Medium apresenta app focado apenas na leitura, não permite postagem

Por muito tempo se achava que as pessoas não liam em seus dispositivos móveis, talvez por acharem que os aparelhos eram pequenos demais para leituras mais longas. Contudo, com o tempo o comportamento dos usuários mostrou que a realidade é bem oposta – os visitantes mobile são, hoje, uma das maiores audiências de diversos sites. Ler com o deslizar de dedos na tela têm se tornado tão natural como virar uma página.

Apostando exatamente nesse comportamento, o aplicativo do Medium não permite nada mais do que a simples leitura dos conteúdos postados na plataforma. Com design simples, seguindo a tendência visual do site, o app não oferece a opção de postagem ou atualização de textos.

“Estamos apenas ampliando as vozes das centenas de pessoas que escrevem no Medium todas as semanas”, explicou Ev Williams em um post.

medium-app-apresentacaoO app usa o login do Twitter e mostra conteúdos do Medium de acordo com a popularidade ou com o que usuário já havia lido anteriormente, e permite compartilhar a leitura via Twitter, Facebook e email. Quem quiser prosseguir com a leitura pode simplesmente deslizar para o próximo texto.

Acaba sendo uma interface de fácil interação para a leitura de postagens acerca de temas semelhantes ou dignos de destaque. Quase um YouTube de texto, provoca o The Verge.

Por enquanto, o app do Medium está disponível apenas para iOS, e não há previsão do lançamento de uma versão para Android.

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Por seu filho, homem aprende a ler em comercial do uísque Bell’s

O mundo está cheio de boas histórias esperando para serem contadas, inclusive no meio publicitário. E toda vez que uma boa história é contada em um comercial, é muito provável que um publicitário ganhe suas asas. Com The Reader, filme da marca sul-africana de uísque Bell’s, certamente os criativos da agência King James e da produtora Velocity Films estão garantidos.

Aqui, a história gira em torno de um homem com dificuldades para aprender a ler, até encontrar uma motivação: ler o livro que seu filho escreveu. É esta jornada que acompanhamos no filme The Reader, que de certa maneira lembra um pouco a pegada de The Chef, da também sul-africana marca de cerveja Amstel LagerCoincidência ou não, ambos os filmes foram produzidos pela Velocity Films.

Apesar de terem a mesma pegada, são comerciais que conseguem envolver o público com uma boa história, inserindo o produto no momento certo.

Vale o play, mas antes providencie uma caixa de lenços.

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Aplicativo ReadSocial propõe gamificação da leitura

Um dos maiores obstáculos da disseminação da leitura tanto no Brasil, quanto no resto do mundo, é também um dos mais absurdos: pessoas não lêem porque acham “chato”. Da mesma maneira que é preciso tentar entender as razões disso, também é imprescindível buscar soluções. Uma que encontramos e que chamou bastante atenção nesta era de popularização de e-books é o aplicativo ReadSocial. Criado pelo Dopa Labs, o app gamifica a leitura ao propor desafios que ajudam a entender melhor as ideias mais importantes de cada capítulo.

Geralmente, são desafios divertidos, rápidos e fáceis de serem solucionados, mas que ajudam a mapear o progresso do usuário na leitura e até mesmo a desbloquear conteúdos exclusivos. Só que isso é apenas o começo da história.

No ReadSocial, é possível construir comunidades em torno dos livros, que permitem que seus leitores se conectem entre si e diretamente com os autores, para a troca de ideias e maior entendimento do conteúdo. Desta forma, o que para muitos é visto como uma atividade solitária, ganha um estímulo, como uma espécie de clube do livro digital.

Além disso, também é possível criar, ler e compartilhar anotações, explorar indicações de conteúdos relacionados com determinados capítulos e, acredite, até mesmo criar analytics da experiência de leitura, o que poderia ser bastante útil para editoras e autores.

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Fiquei imaginando como este tipo de aplicativo seria interessante tanto para o mercado de livros quanto para a educação, uma vez que poderia potencializar a absorção de conteúdo e, quem sabe, até mesmo ajudar a superar um pouco a ideia de que ler é “chato”.

