Trem vazio que cruzará os EUA é transformado em galeria de arte itinerante

“Quem somos? Aonde vamos? Nossa intenção é criar um manifesto da cultura moderna em que, por um tempo, o lugar mais interessante no país estará em movimento.” – Aitken

O último projeto do artista Doug AitkenStation to Station: A Nomadic Happening, desafia os limites da arte tornando-a móvel e transformando um trem vazio em um estúdio e galeria de arte itinerantes.

Unindo artistas, músicos, designers, escritores e criativos de diferentes áreas e lugares para colaborar em um projeto de arte que tem por objetivo propor uma troca de culturas e conceitos entre artistas, público e cidades, o trem parte de Nova York em setembro e durante 3 semanas fará 10 paradas ao longo do caminho até São Francisco.

Em cada parada uma exibição de arte, filme, literatura e outras experiências baseadas na instância de mobilidade irão ocorrer dentro do trem, por entre os vagões que abrigam o estúdio.

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O trem de Aitken estabelece uma consciência cultural global similar às ideias de experiência, espontaneidade e viagem de Jack Kerouac.

A proposta é tirar proveito de imagens, pessoas, vídeos, sons e demais inspirações encontradas em experiências que vão além do dia-a-dia em espaços já familiares. Aqui, a ideia é abraçar o novo e aprender com a jornada.

O projeto é patrocinado pela Levi’s, fazendo parte da campanha Go Forward. Algumas parcerias anunciadas como MoMA, SFMoMA e LACMA também ajudam a colocar o projeto em prática.

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Instalação pública em Londres cria a ilusão de pessoas suspensas em uma casa

Que tal escalar as paredes de uma casa, magicamente se pendurar de cabeça para baixo ou pular de janela em janela como o Homem-Aranha?

Leadron Erlich celebra a ilusão e a percepção dos habitantes da cidade como papel principal para criar novas ideias que revivam o capital histórico de Londres.

Esta nova instalação do artista argentino Leandro Erlich, Dalston House, deixa os visitantes se deslocarem por uma fachada horizontal enquanto enxergam seus reflexos capturados por um gigante espelho, pendurado na parte de cima em um ângulo de 45 graus.

Uma ação patrocinada pela Barbican em Londres, a instalação cria a ilusão de uma casa com pessoas suspensas, num efeito visual de leveza instantânea, como se não houvesse gravidade.

A casa, de estilo vitoriano, foi erguida em Hackney em um terreno vazio que permaneceu em desuso desde que foi bombardeado durante a Segunda Guerra Mundial.

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O projeto tem por objetivo revelar potencialidades latentes dentro da cidade, em particular as suas áreas públicas e em desuso, aumentando o acesso da população e sugerindo usos alternativos e positivos, que tragam benefícios aos que vivem nos arredores.

A instalação é parte do London Festival of Architecture 2013 e continuará aberta até 4 de agosto, acompanhada por bate-papos, workshops e performances ao vivo que exploram o tema do projeto, incluindo arquitetura histórica, urbanismo e percepção.

 

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Projeto interativo e imersivo no aeroporto de LA traz de volta a magia de se viajar

Viajantes passando pelo novo Tom Bradley International Terminal (TBIT), no aeroporto de Los Angeles (LAX), talvez mudem de ideia sobre o stress dessa fase da viagem. Programado para abrir em agosto, o novo prédio terá enormes telas e um sistema multimídia interativo que prometem aos passageiros uma experiência única e imersiva, unindo arquitetura, narrativa e branding.

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“Hoje em dia, a única parte mágica de viajar é quando olhamos a cidade do avião ou quando chegamos em casa. Queríamos criar sensações assim no aeroporto e trazer de volta essa magia.” – Sakchin Bessette, diretor da Moment Factory

Desenvolvido pelas agências Digital KitchenMoment Factory, de Montreal, o projeto conta com 4 horas de vídeo, sendo 40 curtas-metragem interativos que capturam os sentimentos e experiências maravilhosas de se viajar, e também a essência de Los Angeles. A intenção é tratar a cidade como marca, gerando uma expressão do que o turista pode esperar, sem pré-julgamentos e clichês.

