As histórias por trás de itens à venda no eBay

Uma intersecção entre antropologia digital e analógica, usando o ambiente online para compartilhar memórias, reconfigurando objetos, dando novos contextos e transformando o consumo.

Desde 2007, Emily Spivack tem usado o eBay como fonte para descobrir notáveis histórias e segredos que carregamos por trás de cada objeto que já tivemos um dia. Seu projeto, o site Sentimental Value, é uma curadoria de itens que estão à venda no ecommerce, junto aos comentários e descrições pessoais dos usuários sobre seus objetos, o que significam à eles e porque o estão vendendo.

Spivack começou o projeto por acaso, buscando por roupas vintages. Seu interesse pelas descrições pessoais que os usuários adicionavam aos seus objetos a levou a colecionar histórias, interessada na ideia de como o eBay também era uma plataforma que indiretamente havia se tornado um repositório para compartilhar memórias e histórias.

Hoje, Sentimental Value saiu da internet para o museu, convertido em uma exposição no Philadelphia Art Alliance que está acontecendo até o final de agosto, compartilhando com o público 23 itens de roupas e as histórias que carregam.

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O projeto mostra como o eBay, plataforma online baseada em transações e consumo, se transformou em um baú de histórias efêmeras.

Durante a exposição, as roupas se tornam objetos de arte e os visitantes ganham detalhes de cada uma delas, de forma a construir suas próprias narrativas. Alguns dos itens expostos: vestido verde de chiffon com sangue de um assassinato, óculos de sol tocados por Michael Jackson, tênis Nike com as bolhas de ar estouradas por uma ex-namorada, um vestido preto comprado por engano durante um momento de abuso de drogas.

Enquanto as camisetas mais básicas tendem a carregar lembranças mais ricas do que as peças de grandes designers, o projeto oferece às pessoas uma forma de reconfigurar o valor de um objeto, ao olhar para seus armários, pausar, e relembrar as histórias por trás de cada um. Um antídoto à cultura do consumo, onde etiquetas tendem a nos definir e dividir.

Brainstorm9Post originalmente publicado no Brainstorm #9
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Red Bull desafia equipes a inventarem novos instrumentos musicais

Red Bull Creation voltou ao Brooklyn para a sua terceira edição da maratona criativa que une engenheiros, programadores e artistas para desenvolverem trabalhos frente à um desafio específico. Este ano, 6 equipes foram selecionados via Internet para criarem um novo tipo de instrumento musical, em apenas 72 horas.

“Os juízes ficaram deslumbrados em como os intrumentos foram re-imaginados. As possibilidades de usá-los no futuro são infinitas.” – Greg Needel, Júri

A empresa disponibilizou todos os tipos de materiais para a construção de protótipos, de madeira e metal à motores e eletrônicos, passando até por telas de plasma, impressoras 3D e cortadores à laser.

A abordagem para criar o instrumento variou de equipe para a equipe. Alguns adaptaram e modificaram instrumentos tradicionais para serem tocados de novas formas. Outros criaram instrumentos a partir de objetos comuns como tubos plásticos e jarras de vidro. Duas da equipes até usaram sons criados digitalmente, através de interfaces únicas.

Participants - Lifestyle

The Erte-tronic Deco Decoder

REDBULL-I3

Whirly Turbulator

Participants - Lifestyle

Autoloop

A equipe 1.21.Jigawatts, de Mineápolis, foi a vencedora da maratona em 2011. Este, criaram o The Erte-tronic Deco Decoder, que traduzia graffiti em música. Com um rolo de papel que funcionou como tela, ao ser passado por uma série de sensores de leitura, os desenhos de spray engatilhavam sinos e tocavam sons. Eles ganharam o prêmio do Júri Popular.

Já a equipe I3, de Detroit, levou o prêmio de Melhor Equipe pelo seu instrumento Whirly Turbulator, uma máquina que gera som através de tubos plásticos giratórios, modificados por furadeiras elétricas e com cordas.

Por fim, o MB Labs levou o grande prêmio pelo seu projeto Autoloop, que deixa os usuários controlarem uma bateria através de uma mesa separada, que usam sensores para determinar os ritmos, variando dependendo dos objetos escolhidos e posicionados na mesa.

Todos os projetos podem ser vistos aqui. Misturando objetos comuns do dia-a-dia com tecnologia criativa, a maratona aponta tendências na indústria da música e do design, que vai da adaptação da famosa gambiarra à transformação do que parecia complexo em algo simples, como criar sons a partir da combinação de movimentos e objetos.

Brainstorm9Post originalmente publicado no Brainstorm #9
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OK Go viaja para Suécia para captar som da Aurora Boreal em campanha da Sony

Membros da banda OK Go viajaram para o Círculo Polar Ártico com um grupo de outros artistas para captarem o som da Aurora Boreal, fenômeno óptico que mostra um brilho no céu das regiões polares durante à noite, devido ao impacto do vento solar e da poeira espacial encontrados na via láctea com a alta atmosfera da Terra.

“Tentamos criar algo que evocasse a nostalgia, o pensamento e a reflexão das pessoas quando estão em silêncio.” – Damian Kulash, OK Go

Junto ao estrategista digital Mike Rosenthal e o fotógrafo Martien Mulder, a banda viajou para a vila de Jukkasjärvi, no norte da Suécia, como parceiros da Sony, com o objetivo de criar uma representação audiovisual da Aurora Boreal, a ser usada em uma campanha da marca.

A equipe, armada de smartphones e tablets Sony Xperia Z, além de instrumentos musicais como bateria, sintetizadores e arpa sueca, buscou ir além do típico som e vídeo, variando os aparelhos em diferentes combinações e espaços.

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“Estava -25C. O frio era perverso, o maior desafio de todos. As baterias acabavam duas vezes mais rápido.” Damian Kulash, OK Go

Um dos principais instrumentos usado foi um receptor de rádio frequência bem baixa, que capta os sons que ocorrem naturalmente entre espectros 200Hz e 10.000 Hz, criados pela magnetosfera da Terra. O aparelho, então, converte essas ondas de rádio em frequências de sons que humanos podem ouvir. Com isso, foi possível literalmente gravar os sons da
Aurora Boreal.

Ao mesmo tempo, Mulder tirou fotos e as colocou em um vídeo como uma colagem em stop motion. Seu trabalho retrata obsessivamente a luz, conseguindo mostrar a imensidão e a quietude do lugar.

Você pode ouvir os sons gravados aqui.

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Brainstorm9Post originalmente publicado no Brainstorm #9
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