Um tributo a Alfred Hitchcock

Alfred Hitchcock foi um grande diretor, isso é fato. Mas ainda hoje é muito difícil imaginar alguns de seus principais filmes sem as aberturas criadas por Saul Bass. E apesar de o vídeo acima ser um tributo ao diretor, a influência do designer está presente a cada segundo.

Criado por Jean-Baptiste Lefournier, A Tribute to Alfred Hitchcock é uma reinterpretação em live action das já conhecidas sequências de abertura, tudo ao som da trilha assinada por Cyril Balta.

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O que Tampax tem a ver com tubarões

Duas belas garotas na praia, se bronzeando. Só pelo começo do comercial, o produto em questão poderia ser absolutamente qualquer coisa, de cerveja a enxaguante bucal, passando por protetor solar, lojas de departamento ou gadgets. As duas seguem para a água, para um refrescante mergulho quando, de repente…

É no “de repente” que está toda ação do filme que anuncia uma versão à prova de vazamentos de Tampax. Lendo alguns comentários por aí, a campanha foi considerada brutal por algumas pessoas, que questionaram como o cliente aprovou o material.

O filme é apontado como um comercial russo veiculado no final de fevereiro, mas que de tão bizarro, acabou viralizando só agora. As partes de ser bizarro e de só estar chamando atenção agora são reais, ao contrário do comercial em si. Na verdade, é uma espécie de video promocional para o filme Movie 43, que inclusive já foi lançado por aqui também.

Os russos, que já não têm lá uma boa reputação em se tratando de publicidade, acabaram levando a fama por mais uma terrível (ainda assim engraçada) propaganda de absorvente.

Agora, o mais maluco nisso tudo é que toda brincadeira tem seu fundo de verdade e a própria marca Tampax já usou essa ideia, não na Rússia, mas na França, com assinatura da Leo Burnett. Menos brutal, mas ainda assim de gosto duvidoso.

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O primeiro trailer de “Jobs”, cinebiografia do co-fundador da Apple

Saiu o primeiro trailer de “Jobs”, o filme sobre o gênio da Apple estrelado por Ashton Kutcher.

Já é óbvio que a atmosfera da produção passa longe da biografia dramática e densa que se esperava, talvez com humor fora do lugar. Mas essa é apenas uma abordagem, outros filmes virão. A direção é do duvidoso Joshua Michael Stern.

A estreia nos EUA está marcada para 16 de agosto.

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Destinos turísticos que só existem na ficção

Se você está pensando nas suas próximas férias e planejando para onde gostaria de viajar, talvez estes pôsteres possam servir de inspiração. Ilha da Caveira, Overlook Hotel, Pandora e Minas Tirith estão entre os destinos retratados na campanha impressa que o Studio Muti, da África do Sul, criou para a rede de cinemas Ster-Kinekor Theaters.

A série de cartazes com uma pegada vintage mostra lugares que só existem na ficção de grandes sucessos do cinema, como King Kong, O Iluminado, Avatar e O Senhor dos Anéis.

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Apesar de simpática e bem-executada, a ideia não é das mais novas. No ano passado, a gente mostrou por aqui uma coleção com a mesma proposta, criada pelos artistas Tom Whalen e Dave Perillo para a mostra Around The World in an 80s Daze. A diferença é que os “destinos” desta série foram inspirados em títulos da década de 1980.

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“Star Trek: Além da Escuridão”, uma jornada sem mistérios

Gostar de J.J. Abrams implica em conhecer uma de suas maiores teorias sobre o ato de contar histórias: a caixa misteriosa (mystery box). Ela consiste na preservação do mistério, da vastidão das possibilidades e na magia que isso provoca durante um filme. Muitos diretores a chamam de “mccguffin”. É a maleta de Tarantino ou de “Ronin”, é o Charlie de “As Panteras”, é a força motriz por trás da maioria dos filmes de Hitchcock. É algo que todos querem saber e procuram.

Falando nos universos de J.J., o monstro de “Cloverfield”, por exemplo, se encaixa nesse conceito. Manter o mistério e a atenção do espectador é uma arte cada vez mais complicada especialmente por conta da avalanche de histórias “de origem” aparecendo nos blockbusters. E isso não é coisa nova, basta lembrar da lambança de George Lucas, em 1999, com os midi-chlorian em “Episódio I”.

