Porque o futuro da arte de rua está nas paredes da internet

A conexão entre Banksy e GIFs animados pode não ser tão óbvia de imediato. Enquanto um parece intensamente contextual e linkado ao mundo atual, o outro é portátil e produto da recente cultura digital.

RJ Rushmore, conceituado artista de rua, passou anos explorando estes dois lados da arte contemporânea. O resultado é o seu livro Viral Art, em formado de ebook gratuito, que compila quase três anos de pesquisa nas ruas e nos becos da web.

A coleção de Rushmore é repleta de histórias desde o começo do grafite até aos artistas recém-descobertos na internet, passando por diferentes mídias e formatos como fotografia, pintura, zines, filmes, gifs, 3D e mais.

A conexão que Rushmore traça entre a arte de rua e o que ele chama de “arte viral” na web é retratada como substancialmente mais importante do que suas diferenças. E é deste paralelo que surge, como consequência, um inusitado mapeamento de como colocar um conceito/ideia para circular por entre estas duas audiências (rua e web), sendo o produto tanto um zine independente quanto uma obra premiada.

Rushmore, que é editor do blog de arte Vandalog, conceitua a internet como propícia para promover arte pública de forma semelhante às ruas pois são ambos espaços públicos, livres e de rápido compartilhamento. O livro mostra diversas obras de rua, por exemplo, que se apropriam da linguagem da internet como resposta às repercussões online de seus trabalhos (imagens abaixo).

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Banksy

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Banksy

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Viral Art, enfim, carrega relevantes discussões sobre uma investigação contínua do poder do online vs. offline e suas diferentes formas de sinergia e conversação, com insights e inspirações aplicáveis em diversos outros setores além do mundo das artes.

O eBook está disponível gratuitamente para ser lido online ou baixado em PDF.

Brainstorm9Post originalmente publicado no Brainstorm #9
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Fotógrafa coloca drogas sobre negativo de fotos para um retrato visual das substâncias

Colecionando anos de trabalho em grandes casas noturnas de Berlim, a fotógrafa Sarah Schoenfeld resolveu levar ao seu último projeto uma consciência visual dos efeitos únicos das drogas.

Depois de observar de perto os comportamentos hedonistas em suas noites de trabalho, Sarah largou a distância do olhar voyeurista para se aproximar mais das substâncias e retratá-las de uma forma quase nunca apreciada.

Um estúdio fotográfico transformado em laboratório.

Para a série fotográfica All Your Can Feel, drogas legais e ilegais como cocaína, cristal, ecstasy, MDMA, LSD, heroína, ópio e até cafeína foram colocadas diretamente sobre filmes negativos.

Transformando seu estúdio em laboratório, a fotógrafa transformou as substâncias em misturas líquidas que, expostas sobre os filmes fotográficos, revelaram incríveis cores e formas.

Speed

Speed

MDMA

MDMA

LSD

LSD

Heroína

Heroína

Ecstasy

Ecstasy

O resultado são composições únicas, de um visual verídico e extremamente próximo que revela o universo escondido por trás de cada droga.

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Human Tide recria obra perdida de Duchamp, “La Maree Humaine”

Em 2010, um trabalho desconhecido do artista Marcel Duchamp foi encontrado em Norfolk, Inglaterra. Dentro de um livro assinado pelo artista, haviam instruções e desenhos datados de mais de 100 anos sobre uma obra chamada La Maree Humaine.

Os estudos pareciam imaginar pessoas pintando ondas com luz, para fins de captar impressões lineares do ir e vir de uma maré. Além da tecnologia de seu tempo, a obra perdida virou realidade através da performance Human Tide.

As agências Syzygy e Unique, em parceria com Park Village, decodificaram os estudos de Duchamp preservando as medidas de 1 quilômetro de cada uma das três linhas em seus desenhos, criadas a partir de luz e filme com o movimento da maré.

A projeto gigantesco fez part do I am not dead festival, uma celebração centenária do tempo que o artista passou em Herne Bay, Kent.

