X-Men: Dias de um futuro inesquecível

Escolha. Algo inerente a todo ser humano, cujas vidas são formadas por uma imensa amálgama de decisões de todos os tamanhos e repercussões. Algo capaz de nos transformar nos maiores heróis, nos piores vilões ou, na maioria dos casos, em membros de uma sociedade que, como reflexo de seus integrantes, também escolhe. E também erra, trazendo desgraça e dor.

Entretanto, encontramos esperança naqueles momentos, tão ímpares quanto sublimes, de acerto e avanço. Há tantas leituras quanto possíveis mutações para o conceito dos X-Men. Sempre foi assim. A saga dos mutantes no cinema veio para reforçar as mais fundamentais. Com “X-Men: Dias De Um Futuro Esquecido”, a santa trindade volta à baila com força, emoção e eficácia extrema: confiança, escolha e esperança.

O sucesso e a qualidade de “X-Men: Primeira Classe” são indiscutíveis. A revitalização da temática, o novo elenco e uma visão mais independente dos quadrinhos em relação aos primeiros filmes deram um passo evolutivo extremo na mitologia dos mutantes na telona.

O que foi bom, afinal, a Marvel está dominando o mercado com o conceito dos universos complexos e a Fox não podia ficar se contentando com uma franquia defasada – especialmente depois da inconsistência dos filmes de Wolverine –, logo, tudo mudou com o filme de Matthew Vaughn. E para melhor, pois foi o fôlego de “Primeira Classe” que permitiu o salto – sem paraquedas e sem volta – na mitologia da maior, e mais dramática, saga dos X-Men.

Bryan Singer no set

Bryan Singer no set

X-Men

“Dias do Um Futuro Esquecido” envolve tragédias, sacrifícios, muito drama e, claro, escolhas. Muito graças à dinâmica entre as versões sexagenárias de Professor X e Magneto, num clara referência à fé numa segunda chance e ao poder da amizade reconstruída por conta da experiência. É difícil torcer por Magneto – contanto que você não tenha tendências assassinas, claro –, mas, dessa vez, o roteiro permite que Ian McKellen redima o personagem e nos faça sentir com ele.

Os quadrinhos já discutiram praticamente todos os temas possíveis, mas quem escolhe os assuntos a serem tratados pelos filmes é o momento. Quais aspectos vão fazer sentido para quem nunca leu uma página? Como manter a crítica social e política sempre presente?

Curiosamente, “Man of Steel”, “Capitão América: O Soldado Invernal” e “X-Men: Dias de Um Futuro Esquecido” entenderam a demanda atual e bateram forte na repressão, no medo do controle do Estado e nas ameaças que a alta tecnologia (em referência aos drones de combate) podem trazer contra os “inimigos”.

Aí entram as Sentinelas, muito mais próximas do visual do Destruidor, de “Thor”, do que dos quadrinhos, elas incorporam todos esses medos e conceitos. Isso permite que o filme vá além da mensagem constante da coexistência, sempre presente em X-Men, e discuta também a liberdade, os limites da sociedade e a importância da individualidade.

Singer mostra que é possível abordar temáticas sérias e ser socialmente relevante sem “Nolanizar” um filme de super-herói

Individualidade essa que, inevitavelmente, pode definir o futuro de milhões, afinal, Tio Ben precisa ser evocado. E, se com grandes poderes vem grandes responsabilidades, um ato impensado ou equivocado pode transformar o planeta. Isaac Asimov brincou com isso em “A Fundação”, quando, mesmo protegido por uma armada toda-poderosa e exércitos invencíveis, o Imperador Creonte é morto pela mais improvável das razões e a Galáxia segue um novo rumo.

X-Men

X-Men

As analogias não tem fim, afinal, escolher é nossa grande força. E nossa ruína, afinal, pode haver um oceano sem fim entre um sim e um não. Nesse ponto, Bryan Singer – de volta à franquia “boba” que ele elevou ao nível da seriedade e relevância cinematográfica – soube trabalhar muito bem o distanciamento dos personagens, preservando suas razões e convicções, sem ignorar a lógica e a história. Ou seja, nada de reviravoltas descartáveis só para satisfazer o roteiro.

“X-Men: Dias do Futuro Esquecido” mostra que é possível abordar temáticas sérias, colocar tudo em risco e ser socialmente relevante sem “Nolanizar” um filme de super-herói. E isso o diferencia brutalmente de “Capitão América: O Soldado Invernal” (o que não invalida o filme, claro; revi uma segunda vez e continua bastante interessante) ao apostar em estruturas próprias e igualmente efetivas. Há um diferencial, porém.

O Capitão é só um, enquanto os X-Men sobram em número e em níveis emocionais. Patrick Stewart e Ian McKellen brilham como nunca; James McAvoy e Michael Fassbender são duas forças descomunais; e Hugh Jackman rouba o filme de maneira tão arrebatadora que faz pensar por que a Fox insiste em roteiros tão mequetrefes para seus filmes solo?

Jackman, sempre simpático e modesto em entrevistas, emociona sem fazer esforço, faz rir nas horas certas e vive um dos maiores arcos dramáticos dessa Era de Ouro dos Heróis no cinema. Tony Stark que me desculpe, mas crise de ansiedade é brincadeira de criança perto do que Wolverine mostra em tela.

Singer e Peter Dinklage

Singer e Peter Dinklage

X-Men

É tudo uma questão de tom. De entender quando é preciso ser leve e quando a coisa é séria. O primeiro ato do filme é brilhantemente garantido por combates e pelo uso cirúrgico de Quicksilver, um dos personagens mais irreverentes dos X-Men no cinema.

A cena dentro do Pentágono é absolutamente fantástica, em todos os aspectos. Efeitos, roteiro, trilha, interpretação, edição, tudo. Em contrapartida, o terceiro ato é de uma melancolia impressionante, com grandes arcos sendo fechados e milhões de vidas em jogo de uma forma bem mais envolvente e crível do que o acidente aéreo previsível de “O Espetacular Homem-Aranha 2”.

O fanboy

Foi difícil não chorar do final do segundo ato até o final. Há uma sensação inexplicável de fim de ciclo, de sacrifício supremo e de dó. Nem todos ganham quando passado, presente e futuro são alterados, mas os poucos presentes que o destino reserva são valiosos demais.

Essa talvez seja a maior força de “X-Men: Dias de Um Futuro Esquecido”: fazer com que o drama supere a roupagem dos super-heróis e envolva por si só. Bryan Singer está irreconhecivelmente aprimorado na melhor direção da carreira e o roteiro de Simon Kinberg (“Sherlock Holmes” e “X-Men: O U?ltimo Conflito”) funciona bem demais. Arrisco dizer que esse é o grande filme da franquia X-Men. É o filme a ser batido.

