Sorted Books: o que dizem os títulos

“Sempre observo as qualidades físicas do livro. O tamanho carrega temperamento e tom de voz, assim como as letras do título. O texto grande e bold pode ser exuberante, urgente; já uma tipografia menor comunica uma voz insegura, tímida” – Nina Katchadourian, em seu site

Desde 1993, a artista Nina Katchadourian tem feito das livrarias a casa do seu projeto Sorted Books. Seu objetivo: vasculhar por livros e os organizar em uma pilha para que os títulos formem sentenças irreverentes, cheias de humor e inteligência.

O projeto continua até hoje, e já tomou como casa diferentes lugares ao redor do mundo, de coleções particulares à livrarias e bibliotecas. O processo é sempre o mesmo: se debruçar em prateleiras de livros, pegar títulos específicos e os organizar em grupos, de forma que os títulos formem sequências lidas de cima para baixo ou da direita para a esquerda.

O resultado final é registrado em fotografias. Atualmente, são mais de 130 fotos, algumas delas separadas em séries de temas específicos.

Além das frases serem inteligentes comentários sociais que nos tira sorrisos, cada pedaço de narrativa criado permite que as pessoas criem histórias ao redor, capturando em poucas palavras situações que extrapolam o contexto.

sortedbooks1
sortedbooks2
sortedbooks3
sortedbooks4
sortedbooks5

Sorted Books pode ser visto de muitas formas: uma série de fotografias ou esculturas, uma instalação itinerante e até uma coleção de microcontos, poemas ou piadas. Mas, em todas as suas formas, é um ato de leitura.

Ler não apenas as palavras, mas o que cada livro pode dizer, em questão de aparência, de contexto, de título, ou de qualquer outra história que a ser tirada dali.

Brainstorm9Post originalmente publicado no Brainstorm #9
Twitter | Facebook | Contato | Anuncie

Pop Art nas embalagens do McDonald’s

Ben Frost, o artista australiano conhecido por suas obras que lembram o conceito e estilo da Pop Art, extendeu suas criações para além do papel, passando a trabalhar com embalagens na série Packaging Paintings.

O projeto é um mash-up de pinturas com traços inspirados em graffiti, colagem e fotorealismo, se apropriando das clássicas embalagens dos produtos do McDonald’s e usando-as como tela.

Em Packaging Paintings, o papel vermelho e o logo amarelo marcantes da empresa dividem espaço com imagens da cultura pop feitas em tinta acrílica.

Aqui, superheróis e cartoons brincam com a marca e com a própria essência do que é arte e do que é produto. E como consumimos cada um.

O artista mexe com a percepção daquilo que reconhecemos de longe (as famosas embalagens), adicionando uma sutil camada de subtexto para ilustrar como consumimos fast food e cultura pop.

benfrost1
benfrost10
benfrost2
benfrost3
benfrost4
benfrost5
benfrost6
benfrost7
benfrost8
benfrost9

Frost é conhecido por subverter a cultura mainstream e brincar com ícones da publicidade, do entretenimento e da política, criando obras que falam alto, tiram sarro e confrontam modelos tradicionais na sociedade atual.

Brainstorm9Post originalmente publicado no Brainstorm #9
Twitter | Facebook | Contato | Anuncie

The New Yorker fala sobre desigualdade em infográfico que une metrô e renda em NY

Para falar sobre a crescente segregação econômica e social em Nova York, o The New Yorker criou a página Inequality and New York’s Subway. Através de um infográfico interativo, é possível ver as diferentes rendas que se cruzam nas linhas do metrô da cidade ao longo de uma viagem, colocando lado a lado pessoas da mais alta à mais baixa classe social.

Para chegar a esse complexo resultado, o infográfico analisa dados de renda anual e localização dos americanos residentes em Nova York registrados no Censo EUA de 2011. A partir destes dados, é calculada a renda média de cada estação de metrô, ou seja, dos nova-iorquinos que residem próximos a estas estações.

Com isso, é possível cruzar cada linha com cada estação que esta percorre, obtendo uma visão geral de “entra e sai” de diferentes níveis de renda em uma mesma viagem de metrô.

nymetro1 nymetro2 nymetro3 nymetro4 nymetro5

É interessante ver, por exemplo, como algumas linhas vão de uma renda anual de $36,691 (nas estações no Bronx) para uma de $205,192 (em estações no Upper East Side). A linha G, de menor variação deste números, é a única que a renda não passa dos $100,000 anuais em nenhum ponto, justamente porque não vai até Manhattan.

nymetro-6

Indiretamente, os gráficos dizem o que já se sabe, mas de uma forma diferente. A visualização de dados, além de esclarer a situação econômica e social da cidade, pode transformar a informação em uma história e gerar novos olhares sobre ela.

