Chipotle coloca trechos de obras literárias em embalagens descartáveis

Eu não sei vocês, mas muitas das minhas refeições matinais envolviam uma leitura minuciosa da embalagem de cereal matinal. Eu saberia dizer detalhes sobre as calorias, ingredientes utilizados na fabricação e qualquer tipo de novidade ou informação que a marca tivesse estampado na embalagem, porque ler aquilo era uma das atividades involuntárias do meu café da manhã.

Isso talvez faça de mim uma leitora ávida por qualquer coisa (true story), mas foi exatamente pensando que não havia nada para ler durante uma refeição que fez Jonathan Safran Foer dar uma ideia sensacional para a rede de fast food Chipotle: e se as embalagens estampassem trechos curtos de literatura?

“A pergunta não é ‘se isso vai mudar o mundo’, a pergunta é ‘isso não é melhor do que uma embalagem sem nada escrito?’”, provoca o escritor.

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Particularmente, eu ficaria agradecida se eu pudesse ter um ou dois minutos de cultura durante o meu almoço, por exemplo. Provavelmente faria com que eu me alimentasse mais devagar (afinal estou prestando atenção em outra coisa) e poderia trazer alguma inspiração para o meu dia.

Colocar informações em embalagens descartáveis, no entanto, não é uma ação nova. Você certamente vai lembrar de momentos em que ficou passeando pelas informações oferecidas pelo McDonalds no papel que forra a bandeja do seu lanche, mas o objetivo não é só trazer um branded content estampado nas embalagens, mas sim uma literatura rápida para um espaço curto.

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Entre os convidados a fazerem textos que possam ser lidos em até 2 minutos estão escritores como George Saunders, Malcolm Gladwell, Judd Apatow, Sara Silverman, Toni Morrison (vencedora do Nobel), Michael Lewis, Bill Hader, Steven Pinker, Sheri Fink (vencedora de um Pulitzer) e o próprio Jonathan Safran Foer.

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Chamada de ‘Cultivation Thought’, a série de embalagens literárias tem o intuito básico e simples de levar boa literatura para o grupo mais diverso de pessoas. Caso o trecho acabe molhado de refrigerante ou sujo com algum molho, os interessados sempre poderão conferir os textos também online, no site cultivatingthought.com.

Pode ser meu background literário, mas eu achei simplesmente sensacional.
Fica a dica para as outras redes de fast food 🙂

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Uma experiência interativa para cada página de livro

Para marcar o lançamento do novo livro de Khaled Hosseini, And the Mountains Echoed, a Penguin Books Canada e a agência Dare Toronto se uniram para criar uma experiência interativa que desse vida e interpretasse as páginas impressas da publicação.

Com o nome de The Echo Project, o resultado é um site com jogos, motion graphics, vídeos, ilustrações, áudio, imagens e demais conteúdos multimídias que permitem explorar temas complementares à história do livro, tais como cultura, geografia e fatos históricos dos cenários do livro, que tem como foco principal o Afeganistão.

Em uma passagem sobre a guerra no Kabul, por exemplo, foram encontradas fotos históricas que revelam detalhes das cenas descritas e dão traços reais ao contexto do livro.

Ainda em construção, o site pede que os leitores enviem suas ideias e inspirações que tiverem para o livro. Assim, poderão ajudar a construir uma experiência digital para cada uma das 402 páginas impressas.

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Como mostram as imagens acima, o projeto teve contribuições do autor e também de uma equipe de editores, autores, pintores, diretores e ilustradores.

O livro é uma aventura extraordinária que leva o leitor pelo mundo e através de diversas gerações. Uma experiência emocional e estimulante de leitura, que foi bem capturada pelo universo digital e interativo.

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Um aplicativo para acabar com bloqueio criativo de quem gosta de escrever

Se o bloqueio criativo que você está enfrentando tem mais a ver com obter outras perspectivas e opiniões, então Coda App pode ser boa alternativa.

Coda App oferece aos autores corajosos um espaço diferenciado para colaboração e edição de seus textos.

Coda é um novo aplicativo móvel para quem gosta de escrever e está buscando a assistência de outras pessoas. Ao se ligar com uma conta de Twitter, ele permite que o usuário tenha ajuda da comunidade para terminar ou melhorar seu texto, seja um poema, um conto, um artigo, etc.

Enquanto os usuários podem livremente contribuir com suas ideias e palavras, é o próprio autor que decide o que será mudado ou acrescentado em sua obra.

Toda essa abertura e exposição pode ter duas grandes conseqüências. A primeira é que, se você é um autor tímido, então o aplicativo pode gerar algum incomodo, uma vez que seu texto estará não somente exposto para todos via Twitter, mas também porque as contribuições podem não ser agradáveis.

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Outro desafio é que, com tantas vozes construindo um único texto, o aplicativo dá margem para uma grande discussão autoral, podendo dar vida a obras 100% colaborativas, onde tanto o papel quanto os direitos do autor podem ser questionados caso ele não esteja aberto ao que essa tendência tem a oferecer.

Coda App está disponível para iOS por $1.99.

 

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Clássicos da literatura dão o tom em campanha de Natal da Marks & Spencer

Em ritmo de superprodução, a rede Marks & Spencer lançou esta semana sua campanha para o Natal 2013. Inspirado por grandes clássicos da literatura – Alice no País das Maravilhas, Aladim e a Lâmpada Maravilhosa e O Mágico de Oz -, o filme estrelado por Rosie Huntington-Whiteley, David Gandy e Helena Bonham Carter é daqueles que enchem os olhos, tamanho o bom gosto da direção de arte e o esmero da produção.

A trama começa com Rosie Huntington-Whiteley perseguindo seu cachorro e caindo em um buraco, que a transporta diretamente para o mundo de Alice. Conforme a história segue, sugestões de produtos são inseridos de maneira natural e discreta na trama, enquanto o elenco assume diferentes personagens. Destaque, claro, para o Mágico de Oz de Helena Bonham Carter elogiando os sapatos de Rosie-Dorothy.