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Fábio M. Barreto é jornalista, autor de “Filhos do Fim do Mundo” e é orgulhoso dono do Wolverine #1.

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Como seriam os personagens da Disney em um mundo real?

Apesar de ter criado um Tumblr que faz uma releitura dramática e pouco romântica dos heróis da nossa infância, o artista Jeff Hong jura de pés juntos que é um grande fã das animações da Disney.

O amante de storyboards criou o polêmico “Unhappily Ever After” com alguns clássicos que ele mais gosta como “Hercules”, “Mulan” e “Tarzan”.

Em sua amostra, os personagens são afetados pelos contextos sociais, políticos, econômicos e ambientais do mundo moderno, como por exemplo o Simba trancado em um zoológico e a Mulan tentando sobreviver sob a fumaça sufocante de Pequim.

Um trabalho curioso que nos faz pensar sobre como seria a fantasia ao se deparar com a realidade.

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Focado no drama humano, novo “Godzilla” relega monstro ao papel de coadjuvante

Foi-se o tempo dos atores fantasiados, do zíper aparecendo na TV ou dos monstros amarrados por cabos transparentes. Agora é hora do novo “Godzilla”, um espetáculo de proporções gigantescas, muita correria e aqueles confrontos tamanhos família capazes de fazer o cinema tremer e plateia delirar. Afinal, o que se esperar de um filme dedicado a monstros destruindo cidades? De cara, um aviso: deixe o 3D de lado e economize, não faz a menor diferença.

A paixão pelos monstros japoneses formou diversas gerações e, felizmente, não deve acabar tão cedo. Entretanto, essa paixão não se traduz em boas bilheterias nos Estados Unidos. O exemplo mais recente é o divertido “Pacific Rim”, de Guillermo Del Toro, que teve péssimo resultado a despeito do bom ambiente e da história simples, mas efetiva.

Bom, o que esperar de um filme com cenário principal em Hong Kong, cheio de estrangeiros, dirigido por um mexicano maluco e que não tem os norte-americanos como heróis? É aí que “Godzilla” tenta acertar, ao se apropriar do conceito do monstrão e colocar toda a carga arquetípica dos Estados Unidos tanto na ambientação quanto na resolução do problema.

É um festival de apropriações. O recente desastre na usina de Fukushima é um dos paralelos, assim como a mensagem original anti-nuclear e alguns elementos históricos, como os diversos testes nucleares no Pacífico depois do fim da Segunda Guerra Mundial. Tudo para justificar a existência de uma criatura gigantesca e ancestral, que precisa ser destruída pelo simples fato de existir e, bem, ser “gigantesca e ancestral”. É aí que entra a outra mensagem, de cunho ambiental. De qualquer forma, tudo isso é pano de fundo para um confronto colossal.

O diretor Gareth Edwards e Bryan Cranston no set

O diretor Gareth Edwards e Bryan Cranston no set

Godzilla

E ele demora. Demora muito. Quem reclamou do tempo que o “King Kong” de Peter Jackson demorou para aparecer em cena, pode levar os tomates para demonstrar indignação. Fosse a primeira aventura da franquia, talvez o roteiro de Max Borestein e argumento de Dave Callahan (cujas credenciais são o abominável “Doom” e os explosivos “Os Mercenários” 1 e 2) funcionasse melhor, mas todo mundo sabe que o Godzilla vai aparecer e os trailers fizeram o favor de mostrar o bicho sem o menor pudor.

Aliás, essa é uma discussão válida na produção atual: vale a pena trabalhar pesado numa reviravolta ou numa revelação de personagem/elemento-chave se o marketing, ou os spoilers, vai jogar tudo no ventilador?

Roteiros são avaliados e comercializados partindo do pressuposto que vão gerar bons filmes, que fazem sentido e serão capazes de cumprir a promessa inicial. Logo, o roteirista precisa construir a melhor história possível, tentando surpreender o leitor (seja a secretária do produtor, que é a primeira a ler, até o executivo do estúdio) e provocar reações nesses sujeitos. Claro que, em filmes menores e comandados pelo produtor, tudo vai ser remodelado, cenas invertidas e mudadas de lugar, personagens mesclados e etc, mas o objetivo do roteirista sempre é contar uma história.

“Godzilla” tenta acertar ao se apropriar do conceito do monstrão e colocar toda a carga arquétipica dos EUA tanto na ambientação quanto na resolução

Por outro lado, quem controla o produto final quer maximizar o resultado do produto e apela, sem o menor peso na consciência, de todas as formas para “criar awareness”. Fazer com que o público espere pelo seu produto é uma coisa, sobrecarrega-lo sem necessidade é outro totalmente diferente. Quem perde, no longo prazo, é o próprio estúdio, que vai prejudicando a relação com o espectador e, eventualmente, vai perder a atratividade, afinal, para que ir ao cinema ver um filme se já foi exposto a tantos clipes, cenas iniciais, fotos, mais clipes e etc?

Gareth Edwards e Ken Watanabe no set

Gareth Edwards e Ken Watanabe no set

Godzilla

Por outro lado, há os spoilers. Há algumas semanas, quando assisti “O Espetacular Homem-Aranha 2”, a Sony enviou um e-mail bem simpático pedindo para que não revelássemos o final. Já somos revistados, proibidos de levar o telefone celular para dentro da sala, vigiados com câmeras de visão noturna, precisamos assinar embargos e sabe se lá mais o que para ter acesso a filmes e entrevistas, agora não confiam nem mesmo o fim dos filmes à imprensa.

Aí, na primeira sessão para fãs, todos os spoilers vazam; na primeira exibição na Indonésia, alguém entra com uma RED para filmar (ok, exagero, mas você entendeu!) e, antes disso, alguém da empresa que está fazendo a autoração já copiou e passou para os amigos (existe um mercado negro gigantesco de troca de favores aqui) inevitavelmente, tudo vai inundar os torrents, o Twitter, o Facebook e os sites de memes. Não há mais controle.

Além disso, parece que os estúdios supervalorizam o poder de fogo da grande mídia, que já perde feio para as redes sociais. Basta ver o tamanho da repercussão da foto do novo Batman, que não foi anunciada à Vanity Fair ou Hollywood Reporter, mas sim divulgada diretamente pelo Twitter de Zac Snyder.

É um cenário tão catastrófico quanto um monstro gigante derrubando prédios como se fossem castelos de areia. Logo, “Godzilla” já perde o elemento de surpresa e precisa apostar na ansiedade e na construção de ambiente para que o espectador torça por duas coisas: o surgimento do monstro e pancadaria!