Aqui, talvez como singularidade dessa cidade tão heterogênea, vemos que por mais desigual que seja sua distribuição, no fim do dia, todas as diferentes classes e rendas se encontram no mesmo vagão.

Brainstorm9Post originalmente publicado no Brainstorm #9
Twitter | Facebook | Contato | Anuncie

Suvenirs de lugares que você nunca foi

Uma das alegrias de se viajar é colecionar suvenirs. Neste projeto de Elin Aram, A Box From, você pode levá-los sem sair de casa.

Aram está vendendo uma caixa de presentes cuidadosamente selecionados, trazidos de cidades ao redor do mundo, por 30 euros. A “piloto”, de Seoul, vem com pequenas lembranças locais como típicos noodles, chás e chocolates, alguns cadernos e uma máscara facial de colágeno.

Segundo Elin Aram:

“O objetivo é contar histórias sobre cidades que você ainda não ouviu falar”

Estes suvenirs podem até não parecer grande coisa, mas cada um foi selecionado por alguma razão. O chocolate, por exemplo, é feito por Lotte, um dos conglomerados que parece tomar conta do país. Já o colágeno conta a história da busca desesperada por juventude e beleza que acontece na Coréia.

A primeira leva das caixas de Seoul esgotou em apenas uma hora. Agora, Aram já está caçando bazares do Tehran para trabalhar na sua próxima caixa. O plano é fazer isso com mais algumas cidades durante o ano.

aboxfrom-2
aboxfrom-3
aboxfrom-4
aboxfrom-5
aboxfrom-6
aboxfrom-7
aboxfrom-8
aboxfrom-9

Brainstorm9Post originalmente publicado no Brainstorm #9
Twitter | Facebook | Contato | Anuncie

Artista pinta fotos de perfis do app Grindr em aquarela

Ted Sterchi, webdesigner e artista de Londres, queria começar um projeto pessoal que unisse suas habilidades de desenho e pintura tradicionais às novas fronteiras da tecnologia e da sociedade quebradas pelas redes sociais online.

Inspirando-se no projeto Selfless Portraits – que ilustra fotos de perfis do Facebook e constrói pontes de intimidade entre as pessoas da foto e seus ilustradores – Ted criou o Grindr Illustrated: um Tumblr onde posta pinturas em aquarela baseadas em fotos de perfis dos usuários do Grindr, um aplicativo popular de relacionamento para homens encontrarem homens.

Ele já fez mais de 52 artes, publicadas com as descrições que cada um coloca em seu perfil.

Seu projeto é um comentário divertido e carinhoso do relacionamento na cultura digital, traduzindo com cuidado pixels de fotos tiradas de si mesmo em traços delicados feitos à mão.

grindr1
grindr2
grindr3
grindr4 grindr5
grindr6
grindr7
grindr8
grindr10
grindr11

Brainstorm9Post originalmente publicado no Brainstorm #9
Twitter | Facebook | Contato | Anuncie

Secret 7: 7 músicas gravadas em 700 vinis com capas criadas por 500 artistas

Secret 7, projeto de arte que envolve grandes artistas criando capas de disco de vinil (7”), cuja venda serve para arrecadar dinheiro para a instituição Art Against Knives, abre as portas de sua exposição no Downstairs At Mother em Londres.

O projeto, que está em seu segundo ano (em 2012 foram arrecadados mais de £33 mil), funciona assim: sete faixas de sete músicos/bandas ganham 100 unidades em vinil, produzidos pela The Vinyl Factory. Depois disso, artistas do mundo todo são convidados a criarem um design para a capa de cada um dos 700 vinis.

Veja como foi em 2012:

O resultado são 700 capas diferentes, criadas por mais de 500 artistas. Depois da exposição, os vinis são colocados à venda, cada um vendido às cegas (ou seja, você não sabe quem criou cada capa e que música irá ouvir até comprar e receber em casa), custando £40 cada.