Eu ainda gosto do modo analógico de ler livros, mas boto muita fé no digital para estimular um pouco mais uma atividade que parece estar cada vez mais desvalorizada.

Só para lembrar, o Dopa Labs é um braço da agência Dopamine, que tem Gabe Zichermann como CEO. Para quem não ligou o nome à pessoa, Gabe é um dos principais divulgadores da gamificação nos Estados Unidos. Por enquanto há apenas três livros disponíveis na biblioteca do aplicativo, mas há um formulário para autores interessados em gamificar suas obras. Será que rola algo assim por aqui?

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“Angry Birds”, “Call of Duty” e “Lost” matam personagens da literatura

A Asociación De Editores De Madrid quer que você leia mais livros, e acha que o tempo que se “perde” assistindo séries de TV e jogando videogame é o culpado por acabar com o hábito da leitura.

Em uma série de anúncios, personagens clássicos da literatura são mortos: Dom Quixote por “Angry Birds”, O Pequeno Príncipe por “Call of Duty”, e Moby Dick por “Lost”.

Eu não concordo com o discurso recalcado – apesar de ser claramente uma campanha para festivais – mas ainda assim provoca e tem um belo visual. Só faltou alguma peça com o Facebook também assassinando livros.

A criação é da Grey, da Espanha.

Livros
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Aprenda copywriting com moradores de rua

De todas as formas de expressão, talvez a mais complicada seja a escrita. Isso porque nem sempre o que o autor escreve é o que o leitor entende. É a tal da interpretação de texto. Me lembro que, na época da escola, ouvi uma entrevista com um escritor bastante citado em vestibulares, que foi desafiado a responder algumas questões sobre sua obra em uma destas provas. Coisas do tipo “o que o autor quis dizer com…”. Errou todas. Parece absurdo, mas não é: ele sabia o que queria dizer com suas palavras, mas alguém interpretou aquilo de maneira diferente e pronto, virou verdade universal – pelo menos para responder as tais questões.

Quando se trabalha escrevendo textos, corre-se o risco constante de ser mal-interpretado. Porque, apesar de você, autor, entender o que está dizendo/escrevendo, o que o leitor vai entender depende de inúmeras variáveis – referências, experiências, maturidade, crenças e por aí vai. E tem também a urgência, característica marcante dessa nossa época. Todo mundo precisa saber de tudo antes, o mais rápido possível, mesmo que superficialmente, e emitir uma opinião – ainda que equivocada.

Tudo isso torna a vida de qualquer produtor de conteúdo escrito complicada, mas tem mais: como é que hoje, com tantas opções, um redator consegue chamar a atenção do público para sua mensagem? No caso dos redatores publicitários, as dicas reunidas pelo Tumblr Hello You Creatives podem ser bem úteis. A partir dos cartazes que moradores de rua usam para pedir dinheiro, é possível aprender um pouco sobre copywriting com quem depende disso para sobreviver. Literalmente.

As orientações incluem ser honesto, usar a imaginação, ser direto e até mesmo engraçado. Bom, ainda bem que este não é um texto publicitário.

Ah, e se você pensa que nada disso funciona, talvez você não se lembre de Ted Williams, um morador de rua que se tornou hit no YouTube depois de chamar a atenção com um cartaz que aguçava a curiosidade das pessoas sobre seu “dom divino”. Hoje, ele continua trabalhando como locutor da Kraft, saiu das ruas e, apesar das recaídas, tem conseguido levar uma vida digna.

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Leitura Alimenta: Um projeto social que inclui livros em cestas básicas e mata a fome de cultura

Sou apaixonada por leitura desde que me entendo por gente. Um livro na mão me traz muita inspiração, inclusive nos dias de hoje com tanto conteúdo disponível na internet.

E mesmo que o mundo tenha mudado, transformado a roda de amigos em Facebook e o álbum de fotos em Instagram, o livro pode trazer uma experiência diferente de todas as outras.

Através de uma iniciativa colaborativa, agora é possível estender esta experiência aos brasileiros que são carentes de cultura. O projeto Leitura Alimenta convida as pessoas a doar seus livros para serem entregues junto com cestas básicas distribuídas para famílias em todo o Brasil.