O palco da performance contou com vários participantes para rastrear a beira da maré por 1 quilômetro, usando enormes pedaços de madeira com sensores de luzes, afim de marcar os momentos em que a água encontrava a areia. Três trilhas separadas foram feitas desta forma. Ou seja, são desenhos criados por grupos de pessoas, a “maré humana”.

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Para saber mais, o making of da performance está disponível aqui.

A obra foi filmada em timelapse e como fotografias de longa exposição. O resultado final é uma pintura gigante de ondas de luzes sobre um movimento rápido do sol e da maré em sincronia, acompanhados por uma trilha sonora exclusiva de Paul Hartnol.

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A internet visualizada como obra de arte

Data Portraits mapeia websites e transforma seus dados e informações – muitas vezes invisíveis a nossos olhos – em obras de arte. As visualizações revelam a complexidade e a interdependência da arquitetura de uma web em constante mudança.

“Meu objetivo era mostrar um lado diferente da web que vemos todo dia.” – Martyn Dade Robertson, em seu artigo

Cada retrato é a visualização de um website congelado em um período de tempo. Isso inclui links de navegação como também códigos, imagens, vídeos e demais camadas de links externos que constituem uma página.

O projeto foi criado pelo pesquisador e professor Martyn Dade Robertson, da Newcastle University.

Para financiar sua pesquisa e experimentação, Robertson está criando “retratos” de gigantes websites como GoogleNASAWired e Qantas Airlines. Qualquer um também pode pedir um retrato de graça aqui.

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“Se o Google fosse um artista, o que ele pintaria?” – Martyn Dade Robertson

O projeto levou 10 anos para chegar aqui. A primeira etapa envolveu a construção de um web crawler para rastrear e mapear todos os links relacionados a uma URL específica. Depois disso, foi desenvolvido um software chamado Web Cartographer, que cria os desenhos do retrato.

Cada nó representa os componentes do website, como imagens e scripts, e as linhas representam as ligações entre eles. O desenho é plotado para que os nós que se relacionam entre si gravitem juntos, assim padrões únicos são formados. Há um pouco de aleatoriedade no retrato também, dependendo de onde cada nó é colocado.

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Artista reproduz teto da Capela Sistina em um Fiat 500L

Pode-se dizer que é, no mínimo, uma ideia ousada: até o próximo dia 25, o artista plástico Nicola Verlato irá reproduzir em um Fiat 500L uma das mais importantes obras de arte da humanidade: o teto da Capela Sistina. A ação criada pela Sapient Nitro está rolando ao vivo no LA Auto Show, nos Estados Unidos, e tem por objetivo mostrar como o veículo é espaçoso por dentro.

Enquanto Michelangelo levou quatro anos para concluir o trabalho, Verlato terá apenas seis dias. No vídeo acima, ele explica que não pretende apenas “transferir” a obra original, mas reconstruí-la de acordo com a perspectiva exigida pelo projeto. Isso tudo em um palco, sob o olhar de milhares de pessoas.

O Fiat 500L que servirá de “tela” foi especialmente reconfigurado para esta ação, o que inclui a instalação de um teto de fibra de vidro preparado para absorver a tinta. Os bancos foram removidos e um piso especial foi criado para que o artista pudesse se movimentar enquanto trabalha. Da mesma maneira que Michelangelo, Verlato irá pintar deitado de costas.

Vale a pena acompanhar essa história para ver no que vai dar. O primeiro dia da ação, você confere abaixo. Até o próximo dia 25, a Fiat irá subir vídeos diários mostrando o andamento da obra, tanto no canal oficial do YouTube quanto no site da marca.

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Animais feitos de lenços de papel integram a fauna da Nepia

Indústria do setor papeleiro japonês, a Nepia se posiciona como uma empresa que acredita na sustentabilidade de seu sistema de produção, com foco na preservação de ecossistemas – com especial preocupação com a fauna das florestas onde atua. Sua mensagem principal diz que “papel bom é feito de boas florestas. Somos gratos pelas florestas”.