Então J.J. resolve encarar “Star Trek” e entrega um primeiro filme revigorado, repleto de ação e, felizmente, conseguiu manter a atenção mesmo numa história de origens. Tentou repetir a dose e caiu na mesma armadilha dos demais diretores. E levanta a pergunta: até que ponto há mérito na revelação, ou explicação, de ícones ou elementos históricos de filmes, séries ou livros?

A pergunta é ampla e complexa, tendo em vista que, mesmo com uma eventual resposta, Hollywood vai continuar explorando todas as possibilidades ad nauseum, entretanto, faz pensar pelo aspecto da criatividade. Evitando totalmente os spoilers, “Star Trek: Além da Escuridão” explica e redefine um personagem irretocável do universo de Gene Roddenberry. Ponto.

J.J. Abrams na USS Enterprise

J.J. Abrams na USS Enterprise

Orci, Kurtzman e Lindelof foram corajosos ao extremo. Mas ficaram devendo.

Pelo aspecto prático, J.J. Abrams e os roteiristas Bob Orci e Alex Kurtzman fizeram isso com toda a tripulação original no primeiro filme da retomada. Entretanto, o ponto de ruptura com a linha temporal clássica era revigorante por si. Havia um novo vilão, os desafios eram novos e, por conta da redefinição dos personagens, novas dinâmicas foram bem-vindas e funcionaram na maioria das vezes. Olhar para o filme novo por essa ótica provoca sérios questionamentos e coloca o roteiro, agora também co-escrito por Damon Lindelof, em cheque. Quase um mate criativo.

Star Trek

A razão é simples: com uma nova linha temporal e todas as opções da galáxia para manter o senso de novidade, os roteiristas optaram por revisitar um ícone. Aliás, revisitar é pouco, pois ao também roubar cenas, inverter dinâmicas e recolocar falas em novos personagens, perderam a chance de criar; optando pela simples reciclagem. A caixa misteriosa não só foi aberta, como a surpresa ficou muito a desejar, afinal, fica complicado entender o porque da “jogada de segurança” ao precisar referenciar os filmes clássicos. Teoricamente, todo o esforço da redefinição de Star Trek tinha como objetivo permitir a renovação.

Orci, Kurtzman e Lindelof foram corajosos ao extremo. Mas ficaram devendo. Sair do cinema com a sensação de ter visto um remake do mundo bizarro é a pior coisa que poderia ter acontecido. E aconteceu. Kirk tornou-se um personagem desinteressante. Ele aparece num momento de busca pelo auto-conhecimento, mas não sofre o suficiente ou ousa o suficiente para justificar a indecisão. Ele sempre foi o carro-chefe da franquia clássica por ser o personagem mais forte. Ignorar isso chega a soar ingênuo. Assim como a necessidade de se incluir o maior número de referências, e personagens, possível num roteiro só.

Chris Pine e J.J. Abrams

Chris Pine e J.J. Abrams

Por que quase ninguém está falando sobre o filme com todo aquele afinco que só a internet permite?

É realmente estranho comentar essas coisas envolvendo nomes tão queridos e respeitados. Sempre busquei muita inspiração nos roteiros da dupla Orci-Kurtzman e costumava respeitar Lindelof. Até que ponto eles puderam, de fato, criar uma história do zero ou sentiram a necessidade de fazer essa reciclagem? Apontar para pressão do estúdio é juvenil demais, embora possa ter acontecido; ou eles, ao lado de J.J. realmente acharam que esse seria o caminho? Falta uma conexão.

Star Trek

Os filmes não encaixam dramaticamente. A assinatura visual é sólida e constante. Os flares também, aliás, eles aumentaram. Um deles chega a ganhar mais destaque que a atriz num dos diálogos-chave. Entretanto os personagens estão distantes uns dos outros e tão desconexos em relação ao filme anterior que piadas e citações diretas são necessárias para se criar uma conexão.

Há um elemento estrutural que, de fato, incomodou e me surpreendeu por estar num filme desse tamanho. O roteiro optou por uma muleta narrativa tão bizarra que deu medo. Num momento de crise, um personagem “liga para um amigo para pedir ajuda”.