A criação é da RKCR/Y&R, com direção de Johan Renck (Black Label Productions).

Abaixo, o making of da campanha.

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Como teriam sido os rascunhos de slogans famosos?

Quem trabalha com a redação de textos – jornalísticos, publicitários, literários, etc – sabe que nem sempre o primeiro rascunho é aquele que chega ao leitor. Dependendo da finalidade do texto, ele vai ganhando diferentes versões, de acordo com as alterações necessárias, até finalmente atingir sua versão definitiva.  O caminho é árduo e geralmente inclui observações (demolidoras) de editores e clientes. O escritor Paul Laudiero resolveu imaginar como teriam sido os rascunhos de algumas obras conhecidas – slogans, livros e roteiros – no Tumblr Shit Rough Drafts.

No caso dos slogans, ele começou com GAP, Nike, Geico e McDonald’s.

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Na televisão, nem o roteiro de Breaking Bad escapou…

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E como escolher o nome de um livro?

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Páginas em branco no The New York Times comprovam que menos realmente pode ser mais

A sabedoria popular costuma dizer que palavras valem prata, mas o silêncio vale ouro. E se, um dia, as palavras sumissem e restasse somente o vazio preenchido por um espaço em branco? Hoje, os leitores do The New York Times se encontraram nesta situação, ao se deparar com duas páginas do jornal praticamente em branco, a não ser pelo cabeçalho, número da página e, no rodapé de uma delas, uma URL, wordsarelife.com.

A ação, realizada sem explicação alguma, pegou muita gente de surpresa e criou enorme buzz. A resposta ao mistério estava na tal URL, que se apropriou do silêncio criado pelo vazio para nos lembrar que, apesar de tudo, palavras são vida.

Basicamente, esta é a principal mensagem de A Menina que Roubava Livros, romance de Markus Zusak que ganhou versão cinematográfica produzida pela Fox e que estreia nos EUA em novembro (no Brasil, a previsão é fim de janeiro).

Foi para divulgar o filme que o estúdio convocou a agência 42 West, que resolveu mostrar na prática a importância da palavra escrita, e como as pessoas se sentiriam se um dia abrissem os jornais e descobrissem que elas desapareceram.

Apesar de todo o zum-zum-zum em torno do livro – que eu li e não gostei -, a ação foi muito bem sacada e mereceu toda a atenção recebida. Só imagino quanto não deve ter custado esta brincadeira. No final, o silêncio vale ouro, sim, mas não podemos nunca nos esquecer de que palavras são vida.

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Série reúne comidas e bebidas famosas da cultura pop

Federico Mauro é um designer italiano que teve uma ótima sacada quando iniciou um projeto pessoal reunindo itens icônicos relacionados com a cultura pop. Óculossapatos, guitarras, armas, lâminas…. teve até uma edição especial dedicada aos objetos famosos de Breaking Bad. Todas estas peças, reunidas aqui e ali, acabaram chamando atenção para o diretor de arte, que de uma forma muito simples conseguiu mexer com a memória afetiva de muita gente. E o projeto continua, desta vez com Famous Food & Drinks.

Desta vez, Federico Mauro nos conquista pelo estômago, reunindo algumas delícias (ou não) da ficção. A maçã de Branca de Neve, os donuts de Homer Simpson, os bombons de Forrest Gump, o creme brulée de Amélie Poulain, as lembas de O Senhor dos Anéis… Tem também as bebidas… O Cosmopolitan, de Sex and the City, o milk-shake de Pulp Fiction… mas tem também o cérebro de Hannibal e os ovos de Violência Gratuita.

A lista ficou bem bacana, mas não teve como não perceber a ausência do Dry Martini. Batido, não mexido.

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Os 10 Escolhidos de Paulo Coelho

2013 é o ano do Brasil na feira literária de Frankfurt, que já está em andamento na Alemanha, e muito tem se falado sobre o evento por conta do escritor Paulo Coelho. Ele recusou o convite por discordar da lista dos 70 brasileiros selecionados pelo governo para representar o país. As mídias tradicionais e a online já falaram a esmo sobre o assunto desde sexta-feira passada, porém, na tarde de hoje, foi a vez da maior potência da internet brasileira entrar na parada e, em vez de editorializar a questão, permitiu aos leitores que tirassem suas próprias conclusões: o JovemNerd (ancorado pelos criadores Alexandre Ottoni e Deive Pazos) realizou um hangout com Paulo Coelho, André Vianco e Raphael Draccon. O papo foi claro, direto, descontraído e contou até com uma profecia para 2014. Se Paulo Coelho atingir o objetivo com o qual se comprometeu, ele pode trocar a alcunha de Mago para a de Herói da Fantasia e Ficção do Brasil!

“Avisei ao governo que não participaria ainda em março”, comenta Paulo Coelho, embora a mídia só tenha prestado atenção quando ele falou ao jornal Die Welt. O critério da comissão brasileira foi escolher autores premiados. Coelho contrapôs com força: “Autor premiado é aquele que tem público (…) não aquele Zezinho que escreve para 5 amigos”. Logo, ele não integrou a comitiva, tampouco aceitou o convite direto feito pela direção da Feira de Frankfurt. A decisão foi por princípios, diz o autor, logo, participar do evento seria contraprodutivo. A Ministra Marta Suplicy tentou dissuadi-lo da ideia, oferecendo um auditório com cerca de 2000 lugares para recebe-lo (alguns boatos de bastidores indicavam o descontentamento de Paulo Coelho com a recepção que ele teria), mas ele não conseguiu fazer contato e aproveitou o bate-papo para pedir desculpas.