As sete faixas usadas são: “Bennie & The Jets” do Elton John, “Better Off” de Haim, “Still Love Me” da Jessie Ware, “The Beast” da Laura Marling, “The Don” do Nas, “Rider On The Wheel” do Nick Drake e “Harder Than You Think” do Public Enemy.

As criações podem ser vistas no site dedicado ao projeto. As vendas estarão disponíveis no Art Against Knives, a partir do dia 20 de Abril.

secret7-1
secret7-2
secret7-3
secret7-4
secret7-5

Brainstorm9Post originalmente publicado no Brainstorm #9
Twitter | Facebook | Contato | Anuncie

O email que toca guitarra

Para tocar guitarra bem, é preciso muito tempo de dedicação. Com a vida moderna e a odisséia do trabalho, atividades como enviar emails e digitar no celular constantemente gastam momentos preciosos de prática.

Pensando nisso, o artista e músico David Neevel criou o projeto The Email Guitar, uma forma de traduzir notas de guitarra em teclas do computador implementando vários dispositivos e tecnologias. Assim, juntando todas as atividades, ele conseguiu economizar tempo e finalmente praticar.

emailguitar5

O projeto usa um pedal sintetizador Roland para enviar sinal MIDI para um isolador óptico. Esse componente que trabalha com circuitos eletrônicos reduz a frequência do sinal MIDI, permitindo que seja processado por um Arduino. Passando através de um simulador de painel de teclado, o sinal é então transferido para a placa de circuito. Com isso, a música é reproduzida no computador na forma de texto.

Para quem quiser reproduzir em casa, o artista compartilhou todos os passos e códigos usados no desenvolvimento.

emailguitar1emailguitar2emailguitar3

Brainstorm9Post originalmente publicado no Brainstorm #9
Twitter | Facebook | Contato | Anuncie

Extrapolis: pintura ganha vida com animação e video mapping

O projeto Extrapolis ganha vida através da junção de técnicas de desenho tradicional e tecnologia, criando uma cidade industrial e encantada que nunca dorme.

O traço naturalista do desenho e o aspecto de pintura são aprimorados com animação 3D, tecnologia baseada em gestos, video mapping e sound design, convidando o espectador a viver e experimentar, de fato, uma obra de arte.

Realizada em colaboração pelos artistas (e suas equipes) Théoriz Crew e BKYC, Extrapolis é uma pintura em larga escala, com animação e motion design em 3D, o que dá ao trabalho mais movimento, onde o jogo de cores, luz e sombra transforma a cidade de forma surreal enquanto o dia passa.

Criado para quebrar barreiras entre real e ficção, explora arquitetura, estilo de vida e habitantes de cidades grandes. Também reflete sobre a interação entre as pessoas e o espaço, abrindo-se para que o espectador possa ter uma experiência imersiva e de sonhos.

Um projeto que repensa como dar vida a uma obra de arte, fazendo com que ela exista além da tinta e dos traços.

 extrapolis-1
extrapolis7
extrapolis2
extrapolis3
extrapolis4
extrapolis5

Brainstorm9Post originalmente publicado no Brainstorm #9
Twitter | Facebook | Contato | Anuncie

Ação recria A Ronda Noturna, de Rembrandt

Foram necessários 10 anos e 375 milhões de euros para que a reforma do Rijksmuseum, em Amsterdã, fosse concluída. Mais do que isso, levou uma década para que a principal obra do museu, A Ronda Noturna, de Rembrandt, pudesse retornar ao salão que ocupava desde 1885.

A reabertura do Rijksmuseum, no próximo sábado, é motivo de comemoração, especialmente por parte das empresas que patrocinaram a reforma. É o caso da ING, que contou com os criativos da JWT Amsterdam e We Are First para anunciar a data de uma maneira bem inesperada para alguns holandeses, recriando A Ronda Noturna em um shopping.

Apesar de lembrar A Dramatic Surprise on a Quiet Square, da TNT, é impossível negar o charme desta ação.

ronda1 ronda

Brainstorm9Post originalmente publicado no Brainstorm #9
Twitter | Facebook | Contato | Anuncie

Imagens distorcidas do Google Earth vistas como obras de arte

O projeto Postcards from Google Earth, da artista Clement Valla, é uma coleção de imagens do Google Earth com paisagens que foram distorcidas em diferentes formas, como estradas derretidas e pontes mergulhando na água. Essas distroções, vistas neste projeto como arte, acontecem devido à forma como as imagens são capturadas.