Demorei a assistir “Star Trek: Além da Escuridão” e fiquei me perguntando: por que quase ninguém está falando sobre o filme com todo aquele afinco que só a internet permite? Bem, talvez essa seja uma das razões. É difícil embarcar nessa história depois da revelação surpresa. As correlações são inevitáveis e quando os diálogos reciclados entram em cena, chega a ser triste pela repetitividade.

É possível rir com boas piadas, algumas referências bem posicionadas (fãs de Sulu vão amar algumas delas) e há uma comparação a ser feita com “Homem de Ferro 3”. Um dos elementos de “Star Trek: Além da Escuridão” é a vingança. Nisso o roteiro acerto. Quer ir à forra com um inimigo? Vá para cima dele com toda sua ira! O acerto existe por conta da discussão sobre obrigação moral versus ordens.

Elenco lê o B9 durante o trabalho

Elenco lê o B9 durante o trabalho

“Star Trek: Além da Escuridão” abre a maldição do filme par?

Nesse aspecto há o reflexo da política norte-americana e o cenário militar atual, numa clara alusão, e questionamento, ao ato patriótico e aos controversos ataques com os reaper drones. Roddenbery acreditava na projeção de uma sociedade pacifista. Essa linha temporal de J.J. Abrams ainda está muito longe desse ponto, enfrenta o risco da militarização e a aparentemente inevitável guerra com o Império Klingon. A proximidade com o tema foi tamanha que, numa cena que mostra a cerimônia em homenagem aos heróis mortos durante o filme, J.J. chamou seis veteranos das guerras do Iraque e Afeganistão para replicar o procedimento do dobramento da bandeira.

Star Trek

Curioso comparar a efetividade da mensagem política contra a opção pela reciclagem. Medo de criar um inimigo próximo demais da realidade? Talvez, embora exista um atentado terrorista na trama. Devoção extrema ao personagem escolhido? Também pode ser.

Mas se a história nos ensina uma coisa é que erros do passado não devem ser repetidos. Hitler não aprendeu com Napoleão e perdeu na Rússia. J.J. deveria ter se lembrado de George Lucas. Darth Vader apavorou gerações. Transforma-lo num garoto incompreendido, concebido aos moldes de Jesus Cristo, e que matou criancinhas sem piedade não foi a melhor das ideias.

“Star Trek: Além da Escuridão” é sério candidato a iniciar a “maldição do filme par” – normalmente, os filmes ímpares eram os mais fracos da franquia -, mas, mesmo assim, merece o ingresso. Se tudo correr como de costume, no próximo longa, ímpar, eles voltam à boa forma! Só resta saber se, desta vez, irão realmente onde nenhum homem jamais esteve, ou vão voltar a visitar velhas praias.

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Fábio M. Barreto é jornalista, cineasta e autor da ficção científica “Filhos do Fim do Mundo”.

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“300: Rise of an Empire” [Trailer]

Assim como Neil Blomkamp, de “Distrito 9” e do ainda em produção “Elysium”, Noam Murro é um diretor que se originou na publicidade.

Apesar de já ter um longa no currículo – a comédia “Smart People”, de 2008 – é sua experiência com grandes campanhas publicitárias que se destaca. Filmes premiados “Halo”, HBO, Heineken, Volkswagen, Stella Artois e Nike constam no portolio do diretor.

Em 2014, porém, estreia seu primeiro blockbuster. Noam Murro assumiu a direção de “300: Rise of an Empire”, sequência do filme de Zack Snyder – que continua como roteirista – e que trás novamente Rodrigo Santoro no papel de Xerxes e toneladas de fundo verde.

A Warner Bros. revelou hoje o primeiro trailer do filme, e pra quem assiste “Game of Thrones” não dá para deixar de notar a presença Lena Headey. Também tem espada e tudo mais, mas essa não é a Cersei Lannister.

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300 – Rise of an Empire

Voici le trailer du film 300 – Rise of an Empire, prequelle du film 300 de Zack Snyder sorti en 2007. Prévue pour mars 2014 aux USA, cette création toujours inspirée des comics de Frank Miller est réalisée par Noam Murro et raconte l’épopée du roi perse Xerxès et son combat contre le peuple grec.