Coelho acredita, e muito, na qualidade dessa nova geração

A maior surpresa da entrevista pública foi uma promessa, ou melhor, um comprometimento que pode transformar gêneros, elevar carreiras e ampliar a presença da literatura brasileira no exterior. “Essa literatura que fazemos não se renova. Vocês (novos autores) estão fazendo isso sem depender do governo e batalhando bastante. Citei alguns nomes de gente que leio! Eu leio vocês! Não chutei só pelos números!”, comentou, defendendo as menções de André Vianco, Carolina Munhoz, Raphael Draccon e Leonel Caldela em sua justificativa. E aí soltou a bomba: “Ano que vem, me comprometo a levar 10 autores para Frankfurt. Não vai ser a lista do Brasil, vai ser a minha lista! E digo isso como futuro chefe de panelinha!”, declarou e descontraiu Paulo Coelho. Ele pretende estipular uma cota mínima de livros vendidos e selecionar os 10 mais relevantes. O conceito não é dele, a ideia foi dada por Eduardo Sphor (único dos citados que está na feira, por conta própria) e já foi tentada nesse ano, sem sucesso. “Eles desconversaram e perdemos a chance”.

Paulo Coelho

“Ano que vei vai ser o Ano dos Nerds em Frankfurt!”

Se esse plano for bem-sucedido e Paulo Coelho desembarcar em Frankfurt no ano que vem com 10 autores de sua escolha, muitos deles famosos na fantasia, ele vai quebrar barreiras e alavancar essas 10 carreiras de forma irreversível. Claro que, desde já, desavenças serão criadas, afinal, todos vão querer estar lá e, sem dúvida, alguns nomes já estão garantidos. Logo, a briga será por 4 ou 5 lugares. Entretanto, só brigará quem for mesquinho e falhar em olhar o benefício que isso trará ao mercado. Imagine a situação: a Harper Collins contrata André Vianco.

A iniciativa dos “10 do Mago” pode ser benéfica em vários aspectos, basta vontade pessoal, comercial e política

Mas o autor que não foi escolhido, continua com uma editora pequena no Brasil. Ele pode reclamar, claro. Mas também pode entender que a presença de Vianco (nesse cenário) vai fazer com que outras editoras americanas tenham interesse nesse tema e nos nossos autores, logo, o caminho para o reclamão pode estar sendo aberto enquanto ele permanece cego em relação ao que realmente importa. Somos (e aqui me incluo) a primeira geração de um novo gênero, de um novo estilo, de gente que escreve pensando no leitor. Temos que apoiar um mercado mais forte, não apenas o interesse pessoal.

Todo mudo quer fazer sucesso, claro! Entretanto, os grandes nomes são o canal para o sucesso geral. As editoras pequenas no exterior também precisam de títulos e vão querer se manter competitivas. É só questão de analisar o mercado e acompanhar seu movimento, não ser um detrator por conta do ego ferido. Como o próprio Paulo Coelho diz, “é preciso ralar; já sofri preconceito, demorei para atrair atenção, mas deu certo; assim como vejo muita gente fazendo um trabalho ótimo no Brasil”.

Respondendo a uma pergunta minha, ele comentou sobre o início de sua carreira internacional. “Cheguei a Frankfurt e a tantos outros mercados por causa de leitores. Um leitor resolveu traduzir um livro para o alemão e lá estava eu. Outro fez em inglês, o que facilita muito a vida, e abrir mais um mercado. Leitores entusiasmados chegavam a bater na porta das editoras dizendo que eu já tinha vendido tantos mil livros e os caras respondiam ‘mas isso são números brasileiros’”, lembra Paulo Coelho. Esse tipo de história acontece mesmo, pois certa vez, quando tentava negociar os direitos internacionais de um colega escritor (que permanecerá em sigilo, claro), ouvi da Tor Books que “vender no Brasil não significa que vai vender aqui”. É uma dura realidade e ela precisa ser mudada. Esse plano acabou de se tornar a peça principal de qualquer estratégia. Marta Suplicy deveria abraçar a ideia, isso sim!

Coelho acredita, e muito, na qualidade dessa nova geração. “Os autores de fantasia não estão nessas listas, ou não são vistos pela crítica, por que eles simplesmente não sabem que eles existem!”, afirma o autor de “O Diário de um Mago”.

“O Brasil está na vanguarda literária e temos qualidade internacional. Já ouvi gente dizendo que quando isso acontece ‘não se trata de uma literatura brasileira’, imagina só? Vi Jorge Amado ser criticado por ser regionalista demais e eu por ser internacional demais”.

Ele promete, e garante o apoio que “só quem é bem-sucedido não tem medo e pode ajudar quem precisa” para realizar esse plano. O homem está decidido a cumprir a missão e ser o “Mago dos Nerds”, como brincou.

Demorei a entrar nesse assunto, pois, como autor de “Filhos do Fim do Mundo”, preciso tomar certos cuidados. Desde o princípio fui solidário e agradecido à postura de Paulo Coelho. Alguém precisa chamar a atenção pública e crítica a essa nova geração de autores fantásticos e só alguém com a relevância dele pode fazer isso. Não há outro jeito, já que resultado de vendas parece não ter servido muito para atrair a atenção das comissões governamentais. Coelho fala que depender do governo não é lá essas coisas, mas, a chancela cultural do Ministério ajudaria, e muito, a consolidação do tema.

Afinal, até quando o currículo escolar vai viver exclusivamente da fantasia de Monteiro Lobato? Ele deve permanecer, mas passou da hora de ganhar companhia! A iniciativa dos “10 do Mago” pode ser benéfica em vários aspectos, basta vontade pessoal, comercial e política. Utópico? Bem, se alguém me dissesse, há 2 horas, que em 2014 teríamos uma comitiva de escritores nerds indo para Frankfurt, eu teria rido e duvidado imediatamente. Agora, ouvindo do cara que, comercialmente, todos devem respeitar e ouvir, tudo muda e há esperança. Outro dia, alguém disse que querer escrever sobre Ficção Científica, apenas lendo FC, é como ir a uma guerra levando apenas balas. E a comida? Paulo Coelho encontrou esse balanço.

