Um ganhador do Oscar nos pântanos da Louisiana

Se não fosse um contador de histórias, William Joyce poderia ser um James Bond, um Robin Hood, um Groucho Marx ou qualquer um dos maridos de Ava Gardner – nesta ordem, como ele mesmo colocou. Fato é que, como um contador de histórias, ele resolveu que poderia ser tudo isso e muito mais ao construir universos inteiros com sua imaginação, moldando personagens fantásticos, prontos para viver histórias inesquecíveis.

E com tantas boas histórias para se contar, ele percebeu que não poderia se prender a uma única arte ou meio. Hoje vemos suas criações em livros, aplicativos e animações, como é o caso de The Fantastic Flying Books of Mr. Morris Lessmore, que em 2012 levou o Oscar de melhor curta de animação, A Origem dos Guardiões, Reino Escondido, The Numberlys, entre outros projetos.

Após trabalhar com estúdios como a Disney, Twentieth Century Fox, DreamWorks e Pixar – onde ele participou de pequenos projetos que talvez você conheça, como Toy Story e Vida de Inseto -, desde 2010 ele está à frente do Moonbot Studios, ao lado de Brandon Oldenburg e Lampton Enochs, onde diariamente coloca em prática a filosofia de desenvolver histórias para livros, filmes, aplicativos e jogos com narrativas envolventes e um visual à altura.

E tudo isso bem longe de Nova York, Los Angeles e dos grandes investidores, em Shreveport, Louisiana. William Joyce e sua equipe nos ajudam a lembrar – e também a acreditar – que talento e capacidade para realizar grandes projetos não dependem de geografia, e que não é preciso estar nos grandes centros para dar certo.

will

A galera da Royalpixel teve uma oportunidade de conversar com William Joyce sobre processo criativo, imaginação e o que faz boas histórias. Confira o que ele nos disse:

Na sua opinião, o que torna uma história ótima?
Aquela sensação de desespero para descobrir o que acontece em seguida.

Acredito que aplicativos ou qualquer nova tecnologia são apenas novas formas para se contar uma história. Se isso pode interessar não-leitores e torná-los leitores, então bravo!

Você se sente mais como um escritor que ilustra ou um ilustrador que escreve?
Eu pinto. Eu escrevo. Ambas as artes contam uma história. Então, sou um contador de histórias.

O que influencia você como um artista e um autor? O que você assistia quando criança?
Eu precisaria de uma enciclopédia. Sou a primeira geração de crianças com televisão. Meu cérebro foi soldado ao circuito de nosso aparelho de TV preto e branco RCA Viewmaster. Todos os dias e noites eu via toda a polpa do passado, presente e futuro que a televisão tinha a oferecer. Também havia os quadrinhos, minha família e outros ilustradores.

Eu pinto. Eu escrevo. Ambas as artes contam uma história. Então, sou um contador de histórias.

Quem são seus heróis na animação com que você já trabalhou?
Max Fleischer. Gustaf Tenggren. Windsor McKay. Lotte Reiniger. Maurice Sendak. Steven Spielberg. Eu acredito que Hitchcock, Frank Capra e John Ford seriam diretores de animação. Seus filmes são tão estilizados. Eles são tão fora da realidade quanto os desenhos, mas eles fazem com que você acredite em suas realidades.

O que você acredita que estaria fazendo se não fosse um contador de histórias?
Não tenho ideia, mas gostaria de ser várias coisas, em ordem de preferência:
1. James Bond
2. Robin Hood
3. Groucho Marx
4. Qualquer um dos maridos de Ava Gardner.

De onde vem sua inspiração criativa?
De tudo. De todos. De qualquer lugar.

Quanto de sua experiência pessoal você usa nas histórias que você cria?
Mais do que eu gostaria ou do que estou consciente.