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Sessão Casada acaba com a briga para escolher o filme

Em todo relacionamento, especialmente os românticos, temos de aprender a escolher nossas batalhas em nome da boa convivência. Isso significa que, vez ou outra, a gente vai ter de ignorar a toalha molhada em cima da cama ou a calcinha pendurada no boxe do banheiro… E também que nem sempre você vai poder decidir o filme que vocês vão assistir no cinema. Ao menos por uma noite, entretanto, alguns casais não tiveram de abrir mão nem do filme francês, nem de Will Smith e muito menos da companhia um do outro, graças a uma ação que a Africa criou para o Itaú.

Para abrir a semana em que se comemora o Dia dos Namorados, o banco selecionou casais em sua página do Facebook para participar da Sessão Casada, que exibiu Além do Arco-Íris e Depois da Terra em uma mesma tela em uma das salas do Espaço Itaú de Cinema do Shopping Bourbon, em SP.

Para tornar a experiência possível, foram utilizados dois projetores e fones de ouvido com canais exclusivos de áudio para cada um dos filmes, escolhido previamente pelos participantes.

Ao que parece, pelo menos desta vez o impasse do cinema teve um final feliz para ambos os lados.

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Braincast 67 – O que aconteceu com M. Night Shyamalan?

Em 1999, M. Night Shyamalan era um forasteiro de apenas 28 anos de idade que acabara de se tornar o novo rock star de Hollywood. Com “O Sexto Sentido”, seu terceiro filme, ele foi catapultado instantaneamente para a lista de top diretores de cinema. E não apenas por ter dirigido um fenômeno pop que arrecadou 1 bilhão de dólares, mas também por tê-lo escrito, um roteiro original que atraiu diversos estúdios, incluindo a toda poderosa Disney.

Chamado de “o novo Hitchcock” ou “o novo Spielberg”, Shyamalan passou o resto da carreira sendo cobrado por outro sucesso de igual grandeza, e a medida que a pressão aumentava, sua decadência criativa foi ficando mais evidente. Nenhum outro filme seu foi unânime, até chegar ao ponto de fracassos retumbantes de crítica e público em seus últimos trabalhos.

No Braincast 67, conversamos sobre os motivos dessa derrocada, filme a filme, as diferenças com a Disney, a ida do diretor para a Warner, e seu mais recente trabalho, “Depois da Terra”. Carlos Merigo e Saulo Mileti, fãs de “Sinais” e “A Vila”, debatem com Alexandre Maron, Cristiano Dias e Guga Mafra, não tão fãs assim.

Faça o download ou dê o play abaixo:

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> 1h05m50 Qual é a Boa?

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“Depois da Terra”: Depois de Lucas

Todo filme surge de um conceito. Todo conceito reflete alguma necessidade, seja de mercado ou pessoal. Quando a demanda determina a mensagem, normalmente, o resultado é uma colagem capaz de replicar a moda do momento e alienar qualquer um alheio a esse mundo. No caso da motivação pessoal, a ideia chega num pacote completo, devidamente adequado com as experiências do criador e com as projeções do que ele acredita ser correto ou plausível. Quando isso acontece, o espectador se vê diante de um reflexo devidamente filtrado de uma era, de um livro, de um filme, de um trauma ou alegria.

Essa é a essência de “Depois da Terra”, que, embora seja roteirizado e dirigido por M. Night Shyamalan, é baseado em argumento de Will Smith, um dos atores mais rentáveis, carismáticos e efetivos de Hollywood. Smith passou a juventude entre a transformação dos anos 1970 e as origens da cultura pop nos anos 1980. O resultado não poderia ser outro, essa ficção científica é uma jogada de segurança que reflete uma época e dá a Smith mais uma oportunidade de trabalhar ao lado do filho, Jaden. Sendo mais direto, “Depois da Terra” é uma nova versão dos conceitos de “Guerra nas Estrelas”, de George Lucas.