Coube a Dentsu Inc. comunicar esta ideia, criando uma floresta de lenços de papel com a ajuda de artistas especializados em origami. A ideia em si pode não ser das mais novas, mas a execução impressiona: são diversos exemplares – um pássaro, lobo, cobra, macaco, urso… – e o resultado é um misto de pureza, simplicidade e beleza.

Abaixo, o making of e algumas imagens de Tissue Animals.

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A China de hoje retratada com visual de propaganda comunista

Tempos atrás, os clássicos cartazes que faziam propaganda da China e suas ideologias costumavam compor paisagens idílicas e vilas rústicas, bastante diferente do cenário atual.

Imagina como seria a propaganda da China contemporânea, se tivesse continuado com esse mesmo estilo e ideais?

Para brincar com essa questão, dois artistas britânicos, Nick Bonner (Koryo Studio) e Dominic Johnson-Hill (Plastered8), convidaram um grupo de criativos da Coréia do Norte para desenvolver uma série de pinturas que transforam a realidade em distopias e cenas pitorescas, carregando-a de um sentimento inquietante e até cômico.

Em entrevista para o The Guardian, Bonner e Johnson-Hill contam que muitas das telas retram estádios feitos para os Jogos Olímpicos de 2008 na China.

Porém, como os artistas começaram a pintar antes das construções ficarem prontas, o resultado acaba sendo mais surreal ainda, com elementos do futuro renderizados ao clássico estilo da propaganda chinesa.

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“Queríamos mostrar como a China contemporânea poderia ter sido se a ideologia maoísta ainda continuasse por lá.” – Bonner e Johnson-Hill

Cada tela, pintada em Pyongyang (capital da Coréia do Norte), foi baseada em sketches de Bonner e Johnson-Hill. O objetivo era retratar um lugar perdido no tempo. Um passado desafiador e único, unido a um presente dinâmico e imagens de um futuro brilhante.

O resultado: uma China de linguagens híbridas, com tradições comunistas ocupando o mesmo espaço que os atuais prazeres da vida moderna.

Os trabalhos fazem parte do projeto The Beautiful Future, que tem rodado o mundo das artes há algum tempo, com recentes exibições na Beijing Space Gallery e Beijing Design Week.

 

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Loja de departamento em Paris é transformada em galeria com artes de usuários do Tumblr

O novo diretor artístico da Diesel, Nicola Formichetti – também conhecido como o estilista por trás do vestido de carne da Lady Gaga – deu destaque às artes digitais encontradas nos Tumblrs ao transformar a Galeries Lafayette em uma enorme exposição de arte pública.

Como parte da campanha Reboot da Diesel, a nova missão chamada Show me your artwork convidou artistas de todo o mundo para enviar suas artes com a chance de exporem seu trabalho. Para isso, era preciso publicá-lo em seu Tumblr com a hashtag #Dieselreboot.

As artes expostas acompanharam a URL do Tumblr de cada artista.

Formichetti escolheu mil trabalhos entre todos os enviados, usando-os para revestir as paredes externas e janelas da loja de departamento em Paris. Quase não há menção à marca Diesel a não ser por um cartaz dando maiores informações sobre a exposição.

Quem toma conta do projeto, de fato, são os artistas e suas criações.

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Pessoas que normalmente não estariam expostas ao mundo das artes acabam por entrar em contato de forma inesperada.

Acompanhando toda a fachada externa da loja e mais algumas partes internas, a exposição é gigantesca, sendo impossível de passar por ali e não notá-la. Assim, pessoas que normalmente não estariam expostas ao mundo das artes e muito menos ao do Tumblr Art (comunidade crescente de artistas no site) acabam por entrar em contato através de um espaço inesperado.

Outra coisa interessante é como as artes digitais e o contexto do Tumblr entram em contraste e reconfiguram a arquitetura clássica da Galeries Lafayette.