Ao entrar no terminal, os viajantes são recebidos logo de cara com os vídeos rolando nos telões, junto à outras animações representando destinos populares e a urbanidade da cidade. Ao percorrer os corredores, há colunas de telas de LED que reagem e mudam em resposta aos passos de quem passa próximo à elas.

Para terminar, há uma torre com um relógio digital, reaproveitada de um antigo elevador, que resgata o visual dos relógios tradicionais das antigas estações de trem. A torre é interativa e, ao tocá-la, é possível observar a mudança de épocas.

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O projeto quer trazer de volta aos viajantes aquela animação e romantismo de arrumar as malas, percorrer o aeroporto e embarcar no avião. Rituais que desde então se perderam em meio aos aeroportos lotados, hoje sinônimos de horas desperdiçadas, preços exorbitantes, longas distâncias e muito stress.

Alcançar tal objetivo vai muito além de telas gigantes e interativas, mas investir em ambientes de passagem – que ironicamente são onde mais gastamos nosso tempo – já é um começo para se obter boas surpresas.

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Ação da Philips une tipografia e cerveja em mesas que tocam música

Como parte da campanha e plataforma de conteúdo You Need To Hear This, a Philips criou uma série de mesas que tocam música para lançar seus novos fones de ouvido.

Espalhadas pelos melhores pubs do leste de Londres, tudo o que as pessoas precisam fazer é sentar nestas mesas especiais, embutidas com tocadores de músicas. Aos plugar nelas os fones disponíveis, é possível ouvir uma seleção de músicas feitas especialmente para a área em que o pub se encontra.

Cada mesa foi ilustrada à mão com tipografia e iconografia inspiradas pela região. A superfície foi trabalhada em diversos tipos de madeira, cada uma com técnicas diferentes incluindo marcenaria, corte à laser, madeira queimada e madeira talhada à mão.

A ideia foi desenvolvida em parceria entre Ogilvy & Mather, Noisey e Philips Headphones. As mesas são parte da fase piloto da ação, que continuará globalmente pelos próximos 12 meses.

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Instalação In Orbit deixa o visitante flutuar por redes e nuvens

Quem nunca desejou sentar e andar pelas nuvens? In Orbit, nova instalação de  Tomás Saracenoconvida os visitantes à entrarem em uma cidade de nuvens.

Suspensa em mais de 24 metros acima do chão, a estrutura de redes se expande pelo grande museu de arte moderna de Dusseldorf, Kunstsammlung NRW. A construção de arame de aço pesa mais de 200kg, mas mesmo assim as esferas flutuam como leves nuvens de algodão-doce, deixando os visitantes moverem-se livremente entre os arranjos.

Saraceno passou 3 anos trabalhando neste projeto, em colaboração com engenheiros, arquitetos e até biólogos. Interessado na beleza e na força supreendente das teias de aranha, a instalação aborda e interage com o mundo natural através de inovação tecnológica.

Conhecido por quebrar as barreiras entre arte e ciência, Saraceno se refere às suas instalações interativas como “organismos vivos”.

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“Descrever esta instalação é descrever as pessoas que interagem com ela e suas emoções.” – Saraceno

Os corajosos que subirem para o nível mais alto provavelmente irão descobrir um “mini-mundo” abaixo deles, enxergando miniaturas de pessoas movendo-se pelas nuvens. E aqueles que estiverem abaixo, encontrarão um mar de pessoas flutuando pelos ares acima deles.

O mais interessante é que o projeto não se trata apenas da grandiosa estrutura, mas também de quem a habita. Quando várias pessoas entram de uma só vez na grande rede, elas alteram a tensão dos cabos de aço e enviam as vibrações que se irradiam para o lado de fora, alterando o espaço e se comunicando com os outros habitantes da “cidade de nuvem”.

Assim, os visitantes podem coordenar suas atividades dentro do espaço, e são capazes – não muito diferente de aranhas – de perceber o espaço por meio de vibrações e conexões.