Com uma mensagem ecológica preventiva, o roteiro foca em sua vocação de origem: estudar a relação entre pai e filho

Por ter estudado tanto a jornada do herói e os tratados de Joseph Campbell, é até fácil ficar vendo essa trajetória em todos os filmes. Em tese, todo herói de filme passa por alguns dos momentos analisados por Campbell, entretanto, em “Depois da Terra” o paralelismo é claro e descarado. Toda a trama é armada para ser um grande rito de passagem clássico, visto tanto pelo lado daquele que o vivencia e daquele que valida todo o processo, ou seja, do pupilo e do mestre, do pai e do filho.

After Earth

O herói mergulha até as profundezas, enfrenta os medos – novos e antigos –, sofre a perda e enfrenta contempla a própria morte antes de se reerguer e concluir o rito de passagem. Desde o início da saga da família Skywalker, os roteiristas dos filmes de ficção científica tem uma busca eterna: fugir disso e encontrar modos de esconder as referências. Esse não é o caso. Ao assumir a estrutura clássica, o roteiro pode incluir uma mensagem ecológica preventiva e focar em sua vocação de origem: estudar a relação entre pai e filho.

Shyamalan continua com voz ativa e sabe dirigir, simplesmente não teve, de acordo com o resto do mundo, pelo jeito, uma nova ideia capaz de superar “O Sexto Sentido”

Embora não chegue a nenhuma conclusão brilhante ou transformadora, faz esse aspecto de forma interessante, com grande atuação de Will Smith e uma direção neutra de Shyamalan. Ele precisava dessa paz de espírito, precisava fazer algo normal, algo seguro para se levantar de tanta crítica e desprezo. Gostar de filmes é algo pessoal, mas, pelo ponto de vista técnico, à exceção de “Fim dos Tempos” – que é uma tragédia assumida em todos os aspectos – e do questionável “O Último Mestre dos Ar”, os demais filmes autorais tem valor (“Dama na Água” é um clássico do gênero, por exemplo).

Shyamalan continua com voz ativa e sabe dirigir, simplesmente não teve, de acordo com o resto do mundo, pelo jeito, uma nova ideia capaz de superar “O Sexto Sentido”. A insistência e a birra de se comparar cada segundo em tela de seus filmes ao longa com Bruce Willis nunca vai desaparecer e se tornaram em maldição. Ligando, ou não, ele continua trabalhando. Dessa vez, optou por dar voz a outra pessoa, alguém que atrai menos atenção negativa e cujos números de bilheteria são incontestáveis. A ideia de Will Smith é simples, mas poderia funcionar. O problema é o filho.

Shyamalan e Smith no set de After Earth

Shyamalan e Smith no set de After Earth

After Earth

Como em todo filme sobre ritos de passagem, o herói precisa ser carismático e envolvente. Jaden Smith não é nenhum dos dois. Tem jeito atlético, claro, e parece com o pai, mas ao dividir tela com um ator tão tarimbado e espirituoso – mesmo fazendo cara de sério o tempo todo –, o garoto perde a briga e prejudica. Nesse cenário, a trama simples transforma-se em algo tolo e previsível. Bem, isso já é desde o princípio, afinal, o final feliz é óbvio, só não se sabe para qual dos dois personagens. Neo e Luke Skywalker tinham toda aquela bravura e avidez a oferecer, Kitai oferece apenas o medo e a insegurança. Aliás, graças à campanha de marketing, o uso do medo no filme se dilui, pois o conceito do “Medo é uma opção” é interessante. Ficaria melhor caso fosse fruto de uma construção narrativa, não do pôster do filme. Como se identificar com um herói inseguro? Neo seguiu o coelho buraco a baixo, Luke queria avançar para cima de Vader na hora da morte de Ben Kenobi, Kitai vê onde está o problema e corre para o outro lado.

Há um pouco de romantismo no roteiro de “Depois da Terra”, pois além da visão idealista do futuro do planeta, existe o vínculo com o clássico “Moby Dick”, de Herman Melville. Embora desprovido de citações diretas, a obstinação de Ahab está pulverizada ao longo da trama e o conceito de “ação-reação” que o homem exerce sobre a natureza são constantes. Ele tenta ser provocativo como a ficção científica pede e atemporal como precisa ser. Quase acerta no primeiro e teve êxito no segundo. Pensar nas limitações humanas sempre rende boas histórias, uma vez que mesmo nos futuros de Asimov, Clarke e Heinlein, o planeta pode mudar, mas o ser humano continua sendo o mesmo.