A exposição dura até dia 24 de Outubro na loja, porém todas as artes continuam acessíveis pelo Tumblr.

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Bansky expõe artes com colaboração de Os Gemeos embaixo de ponte em NY

Como parte do projeto “Better Out Than In” que o Banksy está realizando em Nova York – envolvendo criações que já renderam bastante repercursão nos últimos dias – um novo trabalho agora toma as ruas do Chelsea.

Desta vez, são duas pinturas que tiveram a colaboração da dupla brasileira Os Gemeos.

Inspiradas no movimento Occupy , estas artes foram recentemente capa do jornal Village Voice, acompanhadas de uma entrevista exclusiva cedida pelo Banksy por email. O jornal em questão é distribuído gratuitamente em Nova York e não foi escolhido por acaso pelo artista, que comentou ”sentir uma afinidade com pessoas que oferecem conteúdo de qualidade de graça pelas ruas”.

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“People ask why I want to have an exhibition in the streets, but have you been to an art gallery recently? They’re full.” – Bansky, sobre sua “exposição“ temporária

As pinturas estão penduradas na West 24th Street, embaixo de uma ponte e com um banco de frente para elas, satirizando as galerias de arte e seus espaços superficiais de contemplação e reclusos círculos sociais.

O local escolhido pelo artista desta vez é o mais “amigável” dentre os anteriores, um bairro residencial e também tido como “centro de arte”, com uma tradicional concentração de galerias e afins.

As artes ficarão expostas de hoje até domingo, das 11 da manhã à meia noite.

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Cinema inspira obras de arte em Crazy 4 Cult

Dedicada à arte focada na cultura pop, a Gallery1988 foi fundada em 2004 por Jensen Karp e Katie Cromwell. Apesar de todas as expectativas, a dupla não esperava que o projeto sobrevivesse por mais de um ano, já que na época o estilo de arte apresentado por eles não era dos mais populares. Hoje, quase uma década depois, incontáveis exposições, artistas lançados e até mesmo parcerias com Stan Lee e Beastie Boys, o cenário é bastante diferente. É neste momento que ocorre o lançamento do livro Crazy 4 Cult: Cult Movie Art 2, uma coletânea que reúne obras inspiradas pelo cinema, com a assinatura de diversos artistas.

A temática cinematográfica, inclusive, não chega a ser uma novidade nas obras apresentadas pela Gallery1988. Aqui no B9 mesmo, a gente chegou a mostrar uma incrível série de trabalhos que destacavam os melhores destinos turísticos de filmes como Robocop e Férias Frustradas. Neste livro, Alien e Donnie Darko se misturam com Bill & Ted e De Volta para o Futuro.

Ao The Verge, Jensen Karp fez uma observação bastante interessante:

“Acredito que nossa geração, tanto de artistas quanto de compradores, não são influenciados exclusivamente por mestres como Picasso e Degas. Agora, eles são influenciados pela Nintendo e filmes de Bill Murray”.

Abaixo, algumas das obras que fazem parte da coletânea.

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Nova criação do Banksy promete uma semana difícil para o McDonald’s

O projeto “Better Out Than In” do Banksy continua a chamar (muita) atenção nas ruas de Nova York. Ele já fez o caminhão com jardim dentro, vendeu seus grafites originais por 60 dólares e, entre outras criações, fez também o genial “Sirens of The Lambs” abaixo.

Uma aterrorizante arte itinerante que protesta contra os maus tratos aos animais, com vacas, porcos e galinhas de pelúcia que se mexem e emitem sons de um caminhão de transporte.

A ação de hoje também polemiza, e quem não vai gostar nada é o McDonald’s. Chamada “Shoe Shine”, a obra consiste em um Ronald McDonald gigante que tem seu sapato engraxado por uma pessoa de verdade.