Se o plano der certo. Ele cala a boca de muita gente e vai mudar nossos mundos… e todos aqueles que inventamos ou para onde gostamos de viajar! Como diria Fox Mulder, “Eu quero Acreditar!” \o/

Assista ao hangout aqui:

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Fábio M. Barreto é jornalista, cineasta e autor da ficção brasileira “Filhos do Fim do Mundo“, publicada em 2013 pela editora Fantasy/Casa da Palavra, integrante do Grupo LeYa. Mora em Los Angeles e está escrevendo seu segundo romance, ”Snowglobe”.

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AntiCast 98 – New Weird

Olá, antidesigners e brainstormers!
Neste programa, Ivan Mizanzuk recebe os convidados Jacques Barcia e Fábio Fernandes para bater um papo sobre o New Weird, um subgênero literário que revisa alguns princípios da literatura clássica de fantasia, ficção científica e horror. Buscando novas abordagens da tradição “Weird”, iniciada por autores como Edgar Allan Poe e H.P. Lovecraft, além da influência de Jorge Luis Borges, o “New Weird” busca experimentações literárias que exploram o tema de modificação de corpos, criação de mundos sombrios e conflitos sociais entre humanos e outras raças – tudo isso tratado com um cuidadoso apuramento estético do texto. Sendo ainda pouco conhecido no Brasil, aproveitamos para falar como o New Weird começou, quais são os grandes nomes e quem tem experimentado o estilo no Brasil, além de tratarmos também dos possíveis problemas de tradução e mercado editorial de fantasia no Brasil.

SORTEIO: comente neste episódio e concorra a uma cópia do livro “Alquimia da Pedra”, de Ekaterina Sedia, da editora Tarja.

>> 0h14min33seg Pauta principal
>> 1h52min51seg Música de encerramento: “Syndrome”, da banda Deathstars

Arte da episódio por Brads | Fan Page

Links eventos
AntiCast no SMW
Ivan no Papo Lendário sobre Psicologia e Mitologia
Lançamento Leaf #4 – evento “Tutoria”, dia 28.09 e 05.10
Prêmio BRIO
INFOLIDE
DiaTipo

Links relacionados ao programa
Papo na Estante 18 – New Weird
Editora Tarja
Livros do Fábio Fernandes (próprios e traduções)
Conto “Salvaging Gods” – Jacques Barcia
Conto “To Dive Into a Godling, Where Life Begins” – Jacques Barcia
Livros Cirilo Lemos
Livros Jim Anotsu

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Tradutores são um desperdício de espaço…

Você pode já ter ouvido os piores impropérios que existem para definir um tradutor literário, inclusive que eles são um “desperdício de espaço”. Pior ainda, você pode nunca ter ouvido falar nada sobre um tradutor literário, já que para algumas pessoas eles simplesmente não existem e os livros são “magicamente escritos em todos os idiomas de uma vez só”. Para tentar valorizar os profissionais deste segmento e torná-los mais “visíveis”, o Conselho Europeu das Associações de Tradutores Literários (CEATL) criou um concurso anual de curtas chamado Spot the Translator.

A ideia é que os participantes criem vídeos capazes de refletir a existência e a importância dos tradutores literários, seus desafios e o papel que cada um deles desempenha na literatura. Este ano, o grande vencedor será anunciado no próximo dia 16 – duas semanas antes do Dia Internacional da Tradução, celebrado em 30 de setembro -, mas independentemente do resultado, parece que um dos filmes já conquistou a atenção do público em geral.

Escrito e narrado por Erik Skuggevik, da Norwegian Association of Literary Translators, o vídeo Translators Are a Waste of Space tem o mérito de “traduzir” perfeitamente a importância de um tradutor literário utilizando um único texto, que quando lido normalmente ofende os profissionais do segmento dizendo que “tradutores são um desperdício de espaço, se você me perguntar – imbecis linguísticos que pensam que é apenas uma forma de encantar os leitores que acham, contra todas as probabilidades, a literatura traduzida interessante”.

A narração segue assim até 1:30, quando o texto começa um scroll back e, utilizando as mesmas frases, o texto uma conclusão completamente diferente: “… estes são raros indivíduos que fazem a literatura traduzida interessante, que encontram contra todas as probabilidades uma maneira de encantar os leitores. São apenas os imbecis linguísticos que pensam que tradutores são um desperdício de espaço, se você me perguntar”. A tradução não fica tão bacana quanto o original, mas afinal, não sou uma tradutora profissional.

Eu admito que só me lembro do tradutor literário quando a tradução é ruim e eu não consigo seguir adiante com a leitura. No final das contas, acho que a grande genialidade de um tradutor está mesmo em se fazer invisível, praticamente recriando uma obra em outro idioma, mas de maneira tão perfeita que a gente nem lembra que ele existe.

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AntiCast 95 – “Campo em Branco”

Olá, antidesigners e brainstormers!

Neste programa, Ivan Mizanzuk e Brads conversam com Emilio Fraia e DW Ribatski, autores da HQ “Campo em Branco“, lançada este ano pelo selo Quadrinhos na Cia. Conheça mais sobre a trajetória desses dois novos talentos da cena de quadrinhos brasileira, saiba como foi o processo de criação da história, as técnicas utilizadas, os estudos feitos e, como se não bastasse, concorra a uma cópia da HQ! Para tentar o sorteio de uma cópia, basta postar um comentário logo abaixo. Boa sorte!

>> 0h04min06seg Pauta principal
>> 1h03min19seg Leitura de comentários
>> 1h21min12seg Música de encerramento: “Mais uma vez desanimou”, da banda Hurtmold

Links
Prefiro Baudrillard #11 – Insignificante Design – Parte I
Lançamento do livro “Existe Design” e worskhop “Filosofia do Design” em São Paulo, no dia 20 de Setembro
Blog do Emilio
Blog “Quadrinhos autorais”, de DW Ribatski

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Um ganhador do Oscar nos pântanos da Louisiana

Se não fosse um contador de histórias, William Joyce poderia ser um James Bond, um Robin Hood, um Groucho Marx ou qualquer um dos maridos de Ava Gardner – nesta ordem, como ele mesmo colocou. Fato é que, como um contador de histórias, ele resolveu que poderia ser tudo isso e muito mais ao construir universos inteiros com sua imaginação, moldando personagens fantásticos, prontos para viver histórias inesquecíveis.