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Penguin Street Art transforma arte de rua em capas de livros

Pensando em renovar as capas de seus 10 maiores títulos contemporâneos, a Penguin pediu ajuda para alguns dos mais renomados artistas de rua do mundo. O projeto Penguin Street Art brifou estes artistas para criarem as artes das capas destes livros, usando as paredes de Londres como suporte. Os livros foram relançados com as novas capas, cada uma baseando-se no olhar do artista sobre a obra.

Cada arte carrega o estilo do artista como diferencial, além do reflexo do espaço público e da contemporaneidade das ruas, através das texturas da parede e do próprio espaço ocupado.

O projeto incluiu grandes livros que fazem parte da lista de todo fã de literatura, como “The Reluctant Fundamentalist”, de Mohsin Hamid, “What a Carve up!”, de Jonathan Coe’s, “How to be Good”, de Nick Hornby e “The Believers”, de Zoe Heller.

Os artistas vieram de diferentes cantos do mundo, incluindo o belga ROA (que pintou “And the Ass Saw the Angel” de Nick Cave) e o australiano The Yok (que pintou “Armadillo” de William Boyd), cada um com estilos únicos que levam novos olhares às histórias já tão conhecidas.

Além do redesign, ter uma arte de rua estampada em uma capa de livro acaba por atingir novos públicos e por promover uma hibridização de conceitos criativos, enriquecendo as histórias e agregando repertório aos consumidores.

No site do projeto, é possível ler mais sobre os livros e do processo criativo por trás das novas capas.

Livros que falam pelo seu tempo merecem uma capa à altura.

The Believers (Zoe Heller) - Artista: Sickboy

The Believers (Zoe Heller) – Artista: Sickboy

What a Carve Up! (Jonathan Coe) - Artista: Dain

What a Carve Up! (Jonathan Coe) – Artista: Dain

And the Ass Saw the Angel (Nick Cave) - Artista: ROA

And the Ass Saw the Angel (Nick Cave) – Artista: ROA

Hawksmoor (Peter Ackroyd) - Artista: Barn

Hawksmoor (Peter Ackroyd) – Artista: Barn

The Reluctant Fundamentalist (Mohsin Hamid) - Artista: Mittenimwald

The Reluctant Fundamentalist (Mohsin Hamid) – Artista: Mittenimwald

Americana (Don DeLillo) - Artista: Dr Henry Jekyll

Americana (Don DeLillo) – Artista: Dr Henry Jekyll

How to be Good (Nick Hornby) - Artista: Agostino

How to be Good (Nick Hornby) – Artista: Agostino

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Mark Crummett fotografa miniaturas como humanos que habitam máquinas

O fotógrafo Mark Crummett enxerga beleza na tecnologia moderna. Para ele, as máquinas e dispositivos que usamos todos os dias não são apenas funcionais, mas carregam uma estética atraente. Especialmente o seu interior.

Crummett tenta destacar essa beleza na série de fotografias Ghosts in the Machine, onde coloca bonecos dentro de partes de computadores antigos, fazendo com que os processadores, cabos e placas formem uma espécie de paisagem urbana de outro mundo.

Ventiladores do computador se tornam ícones da arquitetura pós-moderna e placas-mãe novos ecossistemas.

Os bonecos das fotos são modelos em miniaturas, usados em maquetes de construções de linhas de trem. Eles foram escolhidos por serem de um tamanho adequado, por estarem em posições de trabalho braçal e por usarem roupas que os fazem parecer dos anos 40. Colocados no meio de partes de computadores, os bonecos se passam por viajantes do tempo.

“Somos tão cercados por tecnologia que ela se tornou nosso ambiente, nossa segunda natureza.” – Crummett

Outros personagens que se distinguem destes bonecos trabalhadores, como os coelhos, idosos e crianças, funcionam como metáforas de vírus.

Todas as fotos foram montadas em seu estúdio, após meses recolhendo todos os materiais necessários, criando e recriando cenas, para que o instante da foto contasse, de fato, uma história.

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Artista transforma muro em flipbook

Há alguns meses, descobrimos que o passaporte finlandês está entre os mais divertidos do mundo. Utilizando a técnica do flipbook, é possível ver um alce se movimentando pelas páginas. Coisa simples, mas que faz a diferença. Também não tem muito tempo que a gente mostrou uma campanha genial da Trikk17 para a Post-it, que só serviu para reforçar nossa paixão pela técnica. Agora, já podemos acrescentar mais um item à lista, graças à incrível artista argentina Hyuro, que transformou um muro de 271 metros em um audacioso flipbook.