Godzilla

O artifício favorito do diretor Gareth Edwards foi o ponto de vista humano, o que significa câmera no chão – ou voando – observando as criaturas desesperadas ao redor

O roteiro optou pelo estilo Rocky Balboa de construção, ou seja, a Humanidade vai apanhar um bocado até encontrar um modo de lutar. E aí as gargalhadas começam, pois ver a toda-poderosa Marinha dos Estados Unidos incapaz de fazer qualquer coisa e ainda navegando em formação com o Godzilla é hilário! Tudo vira galhofa, o que não é de todo ruim, afinal, a diversão é o objetivo.

Mas ouvir a trilha sonora ficar tensa e profunda toda vez que o honorável e fantástico Ken Watanabe – o cientista pé no chão e preocupado com a moral e o futuro da Humanidade – aparece e solta diálogos saídos de um livro de “Momentos de Sabedoria Ambiental e Histórica” gera aquelas risadas involuntárias de tão batido. Ele é tão desperdiçado quanto Bryan Craston, que vai levar fãs de “Breaking Bad” ao cinema e ao ódio supremo. O outro nome conhecido do elenco é do versátil David Strathairn, que também aparece pouco e não convence.

“Godzilla” é um filme focado em nossas reações perante o surgimento de monstros que consomem energia nuclear e querem, como todo bicho de filme do gênero, se procriar e fazer mais monstrinhos. O artifício favorito do diretor Gareth Edwards foi o ponto de vista humano, o que significa a câmera lá no chão – ou voando – observando as criaturas conforme o cenário ao redor se modifica e portas se fecham.

Falta uma estética coerente e, por falar em coerência, as reações das pessoas também geram risadas. O que fazer quando um monstro gigante está vindo para a cidade? Fique no meio da rua esperando ele pisar em você! Um monstro vai escapar de uma instalação de pesquisa, quem você manda para pará-lo? Os bombeiros, claro!

Toda a galhofa e clichês pelo menos servem para valorizar o pouco tempo de tela do monstrão

Quando Godzilla aparece e a briga começa, o filme ganha um ritmo interessante e vira uma partida de futebol. Escolha um lado e torça. Muita gente bateu palmas ao meu lado e tudo se transformou numa experiência coletiva.

Nesse aspecto, toda a galhofa e clichês elevados à enésima potência serviram para valorizar o pouco tempo de tela do monstrão. Ele virou coadjuvante de seu próprio filme? Sim, mas funcionou quando apareceu e tirou aquele gosto amargo da pataquada de Roland Emmerich.

Assista com os amigos, leve muita pipoca e entre no espírito, afinal, tudo começa com fotos de um monstro gigantesco que parece uma ilha navegando pelo pacífico.

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Fábio M. Barreto gosta de “Godzilla vs Mothra”, delirou com as lutas, mas sabe que o roteiro é ruim de doer. É jornalista, autor de “Filhos do Fim do Mundo” e produz o canal de YouTube “Barreto Unlimited”

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Assista ao primeiro trailer de “Interestelar”

Depois do misterioso (e empolgante) teaser em dezembro passado, a Warner Bros. finalmente revelou o primeiro trailer de “Interestelar”.

A odisséia sci-fi do diretor que você mais conhece e confia, Christopher Nolan, vai explorar viagem no tempo e universos paralelos. Matthew McConaughey, Anne Hathaway, Jessica Chastain e Michael Caine (claro!) estão no elenco.

O filme estreia no dia 7 de novembro no Brasil.

Interstelar

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Vídeo revela a evolução dos efeitos visuais

Enquanto busca novas oportunidades de trabalho, o editor Jim Casey encontrou uma maneira interessante de divulgar suas habilidades, utilizando o YouTube. É lá, em seu canal, que ele tem inserido vídeos interessantes, com edições bem legais sobre diversos temas ligados ao entretenimento. Um dos mais recentes destaca a evolução dos efeitos visuais no cinema, desde 1878 até os dias de hoje.

O Mágico de Oz, Fantasia, Mary Poppins, O Exorcista, Super-Homem, ET, Titanic, O Planeta dos Macacos… estes e muitos outros mais estão lá, em pouco mais de 3 minutos.

jim

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E se Quentin Tarantino tivesse dirigido “Star Wars”?

Em seu perfil no Twitter, o jovem cineasta Bobby Burns se define como “obcecado por Tarantino”, o que pode ser confirmado em seu canal no YouTube. Em um de seus vídeos mais recentes, ele nos dá um aperitivo de como seria “Star Wars” se o filme tivesse sido dirigido por Quentin Tarantino.

O resultado é bastante divertido, especialmente para quem é fã tanto da saga criada por George Lucas quanto para quem adora Tarantino. Você fica esperando, a qualquer momento, que apareçam nazistas ou matadores de aluguel, mas não é o caso. Na verdade, acho que faltou um pouco de sangue, até.

De qualquer maneira, é um passatempo divertido, especialmente para quem está aguardando ver as cartas que JJ Abrams tem guardadas na manga. E, se não der certo, já deu para perceber que Tarantino daria conta do recado… só precisamos ficar  atentos ao elenco…

tarantino

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Novo trailer de “Planeta dos Macacos: O Confronto” mostra primatas evoluídos (e perigosos)

A Fox liberou hoje o segundo trailer de “Planeta dos Macacos: O Confronto” (Dawn of the Planet of the Apes), a sequência do reboot da série (confuso, eu sei), o excelente “Planeta dos Macacos: A Origem”, de 2011.

A nova trama continua acompanhando a saga de César, apenas alguns anos depois dos eventos do filme anterior, com a população de macacos evoluídos cada vez maior. No elenco, estão Gary Oldman, Jason Clarke, Judy Greer e, claro, Andy Serkis.

A direção é de Matt Reeves (“Cloverfield” e “Deixe-me Entrar”), e a estreia brasileira está marcada para 25 de julho de 2014.

Apes

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Episódio de Os Simpsons em versão LEGO estreia domingo nos EUA

O ano de 2014 pertence a LEGO, que tem mandando muito bem tanto em seus comerciais quanto no mundo do cinema, com o lançamento de LEGO – O Filme. Mas 2014 também é o ano dos Simpsons, animação que conseguiu o que muitas outras séries em live action nunca conseguiram: chegar à 25ª temporada. Então, por que não juntar estes dois ícones do entretenimento em um episódio especial?

A resposta veio em forma de Brick Like Me, que vai ao ar nos Estados Unidos neste domingo. A julgar pelo trailer, o episódio tem uma pegada Matrix, misturando realidades paralelas – aquela tradicional que já conhecemos e a feita de peças de LEGO. Parece que vem um belo episódio por aí!

homer

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Kevin Spacey interpretará personagem no novo “Call of Duty: Advanced Warfare”

Com o vazamento de conteúdo, a Activision teve que adiantar em alguns dias o anúncio de um novo título da popular franquia “Call of Duty”. Mas claro, tudo provavelmente já era parte do plano.