Leitura Alimenta

O projeto está sendo realizado pela Livraria da Vila e a distribuidora Cesta Nobre em parceria com a agência Leo Burnett Tailor Made.

Uma ideia com pitada de responsabilidade social que dá gosto.

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Quando o velho ajuda o novo e vice-versa

Como grande parte dos amantes de botõezinhos, tenho acompanhado de perto – inclusive como usuário – o que vem acontecendo com os tablets, em especial com o iPad (não só por ele ser da Apple, mas por ter novamente se adiantado e transformado os outros em seguidores – algo que confesso, não entendo como a indústria de computadores deixou acontecer… mas isso é assunto para outro artigo…) e vejo coisas muito interessantes por aí.

Uma delas diz respeito à mistura entre o velho e o novo, quem sabe algo que se possa entender como uma espécie de mashup velho-novo ou novo-velho.

No dia que o Jobs lançou o iPad, chamei minha equipe e falei: “Já pensou a gente ter a Pix e a ResultsON numa maquininha dessas, podendo folhear como se fosse a revista mas toda conectada?” Hum? (velho-novo) E dois meses depois, o que o FlipBoard lançou se não isso?

Outra coisa que me chamou a atenção é que vimos aqui no Brasil uma corrida de alguns veículos para serem os primeiros no iPad e pudemos comprovar que a tal da “first mover advantage” pode ser muitas vezes uma “first mover disadvantage” quando mal aproveitada, como fizeram o Estadão e a Folha, a meu ver. Saíram correndo mas não tiraram o máximo proveito e se esqueceram da coisa de fazer o mashup velho-novo.

Pulando para as revistas, a Época também correu e saiu na frente da Veja com um app que não era tudo isso, de fato, fora o fato de existir, não trazia nada de muito novo, mas era o primeiro.

iPad Veja Época

Perdendo a vantagem do buzz, a Veja resolveu correr atrás e fez um mega-super-bem-feito app (parece até que foi feito fora do Brasil) que, se não saiu na frente quando saiu, fez a coisa certa. E a Época, provocada, tenta agora recuperar a “vantagem” de sair na frente, mas que como saiu mal, acabou atrás. E por hora não consegue cobrar pelas edições.

Maluco? Um pouco, mas assim é o mundo da tecnologia, não?

Outra coisa que me chamou a atenção é que a Veja uniu uma Veja que o leitor já conhecia (independente da qualidade editorial, que não é o caso de discutir aqui) com o moderno iPad, ou seja, o leitor lê a revista com uma sensação de velha conhecida, o que é muito bacana (olha o tal do velho-novo), pois gostamos muito do que conhecemos… (apesar de falarmos um monte que adoramos inovação) e agrega as reais vantagens do iPad (portabilidade, facilidade, multimídia, etc) e não firulas bonitinhas mas inúteis, e que nos afastam daquilo que já conhecemos e estamos acostumados.

Observando as pilhas de papel de domingo a noite, observei também que as revistas, minhas velhas companheiras de final de semana, sumiram! Vanished! ;-)

Nem Veja nem Época papel circulam mais por aqui e o planeta agradece. A Veja está no iPad (paga, note-se) e a Época, bem, a Época sumiu aqui de casa e provavelmente enquanto não se acertar no iPad, não deve voltar! No máximo uma olhadela, mas a experiência que eu tinha com ela se deteriorou fortemente por conta de um novo estranho que se esqueceu do velho e que, no final, não me trouxe vantagens, pelo contrário.

E as duas coisas finais que notei também é que a Veja só publica os anúncios pagos para a versão iPad, não todos os da impressa, portanto ela fica mais rapidinha de ler e folhear e menos “suja” de publicidade e, o iPad é muito mais individual e pessoal do que uma revista, que circulava por várias pessoas aqui em casa, terminando no escritório, ou seja, o faturamento da Veja não caiu comigo, mas os leitores sim!

Já pensou como o “velho” pode ser fundamental quando se pensa o “novo”? Se tem um cara que pensa, é o Jobs. Quer coisa mais velha do que manipular tudo com os dedos e as mãos?!

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