O projeto In/Between foi selecionado em uma competição realizada pela comunidade ArtRebels, em parceria com a cidade de Copenhagen. Ao longo de 87 paineis de alumínio, cada um deles medindo pouco mais de 3 metros de largura por 2,65 de altura, Hyuro foi mostrar um veado correndo pela floresta. A história ganha movimento para quem passa de carro, e o resultado chega a ser mágico.

No vídeo acima é possível ver o mural ganhando forma – o trabalho levou mais ou menos uma semana para ser concluído, conforme a artista mostra em seu site. É uma bela maneira de se transformar a paisagem urbana…

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The Pirate Cinema transforma torrents de filmes em arte interativa

Instalação que participou recentemente do Sight + Sound Festival, em Montreal, The Pirate Cinema usa os torrents mais baixados do Pirate Bay para projetar imagens da cultura pop – e suas origens e destinos eletrônicos – nas paredes da instalação.

As imagens projetadas visam tornar visíveis as atividades, a experiência e a geografia do compartilhamento de arquivos.

Através de um sistema automatizado rodando em cinco computadores ao mesmo tempo, é possível constantemente atualizar os torrents disponíveis e projetar suas imagens em grande escala nas paredes da sala. Assim que a imagem é projetada, o arquivo é descartado.

O sistema utiliza uma conexão encriptografada para tornar as máquinas usadas na instalação anônimas e para que cada arquivo usado permaneça nos computadores por pouco tempo.

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O trabalho é do artista francês Nicolas Maigret, em parceria com Brendan Howell, que usaram softwares para interceptar dados e puxar os top 100 torrents mais baixados, com códigos escritos em PureData e Python.

“Meu objetivo era trazer o aspecto humano da rede para o centro da discussão dos downloads.” – Nicos Maigret

Muitas das técnicas usadas neste trabalho – open source, mashup, download, compartilhamento de arquivos via P2P – são baseadas em movimentos da cultura livre, não são reconhecidos pela lei e ainda levados pouco à sério como estudo e reflexão.

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Projetos globais como esse são importantes para nos lembrar que, mesmo depois de 15 anos do nascimento do MP3, as discussões ainda são as mesmas.

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Fusca é transformado em esfera perfeita por artista na Art Basel Hong Kong

Este ano, Hong Kong sediou pela primeira vez uma edição da famosa feira de arte Art Basel, colocando a Ásia e seus artistas contemporâneos no centro do mapa da arte internacional.

Um dos artistas de maior repercursão foi Ichwan Noor, escultor de Jakatara chamado de “the maker”, que teve como obra exposta uma escultura do carro VW Beetle, modelo de 1953, transformado em uma esfera perfeita em grande escala – a Beetle Sphere.

“Ter um carro é como ter uma identidade mágica.” – Ichwan Noor

A escultura representa a interação entre humanos e seus objetos. Ao combinar técnicas de manipulação e substituição, a forma esférica – a base de todas as formas – é a distorção da realidade que permite novas interpretações sobre o carro, já que a percepção do observador acaba por imaginar inúmeros novos significados.

O carro, ao ser pressionado para voltar ao início de todas as formas – a esfera – emite movimento, dinamismo, flexibilidade e agilidade. Ironicamente, são conceitos abraçados pelos fabricantes e pelos consumidores hoje em dia, determinando o sucesso e a qualidade de um carro.

As obras de Ichwan Noor revelam sua convicção de que “colocar a mão na massa” é a parte mais importante de todo o processo criativo.

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Ichwan Noor nasceu em 1963 e formou-se no Indonesian Art Institute, em Yogyakarta. Ele trabalha com uma enorme variedade de técnicas para criar esculturas tridimensionais e em grande escala.

Em obras anteriores, Noor já transformou outros carros em formato de cubo e também os desmontou e pendurou todas as peças suspensas em uma instalação, refletindo e negando as barreiras entre realidade e representação, objeto e ser humano, criação e consumo.