Com previsão de lançamento em novembro, “Advanced Warfare” terá uma trama centrada nas corporações militares privadas, como a polêmica Blackwater, por exemplo, com jeitão de ser apenas mais uma das infinitas sequência de CoD, não fosse por um detalhe: Kevin Spacey.

Com a publicação de um misterioso áudio no SoundCloud, chegou-se a considerar algum tipo de viral para “House of Cards”, a série viciante da Netflix. Porém, ao analisar o espectro da onda sonora, aparecia uma imagem de um soldado.

CoD

Por fim, a Activision revelou o primeiro trailer de “Call of Duty: Advanced Warfare”, com Kevin Spacey no papel de um personagem que controlará as forças mercenárias. Não é Frank Underwood, mas o tom é bem parecido. Se eu fosse os produtores, negociava um mashup de mídias com a Netflix.

A série CoD, aliás, já flerta com Hollywood faz tempo. O roteirista David Goyer, que trabalhou com Nolan na trilogia “Batman” e no recente “Homem de Ac?o”, escreveu as histórias de “Call of Duty: Black Op” e “Black Ops II”. No ano passado, Stephen Gaghan (“Syriana” e “Traffic”) roteirizou “Call of Duty: Ghosts”. Atores como Gary Oldman, Kiefer Sutherland, Ed Harris, Sam Worthington, Michael Keaton, Michael Rooker, Idris Elba, Timothy Olyphant, William Fichtner, entre outros, já dublaram personagens dos jogos, sem contar os comerciais estrelados e dirigidos por grandes nomes da indústria.

Outra peça da campanha de “Advanced Warfare” é uma reportagem patrocinada feita pela VICE, que aborda a indústria das empresas militares.

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Capitão América: Heróis em crise de identidade

O gênero dos super-heróis tenta encontrar lugar no mainstream da cultura pop há coisa de 20 anos. Falhou miseravelmente nas series live action de Homem-Aranha, Capitão América e o melhor representante foi o Hulk, de Bill Bixby. De acordo com Stan Lee, à reportagem do B9, “a virada de mesa só foi possível por causa da mistura entre efeitos especiais capazes de replicar as histórias em quadrinhos e uma geração de diretores criados em ambientes ricos em HQs e que assistiram às series fracassadas”.

Eles vieram, patinaram em alguns casos, mas desde “X-Men – O Filme”, os acertos vem se acumulando, culminando com o fenômeno de “Os Vingadores”. Com uma pipeline de várias adaptações e continuações a caminho – entre elas o reboot do “Quarteto Fanta?stico”, um filme solo da Viúva Negra, o tiro no escuro com “Guardio?es das Gala?xias” e o segundo “Os Vingadores” – não há mais dúvida na habilidade técnica ou na preferência do público.

Agora, a briga é outra: o que eles tem a dizer é relevante e pode ultrapassar o ambiente da ação desenfreada e da luta contra vilões canastrões ou maquiavélicos ao extremo? “Capita?o Ame?rica – O Soldado Invernal” é o mais novo capítulo dessa batalha.

Capitão América

Capitão América

Christopher Nolan carregou a bandeira do herói pé no chão, soturno e atribulado durante toda a trilogia de Batman. O Homem-Morcego começou como um paladino, foi transformado em vilão e precisou reencontrar a própria identidade – e as razões que o motivavam – para salvar o dia. Ou seja, Batman, eu e você passamos a ter os mesmos problemas. Se ele deu um passo em direção à Humanidade ou fomos permitidos nos aproximar dos heróis, o futuro vai dizer. O fato é que a aproximação aconteceu. E deixou marcas.

Quando o “Man of Steel”, de Zack Snyder, pousou na Terra, a temática continuou enquanto Kal-El buscava razões para confiar na Humanidade e pagou o preço por suas escolhas. Entretanto, diferente de Nolan, Snyder foi um pouco além com a última cena do filme. Nolan flertou com temas como invasão de privacidade, uso da força e a índole das pessoas, enquanto Snyder resolveu peitar o governo. Afinal, o Super-Homem foi construindo força política e consciente ao longo dos últimos 20 anos de maneira bem interessante. Não havia mais o embate entre dois lados fictícios: o herói e o vilão. Ao derrubar o drone norte-americano, ele abre a galeria de tiro municiada por críticas políticas e sociais declaradas.

É aí que “Capitão América – O Soldado Invernal” entra, pois carrega a bandeira levantada por Zack Snyder e vai pra cima dos assuntos mais polêmicos, problemáticos e relevantes dos últimos 4 anos: privacidade, segurança nacional e a própria identidade norte-americana. Precisamos lembrar que, embora filmes de Hollywood sejam consumidos mundialmente, o primeiro alvo é, e sempre será, o público dos Estados Unidos.

Logo, o roteiro de Christopher Markus e Stephen McFeely desce a lenha nesses temas usando a SHIELD com escudo (trocadalho do carilho!) para não atacar o governo diretamente, mas transmitindo a mensagem com clareza. Para isso, eles fazem uso de algumas artimanhas batidas, tentam transformar assuntos tão sérios em elementos de uma trama simplória de espionagem e “quem confia em quem”. Tudo isso serve apenas para despistar.

Capitão América

Steve Rogers é o catalizador perfeito para transmitir essa mensagem: ele viveu na época do Sonho Americano, deu “a vida” pela pátria, foi herói de guerra e, de quebra, é um super-soldado. Ou seja, a consolidação máxima do norte-americano perfeito. Quando esse cara não sabe mais em quem confiar, precisa de um caderninho com uma longa lista para se atualizar do que é viver no mundo moderno, está sendo usado para fins escusos e, não foi reintegrado ao Exército, mas sim a uma empresa paramilitar “acima do Bem e do Mal” é sinal de que tudo foi para o brejo.

“Capitão América – O Soldado Invernal” carrega a bandeira levantada por Zack Snyder e vai pra cima dos assuntos mais polêmicos, problemáticos e relevantes dos últimos 4 anos

Se o americano entende de uma coisa é da crise cultural que enfrenta há um tempo e do descaso do governo com os veteranos de guerra. Curiosamente, onde é que Rogers encontra apoio e razão para continuar na luta? Assistindo a uma palestra no VA (Veteran’s Administration, ou qualquer coisa que envolva veteranos, sejam encontros, peças teatrais, grupos de apoio e etc.)!

As relações de confiança estão em crise e ao ver dois melhores amigos colocados em rota de colisão é a alegoria mais descarada possível. E foi proposital. Os Estados Unidos estão enfrentando uma divisão política tremenda e a polarização só aumenta. Esse é o cenário perfeito para que, com a paranóia adequada, fique até fácil acreditar na existência de algo como a Hydra no mundo moderno. Há uma eterna briga do americano – especialmente os republicanos – contra o papel do governo e seus exageros.

