Tradutores são um desperdício de espaço…

Você pode já ter ouvido os piores impropérios que existem para definir um tradutor literário, inclusive que eles são um “desperdício de espaço”. Pior ainda, você pode nunca ter ouvido falar nada sobre um tradutor literário, já que para algumas pessoas eles simplesmente não existem e os livros são “magicamente escritos em todos os idiomas de uma vez só”. Para tentar valorizar os profissionais deste segmento e torná-los mais “visíveis”, o Conselho Europeu das Associações de Tradutores Literários (CEATL) criou um concurso anual de curtas chamado Spot the Translator.

A ideia é que os participantes criem vídeos capazes de refletir a existência e a importância dos tradutores literários, seus desafios e o papel que cada um deles desempenha na literatura. Este ano, o grande vencedor será anunciado no próximo dia 16 – duas semanas antes do Dia Internacional da Tradução, celebrado em 30 de setembro -, mas independentemente do resultado, parece que um dos filmes já conquistou a atenção do público em geral.

Escrito e narrado por Erik Skuggevik, da Norwegian Association of Literary Translators, o vídeo Translators Are a Waste of Space tem o mérito de “traduzir” perfeitamente a importância de um tradutor literário utilizando um único texto, que quando lido normalmente ofende os profissionais do segmento dizendo que “tradutores são um desperdício de espaço, se você me perguntar – imbecis linguísticos que pensam que é apenas uma forma de encantar os leitores que acham, contra todas as probabilidades, a literatura traduzida interessante”.

A narração segue assim até 1:30, quando o texto começa um scroll back e, utilizando as mesmas frases, o texto uma conclusão completamente diferente: “… estes são raros indivíduos que fazem a literatura traduzida interessante, que encontram contra todas as probabilidades uma maneira de encantar os leitores. São apenas os imbecis linguísticos que pensam que tradutores são um desperdício de espaço, se você me perguntar”. A tradução não fica tão bacana quanto o original, mas afinal, não sou uma tradutora profissional.

Eu admito que só me lembro do tradutor literário quando a tradução é ruim e eu não consigo seguir adiante com a leitura. No final das contas, acho que a grande genialidade de um tradutor está mesmo em se fazer invisível, praticamente recriando uma obra em outro idioma, mas de maneira tão perfeita que a gente nem lembra que ele existe.

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A verdade é perigosa

Toda vez que vejo a Rússia como país de origem de uma peça publicitária, sinto uma curiosidade irresistível de clicar no link para descobrir do que se trata. Com um marcante humor trash, raramente me decepciono. Desta vez, entretanto, fui surpreendida não pelo gosto duvidoso de seus criadores, mas pela força da mensagem desta ação criada pela agência Voskhod para o jornal online russo Znak.com: a verdade é perigosa.

Se você acompanha o noticiário internacional, sabe que a vida não anda muito fácil na Rússia, especialmente para quem fala o que pensa. No caso específico do Znak, a preocupação maior é com a liberdade de expressão, já que sua própria editora, Aksana Panova, foi presa e julgada pelo crime de “dizer a verdade’. Foi aí que surgiu a ideia de colocar pessoas comuns no lugar da jornalista.

Em ritmo de “pegadinha”, um ator faz uma pergunta qualquer às pessoas que passam por ele na rua. Que horas são, qual o nome daquela rua, etc. Ao responder, obviamente dizendo a verdade, surgem policiais e um juiz para prender e julgar os participantes, causando reações desesperadas.

Apesar de não concordar com as pegadinhas em geral, acredito que a opção por este tipo de ação foi coerente com o objetivo. Talvez por ser jornalista e reconhecer a importância da liberdade de expressão como um direito fundamental do ser humano, este vídeo acabou me sensibilizando mais do que deveria.

A julgar pelos resultados, sensibilizou também os russos: o vídeo foi um dos mais vistos no país, a audiência do Znak cresceu em 16% e subiu seis posições na classificação de web-mídias locais.