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Benoit Jammes revive a arte das fitas cassetes

“Fazer uma boa compilação em fita é uma arte muito sutil. Muitos “faça” e “não faça”. Antes de mais nada, você está usando a poesia de outra pessoa para expressar como você se sente. Isso é algo delicado”.

A frase acima de Rob Gordon, o dono de uma loja de discos e aficionado por música personagem do livro/filme Alta Fidelidade, de Nick Hornby. E, realmente, gravar uma fita para alguém costumava ser uma arte, que meio que acabou esquecida no tempo. Foi ao encontrar algumas caixas de fita em casa, que o designer gráfico francês Benoit Jammes resolveu dar mais uma chance para que as fitas cassetes pudessem voltar a ser arte na série [o-o].

E se antes esta arte era expressa via áudio, agora ela é visual. Todas as obras deste projeto foram feitas com peças de fitas cassete, que foram cortadas, esculpidas e pintadas de acordo com a proposta do artista.

É interessante perceber que os trabalhos – que podem ser tanto vistos no site de Benoit como no Flickr – fazem constantes alusões a personagens dos anos 1980/1990, mas também à vida x morte. Segundo o próprio artista, isso aconteceu porque ele tinha em mente o conceito de “segunda chance” na vida, o que ele acredita que conseguiu oferecer às fitas.

É um trabalho divertido, pop ao extremo, que consegue conservar a inocência daquela época. Simples assim.

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Série fotográfica Things Come Apart: 50 objetos desmontados em 21.959 partes individuais

Bem-vindo à visão fotográfica de Todd McLellan do mundo material: 50 objetos de design clássicos, organizados primeiro por tamanho depois por complexidade – são apresentados, peça por peça, explodindo no ar e desmontados em tempo real.

Cada fotografia é uma obra de arte que oferece uma reinterpretação do nosso mundo – tão familiar que nem nos damos conta dos detalhes.

O projeto Things Come Apart, uma extensão da Disassembly Series – de fotos similares que deram início a ideia – traz uma nova série de fotos que exploram o que há de retrô ao moderno em itens comuns do nosso dia-a-dia – também publicadas em livro de mesmo nome.

A série fotográfica torna visível o funcionamento interno de alguns dos objetos mais emblemáticos do mundo. Da câmera SLR para a máquina de cáfe expresso, do iPad para a bicicleta, do piano de cauda para máquina de escrever. Aqui, a visão detalhada vai do todo ao foco, fazendo ser revelado cada componente único de cada objeto.

Fotos revelam a beleza escondida dentro das coisas mais usuais de nossas vidas.

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O objetivo de tornar visível o segredo particular dos objetos faz com as fotos se conectem aos espectadores através da alegria inocente de ver algo ser desmontado e revelado, agregando curiosidade e conteúdo a toda a beleza que existe em volta de cada momento e de cada objeto.

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Louis Vuitton lança guia de viagem com jornada visual de artistas pelo mundo

Louis Vuitton é uma dessas marcas que sempre encontra maneiras de transformar uma viagem em não somente a busca pelo lazer, mas em papel criativo e artístico.

Dentre estes esforços está a coletânia de contos The Trunk, escritos por autores franceses, que traz histórias em torno do famoso e lendário baú da marca. Além disso, existem os Louis Vuitton City Guides, guias para viajantes de luxo com jornadas exóticas escolhidas a dedo por consultores no assunto, lançados juntos aos Travel Notebooks, cadernos de anotações de viagens com design colorido e dedicado aos destinos ligados à marca, como Nova York e Paris.

Neste mês, Louis Vuitton está lançando a sua mais recente adição à literatura de viagem: a série Travel Book, disponível nas lojas da marca no mundo todo. Para esta novidade, foram convidados 4 artistas de diferentes países para visitarem cidades estrageiras à eles.

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O ilustrador francês Jean-Philippe Delhomme percorreu as ruas de Nova York, o artista americano Daniel Arsham descobriu a Ilha de Páscoa, o ilustrador japonês Natsko Seki viajou para Londres e Cheri Samba, criativa do Congo, visitou Paris.