O algoritmo do Google cria um modelo 3D da paisagem, usando fotografia aérea. Normalmente, essa técnica produz modelos “sem costura” mas, às vezes, quando uma foto é tirada de um ângulo muito íngreme ou a luz reflete de uma forma incomum, estas distorções acontecem.

Clement Valla dá um novo significado para estes defeitos, enxergando-os de forma interessante, uma ilusão causada pela máquina, expondo o limite dos algoritmos e seus resultados inesperados.

O projeto repensa a tecnologia por trás da fotografia, automatizada e baseada em dados, e como o nosso dia a dia é construído por imagens controladas por computador.

googleearth11
googleearth10
googleearth9
googleearth8
googleearth7
googleearth6
googleearth4
googleearth3
googleearth2
googleearth1

Brainstorm9Post originalmente publicado no Brainstorm #9
Twitter | Facebook | Contato | Anuncie

Color+City, por uma São Paulo mais colorida

Nascida de uma parceria entre diversas empresas de economia criativa, COLOR+CITY é uma ferramenta online que conecta quem tem muros livres na cidade de São Paulo com quem quer pintar.

Para participar, é só fazar o login com sua conta do Google. Você pode reservar um muro para sua arte ou doar um espaço livre para outros pintarem.

Para quem quer pintar, o muro escolhido fica reservado por 35 dias. Para quem quer doar, é preciso fazer o upload de fotos do seu espaço e aguardar algum artista o escolher

Para o lançamento do projeto, foi produzido um vídeo em forma de mini-documentário com depoimentos dos artistas enquanto pintavam a cidade e das pessoas envolvidas no projeto.

Alguns dos resultados do projeto:

color+city7
color+city6
color+city5
color+city4
color+city3
color+city2
color+city1

Brainstorm9Post originalmente publicado no Brainstorm #9
Twitter | Facebook | Contato | Anuncie

The Rap Quotes: placas das ruas de NY viram letras de música

Seguindo projetos que tem reconstruído o espaço, e dado maior atenção às ruas como forma de expressão da sociedade, o artista Jay Shells decidiu aproveitar as placas das rua de Nova York para transformar os sinais em mensagens mais significativas.

Em seu projeto The Rap Quotes, no lugar de indicações de trânsito, o artista colou letras de músicas de rap. Abaixo, um amigo o acompanha em suas andanças pela cidade, espalhando mensagens do rap e dando um novo significado aos lugares.

Placas com o nome de músicos como Jeru tha Damaja, NAS, Kanye West e CL Smooth podem ser encontradas em locais mencionados nas letras, muitas vezes ligada ao lugar onde viveram.

therapquotes9
therapquotes8
therapquotes7
therapquotes6
therapquotes5
therapquotes4
therapquotes3
therapquotes1

Brainstorm9Post originalmente publicado no Brainstorm #9
Twitter | Facebook | Contato | Anuncie

Telefones públicos de NY viram portais do tempo para 1993

Parece coisa de filme: os telefones públicos de Nova York foram transformados em portais do tempo, retornando ao ano de 1993.

Com seu nome fazendo refência a um álbum do Sonic Youth, em alusão à trilha sonora da época, o New Museum apresenta a NYC 1993: Experimental Jet Set, Trash, and No Star, uma exposição que celebra a energia e a cultura caótica da cidade em 93, que trouxeram a intersecção entre arte, cultura pop e política.

A globlalização, as tentativas de paz no Oriente Médio, a crise de AIDS, os debates sobre controle de armas, a luta pelos direitos LGBT e demais conflitos no ano serviram de empurrão para jovens artistas testarem o mundo da arte com ironia e cultura pop.

Para promover a conduta nostálgica de retornar ao passado, a agência Droga5 conseguiu equipar 5 mil telefones públicos da cidade com bits de histórico de geolocalização, revisitando informações de quem passou por ali naquela época.

Ao chamar o número 1-855-FOR-1993 de qualquer telefone público de Manhattan, as pessoas podem acessar conversas gravadas das áreas em que o telefone está localizado, de personalidades “vizinhas” como Jim Abbott, Tim B, Raymond Bell, DJ DB, Lady Miss Kier, James St. James, Kevin Walsh, entre outros.