Hoje em dia, só se fala em drones e postura mais reservada de Obama, que opta pela diplomacia na maioria dos casos e é até mesmo acusado de “agir de forma tão fraca, que os inimigos fazem o que bem entendem” (no caso da crise na Ucrânia), mas alguns medos antigos não se dissiparam completamente, assim como a mentalidade controladora. Rogers, porém, viveu na época que gerou todas essas ideias e, por não ter sido afetado pela doideira da Guerra Fria, só se lembra das verdadeiras razões, dos amigos que perdeu e por aquilo que lutou. É um sentimento mais puro, virgem. Sem o cinismo atual.

Capitão América

Steve Rogers é o catalizador perfeito: ele viveu na época do Sonho Americano, deu “a vida” pela pátria, foi herói de guerra e, de quebra, é um super-soldado

A todo momento, o Capitão América parece abrir mão do que lhe faz excepcional para divulgar essa mensagem. É como se algo tivesse se perdido no caminho e ninguém mais saiba onde está o mapa certo. Nesse contexto, é extremamente justo dizer que o tema central de “Capitão América – Soldado Invernal” cruzou a barreira do filme de super-herói e pretendeu ser algo mais sério e crítico.

Mas Batman, não fez isso? Sem criar polêmica, mas Bruce Wayne é um ricaço bom de briga e cheio de boas intenções, enquanto o Bandeiroso tem, de fato, poderes extraordinários; além de fazer parte de um projeto pontual da DC/Warner, enquanto Capitão América se encaixa na complexa estrutura narrativa da Marvel, que agora também envolve a TV com a série “Agents of SHIELD”.

E é justamente aí que aparece um elemento digno de debate. Como filme de super-herói e ação, “O Primeiro Vingador” funciona bem, define o personagem e esbanja correlações do filme com o universo da Marvel, já “Soldado Invernal” se apoia nas fraquezas da SHIELD, no caráter (e falhas) de seus líderes e depende, única e exclusivamente, da bússola moral de Steve Rogers para se guiar. É, basicamente, a estrutura de um daqueles filmes de policial que descobre as falcatruas na corporação e tenta, com ajuda de amigos de fora, resolver a parada.

É o primeiro filme da Marvel que ousou quebrar o formato e tem colhido frutos fantásticos nas bilheterias, embora seja apenas interessante e sem nenhuma surpresa

É uma boa estrutura, mas denota uma quebra de paradigma interessante nos filmes da Marvel. Até agora, eram heróis contra vilões. Heróis sendo heróis. Ainda é difícil dizer se essa mentalidade vai mudar, e afetar os próximos filmes, ou se foi pontual pelo fato de Capitão América permitir essa discussão (os X-Men também seriam ideias, mas estão nas mãos da Fox e, felizmente, estão mergulhando na mitologia dos quadrinhos e ganhando força graças ao reboot com “Primeira Classe”).

Mas fica fácil entender as razões de tanto entusiasmo no fandom. Foi o primeiro filme da Marvel que ousou quebrar o formato e tem colhido frutos fantásticos nas bilheterias. Embora os irmãos Anthony e Joe Russo tenham entregue, de fato, um filme apenas interessante e sem nenhuma surpresa.

Mas, como a voz do povo deve ser ouvida, as decisões certas superaram a obviedade do roteiro (estruturalmente previsível de ponta a ponta) que, embora provocativo, ficou um pouco perdido entre a ficção e a realidade. E isso nos traz de volta à pergunta inicial: o que os super-heróis tem a dizer é relevante?

Parece que sim, entretanto, o mesmo processo de aprimoramento necessário para tirá-los da obscuridade das adaptações ruins vai precisar acontecer para que mensagem, visual e formato casem perfeitamente. O primeiro passo já foi dado. Quando eles se encontrarem e essa crise de identidade acabar, os heróis vão transcender barreiras.

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A evolução criativa dos jogos free-to-play

Está chegando ao fim a era dos Candy Crushes e City Villes, aqueles jogos que não cobravam dinheiro na entrada, mas depois exploravam a sua alma na forma de mecânicas de espera e spam terríveis.

Jogos como “Hearthstone”, “Warface”, “League of Legends” e o novo “Rusty’s Real Deal Baseball” mostram que o modelo dos jogos free-to-play está começando a ficar mais criativo e diversificado.

Publicamos no Save Game uma ótima matéria do Fabio Bracht sobre toda essa evolução que está acontecendo pelo bem da nossa jogatina — e das nossas carteiras. Confira clicando aqui.

Rusty

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A metodologia por trás da criação dos efeitos especiais de “O Espetacular Homem-Aranha 2”

CULVER CITY, CA – Dois dias antes da finalização dos efeitos especiais para “O Espetacular Homem-Aranha 2 – A Ameaça de Eletro”, a Sony convidou um pequeno grupo de jornalistas para conhecer os meandros da produção e entender a metodologia por trás da criação dos efeitos especiais do novo filme de Marc Webb. O B9 foi o único veículo brasileiro no evento e o que vimos foi tão maravilhoso quanto assustador.

Há uma mentalidade interessante liderando a construção de cenas em CGI e os demais efeitos especiais na Sony: sempre ter um pé na realidade. Esse é o código de honra dos animadores, desenhistas e finalizadores dos efeitos liderados por Jereme Chen e David Schaub, que, inclusive, ministra um curso interno da “Física dos Super-Heróis”.

Basicamente, ele ensina a toda a equipe os princípios do mundo real a serem aplicados nos filmes. Claro, há elementos fantásticos na trama, afinal, Peter Parker aguenta o tranco de balançar de uma teia a outra sem estourar os braços, por exemplo, mas a maioria das circunstâncias tem que ser real.

O pensamento é válido, pois o grande desafio dos filmes de super-heróis é, de fato, mesclar o mundo fantástico com a realidade e possibilitar a crença na veracidade dos protagonistas. Por conta disso, especialmente o movimento do Homem-Aranha é estudado nos mínimos detalhes e criado para reproduzir um ser humano realizando tais ações, o que é uma vantagem, afinal, todo mundo lembra do aspecto de videogame criado pelo Neo falsificado em “Matrix Reloaded”. Anos-luz separam a falha dos Wachowski da primazia de Homem-Aranha, mas, conforme a tecnologia evolui e o público exige mais, é preciso manter o ritmo e evitar o distanciamento do espectador.

O software Katana, criado pela Sony Pictures Imageworks

O software Katana, utilizado pela Sony Pictures Imageworks

Spiderman

O resultado é impressionante. Na edição, Marc Webb percebeu que precisava de uma pequena transição com o Homem-Aranha. Em vez de chamar Andrew Garfield, ou seu dublê, para refilmar, a equipe técnica pediu a bola.