E com tantas boas histórias para se contar, ele percebeu que não poderia se prender a uma única arte ou meio. Hoje vemos suas criações em livros, aplicativos e animações, como é o caso de The Fantastic Flying Books of Mr. Morris Lessmore, que em 2012 levou o Oscar de melhor curta de animação, A Origem dos Guardiões, Reino Escondido, The Numberlys, entre outros projetos.

Após trabalhar com estúdios como a Disney, Twentieth Century Fox, DreamWorks e Pixar – onde ele participou de pequenos projetos que talvez você conheça, como Toy Story e Vida de Inseto -, desde 2010 ele está à frente do Moonbot Studios, ao lado de Brandon Oldenburg e Lampton Enochs, onde diariamente coloca em prática a filosofia de desenvolver histórias para livros, filmes, aplicativos e jogos com narrativas envolventes e um visual à altura.

E tudo isso bem longe de Nova York, Los Angeles e dos grandes investidores, em Shreveport, Louisiana. William Joyce e sua equipe nos ajudam a lembrar – e também a acreditar – que talento e capacidade para realizar grandes projetos não dependem de geografia, e que não é preciso estar nos grandes centros para dar certo.

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A galera da Royalpixel teve uma oportunidade de conversar com William Joyce sobre processo criativo, imaginação e o que faz boas histórias. Confira o que ele nos disse:

Na sua opinião, o que torna uma história ótima?
Aquela sensação de desespero para descobrir o que acontece em seguida.

Acredito que aplicativos ou qualquer nova tecnologia são apenas novas formas para se contar uma história. Se isso pode interessar não-leitores e torná-los leitores, então bravo!

Você se sente mais como um escritor que ilustra ou um ilustrador que escreve?
Eu pinto. Eu escrevo. Ambas as artes contam uma história. Então, sou um contador de histórias.

O que influencia você como um artista e um autor? O que você assistia quando criança?
Eu precisaria de uma enciclopédia. Sou a primeira geração de crianças com televisão. Meu cérebro foi soldado ao circuito de nosso aparelho de TV preto e branco RCA Viewmaster. Todos os dias e noites eu via toda a polpa do passado, presente e futuro que a televisão tinha a oferecer. Também havia os quadrinhos, minha família e outros ilustradores.

Eu pinto. Eu escrevo. Ambas as artes contam uma história. Então, sou um contador de histórias.

Quem são seus heróis na animação com que você já trabalhou?
Max Fleischer. Gustaf Tenggren. Windsor McKay. Lotte Reiniger. Maurice Sendak. Steven Spielberg. Eu acredito que Hitchcock, Frank Capra e John Ford seriam diretores de animação. Seus filmes são tão estilizados. Eles são tão fora da realidade quanto os desenhos, mas eles fazem com que você acredite em suas realidades.

O que você acredita que estaria fazendo se não fosse um contador de histórias?
Não tenho ideia, mas gostaria de ser várias coisas, em ordem de preferência:
1. James Bond
2. Robin Hood
3. Groucho Marx
4. Qualquer um dos maridos de Ava Gardner.

De onde vem sua inspiração criativa?
De tudo. De todos. De qualquer lugar.

Quanto de sua experiência pessoal você usa nas histórias que você cria?
Mais do que eu gostaria ou do que estou consciente.

Eu acredito que Hitchcock, Frank Capra e John Ford seriam diretores de animação. Seus filmes são tão estilizados

Até aqui, você já produziu livros, ilustrações, animações, filmes, programas de TV e aplicativos. Há uma aproximação diferente para cada uma delas? Qual é a mais satisfatória?
Todas elas têm seus prazeres em particular. Todas elas têm um jeito diferente de se apresentar uma história. A questão é como cada meio pode ser melhor utilizado para envolver e encantar o público.

Como é o processo inicial de desenvolvimento e produção de um projeto para você?
É o paraíso. Você está inventando um mundo em que você gostaria de estar.

O que você acha do processo direcionado pelo storyboard?
Eu acredito que é consideravelmente mais divertido que varrer, limpar ou cavar valas.

Você pode falar sobre o processo de desenvolvimento de Reino Escondido (Epic)? É difícil ver suas ideias mexidas, adaptadas e transformadas em algo novo?
O processo foi longo. Foi bastante colaborativo. Só era difícil quando eu estava certo e eles errados. Mas com Epic e Rise of the Guardians (A Origem dos Guardiões) isso não aconteceu com muita frequência.

Qual a contribuição que a tecnologia traz para a leitura e como o Moonbot Studios a usa em seus aplicativos?
Acredito que aplicativos ou qualquer nova tecnologia são apenas novas formas para se contar uma história. Se isso pode interessar não-leitores e torná-los leitores, então bravo!

Trabalho bem-feito.

O que você aprendeu com o lançamento da Moonbot?
Que ser o chefe é muito divertido, muito satisfatório, nos faz mais humildes e é muito enriquecedor em cada experiência e emoção. E algumas vezes é também um pouco solitário.

Quais as vantagens e desvantagens de se trabalhar na Louisiana?
A comida é maravilhosa. As pessoas são deliciosamente estranhas e gentis. Shreveport é um ótimo lugar para se observar a condição humana, em toda sua glória peculiar.

Ser o chefe é muito divertido, muito satisfatório, nos faz mais humildes e é muito enriquecedor em cada experiência e emoção. E algumas vezes é também um pouco solitário.