Brainstorm9Post originalmente publicado no Brainstorm #9
Twitter | Facebook | Contato | Anuncie

Tang Yau Hoong une frases famosas e ilustrações em série de pôsteres

O ilustrador Tang Yau Hoong, que ficou bastante conhecido pela série Negative Space criou uma nova coleção de pôsteres que combinam ilustrações bem-sacadas com frases conhecidas de Steve Jobs, Albert Einstein, Margarete Mead, Nelson Madela, Henry David Thoreau, George Bernard Shaw, Santo Agostinho e Lao Tzu.

Para ilustrar “Stay Hungry, Stay Foolish”, Hoong voltou a trabalhar com o espaço negativo. A ideia lembra um pouco aquela imagem do logo da Apple com o perfil de Jobs, que começou a circular logo depois de sua morte, em 2011.

Stay-Hungry-Stay-Foolish-Color-Tang-Yau-Hoong
A-journey-of-a-thousand-miles-begins-with-a-single-step-Tang-Yau-Hoong Patience-is-the-companion-of-wisdom-Tang-Yau-Hoong Imagintion-is-the-beginning-of-creation-Tang-Yau-Hoong Its-not-what-you-look-at-that-matters-its-what-you-see-Tang-Yau-Hoong Its-always-seemsimpossible-until-its-done-Tang-Yau-Hoong Always-remember-that-you-are-unique-Tang-Yau-Hoong

Brainstorm9Post originalmente publicado no Brainstorm #9
Twitter | Facebook | Contato | Anuncie

Braincast 56 – Videogame é arte?

Apesar dos games se enquadrarem nas proteções legais dadas a todos os tipos de trabalhos criativos, pelo menos nos Estados Unidos, filosoficamente a história é outra. Com todo seu impacto cultural e bilhões de dólares que movimenta, ainda soa como um mercado marginalizado se comparado com criações artísticas como cinema, música, pintura, etc.

Uma discussão que, no Brasil, foi recentemente reacesa por conta do Vale-Cultura oferecido pelo Governo Federal, e que exclui jogos eletrônicos da lista de produtos culturais beneficiados.

Os games, afinal, devem ser considerados arte?

No Braincast 56, Carlos Merigo, Saulo Mileti, Guga Mafra, Alexandre Maron, e Pedro Burgos tentam responder essa pergunta, relembrando as polêmicas opiniões de Roger Ebert, as diferenças fundamentais de mídia e os recentes jogos com reais pretensões artísticas.

Faça o download ou dê o play abaixo:

> 0h02m50 Comentando os Comentários?
> 0h15m10 Recadinhos da Paróquia
> 0h16m43 Pauta principal
> 1h03m33 Borracharia do Seu Abel?
> 1h09m50 Qual é a Boa?

Recadinhos da Paróquia: Para se matricular no workshop9 “Design: origem, funcionalidade e princípios da estética” em Recife, clique aqui. / Portfolio Brão Barbosa

Críticas, elogios, sugestões para braincast@brainstorm9.com.br ou no facebook.com/brainstorm9.
Feed: feeds.feedburner.com/braincastmp3 / Adicione no iTunes

Quer ouvir no seu smartphone via stream? Baixe o app do Soundcloud.

Brainstorm9Post originalmente publicado no Brainstorm #9
Twitter | Facebook | Contato | Anuncie

Site mostra artes que literalmente transformaram o mundo

Lançado há algum tempo pelo Museu de Arte Contemporânea de Los Angeles (MOCA), o site-catálogo Ends Of The Earth apresenta e contextualiza obras de land art, um movimento artístico que trabalha a obra no terreno natural, de modo a integrar-se à arte e ser transformado por ela.

Obras de arte que, de fato, modificam o mundo.

Cada arte, listada em ordem alfabética por seus criadores, está linkada a sua localização original em tempo real através do Google Maps.

O site, realizado por OK Focus e Ways & Means, permite que o usuário experimente o trabalho tanto de forma contemporânea e atual – observando como está hoje a localização da obra, via Google Maps – quanto histórico, ao comparar este local com imagens da obra original.

O site foi construído para complementar a exposição Land Art to 1974, realizada pelo museu durante o ano passado. Indo além da romantização de termos como “retorno à naturea” e “fuga da cultura”, essas exibições revelam a complexidade dos movimentos sociais e políticos, relacionadas às condições históricas da época.

Com obras no Reino Unido, Japão, Israel, Islândia, norte e leste da Europa e toda a América, as artes exibidas online retomam a discussão da modificação do espaço como mídia e como meio de transmitir informação, tão comum hoje que nem nos damos conta.