Quem entrou em cena foi a versão digital do personagem, que fez os movimentos necessários – utilizando motion capture – e executou a cena, com custo menor e, na prática, o mesmo resultado. Especialmente por conta da roupa do herói, a diferença é imperceptível. É uma situação bem parecida com a obtida em “Homem de Ferro” por conta da roupa. Mas a coisa muda de figura quando rostos “expostos” entram em jogo.

O lado negro surge rapidamente, pois o vilão do filme, Eletro, não tem fantasia e, para ajudar, é composto por inúmeras camadas de eletricidade, cor, vibração e movimento constantes. A Sony criou um software proprietário para trabalhar a eletricidade e transformar qualquer traço feito no programa em, bem, raios elétricos, o Mesch Light. Veio bem a calhar para manter um personagem tão presente no filme.

Jamie Foxx fez o trabalho habitual de atuação com as marcações para inserção posterior dos efeitos e, visualmente, ficou fantástico. É como se Eletro fosse uma mescla de carne com energia numa troca de energia sem fim. Mas aí veio o alerta vermelho: modelos em CGI.

Spiderman

A maior realização do filme foi a reconstrução de Times Square ao ponto em que é impossível dissociar a versão real da versão em CGI

Com tamanha presença de efeitos, todos os personagens ganharam modelos realistas em CGI, incluindo Gwen Stacy, para facilitar a transição entre tomadas, ou sets, reais e fictícios. Inevitavelmente, aquele pequeno momento que serviu bem ao Homem-Aranha, foi expandido com Eletro e Jamie Foxx, na maior parte das cenas, foi inteiramente substituído por seu modelo CGI. Isso explica a boca um pouco esquisita e algumas reações não-convincentes provocadas pelo personagem.

Para a equipe de produção, essa decisão possibilitou retirar as falhas da maquiagem, garantir a fidelidade dos efeitos e não alterou o resultado final, afinal, os animadores fizeram uma “mímica de absolutamente tudo” que Jamie Foxx fez.

A coisa não é tão simples assim, pois o exagero pode levar ao estranhamento. Se em “Tron Legacy”, o Flynn virtual teve alguns instantes de realismo, o Eletro CGI tem vários momentos de falsidade. No fim das contas, pode causar o mesmo estrago, pois coloca a experiência em risco.

Spiderman

Spiderman

Esse não é um problema definitivo para “O Espetacular Homem-Aranha 2”, mas leva a uma discussão na indústria. Já chegamos ao ponto em que um ator pode ser substituído facilmente. O MoCap fez isso pelo cinema.

Agora, quanto falta para que, de fato, atores deixem de poder mostrar o rosto em filmes de ação e super-heróis por conta da tremenda evolução de seus “modelos em CGI”? Tecnologicamente, não há problema algum. Entretanto isso pode tirar um pouco do charme do cinema, afinal, é através das nuances do ator e suas reações que nos envolvemos, ou não, com um personagem.

Ficaremos, então, à mercê não de bons atores, mas de bons animadores, mesmo nos filmes com “gente real”?

É uma pergunta válida, pois, embora o filme continue sendo feito e os efeitos melhorem a cada dia, tirar aquele sorriso delicado, uma piscadela reveladora ou algo mais mágico que alguns atores conseguem fazer pode, infelizmente, se perder por descuido do replicador… ou melhor, animador.

Spiderman

Recriando mundos

Outro aspecto do trabalho em “O Espetacular Homem-Aranha 2” foi a construção de cenários. E, nesse assunto, não há dúvidas ou críticas. Foi fenomenal. A maior realização desse filme foi a reconstrução de Times Square ao ponto em que é impossível – sem uso de framegrab e zoom – dissociar a versão real da versão em CGI.

A Sony mapeou toda a área, com diversas câmeras portáteis e até telefones celulares, reconstruiu cada prédio, cartaz, letreiro, placa de trânsito e efeito visual, para, então, recriar o que fosse necessário em estúdio. Nenhuma cena foi, de fato, filmada em Manhattan.

Esse é um dos melhores cenários fictícios que já vi, e foi feito pela mesma equipe que realizou “Eu Sou a Lenda”, entretanto, a adaptação de Richard Matheson foi mais “simples”, pois a área estava vazia e apenas iluminada pela luz do Sol.

Dessa vez, o desafio foi recriar Times Square em toda sua glória, de noite e, de quebra, destruir tudo no fim de uma das lutas entre Homem-Aranha e Eletro. Apenas as áreas e extras imediatamente próximas à cena foram recriadas em estúdio, cercado por gigantescos painéis de tela verde, todo o resto foi adicionado posteriormente.

Se o objetivo era ser realista, nesse aspecto, “O Espetacular Homem-Aranha 2 – A Ameaça de Eletro” promete um espetáculo à parte.

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Fábio M. Barreto é jornalista baseado em Los Angeles, autor de “Filhos do Fim do Mundo” e tem um canal de entretenimento no YouTube, o Barreto Unlimited

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Marvel comemora 75 anos com timeline interativa

Com uma viagem no tempo entre 1938 e 2014, o site Ultimate75th.com reúne a história da Marvel e seus 501 personagens já criados.

É possível navegar ano a ano, descobrindo que séries foram lançadas em cada período. A linha do tempo traz ainda as fichas técnicas dos heróis e vilões, mostrando quantas aparições já fizeram e suas respectivas forças.

Marvel

Marvel
Marvel
Marvel
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“Divergente”: Massificação disfarçada de excepcionalidade

Não é segredo que o público jovem determina os rumos do cinema comercial. Desde a explosão do “Verão Americano” com as filas quilométricas para “Guerra nas Estrelas” e “Tubarão”, a mentalidade de agradar o principal cliente tem norteado as decisões de Hollywood e outros núcleos cinematográficos. As adaptações literárias, que já eram numerosas no final da década de 70 – uma realidade do mercado, não uma tendência como muitos apontam, aliás – foram um pouco apagadas por um grande surto criativo nas duas décadas seguintes, mas sempre estiveram por aí.

Foi preciso outro grande transformador cultural e comercial para virar a balança: “Harry Potter”. A porteira foi aberta pela razão mais óbvia: filmes com base de fãs pronta a ser explorada eram garantias de sucesso. “Crepúsculo” reforçou o modelo, assim como os livros que seguiram o mesmo caminho: “Jogos Vorazes” e, a mais nova estreia, “Divergente”. A chamada “crise criativa de Hollywood” não existe, pois, de fato, mascara o monstro do medo do fracasso. E nada como uma heroína pré-fabricada para salvar o dia.