Eu acredito que Hitchcock, Frank Capra e John Ford seriam diretores de animação. Seus filmes são tão estilizados

Até aqui, você já produziu livros, ilustrações, animações, filmes, programas de TV e aplicativos. Há uma aproximação diferente para cada uma delas? Qual é a mais satisfatória?
Todas elas têm seus prazeres em particular. Todas elas têm um jeito diferente de se apresentar uma história. A questão é como cada meio pode ser melhor utilizado para envolver e encantar o público.

Como é o processo inicial de desenvolvimento e produção de um projeto para você?
É o paraíso. Você está inventando um mundo em que você gostaria de estar.

O que você acha do processo direcionado pelo storyboard?
Eu acredito que é consideravelmente mais divertido que varrer, limpar ou cavar valas.

Você pode falar sobre o processo de desenvolvimento de Reino Escondido (Epic)? É difícil ver suas ideias mexidas, adaptadas e transformadas em algo novo?
O processo foi longo. Foi bastante colaborativo. Só era difícil quando eu estava certo e eles errados. Mas com Epic e Rise of the Guardians (A Origem dos Guardiões) isso não aconteceu com muita frequência.

Qual a contribuição que a tecnologia traz para a leitura e como o Moonbot Studios a usa em seus aplicativos?
Acredito que aplicativos ou qualquer nova tecnologia são apenas novas formas para se contar uma história. Se isso pode interessar não-leitores e torná-los leitores, então bravo!

Trabalho bem-feito.

O que você aprendeu com o lançamento da Moonbot?
Que ser o chefe é muito divertido, muito satisfatório, nos faz mais humildes e é muito enriquecedor em cada experiência e emoção. E algumas vezes é também um pouco solitário.

Quais as vantagens e desvantagens de se trabalhar na Louisiana?
A comida é maravilhosa. As pessoas são deliciosamente estranhas e gentis. Shreveport é um ótimo lugar para se observar a condição humana, em toda sua glória peculiar.

Ser o chefe é muito divertido, muito satisfatório, nos faz mais humildes e é muito enriquecedor em cada experiência e emoção. E algumas vezes é também um pouco solitário.

O que vem por aí?
A curto prazo, para mim é:
No outono, um livro ilustrado chamado The Mischievians, sobre todas aquelas coisas que todo mundo se pergunta – para onde vão aqueles pé de meia perdidos, e de onde vem aqueles fiapos de algodão do umbigo? – Também será lançado o próximo livro da série Guardians of Childhood, Sandman and the War of Dreams. O Moonbot está produzindo diversos curtas, um deles baseado no aplicativo The Numberlys.

Brainstorm9Post originalmente publicado no Brainstorm #9
Twitter | Facebook | Contato | Anuncie

Um livro pode mudar a história da sua vida

O conceito é interessante, mas a execução poderia ter sido bem melhor: partindo do princípio que um livro pode mudar uma vida, a Y&R de Beijing criou a campanha impressa A book can change the story of your life para a Penguin Books. A série mostra cinco histórias que poderiam ter finais trágicos, se não fosse um livro para mudar a trajetória de seus personagens.

A ideia me pareceu bacana e, como jornalista, já ouvi muitas histórias de gente que realmente teve a vida transformada após ler um ou alguns livros. O problema desta campanha é que ela ficou um pouco dramática demais, beirando o mau gosto em alguns casos. Ficou exagerado porque nem sempre a falta de leitura é uma sentença de morte e todo mundo conhece gente que se deu bem sem nunca ter aberto um livro na vida. É, não foi desta vez.

Penguin5 Penguin4 Penguin2 Penguin1

Brainstorm9Post originalmente publicado no Brainstorm #9
Twitter | Facebook | Contato | Anuncie

A Cultura do Spoiler: de Odete Roitman a “Game of Thrones”

Eu sou o tipo de pessoa que  assistiu “O Sexto Sentido”“Clube da Luta” e muitos outros filmes mesmo já sabendo o grande enigma do fim. Na verdade, sou tão curiosa que até agradeço quando me contam algo ou descubro os spoilers. Isso nunca mudou muito a minha experiência de espectadora ou, até mesmo, de leitora – quem já não pulou algumas páginas porque queria saber o que ia acontecer no próximo capítulo do livro?