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Documentário passeia pelos 25 anos de Street Fighter

Pode pegar a pipoca e se acomodar confortavelmente diante de seu computador. Está sendo disponibilizado no YouTube, na íntegra, o documentário I Am Street Fighter. Lançado no ano passado, como parte das comemorações pelos 25 anos do game, o filme passeia pelo universo de criadores, produtores e fãs, revelando curiosidades e ótimas histórias para quem curte a franquia, games em geral ou se interessa por design de games.

É interessante descobrir detalhes do game e perceber como eles evoluíram, do Arcade para os consoles, as adaptações visuais e sonoras necessárias para que Street Fighter continuasse conquistando novas gerações. Não é à toa que este é um dos jogos mais importantes da história dos games, apesar até mesmo das trágicas adaptações cinematográficas em torno de seus personagens.

Sem mais blá-blá-blá, dê o play e divirta-se. O documentário é em inglês, sem legendas.

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Ação da Ford divulga busca por novos craques em Portugal

Em parceria com a Escolinha do Figo, a Ford em Portugal resolveu assegurar o futuro do futebol com À Procura de Campeões, iniciativa que vai premiar o ganhador com um estágio no Inter de Milão. Para divulgar esta busca por novos craques da bola, a Wunderman criou uma ação que chamou a atenção de adultos e, principalmente, de crianças.

Patrocinadora oficial da UEFA Champions League, a montadora colocou uma taça em uma das ruas mais movimentadas de Lisboa, desafiando quem passava por lá a levantá-la. É claro que a brincadeira contava com um elemento surpresa… (este texto não contém spoilers).

A ideia é bacana, e lembra bastante A Espada Era a Lei, livro de TH White que virou animação da Disney em 1963. Na história, quem conseguisse levantar a espada presa à uma pedra se tornaria o rei da Inglaterra. No caso da Ford, a procura é por um rei do futebol português, já que o país vai receber a final da Champions League no próximo ano.

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Em uma cadeira, idoso encontra a inspiração para viver

Você já parou para pensar em como uma simples cadeira é capaz de mudar a nossa vida? Alguns comerciais recentes da Coca-Cola e NZI têm focado nos “poderes” deste objeto. Mas talvez seja a Ikea quem tenha melhor demonstrado essa ideia em Empieza Algo Nuevo, filme criado pela  S,C,P,F…, da Espanha.

A história gira em torno de um idoso que todos os dias vai ao mesmo parque e senta-se no mesmo banco, com as mesmas pessoas e faz sempre tudo igual, mais ou menos como se estivesse preso em uma música de Chico Buarque. Até o dia em que o banco está ocupado e ele é obrigado a voltar para trás. Pronto, a primeira ruptura está feita.

No dia seguinte, para evitar o problema de não ter onde sentar, o protagonista resolve levar sua própria cadeira. Mas, como ele tem sua própria cadeira, percebe que pode escolher onde quer se sentar. E a curiosidade vai renascendo, para ir cada vez mais longe e explorar novas possibilidades. Quem diria que uma simples cadeira poderia ser fonte de tanta inspiração?

De certa maneira, este filme da Ikea me lembrou de uma das histórias secundárias de O Fabuloso Destino de Amélie Poulain, de Jean-Pierre Jeunet, em que a protagonista resolve sequestrar o anão de jardim de seu pai. Com a ajuda de uma amiga comissária de bordo, que leva o anão para suas viagens e envia fotos dele em pontos turísticos famosos, Amélie consegue inspirar o pai a conhecer o mundo.