Por conta disso, as grandes disputas da bilheteria trocaram “o filme mais surpreendente” pela “adaptação menos problemática”. Se bem feito, o longa-metragem em questão vai agradar aos fãs mais moderados (os radicais vão odiar de qualquer jeito, mesmo) e romper a barreira do nicho, arrecadando mais e se sustentando por mais tempo nas bilheterias. Caso contrário, desaparece rapidamente e sepulta eventuais continuações (quem lembra de “Coração de Tinta”, de Cornelia Funke? Um bom livro com execução questionável. Ou mesmo “A Bússola de Ouro”, o fracasso que matou a New Line?).

O diretor Neil Burger com a atriz Shailene Woodley

O diretor Neil Burger com a atriz Shailene Woodley

Divergente

É bem nesse cenário que Bella Swan, e suas herdeiras, mudaram o jogo. Quando os livros mais ousados ou provocadores fracassaram, a história de amor adolescente impossível ou de revolta ao sistema opressor ganharam força e a fórmula mágica caiu nas graças dos produtores, do público e dos jovens escritores, que, prontamente, se prostituíram ideologicamente em troca da promessa de sucesso, fama e fortuna.

Tudo nisso é ruim? Não. Os estúdios encontraram a jogada de segurança para guia-los através da tempestade da mudança de modelo de negócios (que ainda está longe de ser concluída), das perdas causadas pelos downloads e o novo perfil de consumidor, que prefere ver o filme em casa e tem se afastado dos cinemas por diversas razões (preço, público problemático, filas, preguiça, comodismo e desinteresse puro e simples).

Logo, a proporção para cada “Ela” é de cinco “Jogos Vorazes”; e o produtor do “Ela” ainda entra na jogada com todo o receio do mundo, enquanto quem trabalha no outro lado sabe que vai poder explorar todo o licenciamento por meses a fio, tem um mínimo garantido de bilheteria e, inevitavelmente, vai ter uma estreia lotada. São dois exemplos extremos, mas que convivem no mesmo mercado, sendo produzidos pelas mesmas pessoas e disputando as mesmas salas de cinema.

As grandes disputas de bilheteria trocaram “o filme mais surpreendente” pela “adaptação menos problemática”

Também existe a outra conta: um sucesso comercial pode financiar até 10 filmes menores, que vão girar o catálogo do estúdio, manter o pessoal empregado e sustentar as finanças no longo prazo. Logo, eles são necessários e muito bem-vindos.

Mas qual o custo? Muito alto. Um dos maiores problemas é amplificar vozes sem conteúdo ou mensagens contraditórias geradas pela obrigatoriedade da fórmula mágica. As heroínas pré-fabricadas mostram que é preciso lutar, literalmente, até descobrir que cada garota é a única capaz de derrotar regimes autoritários, revolucionar sociedades e garantir a individualidade independente das consequências.

Divergente

Claro, tudo isso se origina na mensagem válida da independência feminina e na, bem-vinda, mudança de paradigma social moderno e tais conceitos devem ser reforçados. Mas, de certa forma, isso se transformou numa desculpa para histórias ruins serem elevadas a dramas relevantes.

A mensagem se contradiz com as circunstâncias da criação da personagem, uma mera resposta comercial a um gênero que fez sucesso

Tris, a heroína de “Divergente”, é uma alusão clara à luta contra os rótulos, uma mulher capaz de encontrar seu próprio lugar na sociedade e disposta a tudo para não se conformar com imposições externas. Entretanto a mensagem se contradiz com as circunstâncias da criação da personagem, uma mera resposta comercial a um gênero que fez sucesso: adolescente feminina + sociedade autoritária + teste que vai definir seu futuro + habilidade especial + luta pela sobrevivência + papel fundamental na subversão do sistema.

É só inventar novas possibilidades para cada um desses moldes e a história se mantém. É a cópia da cópia da cópia. Talvez, tentar entender as razões sociais e a presença da força feminina seja ir além do que a proposta original sugere, o que só piora a análise e enfraquece a relevância da história.

Qual a lição de tanta “luta contra o governo e em prol da individualidade?” Estamos cercados por “comunistas bobos e feios”? E, se fazer parte de algum rótulo é tão ruim, por que as fãs andam todas juntas, vestem as mesmas roupas inspiradas nas personagens e repetem as mesmas frases de efeito? “Sou Divergente!”, ouvi uma garota dizendo com orgulho. Não, querida. Você é massa. Você e todas as outras.

A fórmula está pronta e significa algo bem ruim para roteiristas e autores criativos

Embora tenha uma direção com dois ou três bons momentos, “Divergente” é desinteressante até mesmo dentro de sua proposta. A personagem principal não se encaixa na sociedade, logo, deve ser exterminada. Há um golpe militar em andamento, para “salvar a sociedade”, que, aparentemente, se recuperou muito bem de uma guerra distante.

Divergente

Se ser diferente é um problema tão grande no futuro proposto (e algo amplamente aceitada hoje), qual a razão de tudo isso? Continue sendo você mesma? Como se as novas gerações não soubessem o que querem e como querem.

As liberdades sociais, as milhares de carreiras que surgem com a inovação tecnológica e o acesso a informação faz isso por elas, permite que se encaixem onde quiserem ou vivam vidas distantes de grupos sem se privarem dos benefícios modernos. É tudo uma questão de opção.

“Divergente” fala um pouco disso, da responsabilidade na escolha e talvez seja seu único ponto positivo, mas que se dissipa em meio a tantos estereótipos, sacrifícios pouco dramáticos e uma sociedade que não dá ao espectador razões para torcer por sua continuidade ou lutar por sua destruição. Tudo tão artificial quanto os efeitos questionáveis, a trilha ineficaz e um romance que dói de tão previsível.

Nada disso, porém, impediu “Divergente” de abrir liderando as bilheterias norte-americanas e já acumula mais de US$ 125 milhões. A fórmula está pronta e significa algo bem ruim para roteiristas e autores criativos. Quer vender? Escolha um público, entregue algo de fácil digestão, faça de conta que está ensinando algo, mas, na verdade, massifique ainda mais. Não se esqueça da história de amor e de sugerir que TODOS os seus leitores/espectadores podem ser algo especial, único e mágico. A fortuna te espera. E a fila anda.

———
Fábio M. Barreto gosta de bons autores, aprendeu muito com Alan Moore, se divertiu com J.K. Rowling, quer ver mais filmes de Chuck Palahniuk nos cinemas e sabe que seu próprio livro, Filhos do Fim do Mundo, não se encaixa na fórmula mágica!

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Purple Wedding de Game of Thrones ultrapassa recorde e é torrent mais compartilhado

O seriado “Game of Thrones” tem batido um recorde atrás do outro. O mais recente aconteceu com o 2º episódio da 4ª temporada, no qual acontece o casamento apelidado pelos fãs de Purple Wedding. Segundo dados do The Wrap, foram mais de 6,3 milhões de pessoas com as TVs ligadas para assistir o episódio na noite de domingo, um aumento de 48% se comparado com a audiência da temporada anterior.