Acontece que, algumas semanas atrás, eu realmente fiquei triste por descobrir algo muito importante do meu seriado favorito antes de assistir. Há 8 temporadas espero para conhecer quem é a mulher e mãe dos filhos de Ted Mosby em “How I Met Your Mother”. Isso finalmente aconteceu, mas foi através de uma foto da cena no Instagram de algum espertinho.

Spoiler

Quem ainda não assistiu aquele tal episódio bombástico, acaba invariavelmente enfrentando o fogo cruzado da internet

Enquanto demorei algumas horas há mais que todo mundo para assistir o episódio, não imaginei que alguém publicaria uma foto dessas. Nem me lembrei, também, que existe uma regra comum de que se você não quer saber algum spoiler deve ficar longe da internet. Além disso, nunca me preocupei com os spoilers, e confesso que já estraguei a expectativa de muitas pessoas. Seja intencionalmente ou sem querer.

Essa surpresa e o gosto amargo de perder a revelação de um grande mistério pela primeira vez me fez pensar nesse momento da cultura do spoiler que estamos vivendo, recentemente levantado pela Wired. De repente, qualquer comentário pode virar um spoiler e não existe fórmula pra fugir deles, a não ser que você queira passar um bom tempo totalmente desconectado.

Você vai notar isso muito bem nessa semana. Com o penúltimo episódio da terceira temporada de “Game of Thrones”“The Rains of Castamere” – exibido ontem, 2 de junho, as redes sociais entraram em erupção. Quem assiste está louco para comentar/entregar os acontecimentos, ou, entregando de fato. Os desavisados que ainda vão assistir o S03E09 amanheceram no meio do fogo cruzado.

GoT

Mas o que realmente é um spoiler?

Spoiler é a descoberta de um grande mistério, situações que acontecem no desfecho da trama ou a morte de algum personagem antes que você tenha chance de assistir ou ler a história em questão. Mas nem todo mundo pensa assim.

A internet é escura e cheia de spoilers

“Acho que na real existe uma histeria. Tudo é spoiler, inclusive o que não é. Tem gente que não quer nem saber se o casal deu um beijo ou não em determinado episódio ou qual música o pessoal do ‘Glee’ vai fazer versão. É demais! Existe muito “mimimi”, diz Ana Emilio, do site Box de Séries, que completa: “no Box, a gente considera spoiler tudo que aconteceu nos últimos episódios, e sempre tenta colocar avisos e evitar fotos que entreguem surpresas direto na home, mas nem assim conseguimos fugir dos chatos que reclamam de tudo.”

As pessoas começaram a levar muito a sério essa história de spoiler e agora fazem disso uma batalha campal sem necessidade. É óbvio que é chato ficar sabendo do que não se quer, mas também não tem como fugir de descobrir algo se você está na internet, navegando em sites especializados no assunto ou em alguma rede social na hora em que determinado episódio está sendo exibido na TV.

A famosa camiseta de Olly Moss

A famosa camiseta de Olly Moss

O Sexto Sentido

Reclamar é inútil, afinal, a maneira de consumir entretenimento não é mais a mesma faz tempo. Hoje em dia é cada vez mais normal as pessoas postarem comentários ao mesmo tempo em que estão acompanhando a televisão, a tão discutida segunda tela, e muitas vezes preferem assistir seu filme ou série favorita no próprio computador ou tablet. Dessa maneira, é certo dizer que o spoiler faz parte do cotidiano desse consumidor.

Tirando o fato de alguns espertinhos, como o meu caso da foto do Instagram, a maioria dos sites, fóruns e blogs trazem avisos de que talvez em determinado post tenha alguma informação que você não deveria saber se ainda não viu o que deveria ver – o que eu nunca respeitei e sempre li para matar a curiosidade. O que deve imperar é o bom senso do próprio espectador na escolha do que vai ler, e de quem já assistiu em não estragar a diversão dos amigos. 