Lendo alguns dos comentários sobre o filme, encontrei algumas críticas ao seu desfecho. Na verdade, não vi nada de errado, pelo contrário: o protagonista simplesmente quis compartilhar sua “fonte de inspiração” com os amigos, lembrando que na Ikea sempre haverá outras cadeiras. É uma mensagem bacana, que mostra que os produtos da Ikea podem ir muito além do ambiente caseiro. Vale o play por cada um de seus 121 segundos…

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Timelapse mostra restauração e colorização de foto antiga

O vídeo acima já tem algumas semanas no ar, mas aos poucos tem alcançado um merecido destaque. Membros do Reddit, thehatersalad resolveu recuperar uma imagem antiga e completamente deteriorada da avó de f2ISO100. O processo de restauração e colorização levou menos de 3 horas e acabou sendo transformado em um timelapse de pouco mais de sete minutos, disponível no YouTube.

Usando o Photoshop, ele corrige os rasgos e as dobras da fotografia, mas também recria os braços da mulher retratada, além de fazer um ótimo trabalho na colorização.

Por enquanto, thehatersalad diz estar interessado nestes projetos somente para poder praticar sua técnica. Na descrição do vídeo abaixo, feito especialmente para seus novos assinantes, ele promete que em breve também vai começar a produzir tutoriais sobre restauração e colorização, que poderão ser vistos em seu canal no YouTube.

 

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Greenpeace estraga a festa da Shell no GP da Bélgica de F1

Aconteceu domingo passado (25/Agosto) no tradicionalíssimo circuito de Spa-Francorchamps, na Bélgica.

Durante a cerimônia de premiação ao fim da corrida, o Greenpeace exibiu dois banners clandestinamente instalados com controle remoto, bem em frente ao pódio repleto de logos da Shell. O primeiro banner foi ativado, subiu e ficou exposto por um tempo razoável, com transmissão ao vivo da TV. Ao perceber a gafe, um homem da organização retirou o cartaz rapidamente, e então um segundo banner apareceu e deixou bem claro a vergonha que a Shell passou frente a milhões de espectadores.

Os cartazes exibiam o endereço do site Save The Artic e protestavam contra os planos de exploração de petróleo no Ártico.

O vídeo originalmente postado no YouTube foi removido por infringir os direitos de imagem (solicitação da Shell), porém o Greenpeace alega que o material foi filmado por eles próprios e não violava nenhum termo de uso do site.

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A história secreta dos brinquedos

Parece difícil de acreditar que, a esta altura do campeonato, com a tecnologia tão presente em basicamente todas as áreas das nossas vidas, que a indústria de brinquedos ainda mantenha algumas tradições. Mas é exatamente isso o que mostra The Secret Story of Toys, curta dirigido por Anthony Ladeisch que explora os estágios iniciais da produção de figuras de ação e os artistas por trás deste trabalho.

Antes de chegar ao PDV acompanhado por uma publicidade maciça, tornando-se objeto de desejo de crianças e adultos, antes de ganhar a embalagem mais bacana, colorida e atraente, antes até de ir para a linha de produção, todo brinquedo passa pelas mãos de um artista que o esculpe a partir da massa disforme da argila. E são estes escultores e designers de protótipos que falam sobre seu processo criativo neste documentário curioso e imperdível, que responde às perguntas que a gente nem sabia que tinha.

O trabalho é meticuloso, nenhum detalhe pode ser esquecido. Afinal, aqueles brinquedos não são apenas para crianças, mas também objetos para colecionadores exigentes, como os próprios artistas que os criam. Como todo trabalho criativo, a prototipagem é cercada de paixões e frustrações, erros, acertos e muitos recomeços.

Mas apesar de responder a muitas perguntas, The Secret Story of Toys também levanta outras. É o caso, por exemplo, de como uma impressora 3D pode afetar o trabalho destes artistas. Será que esta tecnologia é uma ameaça à arte? Espero que não.

O documentário é em inglês, sem legendas.

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O primeiro curta-metragem feito com Vine

É a primeira vez que o Vine é usado desta forma, com uma mecânica bastante simples e coerente, incentivando a criatividade dos usuários para um objetivo em comum.