Na web, a procura também foi alta. Mais de 1,5 milhões baixaram o episódio através do serviço BitTorrent, com um recorde de mais de 193 mil usuários compartilhando o mesmo arquivo de torrent (que contém os indicativos sobre onde baixar o vídeo pirata).

De acordo com o TorrentFreak, esses números são inéditos.

“Nunca um mesmo arquivo tinha sido compartilhado por tantas pessoas simultaneamente”,

explica o site, lembrando que o recorde anterior tinha sido de mais de 170 mil pessoas distribuindo o mesmo torrent, também para um episódio de Game of Thrones – na ocasião, era o último da 3ª temporada, conhecido também como ‘season finale’.

Com números tão surpreendentes, um redditor chegou até a fazer um interessante questionamento: imagina só se a HBO se dispusesse a vender o próximo episódio de Game of Thrones por cerca de 5 ou 10 dólares na iTunes!

gameofthrones

Seria um experimento e tanto.

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Saiba quantos dias da sua vida você gastou com entretenimento televisivo

Em busca de inspiração, entretenimento ou apenas um momento de relax em frente à TV (ou ao computador), acompanhamos muitas séries de TV, em especial as norte-americanas. No entanto, talvez nunca tenhamos parado para pensar o quanto da nossa vida realmente investimos nesse tipo de nobre atividade.

Que tal matar a sua curiosidade sobre mais essa estatística da sua vida? Essa ferramenta online permite listar quais seriados você andou assistindo, e quantas temporadas de cada uma deles, e soma o total que você possivelmente gastou assistindo essas séries. Todas as temporadas de “Friends”, por exemplo, são equivalentes a 5 dias da sua vida. Por aqui, eu fui adicionando até bater a marca de quase um mês inteiro de entretenimento.

Quem é mais fissurado em seriados talvez consiga uma contagem ainda maior. Em todo caso, diz o ditado que o tempo que você gasta se divertindo e se distraindo não é um tempo mal gasto. Ou ao menos eu acho mais fácil pensar assim quando descubro que gastei ao menos 28 dias consumindo conteúdo de TV.

dias-gastos-tv

 

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Lista de afazeres do Capitão América em ‘Soldado Invernal’ é diferente em cada país

Um redditor percebeu uma curiosa brincadeira no longa-metragem “Capitão América – O Soldado Invernal” – na lista de afazeres do super herói, que inclui momentos que ele havia perdido enquanto dormia, os 5 primeiros itens mudam de acordo com a região em que o filme é exibido.

Nos EUA, a lista conta com menções ao seriado ‘I Love Lucy’, o muro de Berlim e o CEO da Apple, Steve Jobs, enquanto a versão britânica da lista destaca os Beatles e Sean Connery. Na Rússia, Yuri Gagarin aparece em primeiro lugar, e a dissolução da União Soviética também é mencionada.

Nos EUA

EUA

Reino Unido

Reino Unido

Rússia

Rússia

Também existem versões para a França (que destaca a copa de 1998 e Daft Punk), para a Coréia do Sul (Oldboy e Copa de 2002), Itália (Vasco Rossi e Roberto Benigni), México (Shakira e Octavio Paz), Espanha (Rafa Nadal e Chupa Chups), Austrália (AC/DC, Steve Irwin) e até para o Brasil – a listagem brazuca do Capitão América lembra de Ayrton Senna, Wagner Moura, Xuxa, Mamonas Assassinas e Chaves.

França

França

Coréia do Sul

Coréia do Sul

Itália

Itália

México

México

Espanha

Espanha

Austrália

Austrália

Brasil

Brasil

Os cinco últimos itens, contudo, se mantêm os mesmos, dando uma impressão de importância global – comida tailandesa, Star Wars e Star Trek, Nirvana, o filme Rocky e Troubleman (a trilha sonora).

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DC e Warner celebram aniversário de 75 anos do Batman com curta animado

A DC Comics e a Warner Bros. planejaram diversas ações para comemorar os 75 anos do Batman, incluindo todas as mídias em que o herói está presente.

Dentre os materiais lançados, está o curta “Strange Days” criado por Bruce Timm, o mesmo da série animada clássica do Batman. Com estilo da década de 1930, o desenho traz o herói enfrentando Dr. Hugo Strange, em referência a época do nascimento do personagem.

Batman

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Swiss Style Design reúne pôsteres cinematográficos ao Estilo Suíço

Um projeto sem fins lucrativos, que se propõe a ser uma vitrine para todos os apaixonados pelo Estilo Suíço. Esta é a proposta do Swiss Style Design, que reúne uma interessante coleção de pôsteres cinematográficos criados segundo  os “grids” do estilo internacional, com foco na leitura, objetividade e no aspecto clean.

A ideia é reunir trabalhos de designers ao redor do mundo, que desejem enviar suas obras. De “Titanic” a “O Iluminado”, passando por “Superman”, “Cães de Aluguel” e “Transformers”, vale acompanhar este projeto. Confira alguns deles:

"Os Vingadores", por Adriana Gonález Gil

“Os Vingadores”, por Adriana Gonález Gil

 

"Taxi Driver", por Brett Elvidge

“Taxi Driver”, por Brett Elvidge

"Transformers", por Xisco Barceló

“Transformers”, por Xisco Barceló

"Titanic", por Natalia

“Titanic”, por Natalia

"O Iluminado", por Tom Freese

“O Iluminado”, por Tom Freese

"Toy Story", por Natalia

“Toy Story”, por Natalia

"Superman", por Xisco Barceló

“Superman”, por Xisco Barceló

"Pulp Fiction", por Tom Freese

“Pulp Fiction”, por Tom Freese

"Cães de Aluguel", por Xisco Barceló

“Cães de Aluguel”, por Xisco Barceló

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Final alternativo de ‘How I Met Your Mother’ vai aparecer no DVD da série

Pouco depois da exibição do último episódio de ‘How I Met Your Mother’, um fã decidiu que poderia oferecer um final muito melhor para Ted Mosby e editou por conta própria uma versão particular do fim da história.

Quem não ficou satisfeito com a conclusão oficial da série e nem com a sugestão do fã Ricardo Dylan terá ainda mais uma alternativa: conferir uma segunda versão do encerramento do seriado, em uma proposta feita pelos próprios produtores.

Segundop Carter Bays, co-criador e produtor executivo da série, apenas um final foi gravado pela equipe, mas outra versão foi montada, graças à ‘mágica da sala de edição’. Esse fim alternativo fará parte da coleção de DVDs da série, que deverá ser lançado nos EUA nos próximos meses.

Em todo caso, para os órfãos de Ted Mosby e companhia, Carter Bays oferece um consolo: já começaram a edição do spin-off da série, chamada de ‘How I Met Your Dad’, que terá Greta Gerwig interpretando o personagem principal.

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