Caio Fochetto, também do Box de Séries, lembra que nem só de texto vivem os spoilers. “Uma história interessante de spoilers é a capa da última temporada de ‘Six Feet Under’. Tem um spoiler violento nela e qualquer fã percebe! Sacanagem da Warner não ter prestado atenção nisso. A capa mostra todos os personagens num velório, exceto um. Ou seja …”

Claro que a grande “culpada” por essa cultura do spoiler e criação de especialistas em mancadas históricas é a internet. Facebook, Twitter, fóruns, comentários, blogs e sites com conteúdo revelador conquistaram de vez o território e ficou praticamente impossível fugir de algum texto malicioso.

Lost

“Lembro que alguém me mandou um reply no Twitter perguntando o que eu tinha achado da morte de um grande personagem de ‘The Walking Dead’. Só que eu não tinha visto! Por isso, fico bem longe das redes sociais quando passa um episódio das minhas séries favoritas (‘True Blood’, ‘Game of Thrones’, etc). Por sorte elas são exibidas domingo a noite e consigo assistir no máximo em 24h. Pouco tempo sem checar meus perfis.”, diz Caio

Antes da era dos spoilers, os mais curiosos só podiam contar com os resumos publicados de antemão em jornais e revistas

Pensando nisso, fansites de “Game of Thrones”, como o Tower of the Hand, desenvolveram um sistema que tenta fugir disso e impede os spoilers. Os leitores podem selecionar no site até onde chegaram na série (ou livro) e o site vai esconder automaticamente as informações vitais até o ponto em que o espectador/leitor parou. Já o Winter Is Coming trata tudo o que não foi ao ar como um spoiler em potencial, portanto se você leu os livros que ainda não foram para a televisão não pode comentar nada. Essas são até que boas ideias, mas vale para todos os seriados? E pior, vale para os que querem deliberadamente entregar o jogo?

Spoiler

No caso de “Game of Thrones”, os livros já são um “spoiler” a parte para quem acompanha apenas pela TV. Mas se engana quem acha que não vai ter nenhuma surpresa quando assistir mesmo tendo lido antes. Além de ser paticamente impossível filmar cada detalhe das obas de George R. R. Martin, muito do que se vê é a interpretação do roteirista e diretor e eles podem sempre acrescentar algo que você não esperava para criar uma reviravolta.   

“Às vezes é até bacana saber o que acontece nos livros, pois não há garantia que este seja o rumo da história na TV. Por exemplo, nos livros que originaram ‘True Blood’ há um personagem que é o Elvis Presley – ele não morreu, virou vampiro. Na série isso não existe e não há possibilidade de acontecer, segundo os produtores da série”, conta Caio.

Odete
 
Provavelmente se a novela “Vale Tudo” fosse inédita no tempos de hoje ela seria tão vítima de spoilers quanto qualquer seriado, e muitas pessoas revelariam quem matou Odete Roitman antes da hora. Ainda mais se ela fosse filmada em outro país e o meio tempo de espera para chegar até os canais brasileiros não segurasse grandes segredos.

Naquela época, os mais curiosos só podiam contar com os resumos publicados de antemão em jornais e revistas. Textos, claro, enviados pela própria emissora, e portanto sem grandes revelações. Nem jornalistas conseguiam acesso ao roteiro, e os espectadores tinham hora marcada com a televisão para saber o que aconteceria. Em se tratando de segredos do entretenimento, era um mundo democrático. Os finais de “Seinfeld” e “A Próxima Vítima”, por exemplo, foram filmados horas antes de irem ao ar. Uma tática para evitar qualquer vazamento de informação, num tempo que não existia downloads e conteúdo sob demanda.