O que vem por aí?
A curto prazo, para mim é:
No outono, um livro ilustrado chamado The Mischievians, sobre todas aquelas coisas que todo mundo se pergunta – para onde vão aqueles pé de meia perdidos, e de onde vem aqueles fiapos de algodão do umbigo? – Também será lançado o próximo livro da série Guardians of Childhood, Sandman and the War of Dreams. O Moonbot está produzindo diversos curtas, um deles baseado no aplicativo The Numberlys.

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AntiCast 91 – O Livro das Mil e Uma Noites

Olá, antidesigners e brainstormers!
Neste programa, Ivan Mizanzuk e Jussara Almeida conversam com o tradutor Mamede Mustafa Jarouche, tradutor do Livro das Mil e Uma Noites – a primeira edição traduzida diretamente do árabe para o português. Conheça um pouco mais sobre as várias versões desse tesouro da literatura mundial, as dificuldades da tradução, a polêmica acerca de Aladim e Ali Baba, o erotismo na cultura islâmica e um monte de outras coisas!

>> 0h02min30seg Pauta Principal
>> 1h48min00seg Música de encerramento: “Merciless Times”, da banda Myrath

Links
Caverna das Letras #02 – “A Tristeza Extraordinária do Leopardo-das-Neves”, de Joca Terron
Cursos de Filosofia do Design em SP e RJ

Livros
Box Livro das Mil e Uma Noites (4 volumes)
Livro das Mil e Uma Noites – Antologia
Histórias Para Ler Sem Pressa
Livro das Mil e Uma Noites, V.1
Livro das Mil e Uma Noites, V.2
Livro das Mil e Uma Noites, V.3
Livro das Mil e Uma Noites, V.4
Cento e Uma Noites – Histórias Árabes da Tunísia
O Leão e o Chacal Mergulhador

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Penguin Street Art transforma arte de rua em capas de livros

Pensando em renovar as capas de seus 10 maiores títulos contemporâneos, a Penguin pediu ajuda para alguns dos mais renomados artistas de rua do mundo. O projeto Penguin Street Art brifou estes artistas para criarem as artes das capas destes livros, usando as paredes de Londres como suporte. Os livros foram relançados com as novas capas, cada uma baseando-se no olhar do artista sobre a obra.

Cada arte carrega o estilo do artista como diferencial, além do reflexo do espaço público e da contemporaneidade das ruas, através das texturas da parede e do próprio espaço ocupado.

O projeto incluiu grandes livros que fazem parte da lista de todo fã de literatura, como “The Reluctant Fundamentalist”, de Mohsin Hamid, “What a Carve up!”, de Jonathan Coe’s, “How to be Good”, de Nick Hornby e “The Believers”, de Zoe Heller.

Os artistas vieram de diferentes cantos do mundo, incluindo o belga ROA (que pintou “And the Ass Saw the Angel” de Nick Cave) e o australiano The Yok (que pintou “Armadillo” de William Boyd), cada um com estilos únicos que levam novos olhares às histórias já tão conhecidas.

Além do redesign, ter uma arte de rua estampada em uma capa de livro acaba por atingir novos públicos e por promover uma hibridização de conceitos criativos, enriquecendo as histórias e agregando repertório aos consumidores.

No site do projeto, é possível ler mais sobre os livros e do processo criativo por trás das novas capas.

Livros que falam pelo seu tempo merecem uma capa à altura.

The Believers (Zoe Heller) - Artista: Sickboy

The Believers (Zoe Heller) – Artista: Sickboy

What a Carve Up! (Jonathan Coe) - Artista: Dain

What a Carve Up! (Jonathan Coe) – Artista: Dain

And the Ass Saw the Angel (Nick Cave) - Artista: ROA

And the Ass Saw the Angel (Nick Cave) – Artista: ROA

Hawksmoor (Peter Ackroyd) - Artista: Barn

Hawksmoor (Peter Ackroyd) – Artista: Barn

The Reluctant Fundamentalist (Mohsin Hamid) - Artista: Mittenimwald

The Reluctant Fundamentalist (Mohsin Hamid) – Artista: Mittenimwald

Americana (Don DeLillo) - Artista: Dr Henry Jekyll

Americana (Don DeLillo) – Artista: Dr Henry Jekyll

How to be Good (Nick Hornby) - Artista: Agostino

How to be Good (Nick Hornby) – Artista: Agostino

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Fluxograma passeia pelo universo de Stephen King

Apesar de ser reconhecido por seus livros de horror – que originaram filmes como Carrie, A Estranha (seu livro de estreia), O Iluminado e Cemitério Maldito -, a obra literária de Stephen King é muito mais abrangente. O escritor criou personagens tremendamente humanos para histórias envolventes – como John Coffey, o gigante com um dom especial da série O Corredor da Morte (o filme À Espera de Um Milagre tenta condensar os seis livros da coleção) – o que torna impossível não reverenciá-lo por seu legado.

E falando em reverência, não são poucos os fãs de Stephen King. A designer australiana TessieGirl, por exemplo, se apaixonou pelos livros do escritor na adolescência e rende sua homenagem a ele no fluxograma The Stephen King Universe.

O gráfico foi atualizado recentemente, para incluir o clássico A Torre Negra e faz conexões entre personagens e histórias de uma maneira que é possível passar horas se perdendo pelas ligações encontradas por TessieGirl e ela mesma admite que ainda tem muita coisa faltando. Mas para quem é fã do escritor, é um bom começo.

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Paragraph Shorts: uma revista para iPad com contos escolhidos a dedo

Pensando em tirar os leitores do “automático”, a Paragraph Shorts é uma nova revista para iPad que entrega uma seleção de contos em formato de texto, áudio e vídeo a partir de uma curadoria entre histórias publicadas em lugares como The Paris Review, The New Yorker, The Moth The Guardian.

A cada semana, a equipe da revista seleciona sete histórias que granham em visual ao serem readaptadas para usufruirem o máximo possível dos recursos do tablet. Além do texto, há intregação com atualizações dos autores via Twitter e Facebook. A seleção ainda abriga alguns vídeos e alternativas em áudio, para quem estiver afim de ouvir a narração em vez de ler. Para a leitura ficar confortável, é possível personalizar características como fonte, cor e tamanho da letra.