Cada artista descobriu e explorou as cidades que foram destinados a visitar, observando tudo com novos olhos, resultando em desenhos e artes com formas e cores daquilo que viram e viveram. Folheando os livros, vemos arquitetura, lugares históricos, ruas familiares e outras que nunca vimos antes, cada traço trazendo o olhar e estilo do artista.

O leitor é convidado a partir em uma jornada criativa e visual.

Os livros são, na verdade, tours ilustrados pelas cidades. Não há quase texto mas há novas perspectivas de lugares que muitos dos que comprarão os guias já até visitaram, mas nunca desta forma. Abaixo, algumas das artes representando cada cidade.

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Os livros custam $56 cada e também estarão disponíveis em edição de colecionador, com apenas 50 cópias de capa de couro, assinada e numerada pelos artistas.

 

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Exposição online exibe arte através dos olhos de Jane Austen

Este ano marca o 200 º aniversário da publicação de Orgulho e Preconceito de Jane Austen. O Departamento de Literatura Inglesa da Universidade do Texas decidiu homenagear a escritora criando um portal para o mundo de Jane Austen.

O resultado foi um site chamado What Jane Saw, uma recriação online de uma famosa exposição que Austen visitou em 1813, permitindo aos usuários enxergarem as obras de arte da forma como ela as via.

A exposição recriada é a retrospectiva do famoso retratista Joshua Reynolds, sua primeira mostra solo, considerada a melhor da temporada, tendo cerca de 800 visitantes por dia. Os temas que Reynolds abordava variavam entre o rei George III, a atriz Sara Siddens e outras “pessoas curiosamente interessantes”. Em outras palavras, era uma exposição das celebridades da época.

O site do projeto conta que tais retratos tiveram grande influência na obra de Austen, onde sutis acenos e descrições de celebridades podem ser encontrados.

Na época, outra conexão foi que a autora foi visitar a galeria dois meses após a publicação de seu famoso romance Orgulho e Preconceito e, em uma carta a sua irmã, ela brinca que havia ido a galeria em busca do Sra. Darcy.

Usando um catálogo da exposição da época, a equipe do projeto foi capaz de posicionar com precisão cada retrato no ambiente. Com isso, o portal oferece aos fãs de Austen a capacidade de ver exatamente o que ela via, uma poderosa viagem no tempo e nas entrelinhas de suas histórias.

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The Reconstructionists celebra vida de grandes mulheres com arte

Em janeiro deste ano, entrou no ar o The Reconstructionists, projeto desenvolvido em forma de Tumblr pela escritora Maria Popova – conhecida pelo excelente Brain Pickings – e a ilustradora Lisa Congdon. A ideia é semanalmente, ao longo do ano de 2013, celebrar a vida e obra de mulheres que foram grandes artistas, escritoras, cientistas ou que colaboraram de alguma maneira para “mudar a forma como nos definimos como uma cultura e viver nossas vidas como indivíduos de qualquer gênero”.

A ideia é apaixonante, assim como sua execução enche os olhos. Enquanto Lisa Congdon cria belas ilustrações acompanhadas por frases ditas pelas mulheres ali retratadas – Agnes Martin, Gertrude Stein,  Frida Kahlo, Marie Curie e Susan Sontag são alguns bons exemplos -, Maria Poppova assina um pequeno perfil da homenageada, com direito a links para fontes mais elaboradas.

O nome do projeto é emprestado de um texto escrito em 1944 por Anaïs Nin (uma das homenageadas), sobre o papel da mulher na reconstrução do mundo, que independentemente do tamanho do trabalho, da época ou do reconhecimento, foram fundamentais para chegarmos até aqui.

O mais bacana nisso tudo é que The Reconstructionists é uma ótima referência para diferentes áreas, colocando em pauta temas como a criatividade, a maneira como encaramos a vida e expectativas, entre outros assuntos, e por isso mesmo acaba despertando algumas reflexões. Uma delas é o inevitável “e se fosse no Brasil”, quem seriam as mulheres retratadas? Fica a pergunta, acompanhada por algumas imagens selecionadas.

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Quadrinhos contam as histórias por trás das pinturas

Para promover as Visitas Guiadas do MASP (Museu de Arte de São Paulo), a DM9DDB buscou contar as histórias por trás dos grandes quadros do acervo através de quadrinhos.