Só sei que minha primeira experiência de spoiler desnecessário me marcou. Tudo bem que foi um contratempo, mas para quem vivia na LOSTpedia e nos fóruns internacionais para saber tudo sobre “Lost” e “Harry Potter” antes de conseguir assistir ou ler os livros, eu não posso reclamar muito de saber um segredinho. Isso vale para muitas pessoas também. Não se chateie e perca o tempo criticando alguma revelação antes da hora, simplesmente evite os comentários na internet o máximo que puder. Dessa forma, a vida dos estraga prazeres será bem mais complicada (e sem graça).

Brainstorm9Post originalmente publicado no Brainstorm #9
Twitter | Facebook | Contato | Anuncie

“Angry Birds”, “Call of Duty” e “Lost” matam personagens da literatura

A Asociación De Editores De Madrid quer que você leia mais livros, e acha que o tempo que se “perde” assistindo séries de TV e jogando videogame é o culpado por acabar com o hábito da leitura.

Em uma série de anúncios, personagens clássicos da literatura são mortos: Dom Quixote por “Angry Birds”, O Pequeno Príncipe por “Call of Duty”, e Moby Dick por “Lost”.

Eu não concordo com o discurso recalcado – apesar de ser claramente uma campanha para festivais – mas ainda assim provoca e tem um belo visual. Só faltou alguma peça com o Facebook também assassinando livros.

A criação é da Grey, da Espanha.

Livros
Livros
Livros

Brainstorm9Post originalmente publicado no Brainstorm #9
Twitter | Facebook | Contato | Anuncie

Leitura Alimenta: Um projeto social que inclui livros em cestas básicas e mata a fome de cultura

Sou apaixonada por leitura desde que me entendo por gente. Um livro na mão me traz muita inspiração, inclusive nos dias de hoje com tanto conteúdo disponível na internet.

E mesmo que o mundo tenha mudado, transformado a roda de amigos em Facebook e o álbum de fotos em Instagram, o livro pode trazer uma experiência diferente de todas as outras.

Através de uma iniciativa colaborativa, agora é possível estender esta experiência aos brasileiros que são carentes de cultura. O projeto Leitura Alimenta convida as pessoas a doar seus livros para serem entregues junto com cestas básicas distribuídas para famílias em todo o Brasil.

Leitura Alimenta

O projeto está sendo realizado pela Livraria da Vila e a distribuidora Cesta Nobre em parceria com a agência Leo Burnett Tailor Made.

Uma ideia com pitada de responsabilidade social que dá gosto.

Brainstorm9Post originalmente publicado no Brainstorm #9
Twitter | Facebook | Contato | Anuncie


Advertisement

Good Books: bons livros e animações para mudar o mundo

À primeira vista, Havana Heat é só mais uma animação muito bem feita pelo estúdio The Mill, de Londres. Só que, quando a gente vai descobrindo tudo o que tem por trás deste trabalho, a gente vai percebendo que é uma ideia elaborada, com um propósito importante. O filme serve para divulgar o projeto Good Books, da Nova Zelândia, que comercializa livros pelo mundo inteiro, com frete grátis e doa todo o lucro para a caridade.

Em caridade, leia-se Oxfam New Zeland, uma entidade que se dedica a lutar contra a pobreza e injustiça social.

A série de animações Grandes Autores transforma livros clássicos em animações curtas, que ajudem a divulgar o projeto. Os estúdios fazem o trabalho gratuitamente – o primeiro filme foi Metamorphosis. No site do Good Books é possível encontrar diversas informações sobre a iniciativa. Uma ótima ideia em todos os sentidos.

Brainstorm9Post originalmente publicado no Brainstorm #9
Twitter | Facebook | Contato | Anuncie


Advertisement


Imaginaria: Um Foursquare para check-ins em lugares que só existem na imaginação

Como um Foursquare da ficção, o Imaginaria é um aplicativo da rede Livraria da Vila em que você pode dar check-in em locais que só existem na imaginação.

Além da brincadeira em si, que pode ser compartilhada nas redes sociais, sua participação no app pode ser convertida em descontos para compra nas lojas físicas.