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“O conto é o antídoto perfeito para as tantas atualizações efêmeras e triviais de hoje. Mas encontrar uma boa história requer lidar com centenas de diferentes fontes e ter olhar apurado para descobrir novas pérolas.” Ziv Navoth – CEO, no blog da Paragraph Shorts

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De fato, este é o tipo de aplicativo que se utiliza muito bem do meio, o iPad, para entregar a mensagem perfeita – histórias curtas em vez de romances, acompanhados de visual caprichado e uma pitada multimídia e social que não atrapalha a leitura.

Paragraph Shorts está disponível de graça para iPad.

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Hemingway & Gellhorn: A realidade de um homem é a ficção do vizinho

Memória. Nossa melhor arma. Lembramos do que nos motiva, daqueles momentos fundamentais e transformadores. Também lembramos quando sofremos. Quem apanha nunca esquece, já dizia o ditado. Lembrar é fundamental. Na prova, garante a nota; na vida, garante a evolução e ensinamento.

Entender o passado é algo vital e só quem lembra consegue colocar dois momentos, duas decisões, dois conceitos na balança e ponderar sobre o resultado. Nunca conheci Ernest Hemingway, ele morreu muito antes de eu nascer, tampouco fui criado numa escola norte-americana, onde seu trabalho seria valorizado a peso de ouro – ao lado de Mark Twain – e demorei a descobrir não apenas quem ele foi, mas como ele escreveu.

Hemingway & Gellhorn
Hemingway & Gellhorn

Tudo aconteceu de repente, num turbilhão curioso e cujo encadeamento, até o momento, culmina com esse texto. Tudo por conta da memória, tudo por conta de um momento inesquecível. Nunca vou deixar de lembrar de Clive Owen (no filme “Hemingway & Gellhorn“, 2012, HBO Films), datilografando de pé, com violência e propósito, e deixando cada página descartada de romances como “A Farewell To Arms” ou “For Whom the Bell Tolls” cair com leveza no cesto de lixo para evitar a “loucura garantida do escritor que amassa suas folhas e as atira ao cesto”. Nunca esquecer é sempre respeitar; e o amor verdadeiro surge, ao seu tempo e modo, no meio disso tudo.

Seria exagero dizer que amo o trabalho de Hemingway. Tenho um respeito crescente pelo estilo e um certo fascínio por quem ele foi, especialmente na parte produtiva da vida. Recentemente, comecei a ler “The Sun Also Rises” (“O Sol Também Se Levanta”, no Brasil) e revi o telefilme da HBO, com Clive Owen como Hemingway e Nicole Kidman como uma de suas esposas, a jornalista e correspondente de guerra Martha Gellhorn. Devo ter assistido a esse filme umas cinco ou seis vezes, é uma boa obra. Tem o Rodrigo Santoro trabalhando bem, é um registro histórico e, de certo modo, explica as origens do formato moderno da minha profissão de escolha e também conversa com meu constante desejo e impulso para produzir literatura.

Além da cena citada no princípio, que representa o momento em que Gellhorn se apaixona por Hemingway (e que também me convenceu a mergulhar naquela vida maluca), Clive Owen fez uma escolha ousada demais, irreversível demais e, até o momento (essa análise pode mudar assim que eu terminar de ler os quatro volumes que estão na fila), acertada demais. Ao acompanhar os personagens vagando pelas ruas da Paris dos anos 20 em “The Sun Also Rises”, consigo imaginar Owen interpretando o personagem principal por conta da entonação de sua voz, do ritmo cadenciado com o qual ele fala e entrega diálogos curtos, mas, normalmente, efetivos. De certo modo, ele se transformou nos personagens de Hemingway na busca pela identidade do autor. E aí pergunto: onde acabava Hemingway e onde começavam seus personagens? Clive Owen encontrou uma resposta na separação tênue, por vezes quase inexistente, entre os dois.

Se a vida imita a arte, a vida de Hemingway foi uma ópera inconsciente.

Essa situação encontra bases na clara natureza autobiográfica existente em “The Sun Also Rises” e na idolatria de Hemingway a seu estilo de vida, à suas crenças e ao estigma de homem viril. O filme trata muito disso de forma muito triste. Assim como um personagem abandonado pelo público, vemos todos os estágios dessa relação na vida do escritor. Ele ascendeu com talento, despertou o interesse mundial por sua obra e suas realizações como correspondente de guerra, mas repetiu a fórmula por tempo demais até cair no esquecimento, se tornar uma sombra do que fora e, com toda a melancolia inerente ao processo, perder tudo que amava.

A ironia de tudo isso é essa história render um roteiro amplo, grandioso e extremamente envolvente para quem gosta de literatura (algo muito mais efetivo e informativo que “Meia-Noite em Paris“, de Woody Allen, que faz alusão a esse período – e até mostra Hemingway -, mas limita-se a ponderar sobre a sociedade atual e não estuda de onde ela veio a fundo) sem muito exagero hollywoodiano ou forçadas de barra. Se a vida imita a arte, a vida de Hemingway foi uma ópera inconsciente.

Mas, falando assim, incorro no mesmo erro pontuado por “Hemingway & Gellhorn”, a história do filme é dela. Uma das esposas. A correspondente que “se construiu em torno do Homem”. Uma figura tão importante e relevante quanto o próprio Hemingway, porém, com uma falha: ela optou pela reportagem como principal meio de trabalho, não pelos romances (publicou uma ficção política sobre McCartismo, um romance sobre a ascenção nazista e várias coletâneas de suas matérias) ou a literatura ficcional. E, por mais que exista talento no trabalho jornalístico, em termos históricos, ele sempre vai ficar à margem do poder da narrativa e das grandes histórias da literatura.

