de um determinado workshop, que nós trabalharemos bastante para fazer isso tudo se tornar realidade e benefício intelectual para todos.
O Mixx é o evento mais importante promovido pelo IAB dos Estados Unidos. Mesmo custando bem caro e acontecendo durante a Advertising Week, (ou talvez por isso mesmo) ele sempre lota. Costuma ter palestras de gente bem importante (Chris Anderson e Seth Godin estiveram aqui no passado) e acaba tendo uma influência bem grande na agenda geral do mercado de publicidade online americano.
Esse ano o tema é “When Technology and Creativity Collide”. é um título ótimo e abrangente, feito na medida para você conseguir justificar sua inscrição para o RH. Mas nesse caso “tecnologia” quer dizer “métricas”. E na maioria dos casos, é sobre isso que os palestrantes estão falando.
O mercado de mídia online americano não tem “grandes portais” (isso é uma bizarrice brasileira) e a população em geral é uma enorme classe C com iPhones e Androids. Os números sempre foram pulverizados e pela primeira vez existe a sensação de que eles falam a favor dos meios internéticos, e não contra.
Então boa parte das palestras, debates e workshops que vão rolar por aqui são sobre isso: “como o meio online consegue medir com precisão a atividade dos usuários”, “como clique não é a única métrica relevante”, etc, etc, etc. Tudo aquilo que a gente já conhece, só que agora falados por gente importante, num palco importante, na mesma semana em que os cheques referentes à mídia do SuperBowl estão sendo assinados.
O Facebook, por exemplo, mandou o seu “Head of Measurement and Insights” (NR: imagina o cartão dele: “I’m the Head of Measurement and Insights, bitch!”), Brad Smallwood, para mostrar como o Facebook consegue saber o que você está pensando em cada momento da sua vida e como isso atinge mais gente que a TV, com mais qualidade e precisão.
Esse evento acaba sendo bem relevante para o mercado brasileiro por dois motivos: Primeiro, porque o IAB Brasil traz uma comitiva todo ano pra cá, com alguns dos maiores anunciantes brasileiros, para que eles vejam o que está rolando. Um monte de agências e veículos acabam vindo também por causa disso.
Segundo, porque o que acontece aqui nos EUA, acaba acontecendo aí no Brasil depois de um tempo. Se esse é o movimento aqui, é bom a gente ficar atento. Empresas multinacionais vão começar a exigir essas métricas das suas filiais no Brasil. Agências que tiverem modelos mais próximos do que o que está sendo apresentado aqui, tem mais chances de ganhar essas contas. Veículos que entregarem métricas similares, têm mais chance de entrar nos planos de mídia.
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