Mas atenção para o requinte de crueldade: A escultura será levada, diariamente, para a frente de uma loja diferente da rede de fast food, bem na hora do almoço. O vídeo abaixo no Instagram, publicado pelo usuário mount99, demonstra a peça:

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Banksy McDonalds
Banksy McDonalds

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Agora você pode tocar nas pinturas: Touch Van Gogh App deixa usuário interagir com obras

Fãs de arte irão apreciar o aplicativo Touch Van Gogh para tablets – criado pelo Van Gogh Museum em Amsterdã, em parceria com IJsfontein – que deixa o usuário descobrir o que está por trás das pinturas de Van Gogh.

Como um detetive, usuários podem desvendar mistérios por trás das pinturas de Van Gogh, e aprender mais sobre seu trabalho e suas técnicas.

Com o toque dos dedos, é possível remover digitalmente as camadas das pinturas, e descobrir cada detalhe, cores, elementos de composição, até chegar na cena original.

Assim, o aplicativo permite que o usuário desconstrua a cena que inspirou o artista, veja rascunhos e cores originais antes da restauração e até encontre detalhes escondidos na parte de trás da tela.

Por enquanto, são 3 pinturas disponíveis: The Bedroom, Daubigny’s Garden View From Theo’s Apartament. Porém a proposta é lançar mais 12 nos próximos 24 meses.

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Touch Van Gogh está disponível de graça via iTunes Store e Google Play.

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Pinturas mostram uma Suécia de ficção científica

Um pensamento sobre o futuro: uma vez que ele chega, já não parece mais tão futurista assim. Apesar de tanto avanço, ao olhar em volta, tudo parece bastante normal. Não há carros voando, robôs andando pelas ruas, máquinas confundidas com arranha-céus. Pelo menos é essa a sensação que tenho quando olho para as pintaras digitais do sueco Simon Stålenhag.

Mostrando um universo único, suas artes carregam o dia a dia dos humanos e suas atividades rotineiras, porém tem como pano de fundo máquinas gigantescas e tecnologias que ainda desconhecemos. E é justamente esse sentimento comum, de uma paisagem até que natural – onde ninguém parece tão impressionado com o mundo das máquinas que os rodeia – que faz as obras de Simon Stålenhag tão impressionantes.

O trabalho de Stålenhag é dominado por um ar utópico, influenciado pelas paisagens suecas a serem exploradas. As construções e máquinas aqui são apenas um adendo, esquecidas em gramados, beirando à ferrugem e decadência enquanto a natureza continua viva.

Antes coisa de ficção científica, hoje os avanços tecnológicos são quase invisíveis aos nossos olhos, tão acostumados a viver no futuro.

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“Comecei pintando com guache e aquarela. Hoje me esforço para preservar esse ar natural e analógico nas artes digitais .” – Simon Stålenhag, para Wired

Desde criança, Stålenhag conta que já se interessava por filmes de ficção científica. Mas foi depois de descobrir artistas como Ralph McQuarrie (que fez as artes de E.T. e da trilogia de Star Wars) e Syd Mead (design conceitual de Blade Runner e Alien) que decidiu se aventurar a pintar sobre isso.

Além de trabalhar ilustrando e criando conceitos para games, filmes e comerciais, Simon Stålenhag recentemente criou um jogo de 16-bit, o Ripple Dot Zero.

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Alternative Movie Posters e o retorno ao design clássico em cartazes de filmes

Alternative Movie Posters: Film Art from the Underground, novo livro de Matthew Chojnacki,  apresenta 200 posters que celebram filmes de Tron e Bladde Runner à Código DaVinci e Bambi. Porém, estes não são posters que você veria em campanhas pelos cinemas. Aliás, o principal critério para a seleção da publicação foi justamente prestiar artes que não foram usadas para promover os filmes comercialmente.

“Eu queria incluir um grande leque de estilos artísticos, gêneros de filmes e nacionalidades dos artistas nesta seleção.” – Chojnacki, para The Verge

Os posters vão de fan art à ilustrações editoriais, resultado do trabalho de mais de 100 artistas e designers de mais de 20 países ao redor do mundo.