Já vimos vários concursos e ações de marcas com objetivo de usar o Vine App de forma criativa. Mas desta vez, o Airbnb quer levar o Vine para outro nível e criar o primeiro curta-metragem filmado com o aplicativo.

Em parceria com a agência Muller, a empresa lançou o “Hollywood and Vines“, uma campanha pedindo aos usuários que contribuíssem com um vídeo de até 6 segundos via Vine, seguindo as instruções postadas.

Participantes precisam escolher uma das cenas a serem criadas, filmá-las com o aplicativo e compartilhar no Twitter usando a hashtag #airbnbhv. Os melhores Vines serão editados, construindo um curta-metragem a ser exibido no Sundance Channel. Os vencedores também ganham $100 de créditos a serem gastos em serviços Airbnb.

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Instruções para o usuário filmar cada cena

O conceito que temos de “filme” em nossas mentes está mudando.

A ideia de construir um filme através da participação dos fãs não é uma ideia nova. A ação, por exemplo, teve como inspiração o filme Life In A Day, do Riddle Scott, e outros como o The Johnny Cash Project.

Novas tecnologias e dispositivos como o smartphone fazem do filme um meio mais dinâmico, podendo ser acessado através de múltiplas “janelas”, carregando diferentes informações em um único frame. Esses caminhos podem levar para diferentes narrativas, e o filme se torna um exercício pessoal, descentralizado e participativo.

Uma ação para engajar uma plateia ocupada e multitarefa, que tem poder, sabedoria e quer participar.

Nesta ação, o filme já começa em seu processo de produção. Podemos ver futuras cenas e até partes que ficaram de fora em primeira mão, apenas acessando a hashtag do concurso.

Talvez essa possa ser uma das respostas à como engajar uma plateia ocupada e multitarefa que por vezes parece não assistir a nada, mas está ali e é extremamente observadora. Uma multidão que tem poder, sabedoria e quer participar.

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Our Night apresenta linha 2014 da Harley-Davidson

Comemorando 110 anos de atividades, a Harley-Davidson resolveu investir em algumas mudanças na sua linha touring 2014, chamada de Projeto Rushmore. As novidades chegam por todos os lados: novo motor, design e tecnologia que inclui um sistema multimídia com rádio, GPS e bluetooth com tela touchscreen e até reconhecimento de voz. Para divulgar o lançamento, a VSA Partners criou Our Night um filme que à primeira vista é bastante simples, mas tem uma história interessante por trás.

Sob o tema United by Independents, a VSA resolveu contar com pessoas que realmente amam a marca para criar um filme que mostrasse seu espírito, que apesar de estar dando um grande passo rumo a modernidade, continua valorizando suas raízes. Isso se traduz, por exemplo, nos motociclistas que aparecem no filme, todos eles verdadeiros “riders”. Aliás, fãs e funcionários da marca aparecem em uma montagem no final, em fotos captadas em redes sociais.

Mas um dos grandes destaques de Our Night, que retrata um passeio noturno prestes a ser interrompido é claro, por um chefe, é a trilha sonora. Diversas bandas foram convidadas para mostrar sua interpretação de Come Together, dos Beatles, mas quem acabou levando foi a irlandesa The Strypes, que mandou muito bem neste cover.

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350 Action propõe mudança no sistema de nomes de furacões

A organização 350 Action está promovendo uma campanha solicitando a World Meteorlogical Organization (Organização Meteorológica Mundial) mude o sistema que usa para nomear furacões e tempestades e passe a usar nomes de políticos que negam os efeitos das mudanças climáticas.

Para quem não se lembra, a gente falou rapidamente sobre este sistema de nomes neste post. Em resumo, a WMO mantém pelo menos seis listas com 21 nomes alternadamente femininos e masculinos, que são dados a furacões e tempestades tropicais. Os nomes são repetidos a cada seis anos, a não ser que seja associado a um evento tão devastador que precise ser retirado da lista.

