B9 Entrevista: Johanna Olsson, da Hyper Island

Lidar com a incerteza já é quase um pré-requisito de quem trabalha com mídias digitais. As coisas mudam de uma hora para outra, e é preciso saber tirar uma lição de cada situação, seja ela boa ou ruim. Essa é uma das bases da formação de Johanna Olsson, responsável pela estratégia da Hyper Island. Antes de fazer parte da equipe da conceituada escola sueca de mídias digitais, Johanna foi aluna da KaösPilots, de onde veio essa segurança de lidar com o inusitado e o novo.

 

Em conversa com o Brainstorm#9, Johanna contou que foi uma agradável surpresa chegar a São Paulo bem em meio à greves dos funcionários de ônibus, que atravancaram o transporte público da cidade. Isso porque a Hyper Island estava promovendo na cidade um workshop do Smart Living Challenge, focado exatamente no tema transporte. Achei engraçado  ela ter levado numa boa  uma movimentação que basicamente parou a cidade, mas ela me garantiu que é exatamente isso  que pode levar a uma mudança real da situação.

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“É nessa hora que existe uma real necessidade de fazer algo. Quando acontece o caos, há a necessidade e uma vontade de resolver a questão. Às vezes, quando você está em situações, culturas ou áreas onde tudo está funcionando, isso acaba levando a um marasmo –  aquele ‘ah’ desmotivado, preguiçoso – mas em situações como esta [das greves em SP], as pessoas realmente sentem que algo precisa ser feito, porque essa situação realmente afeta meu cotidiano. Então normalmente existe uma vontade e um impulso por fazer algo, e isso é algo que eu percebi tanto no Rio quanto em São Paulo”, conta Johanna.

É bem nesse ponto que o Smart Living Challenge quer tocar. Realizado pelo Swedish Institute e pelo Munktell Sciencepark, e contando com uma mãozinha de parceiros da iniciativa como a Hyper Island, o desafio levanta três grandes dificuldades da atualidade – transporte, alimentação e moradia – e tem a intenção de fomentar pessoas criativas a inventarem soluções inovadoras que tornem a vida mais sustentável e agradável.

Entre maio e junho, a Hyper Island e outras parceiras do Smart Living Challenge estão promovendo workshops em diversas cidades do mundo – como o ocorrido em SP e que acontece agora no Rio de Janeiro – para incentivar o desenvolvimento de inovações para lidar com esses desafios da vida nas grandes cidades.

O bacana é que não precisa ter ido ao workshop para participar do desafio. Até o dia 30 de junho, o Smart Living Challenge irá receber inscrições dos interessados. Não precisa ser uma ideia original, pode ser algo que você tenha se debruçado por algum tempo, uma empresa que pensou em abrir ou até que já abriu, e a inscrição pode ser feita individualmente ou em grupo. O único pré-requisito é que seja uma iniciativa inovadora e que ajude a tornar a vida mais sustentável.

Quando acontece o caos, há a necessidade e uma vontade de resolver a questão – existe uma vontade e um impulso por fazer algo, e isso é algo que eu percebi tanto no Rio quanto em São Paulo”   – Johanna Olsson

É claro que nem todas as ideias poderão ser consagradas vencedoras, mas Johanna ressalta que há um grande interesse em ver os projetos sugeridos ganharem corpo e, quem sabe, chegarem a ser realizados, mesmo se não forem premiados com a primeira colocação.

Os vídeos dos projetos desenvolvidos no workshop e inscritos no concurso serão divulgados online dentro dos próximos dias, e a dica da Johanna é que os interessados deem uma olhadinha por lá para conhecer essas sugestões de inovação.

O vencedor do Smart Living Challenge vai ganhar uma viagem para a Suécia, onde poderá conhecer empresas inovadoras do país, e ainda receberá uma consultoria com os parceiros do desafio para fazer a sua ideia acontecer.

Que tal se, ao invés de reclamar das grandes cidades brasileiras, você parasse para imaginar soluções para o problema?

 

Atualização em 22/05 às 21:23: O texto original deixava a entender que o Smart Living Challenge era uma realização da Hyper Island. Na verdade, trata-se de um desafio realizado pelo Swedish Institute e pela Munktell Sciencepark, contando com a Hyper Island como parceira/colaboradora.

Brainstorm9Post originalmente publicado no Brainstorm #9
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Como criar um apartamento de cinco cômodos em apenas 60 metros quadrados

Projetado pelo famoso arquiteto Rem Koolhaas em 1997, o De Rotterdam é o maior edifício da Holanda. O tamanho do prédio, porém, não o impede ter apartamentos pequenos com até 60 metros quadrados. O pequeno é uma questão de perspectiva, claro, já que em São Paulo tem imóvel de 23 metros quadrados sendo vendido por quase 1 milhão de reais.

Pensando em maximizar a utilização do espaço, a 44/floors – que administra o De Rotterdam – criou uma proposta de utilização de móveis multifuncionais, permitindo viver, dormir, comer, trabalhar e receber convidados sem aperto.

Cama que se transforma em escrivaninha, cadeiras que podem ser penduradas da parede, mesas que expandem, entre outras traquitanas são úteis e decoram ao mesmo tempo. No vídeo, o autor do projeto, Wim De Lathauwer, diz que também pensou no conforto, mas essa cadeira-quadro aí não aguenta os gordinhos do Braincast’s de jeito nenhum.

44Floor
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