A ideia é bacana e o app é bem desenhado. Só não consegui adicionar um novo local, e a busca precisa de refinamento. Sendo assim, quem gostar da ferramenta vai precisa torcer para que não deixem de atualizar e melhorar o aplicativo depois de Cannes.

O download é gratuito na App Store. A criação é da JWT.

Brainstorm9Post originalmente publicado no Brainstorm #9
Twitter | Facebook | Contato | Anuncie


Advertisement


Uma viagem com Hunter S. Thompson e Franz Kafka para promover loja de livros

A Good Books é uma loja online de livros da Nova Zelândia. Poderia ser mais uma entre tantas outras, mas além do frete grátis para o mundo todo, 100% do lucro é revertido para a caridade, doado para a Oxfam.

A incrível animação/comercial acima promove a Good Books, misturando Hunter S. Thompson e Franz Kafka.

A criação é da agência String Theory, mas a produção da Buck e sound design da Antfood é que merecem destaque.

Tem também uma versão com locução, mas a viagem fica muito melhor com todos os efeitos sonoros sem interferência de alguém falando sem parar.

Brainstorm9Post originalmente publicado no Brainstorm #9
Twitter | Facebook | Contato | Anuncie


Advertisement


ROI em Social Media? Será que chegou a hora?

O amigo Diego Senise enviou um convite para o lançamento do livro que agrega alguns anos de pesquisa de uma equipe capitaneada pelo professor Mitsuru Higuchi Yanaze da ECA-USP, da qual ele fez parte. O tema é o famigerado retorno de investimentos ou ROI, acrônimo para o termo em inglês.

Pretendo ler o livro em breve, mas já estou aqui a pensar sobre o que ele promete: métricas efetivas para a análise de uma ação em Social Media. Trabalho sempre muito próximo disso desde 2006 e até agora, ninguém chegou com o modelo mais concreto. Todo mundo tem um número mágico que, segundo um grande profissional do ramo que manterei no anonimato, servem para que o seu cliente suba de cargo na empresa. A métrica de sucesso é subir o gerente à diretoria?

Confesso que em diversas vezes pensei nisso. Em cada apresentação de relatório, ao apontar o que medimos e os números obtidos, sempre senti um frio na barriga ao notar que sucesso era, na verdade, muito relativo. Se o briefing pecava em objetivos, minha métrica de sucesso passaria a ser “adivinhar o que meu cliente prometeu a seus superiores e entregar os números necessários”. E haja maquiagem para tanto.

Recentemente, fui apresentado a um profissional de métricas que atestou algumas conclusões que ele tinha de profissionais de Social Media que ele havia conhecido: em geral, não querem ser mensurados, podendo vender o que bem entendessem. Depois de discutirmos por um tempo, acho que consegui passar um pouco da nossa dificuldade de receber briefings sem pé nem cabeça de gerentes de produto que tinham absoluta certeza de que tudo o que precisavam era um “viralzinho”. Como é que eu atestaria o sucesso de algo que estava destinado ao fracasso?

Entender o que se precisa é um passo importante. Eu não vou à padaria querendo comer churrasco. Também não vou à pizzaria com uma receita de como se faz pizza para dar ao pizzaiolo. Creio que temos que estabelecer algo parecido neste Eldorado chamado Social Media: clientes precisam vir com os objetivos, não a receita de como querem seus resultados. Agências, por sua vez, precisam se dedicar a buscar algo que ainda está muito pouco desenvolvido: métricas para a medição de suas ações a cada dia mais diversificadas e patamares para definir o que é sucesso ou fracasso. Voltando aos exemplos gastronômicos, você pode não gostar de um determinado prato, mas se o local é reconhecido pela boa gastronomia, não significa que ele tenha errado o seu pedido.

Já pedi ao amigo Senise uma cópia do livro e espero que ele consiga me dar um pouco de esperança com as conclusões que os autores tiraram.

Brainstorm #9Post originalmente publicado no Brainstorm #9
Twitter | Facebook | Contato | Anuncie