“Hemingway & Gellhorn” faz justiça ao evitar que as realizações de Martha sejam, como ela mesma diz, uma nota de rodapé na vida de outra pessoa

Pergunte a Woodward e Bernstein quantas pessoas abaixo de 35 anos leram as matérias do Washington Post, e quantas leram o livro ou viram o filme? A fonte original, inevitavelmente, se torna território de eruditos ou estudiosos. Atualmente, o que vale são os derivados, as reinterpretações, os resumos, a coleção de fatos mais importantes. E isso a literatura faz como ninguém, ao envelopar grandes eventos em histórias maiores aindas e deixar o leitor completamente maluco para saber como tudo termina.

Por conta disso, “Hemingway & Gellhorn” faz justiça ao evitar que as realizações de Martha sejam, como ela mesma diz, “uma nota de rodapé na vida de outra pessoa”. Embora vejamos muito da vida dele pelo ponto de vista dela, o mito de Hemingway é tão poderoso que ele domina o filme com palavras pungentes, bebedeiras homéricas, sexo e mais sexo, e uma decadência aterrorizante.

Se ele acreditou na própria lenda ou nada mais fez do que viver como seus personagens fica difícil afirmar sem olhar mais a fundo nos arquivos pessoais, mas, olhando apenas o que ele escreveu e quem as manchetes de jornais conheciam, dá até dó do Hunter Thompson; Hemingway brilhou forte demais e só deve ter sido feliz enquanto todo aquele mundo fazia sentido, quando ideais se encontravam no campo de batalha e a última versão da lei do mais forte mandava tanto no jornalismo quanto na literatura.

Hemingway & Gellhorn

Quando li “O Velho e o Mar” pela primeira vez, não vi nada disso. Aliás, pouco me interessa a vida pessoal dos meus ídolos (acho que nunca falei tanto sobre um deles, diga-se de passagem) e costumo respeitar a obra acima da pessoa. Mas nem todo mundo rende filme biográfico e nem todo mundo dá a sorte de ter Clive Owen sendo seu intérprete. Em “O Velho”, vi um sujeito pagando os pecados, encontrando uma forma de aceitar a realidade, e as limitações, da pior maneira possível. Senti um homem orgulhoso, amargurado e ainda disposto a lutar. Sempre atribui tudo isso ao Velho Santiago, mas hoje vejo que ali estava Hemingway, exorcisando seus demônios, conversando consigo mesmo enquanto dava cabo do peixe e vislumbrando o próprio fim.

Hemingway & Gellhorn:

Muita gente usa a defesa “não sou o que eu escrevo/produzo/crio” para ignorar o festival de boçalidade, e agressividade descabida da internet, mas o faz por puro desespero contra um inimigo invencível. Hemingway acreditava no contrário, olhando para o estilo e os personagens, ele era o que escrevia, ele era aqueles homens. Viveu pela pena e, mesmo depois da desgraça e do suicídio, continua a viver pela pena, pelo cinema e por articulistas que sempre o descubrirão e entenderão a necessidade por alguém direto, por vezes bruto, capaz de escrever ficção de forma real, quase cotidiana, e nos cativar como se estivéssemos descobrindo um novo planeta, cheio de novos seres e plantas.

Alguém pode facilmente pontuar, com razão, que se olharmos apenas o homem, veremos um bebum, machista, fanático por touradas, maluco, arrogante e desprezível. Os indícios são claros. Mas me pergunto o que seria da cultura se julgassemos todos os artistas por quem foram, em vez do que fizeram. Prefiro usar a cara do “ignorância é uma benção” nessas horas e ver apenas o resultado final, a obra. E, até hoje, de tudo que li, a ficção realista de Hemingway é forte demais.

Depois de tudo isso, penso numa coisa: A realidade de um homem é a ficção do vizinho!

PS: Muito desse grande envolvimento com a literatura reflete meu momento atual. Estreei como romancista e o livro “Filhos do Fim do Mundo”, cujo processo criativo descrevi nesse post aqui no B9, está em pré-venda e a empolgação está nas alturas!

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Agência transforma grandes autores em técnicos esportivos

Assim como o corpo humano, que precisa de exercícios para manter um bom condicionamento físico, o cérebro também precisa de atividades que o estimulem. A leitura é uma das principais. Seguindo este raciocínio, a agência russa Slava transformou grandes autores como Leon Tolstói, Anton Chekhov e Alexander Pushkin em técnicos esportivos. A campanha foi feita para a Agência Federal de Publicações e Comunicação em Massa e tem por objetivo estimular a leitura, especialmente dos clássicos russos.

Cada uma das peças ficou bem interessante, graças à combinação das ótimas ilustrações de Max Kostenko, a tipografia de Alex Matveev – que consegue chamar a atenção dos jovens, público-alvo da campanha-, e ainda os textos Victor Sokolov, que foi muito feliz na tarefa de traduzir em palavras o espírito da ideia. Na minha cabeça, já fiquei imaginando ramificações deste projeto, com games e filmes.

Aqui no Brasil, quem seriam nossos grandes autores e em quais os esportes eles se tornariam técnicos? Machado de Assis, no futebol? Guimarães Rosa no vôlei? Clarice Lispector na ginástica olímpica?


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Imaginaria: Um Foursquare para check-ins em lugares que só existem na imaginação

Como um Foursquare da ficção, o Imaginaria é um aplicativo da rede Livraria da Vila em que você pode dar check-in em locais que só existem na imaginação.

Além da brincadeira em si, que pode ser compartilhada nas redes sociais, sua participação no app pode ser convertida em descontos para compra nas lojas físicas.

A ideia é bacana e o app é bem desenhado. Só não consegui adicionar um novo local, e a busca precisa de refinamento. Sendo assim, quem gostar da ferramenta vai precisa torcer para que não deixem de atualizar e melhorar o aplicativo depois de Cannes.

O download é gratuito na App Store. A criação é da JWT.

Brainstorm9Post originalmente publicado no Brainstorm #9
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