Com a assinatura “Um quadro é só uma parte da história”, a campanha foi desenvolvida com o objetivo de atingir tanto leigos quanto quem já está inserido e bem informado sobre o mundo da arte.

Mostrando os mestres Van Gogh, Renoir e Modigliani, cada narrativa procura reproduzir o traço do respectivo artista, como se tivesse sido tirada de seu sketchbook.

Muitos dos frames foram inspirados por pinturas e esboços que de fato existem. O texto também traz referências históricas, com citações reais dos autores e personagens das peças.

A ideia é convencer o público que o ato de admirar uma pintura na parede é apenas parte de uma experiência maior – no caso, proporcionada pelo serviço de Visitas Guiadas, que conta detalhadamente as histórias dos quadros e trajetórias dos artistas, contextualizando cada obra.

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Retrato gigante construído com objetos só pode ser visto de um único ponto de vista

O artista francês Bernard Pras trabalha com obras quase que inteiramente dentro do domínio da anamorfose, que significa “sem forma” ou “deformado”. É um efeito em que uma imagem irregular ou disforme pode ser vista de maneira regular apenas a partir de um determinado ponto de vista.

Suas criações focam em instalações construídas com os mais diversos objetos do cotidiano, e passa a reinventar retratos de artistas e obras clássicas, personagens de desenhos animados, ícones da história da humanidade e personagens da cultura francesa.

A última obra de Bernard Pras, um retrato do tamanho de um quarto do ator Sotigui Kouyaté, foi feita com roupas, tintas, madeira, borracha e outros objetos encontrados.

Se vista de um ponto de vista normal, aparente uma imagem distorcida. A obra foi criada, na verdade, em dois planos: no chão horizontal e na parede vertical. Apenas quando vista através da lente da câmera é que o retrato fica inteiramente visível.

Abaixo, o vídeo mostra o processo de construção da obra, durante a instalação que a abrigou em fevereiro deste ano, no L’Institut Français em Ouagadougou, Burkina Faso.

Dependendo de que lado o espectador observar a obra de Pras, pode se deparar com ordem ou caos. O anamorfismo retoma a necessidade do olhar humano no dia a dia, pensando o mundo como algo que, às vezes, é preciso olhar duas vezes para entender.

“Uma questão que eu quero dividir é a experiência de ter uma primeira visão das coisas e depois perceber que há uma segunda visão” – Pras

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Uma floresta de lasers interativa e musical que transforma qualquer adulto em criança de novo

“Todos temos sonhos de andar em florestas encantadas quando crianças. Nós tentamos recriar a sensação de ter uma experiência mágica para os adultos.” – Marshmallow Laser Feas

Adicionar um elemento humano em experiências high tech pode determinar o sucesso de uma tecnologia, pois a neutraliza e é justamente o que a torna tão especial e natural. Esse é um fato que está presente em todo o trabalho da Marshmallow Laser Feas, estúdio que cria experiências interativas e em tempo real.

Sua última instalação, Laser Forest, é um instrumento musical interativo realizado para a STRP Biennale em Eindhoven. O projeto consiste em uma floresta com mais de 150 varas de lasers interativos. Ao tocar nas varas, os usuários podem acionar sons e luzes, tornando a peça um instrumento colaborativo e também um grande parque de diversões.

“Há um lado emocional e humano na tecnologia. E é isso que estamos tentando abordar em cada projeto.” – Marshmallow Laser Feas

A instalação foi desenvolvida para levar aos adultos aqueles sentimentos de curiosidade e maravilha que são tão vivos e evidentes nas crianças. Montada dentro de uma fábrica antiga e vazia, a peça se transforma em um ambiente lúdico, que envolve e fascina a todos.

O projeto existe também como performance. A primeira apresentação se deu na abertura da STRP Biennal, onde 12 crianças moveram-se pelo espaço em uma coreografia que acionava os sons e os lasers de forma a tocarem uma canção.