O mapa mostra obras lendárias como a Spiral Jetty, realizada por Robert Smithson em Utah em 1970, um grande espiral desenhado no solo, que por sinal ainda está visível.

Liverpool Beach Burial, Keith Arnatt (hoje)

Liverpool Beach Burial, Keith Arnatt (hoje)

Liverpool Beach Burial, Keith Arnatt (obra)

Liverpool Beach Burial, Keith Arnatt (obra)

Inert Gas Series, Robert Barry (hoje)

Inert Gas Series, Robert Barry (hoje)

Inert Gas Series, Robert Barry (hoje)

Inert Gas Series, Robert Barry (obra)

Spiral Jetty, Robert Smithson (hoje)

Spiral Jetty, Robert Smithson (hoje)

Spiral Jetty, Robert Smithson (obra)

Spiral Jetty, Robert Smithson (obra)

Wrapped Coast, Christo (hoje)

Wrapped Coast, Christo (hoje)

Wrapped Coast, Christo (obra)

Wrapped Coast, Christo (obra)

Cube of Forest on the Golden Gate, Superstudio (hoje vs. obra)

Cube of Forest on the Golden Gate, Superstudio (hoje vs. obra)

Brainstorm9Post originalmente publicado no Brainstorm #9
Twitter | Facebook | Contato | Anuncie

Projetos de realidade aumentada repensam espaços públicos e arte de rua

B.C. “Heavy” Biermann, artista especialista em realidade aumentada e transmídia, tem feito esforços para reimaginar o espaço público através da tecnologia. Unindo-se ao Ean Mering, expert em mídia digital, e ao publicitário Jordan Seiler, pela Re+Public, Biermann desenvolveu uma série de aplicativos móveis que produzem um caleidoscópio de cores e animações interativas.

A ideia do artista é chamar à atenção para a invasão comercial no espaço público, e permitir uma participacão mais democrática no sistema de mensagens urbanas.

Desde 2011, a Re+Public tem produzido aplicativos em beta para que usuários interajam com outdoors na Times Square e outros prédios em Nova YorkLos AngelesMiami e Noruega, como se o usuário estivesse andando pelo design em tempo real.

Abaixo, a última produção, na Art Basel, em Miami:

Com a tecnologia de realidade aumentada, é possível inserir instalações digitais e imersivas em lugares que estão fora dos limites tradicionais, criando uma nova forma de arte interativa que borra barreiras entre público e privado, e promove uma sobreposição de mundos físico e virtual.

re+public5 cópia

Aiko, Art Basel

re+public2

Kenny Scharf, NY

re+public3

MOMO, Prédio Williamsburg Art & Design em NY

re+public4

MOMO, Prédio Bradbury em Los Angeles

Muitos ainda só viram estes projetos online. Mas versões dos aplicativos serão lançados para Android e iOS no meio do ano. Por enquanto, estão em private beta aqui.

Brainstorm9Post originalmente publicado no Brainstorm #9
Twitter | Facebook | Contato | Anuncie

Windows of New York

Windows of New York é um lindo projeto de José Guizar, um jovem designer mexicano que mora em Nova York. Assim que mudou pra lá, José desenvolveu uma obsessão pelas janelas da cidade e, desde então, ilustra semanalmente seus achados.

Tudo começou por suas andanças em Manhattan e a admiração pela arquitetura da cidade. Em especial, as janelas o chamavam a atenção por guardar um mundo escondido dentro delas e também pelo poder de imaginação que emanam por cada aspecto seu.

A partir de fotos que José tira em suas jornadas diárias, ele criou um estilo de ilustração minimalista, que lembra os cartoons de Chris Ware.

Em seu site, o designer descreve o projeto:

“Um produto das inúmeras jornadas pelas ruas da cidade. Parte homenagem a sua arquitetura, parte desafio pessoal para nunca parar de observar.”

windowsny-10
windowsny-8
windowsny-7
windowsny-6
windowsny-5
windowsny-4
windowsny-3
windowsny-2

Brainstorm9Post originalmente publicado no Brainstorm #9
Twitter | Facebook | Contato | Anuncie

Um mapa do mundo de acordo com ilustradores e storytellers

Celebrando os mapas não só como poder de circular pelo espaço, mas de viajar em suas histórias contadas, a Gestalten – uma editora de Berlim consagrada por suas publicações com conteúdo focado na cultura visual – acaba de lançar uma coletânea com mais de 500 mapas assinados por artistas, ilustradores e designers.