De certa forma, o livro retoma uma discussão de como os posters usados hoje para promover filmes já não são tão interessantes como costumavam ser. Diferente do típico enfoque nas celebridades, os posters clássicos frequentemente usavam técnicas de design, ícones marcantes e estilos artísticos para abordar pontos-chave dos filmes em uma composição inteligente.

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Labyrinth, por Joshua Gilbert

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Robocop, por Tim Doyle

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Iron Man, por Jesse Philips

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Beetlejuice, por Anthony Petrie

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Bambi, por Rowan-Stocks Moore

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Blade Runner, por Kako e Carlos Bela

“Este livro funciona como uma rede de designers que estão reinventando posters de filmes e trazendo a “arte” de volta ao cartaz.” – Chojnacki

Unindo artistas interessados, ferramentas como Tumblr e DeviantArt, e publicações independentes como essa, as características do design clássico de poster tem tido um retorno celebrado, fazendo até com que essas artes não-oficiais de filmes gerem mais repercussão e valor de mercado aos colecionadores e entusiastas do que as peças comerciais.

O livro começa a ser vendido dia 28 de outubro. Enquanto isso, Chojnacki liberou uma prévia aqui.

Imagens via Matthew Chojnacki.

 

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AntiCast 101 – André Stolarski: In Memoriam

No dia 31 de Agosto de 2013, André Stolarski, notável designer, escritor e tradutor nos deixou. Apesar de jovem (43), foi responsável por uma contribuição incomensurável para a literatura e o pensamento crítico em design no Brasil. É de sua responsabilidade a tradução de livros importantes, tais como “Elementos do Estilo Tipográfico” (Robert Bringhurst) e “Pensar com Tipos” (Ellen Lupton); contribuições memoráveis em livros como “Logotipo x Logomarca” (Bruno Porto) e “O Design Gráfico Brasileiro: Anos 60″ (Chico Homem de Melo); além da autoria do livro/documentário “Alexandre Wollner e a formação do design moderno no Brasil” e da dissertação “Arte e Design: Campo Minado”, que será lançada no ano que vem em formato de livro.

Sendo nosso amigo, e tendo já participado de alguns AntiCasts, nós nos sentimos na obrigação de realizarmos esta simples, porém sincera, homenagem a este grande ser humano. Para tanto, contamos com os depoimentos dos colegas e amigos Bruno Porto, Augusto Erthal, Chico Neto, Lula Ehrlich, Marcelo Pereira, Noemi Jaffe, além de trechos de AntiCasts passados, que contaram com as vozes adicionais de Luis Marcelo Mendes e Guilherme Sebastiany.

Música de Encerramento: “Quero Mais” (Cacá Machado/André Stolarski)

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Banksy transforma caminhão em jardim itinerante

Com direito a cachoeira, borboletas e arco-íris, a nova obra do Banksy é um jardim dentro de um caminhão. A arte itinerante vai percorrer diversos pontos de Nova York, como parte do projeto “Better Out Than In”

Quem liga para o número 1-800-656-4271 e disca 3, pode ouvir um áudio-guia do jardim. O conteúdo está disponível também no site do artista.

As pessoas formando filas e tirando fotos do jardim me lembraram as declarações críticas do próprio Banksy no documentário “Exit Through the Gift Shop”. Será que a galera da metrópole ainda lembra que existe natureza por aí, que não dentro de um caminhão sujo?

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Banksy

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Campanha lembra que se você beber até cair, pode virar alvo de pegadinhas

Quando se pensa em campanhas sobre o consumo de bebidas alcóolicas com responsabilidade, talvez lhe venha a mente uma linguagem dramática ou professoral. É quase sempre o tom utilizado, seja pelas próprias marcas ou por instituições sociais.

A cerveja Steinlager, da Nova Zelândia, resolveu abordar o assunto com bom humor. Lembra que se você beber até cair, pode virar alvo de pegadinhas dos amigos e amanhecer com desenhos em locais inesperados. Mesmo que você seja apreciador da arte, provavelmente não quer ver acontecer no seu corpo.