Marshmallow Laser Feas tem por objetivo borrar as barreira entre arte e tecnologia. Enquanto as máquinas são vistas como frias, distantes e processuais, o estúdio redefine essa percepcção atraés de interações lúdicas, jogáveis e que brincam com luz, som, espaço e movimento – literalmente. Assim, as interações não são apenas roboticamente executadas, mas de fato natuais e ligadas ao sentimento de cada um.

A ideia era aproveitar senso de curiosidade, proximidade e maravilha das pessoas e deixá-las explorar isso em um ambiente mágico e de brincadeiras.

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Artista instala cabine de fotos na Times Square e cria painel gigante com rostos

Com a ideia de mostrar a cara dos nova-iorquinos e turistas que rapidamente se movem pela Times Square, o artista francês JR montou uma cabine de fotos bem no meio de um dos cruzamentos mais movimentados do mundo.

O projeto, Inside Out New York City, que foi lançado como parte do programa de incentivo Times Square Arts, é uma continuação do famoso Inside Out Project, no qual os rostos das pessoas são colados em grandes estruturas no local em que moram, para todos verem.

“As ruas são a maior galeria de arte do mundo” – JR

O artista começou espalhando suas fotos gigantescas pelas ruas de Paris entre 2004 e 2006. Depois disso, seus trabalhos ganharam a África e a América (Brasil inclusive). Suas propostas envolvem colaboração do público (que muitas vezes pode mandar fotos para os projetos) e são carregadas de ativismo social.

Nesta ação que propôs na Times Square, qualquer um pode fazer fila para tirar uma foto 3×4 e ainda levar um poster com seu retrato para colar no chão, que se transformou em um enorme mural de rostos.

O projeto vai até 10 de maio, e o mosaico de sorrisos, palhaçadas e olhos encarando vai se expandindo na medida em que novas fotos são coladas sobre fotos antigas. Assim, na teoria, os rostos que um participante ver no mural serão de pessoas que acabaram de passar por ali, pouco antes dele. E assim por diante, criando uma conexão a partir de lugares e tempos desconectados.

Com o objetivo de mostrar ao mundo uma imagem abrangente de Nova York, o maior desafio do projeto é conseguir parar a multidão apressada que nem tempo tem de observar o que vê pelas ruas.

Um desafio que tem se mostrado vencido, ao tornar o processo de fotografar divertido e deixar visível o vislumbre de ter todas essas pessoas e suas personalidades unidas, pois normalmente ficam à deriva neste canto frenético do mundo.

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Brainstorm9Post originalmente publicado no Brainstorm #9
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A Journal of Insomnia: Um documentário que só pode ser visto no meio da madrugada

A Journal of Insomnia é um dos cinco projetos do Tribeca Film Festival’s Storyscapes, que visa levar ao público trabalhos de novas mídias realizados em diferentes e convergentes plataformas, quebrando barreiras e refletindo sobre transmídia storytelling.

De acordo com o Tribeca Film Festival, o futuro do storytelling inclui robôs, filmes crowdsourced e documentários interativos.

Documentando de forma interativa a insônia, A Journal Of Insomnia é um híbrido de filmagens editadas e vídeos do Youtube gravados por pessoas comuns. O resultado é um filme que se expande além da tela, existindo nos labirintos da web e também como instalação artística, exposta durante o festival.

Para assistir ao filme, é preciso acessar o site do projeto e reservar um horário com um dos quatro protagonistas. O personagem irá te ligar no meio da madrugada e, por duas horas seguidas – e somente nestas horas, você poderá assistir ao filme online e ter acesso aos materiais extras no site.

“Para você realmente viver o filme, é precisar dar parte da sua vida. Isso é um projeto imersivo.” – Hugues Sweeney (NFB), um dos criadores

 

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A narrativa híbrida do documentário é construída por centenas de web vídeos de contribuidores do mundo todo. A National Film Board, produtora do projeto, chegou até a conduzir uma campanha online chamando usuários para compartilharem suas histórias sobre insônia.

A Journal of Insomnia leva um olhar humano para a insônia, a explorando através de perspectivas pessoais, com experiências íntimas compartilhadas em momentos de agonia, luta e sofrimento. Um documentário que transforma o espectador em protagonista, com vídeos para serem vistos de forma a viver, de fato, cada aspecto do filme.

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