O livro A Map of the World According to Illustrators and Storytellers representa o espírito criativo da cartografia moderna ao redor do mundo, com criações que vão desde apurados cálculos em detalhados traços geométricos a utopias totalmente abstratas.

amapoftheworld-11

Sem dúvida os mapas mudaram o mundo tanto como objeto de arte como ferramenta de poder. Nos ajudam a entender o tempo e fazem o universo ter mais sentido. Refletem a subjetividade com objetividade. Longe de ser um simples espelho da natureza, do que é verdadeiro ou falso, os mapas reescrevem o mundo.

Hoje, nos deparamos com cartografias das mais variadas em tudo e a todo instante. Na palma de nossas mãos, criamos um mapa de nós mesmos através de postagens tageadas e trajetos realizados via GPS. Figuramos e refiguramos o espaço, interpretando-o à nossa maneira.

Vemos a cidade com diversos olhares, muitas vezes até abstraída do seu contexto geográfico, tornando-a muito mais subjetiva e fruto de experiências. E tal metamorfose dos traços e caminhos só confirmam o quão atual são estes mapas trazidos pela coletânea A Map of the World, criados por contadores de histórias para uma sociedade faminta por receber, digerir, remixar e compartilhar.

“Com um visual singular, conseguimos impor ordem nos apropriando da realidade e de suas complexas camadas.” – Antonis Antoniou, prefácio

Abaixo, alguns dos mapas disponibilizados pela Gestalten.

amapoftheworld-1
amapoftheworld-2
amapoftheworld-3
amapoftheworld-4
amapoftheworld-5
amapoftheworld-6
amapoftheworld-7
amapoftheworld-8
amapoftheworld-10

Brainstorm9Post originalmente publicado no Brainstorm #9
Twitter | Facebook | Contato | Anuncie

Toy Stories: fotógrafo retrata crianças e seus brinquedos ao redor do mundo

Todos nós lembramos dos nossos brinquedos de infância. Foi com boas e nítidas memórias que Gabriele Galimbert, fotógrafo italiano, pegou a estrada por 18 meses e foi fotografar crianças com seus brinquedos pela estrada afora. O resultado é o projeto Toy Stories, que se desdobra em diversos significados a partir dos mundos construídos por estas crianças e cada objeto seu tão amado.

“No fim, todos só querem brincar”. – Galimbert

Mas como as crianças brincam pode revelar muito sobre elas. De acordo com relato em seu site, Galimbert conta que as crianças com famílias de maior poder aquisitivo eram mais possessivas e demoravam mais para deixá-lo brincar junto. Já em países pobres, esse contato era muito mais fácil, pois as crianças tinham poucos brinquedos e não se importavam muito com eles, querendo mesmo era brincar na rua com os amigos.

Mesmo de realidades diferentes, Galimbert conta que muitas das crianças, independente de qual e quantos brinquedos tinham, acreditavam naquele mundo que haviam criado, e que os protegeria de tudo.

Outro olhar interessante foi sobre os pais destas crianças. O fotógrafo conta que aprendeu muito sobre suas famílias ao observar os brinquedos dos filhos: uma criança que vivia numa área rural do México brincava com pás, tratores e caminhões de plástico; já uma criança cuja mãe era taxista colecionava dezenas de carrinhos; outra criança, filho de músicos, tinha em sua maioria brinquedos que eram instrumentos musicais.

Ryan-SudAfrica Tyra-Sweden-1024x1024 botlhe-Botswana Allenah-Lajallab-el-nido-Philippines alessia-toscana Noel-South-Dallas-Texas Abel-Nopaltepec-Messico enea-colorado Keynor-Cahuita-Costarica Li-Yi-Chen-China Orly - Brownsville, Texas Arafa-e-Aisha-Aman-Zanzibar

Galimbert por fim relatou que, com a exceção dos jogos e dos computadores, os brinquedos e suas funções mantem-se ao longo do tempo. Podem ganhar uma tela touch, provocar experiência interativa e até possuir certa inteligência artificial, mas continuam sendo simples instrumentos de fantasia e memórias.

Brainstorm9Post originalmente publicado no Brainstorm #9
Twitter | Facebook | Contato | Anuncie