É o caso dos nomes que aparecem no início do filme criado pela Barton F. Graf 9000, que mostra pessoas comuns como Andrew, Sandy, Ivan e Katrina, entre outros, que têm seus nomes associados a algumas das piores tragédias climáticas da história. Então, por que não usar os nomes de quem realmente poderia estar fazendo algo a respeito, mas simplesmente prefere negar a realidade?

O que se segue, então, é como seria o noticiário se a proposta da 350 Action fosse colocada em prática, com os nomes de Marco Rubio, Michelle Bachman, David Vitter, Rick Perry, John Boehner, Collin Peterson, James Inhofe, Paul Ryan, Jeff Sessions, Paul Broun, Darrell Issa e Lamar Smith. A petição Climate Name Change pode ser assinada aqui.

Particularmente, achei genial essa história de dar “nome aos bois”. Fiquei até imaginando como seria uma versão desta ideia aqui no Brasil, com cada problema originado em políticas falhas sendo nomeado a partir de quem as propôs ou contribuiu para sua existência. Quem sabe isso não ajudaria a melhorar a memória curta do brasileiro, que insiste em repetir os mesmos erros a cada quatro anos?

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New Zealand Insurance usa cadeira endiabrada para falar de seguro

Incêndio, inundação e alguns outros acidentes de percurso fazem parte de qualquer ramo de negócio e muitas vezes a diferença entre ter um baita prejuízo ou não é o seguro. Mas, convenhamos, uma apólice de seguro não costuma ser o produto mais atraente e interessante para se fazer um comercial, certo? Errado. Pelo menos é o que comprova The Devil’s Chair, uma animação criada pela DraftFCBAssembly para divulgar a New Zealand Insurance.

Ao som de The Good, The Bad and The Ugly, a história gira em torno de uma bela cadeira de escritório, que coincidentemente está presente em todos os momentos em que algo terrível acontece. Levando azar para cada novo dono, fica claro que algo pior sempre pode acontecer.

A narrativa é envolvente e divertida, com elementos que fazem parte da cultura Kiwi, mas que consegue criar identificação com pessoas do mundo inteiro. Fugindo dos habituais lugares-comuns que fazem parte das campanhas de empresas de seguros, The Devil’s Chair mostra que todos correm o risco de ter de lidar com situações inesperadas, com ou sem uma cadeira endiabrada.

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Um dia na vida de quem esqueceu o smartphone em casa

Com quase 9 milhões de visualizações em apenas quatro dias, o curta “I Forgot My Phone” retrata o isolamento de alguém sem smartphone em uma sociedade amplamente conectada. É claro que, para provar seu ponto, o filme exagera, mas é muito fácil encontrar grupos de pessoas agindo exatamente dessa maneira, seja em reuniões, em casa, almoços, jantares ou eventos.

Me fez lembrar do seminário com Conan ‘O Brien em Cannes Lions esse ano. No momento em que ele e Anderson Cooper entram no palco, a maioria esmagadora da platéia (eu, inclusive) saca celulares, tablets e cameras para registrar o momento, e ele manda: “Ninguém está nos vendo com os próprios olhos agora.”

Todo mundo riu, é claro, mas é também uma provocação incômoda, dentro daquela ideia de que hoje em dia ninguém de fato aproveita o presente, com a preocupação de capturar e compartilhar tudo o mais rápido possível. Minha opinião é de que esse é um comportamento natural. Todos querem guardar uma lembrança, a diferença é que agora a tecnologia facilitou o processo e está nos nossos bolsos.

Talvez o problema seja a falta de controle. Você pode tirar uma foto do show, mas não precisa filmá-lo inteiro. Você pode responder uma mensagem durante um encontro com os amigos, só não precisa ficar olhando o feed do Facebook e do Twitter.

