JELL-O: Pudim de chocolate faz tudo valer a pena

Se você perguntar para uma mulher o segredo da felicidade instantânea, há grandes chances de ela responder que é o chocolate. No caso do novo filme da JELL-O, a felicidade instantânea é, claro, um pudim de chocolate. E não é uma mulher quem diz isso, mas um homem que explica ao filho as razões de ele gostar tanto do produto. É aí que a história começa.

“Imagine acordar toda manhã com um pouco menos de cabelo. Depois, dirigir para o trabalho no trânsito pesado. Apenas para descobrir, quando chegar lá, que o projeto que você trabalhou durante um ano de repente foi cancelado…”

É claro que o pudim de chocolate faz tudo isso valer a pena no final das contas, mas o verdadeiro destaque deste comercial é o garotinho, que ouve o pai atentamente e coloca tudo sob sua perspectiva.

Ótima produção, com doses de fofura capazes de deixar o dia de qualquer pessoa melhor. A criação é da CP+B.

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Brainstorm9Post originalmente publicado no Brainstorm #9
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Retrato gigante construído com objetos só pode ser visto de um único ponto de vista

O artista francês Bernard Pras trabalha com obras quase que inteiramente dentro do domínio da anamorfose, que significa “sem forma” ou “deformado”. É um efeito em que uma imagem irregular ou disforme pode ser vista de maneira regular apenas a partir de um determinado ponto de vista.

Suas criações focam em instalações construídas com os mais diversos objetos do cotidiano, e passa a reinventar retratos de artistas e obras clássicas, personagens de desenhos animados, ícones da história da humanidade e personagens da cultura francesa.

A última obra de Bernard Pras, um retrato do tamanho de um quarto do ator Sotigui Kouyaté, foi feita com roupas, tintas, madeira, borracha e outros objetos encontrados.

Se vista de um ponto de vista normal, aparente uma imagem distorcida. A obra foi criada, na verdade, em dois planos: no chão horizontal e na parede vertical. Apenas quando vista através da lente da câmera é que o retrato fica inteiramente visível.

Abaixo, o vídeo mostra o processo de construção da obra, durante a instalação que a abrigou em fevereiro deste ano, no L’Institut Français em Ouagadougou, Burkina Faso.

Dependendo de que lado o espectador observar a obra de Pras, pode se deparar com ordem ou caos. O anamorfismo retoma a necessidade do olhar humano no dia a dia, pensando o mundo como algo que, às vezes, é preciso olhar duas vezes para entender.

“Uma questão que eu quero dividir é a experiência de ter uma primeira visão das coisas e depois perceber que há uma segunda visão” – Pras

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O ponto de fuga de Stanley Kubrick

Kubrick (de longe, meu diretor predileto) fez 13 filmes em seus 46 anos de trabalho. O que é pouco se compararmos a outros diretores – Spielberg, por exemplo, dirigiu 51, produziu 133 e escreveu 21 títulos nos últimos 48 anos. E isso tem uma razão: Stanley era perfeccionista como poucos. Do tipo que levava atores, produtores e funcionários a completa exaustão. O próprio Jack Nicholson surtou com o diretor, depois de refazer um take centenas de vezes, dizendo:

“Just because you’re a perfectionist doesn’t mean you’re perfect!”

E talvez o ponto principal desse cuidado minucioso fosse “apenas” a preocupação com o envolvimento do espectador. Pois ele não via a obra apenas como um artista, mas também como um psiquiatra. Kubrick sabia exatamente como entrar nas nossas mentes e causar desconforto, medo, aflição e excitação. Tanto pela atuação dos atores (como o próprio Jack, em “O Iluminado”), pela fotografia (como a luz natural de “Barry Lyndon”), pela trilha sonora (“De Olhos Bem Fechados”) ou pela visão imposta por suas lentes.

O vídeo acima (One-Point Perspective) mostra uma prática comum do diretor, centralizando o ponto de fuga da cena como em uma pintura renascentista. Primeiro por encarar seus filmes como pura arte. Mas principalmente por saber que essa é a melhor forma de nos puxar para dentro de suas construções.

Kubrick não se provou gênio por um ou outro filme. Na verdade, temo que nós ainda não entendemos tudo o que ele nos disse em sua obra. E é bem provável que achados como o “One-Point Perspective” surgirão durante as próximas décadas, quando nós, pobres mortais, perceberemos mais e mais detalhes (como a história do banheiro, que já postei aqui) que esse mito deixou para nós.

Amém.

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