A assinatura do comercial, “Be the artist, not the canvas”, lembra que os artistas são aqueles que bebem com moderação.

A criação é da DDB.

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Pôsteres homenageiam 80 anos de King Kong

Em 1933, chegava aos cinemas uma história de amor bastante fora dos padrões estabelecidos até então. Dirigido por Ernest B. SchoedsackMerian C. Cooper, King Kong encantou o público na década de 1930, tanto por sua envolvente trama quanto pelos efeitos especiais, avançadíssimos para aquela época. O resultado é que King Kong se tornou um clássico quase que instantaneamente, ocupando lugar especial no coração dos fãs de cinema até hoje.

Para marcar os 80 anos do filme, o estúdio La Boca criou duas deslumbrantes séries de pôsteres, nas cores prata, dourado e vermelho, para homenagear a data. O projeto, disponível com exclusividade na Dark City Gallery, destacou exatamente o lado romântico do gorila gigante, que se apaixona por uma atriz, apesar de toda sua ferocidade.

Para estender a homenagem, publicamos aqui também os pôsteres originais da época, atribuídos aos diretores de arte Carroll Clark e Alfred Herman.

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Levi’s cria escola online e convida artistas para dar aulas

Levi’s fechou uma parceria com a SkillShare, uma plataforma de educação online focada no lema learning by doing, com cursos criados por usuários que querem compartilhar e ensinar diferentes habilidades.

A proposta conversa com o contexto de aprendizado descentralizado em que vivemos. Qualquer um pode aprender e ensinar sobre assuntos que dominam.

Como resultado, foi criada a The School of MakeOurMark, uma série de aulas online que visam ensinar habilidades criativas.

Os cursos são ensinados por profissionais consolidados com os artistas Cubby Graham e Brock Davis, o tatuador Bang Bang, o fotógrafo Benjamin Samuel, o designer David Carson e a ilustradora Linda Eliasen, escolhidos à dedo pensando em temas que encoragassem e inspirassem a criatividade em cada um.

A princípio, os temas abordados são fotografia, tatuagem, tipografia, stop motion e ilustração. Seguindo a mesma metodologia do site, os professores se aproximam dos alunos a contar sobre seus trabalhos e processos, passando por técnicas, métodos e um projeto prático final.

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As aulas exploram características individuais intangíveis, valorizando a trajetória individual por meio de múltiplos formatos.

Começando esta semana, cada curso custa $10 e todo o dinheiro arrecadado vai para a 826 National, uma fundação que promove educação de artes e música para crianças.

O projeto incentiva não apenas a educação online, descentralizada e colaborativa, como também espera criar uma rede de criativos ao redor do mundo, compartilhando seus conhecimentos e trabalhos.

 

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Customize um Moleskine com suas ilustrações via Paper App

“Muito do nosso trabalho acontece online, mas ainda vivemos em um mundo analógico. Estamos interessados em borrar estas linhas.” – Andrew Allen (Fifty Theree)

FiftyThree, a empresa por trás do aplicativo Paper para iPad, acaba de fechar uma parceria com a Moleskine em um novo projeto. A ideia? Dar vida aos desenhos criados na tela do tablet.

O usuário vai poder transformar seus sketches feitos com o aplicativo em um Moleskine customizado de 15 páginas, o Book.

Para o projeto, foi produzido um novo formato de caderno, que bate perfeitamente com as dimensões da tela do iPad. Dessa forma, o processo de customização leva apenas alguns passos: por $40, o pedido de impressão e entrega é feito no próprio aplicativo, sendo possível ilustrar todas as páginas ou apenas a capa.

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Tornando palpável a (incrível) experiência que o aplicativo Paper proporciona aos artistas e entusiastas, esse projeto nos faz lembrar que as criações não são apenas anotações e rascunhos pessoais, guardados no bolso e consultados de vez em quando. Servem também para serem passados de mão em mão, como presentes, inspirações, lembretes e boas surpresas.

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