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Estudantes propõem nova utilidade para dispositivo de prevenção de colisões da Mercedes-Benz

Todo mundo já se perguntou, em algum momento da vida, como uma decisão pode afetar os desdobramentos de uma história. Jan Mettler, Lydia Lohse e Tobias Haase são estudantes da Universidade de Ludwigsburg, na Alemanha, e ao se questionarem o que aconteceria se eles pudessem voltar no tempo e mudar a história, também quiseram explorar uma outra possibilidade:

“E se a tecnologia tivesse uma alma, uma consciência?”

É claro que, se não dá para fazer isso no mundo real, o jeito é aproveitar a oportunidade em um projeto estudantil para tentar encontrar algumas respostas. Foi o que eles fizeram em um comercial falso para um dispositivo de prevenção de colisões criado pela Mercedes-Benz.

Basicamente, o sistema detecta colisões em potencial antes que elas aconteçam, alertando o motorista. E é exatamente isso o que vemos nos segundos iniciais do filme acima, que se passa em uma vila, provavelmente entre o fim do século 19 e começo do século 20.

A primeira coisa que chama a atenção é um carro tão moderno em um cenário antiquado, uma vila com ruas de terra e crianças brincando despreocupadamente. Logo de cara, vemos que o sistema funciona super bem, ao evitar que o carro atropele algumas crianças. Segundos depois, entretanto, o carro acelera e atropela um menino, que estava apenas empinando uma pipa.

As cenas seguintes, com uma mãe desesperada gritando o nome do filho e uma placa na saída da vila identificando o lugar, acabam com o mistério, lembrando que o dispositivo da Mercedes-Benz funciona tão bem que é capaz de detectar o perigo antes que ele apareça.

É óbvio que a Mercedes não gostou de ter sua merca associada à ideia dos estudantes – que classificou de “inapropriada”. Segundo uma matéria publicada no jornal inglês The Independent, antes de divulgar o vídeo eles adicionaram um aviso logo no começo deixando bem claro que o comercial não tem absolutamente nenhuma afiliação com a Mercedes-Benz ou Daimler AG. O aviso dizendo que é um filme não-autorizado está presente ao longo de seus 80 segundos.

Houve quem achou o falso comercial de mau gosto e ponto final. Houve quem defendeu que a ideia é brilhante e que a Mercedes deveria estar agradecida pela publicidade gratuita. Mas será que este é o tipo de publicidade que quer uma marca que investe milhões de dólares anualmente para forjar sua imagem? E, em termos mais práticos, será que eliminar um único personagem realmente mudaria a história que conhecemos? Para pior ou para melhor?

A ideia é interessante, a produção é ótima – especialmente se lembrarmos que é um projeto estudantil. Mas acredito que projetos assim deixam mais perguntas do que respostas e isso é bom, porque nos faz pensar. E este filme já está dando muito o que pensar.

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Benefit: homens de verdade não fingem

Se você já leu ou assistiu a algum tutorial de maquiagem, já deve ter percebido que a mulherada tem uma obsessão declarada pelos chamados cílios de boneca. A maioria de nós quer ter cílios longos, volumosos e tão curvados quanto os de Betty Boop que, convenhamos, não é real. Sorte da indústria da beleza, que aproveita e até estimula esta ideia criando produtos capazes de entregar o efeito desejado de cílios falsos instantâneos. E é exatamente nesta “falsidade” que a marca de cosméticos Benefit resolveu mirar ao apresentar uma máscara que promete valorizar os cílios reais das mulheres, na campanha Real Men Don’t Fake.

Antes de apertar o play no vídeo acima, tente se lembrar de quantas vezes você já viu a mulher ser tratada como um objeto na publicidade de produtos de moda e beleza. Quantas vezes elas apareceram seminuas – quando não totalmente -, ou contracenando com homens prontos para consumi-las como se fossem um pedaço de carne? Você ficou incomodado? Agora inverta os papeis e coloque homens no lugar de mulheres e vice-versa.

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Preciso ser sincera e dizer que, na primeira vez em que assisti a este vídeo, achei simplesmente idiota. Afinal, que mulher em sã consciência usaria uma máscara para cílios guardada na cueca alheia, mesmo que fosse o pacote (hein, hein) de alguma celebridade (os famosos: quem?), como dizia a descrição. Mas isso foi até os segundos finais, quando apareceu a seguinte frase:

“Rir é o melhor cosmético”

E isso faz total sentido. Lá fui eu dar uma nova chance e tudo começou a ficar mais claro. Não é idiota, pelo contrário. A agência Portal A fez uma jogada inteligente ao inverter os papeis aos quais estamos acostumados. Só que, para que tudo isso fizesse sentido, apostou no humor ao comparar os cílios femininos ao genital masculino, que aparece diversas vezes em close. Afinal, tanto as mulheres quanto os homens parecem estar preocupados demais somente com o tamanho de seus “atributos”, o que realmente é uma grande piada.

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Uma olhada rápida nos comentários, entretanto, comprovou que a maioria está preocupada demais em levar tudo tão a sério, que preferiu ignorar a piada. Teve quem classificou o filme de horroroso, nojento, estúpido, sexista, perda de tempo, querendo criar uma controvérsia… Mas o que vale, realmente, é que por mais tosco que tenha sido o tratamento dado, ele está conseguindo chamar a atenção. Algumas pessoas vão parar e pensar a respeito, outras não.

Uma boa máscara para cílios pode até ajudar a “abrir o olhar”, como costuma-se dizer. Mas no final fica a reflexão de que nenhum padrão de beleza deve ser levado tão a sério a ponto de nos cegar para o que realmente importa.

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A Arte do Retrato Fotográfico

falei aqui outras vezes o quanto gosto da série “Off Book” da PBS e blábláblá. Um dos últimos vídeos do projeto fala sobre a fotografia de retrato, e a relação dinâmica entre o fotógrafo e o personagem.

A captura da imagem humana é mais profunda do que parece. Os grandes profissionais conseguem comunicar ideias, criar empatia e significado, deixando de clicar uma “mera foto”, para fazer arte.

Eu poderia citar inúmeros casos célebres, com fotógrafos famosos e retratos de personalidades. Mas o sensacional ensaio com moradores de rua do inglês Lee Jeffries exemplifica muito bem. Fotos tocantes e poderosas.

E claro, dê o play no mini-documentário acima. Em inglês, sem legendas.

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Animação conta os 108 anos da Herman Miller em 108 segundos

Aos 108 anos, a Herman Miller resolveu lançar uma plataforma digital para que o público possa descobrir “porque nós fazemos o que fazemos”. Para apresentar a WHY, o diretor de arte Christian Borstlap – a mente criativa por trás da agência Part of a Bigger Plan – recebeu a missão de contar a história da empresa em um curta. O resultado é 108 years of Herman Miller in 108 seconds, uma timeline animada que relembra não só os principais produtos da marca, mas também os grandes designers que passaram por ela.

É o caso, por exemplo, de George Nelson, que em 1945 foi nomeado o primeiro diretor de design da empresa. Desde então, passaram por lá Charles e Ray Eames, Isamu Noguchi, Robert Propst e Don Chadwick, entre outros. Para variar, a timeline deixou de fora Irving Harper, como bem apontou o Merigo, um gênio subestimado, mas ainda assim vale a pena descobrir como as criações desta marca ainda fazem parte do nosso dia a dia.

Da maneira como a Part of a Bigger Plan encadeou as informações, esta animação se enquadra facilmente na categoria de infográficos animados. É um prato cheio para quem curte design.

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Antes do Super Bowl, tem sempre o Monday Night Football

Conforme janeiro vai chegando ao fim, os primeiros comerciais do Super Bowl começam a aparecer – ou pelo menos os teasers do que será exibido naquele que é considerado o intervalo publicitário mais caro do mundo. Para se ter uma ideia, este ano a CBS cobrou US$ 3,8 milhões por cada 30 segundos e teve uma audiência estimada em 108,41 milhões de espectadores. Antes de se chegar à final, entretanto, o campeonato da National Football League precisa de um começo, o Monday Night Football.

É no futebol de segunda à noite que acontece a verdadeira disputa para se protagonizar o Super Bowl. E para divulgar o Monday Night Football no canal ESPN, a W+K New York optou por uma pegada mais cômica, com a participação do jogador JJ Watt, do Houston Texans.

No filme, ele se atrapalha com a bola e começa a fazer uma lista mental (e desesperada) de quem estará assistindo o jogo naquele momento, todos chamados Ken. Do cara para quem ele costumava entregar pizzas a Kenny Loggins cantando uma versão de Footloose, passando pelos jogadores Ken Norton Jr e Ken Griffey Jr. Afinal, tudo se resume ao futebol de segunda à noite.

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Heinz Beans: porque apesar de tudo, seu irmão é seu melhor amigo

Aqui no Brasil, o feijão faz parte do nosso cardápio no almoço e jantar. No Reino Unido, entretanto, é ingrediente essencial de um bom café da manhã. Especialmente se for o enlatado Heinz Beans, que está lançando uma campanha multimilionária, com direito até  a uma atualização da embalagem. Mas o grande destaque é o novo filme, Little Brother, que aposta no apelo emocional para mostrar a relação entre dois irmãos e a importância do feijão nisso tudo.

A narração é conduzida pelo irmão mais velho, que apresenta o seu caçula mostrando aquelas coisas típicas de um irmão menor: experiências com seus brinquedos – que chegam a ter medo dele -, a destruição da sua lição de casa, a incapacidade de pegar até um resfriado quando jogam futebol e ele fica no gol, ou ainda aquela mania de fechar os olhos brincando de esconde-esconde, achando que se ele não vê, você também não.

Mas mesmo assim, o mais velho admite que o irmãozinho é seu melhor amigo e faz questão de garantir que ele cresça bem e saudável.De certa maneira, Little Brother acaba causando um efeito bem parecido com o de Comb Over – filme recente da JELL-O em que o menininho oferece seu pudim de chocolate ao pai, ao constatar que ele precisa muito mais daquele “conforto”.

Vale lembrar, ainda, que na década de 1980, o Heinz Beans já havia apostado na relação de irmãos. Era uma outra época, quando o politicamente correto não era uma regra e o irmão mais velho podia sacanear abertamente com o caçula.

A versão 2013 de Little Brother é da Abbott Mead Vickers BBDO.

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Very Important Pets incentiva adoção de cães

Projetos pessoais são importantes para se manter a imaginação afiada, explorar ferramentas e conceitos diferentes ou simplesmente contribuir para alguma causa que você acredita. Todos estes elementos estão presentes na campanha desenvolvida pela redatora argentina Juliana Raffo e seus amigos, que resolveram dar uma força para o Proyecto4Patas e incentivar a adoção de cães de uma maneira diferente e divertida.

Com a colaboração de uma produtora argentina, foram criados quatro filmes, que exaltam as características pessoais de alguns cãezinhos que fazem parte da ONG, lembrando que eles são “very important pets”, mas que precisam de “very important amigos”.Por enquanto apenas dois foram lançados: a história do sábio Lacan – que devido a seu gosto por reflexões e máquinas de escrever lembrou bastante ao Snoopy – e Blanquita, que vem com uma antena de wi-fi incluída.

O Proyecto4Patas foi o escolhido pois desde 2008 atua com a difusão, proteção e promoção dos direitos dos animais, “fomentando a adoção e alentando aos processos de esterilização como único método ético de controle da reprodução da fauna urbana”. Segundo Juliana, o grupo de criativos envolvidos custeou toda a campanha do próprio bolso.

É mais uma iniciativa que lembra que adoção é a melhor forma de se ganhar um amigo de quatro patas.

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