Há valor nessa tentativa, na sinceridade de um astro que já se revelou sonhador anteriormente. É preciso respeitá-lo, gostando ou não do filme.

Será por isso que contamos tantas vezes as mesmas histórias? Na esperança de que algum dia isso mude? Pelo menos pelo olhar dos roteiristas atuais, continuamos passíveis das mesmas fraquezas e deficiências. No caso desse filme, o medo é o grande inimigo. Um homem sem medo é invencível, é o que precisamos, é o que nossos inimigos temem. Imagino um jovem Will Smith dizendo isso a si mesmo quando iniciou a carreira e enfrentou todas as dificuldades do mundo do entretenimento. Seja corajoso, não demonstre fraqueza, ignore o medo e acredite na força de vontade. Funcionou na vida real, por que não repetir a dose na tela?

Há valor nessa tentativa, na sinceridade de um astro que já se revelou sonhador anteriormente em “À Procura da Felicidade” e se encaixa perfeitamente no papel de herói salvador como em “Eu, Robô” e “Eu Sou a Lenda”. Ele tem uma visão. Um credo. E apostou nisso. É preciso respeitá-lo, gostando ou não do filme.

O orgulho exacerbado pelo talento questionável do filho pode ser o calcanhar de Aquiles, mas, fica claro que o astro respirou a corrida espacial, se maravilhou com “Guerra nas Estrelas”, deve ter se imaginado como Indiana Jones e sonhou com uma chance de explodir o Tubarão e, agora, devolve tudo que sentiu. Na esperança que embarquemos com ele nessa aventura de redescoberta, de solidão e com boas pitadas de bom-humor. Penso só ter utilizado o termo “blockbuster pessoal” para “Sucker Punch”, de Zack Snyder, mas vale para “Depois da Terra”. É uma homenagem de um astro, não de um roteirista, àquilo que ele viveu e ao que acredita. É simples, revelador e pode ser poderoso. Depende do espectador.

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Fábio M. Barreto é jornalista, cineasta e autor da ficção científica “Filhos do Fim do Mundo”.

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O filme antes do filme

Em 2011, o Art Of The Title reuniu algumas aberturas importantes na compilação A Brief History of Tittle Design. O projeto era bem bacana, mas como mostramos por aqui, cometeu algumas injustiças. Agora, um grupo de estudantes do Berliner Technische Kunsthochschule resolveu ir um pouco mais a fundo nessa história com o webdocumentário The Film Before The Film.

Para quem curte cinema, aberturas de filmes, design, tipografia e história, é imperdível. The Film Before The Film tem tudo isso e muito mais. De maneira didática, mas ao mesmo tempo envolvente, acompanhamos a evolução do que em muitos momentos realmente é uma espécie de prólogo da história, realmente, um filme antes do filme.

O que começou com o propósito apenas de creditar os profissionais envolvidos com aquela produção acabou se tornando parte da história, um campo fértil para experimentar novas ideias e tecnologias.

É claro que nem sempre dá certo e por algumas vezes, os créditos acabam ficando em segundo plano, com a escolha de uma tipografia ruim, ou do excesso de informação na tela, com imagens disputando a atenção do espectador com, teoricamente, a real função daquela sequência.

É uma bela homenagem, ainda, a pioneiros como Saul Bass, Maurice Binder e Kyle Cooper, e a chance de relembrar aberturas e filmes inesquecíveis.

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Monstros & Monstruosidades

Aconteceu algo curioso em 2009. Depois de muito tempo, uma franquia tradicionalmente sanguinária e focada num nicho bem específico rompeu as barreiras mais importantes: fez sucesso nas bilheterias e conquistou moderadamente a crítica.

O autor da façanha foi “Sexta-Feira 13”, mais recente aparição de Jason Vorhees aos cinemas. Público e imprensa precisavam de um bom motivo para voltar a se divertir com o gênero e ele veio. Pelo ponto de vista estratégico, esse longa-metragem havia aberto a porteira para um revival de qualidade. Os estúdios entenderam o recado e os remakes começaram a invadir os cinemas em toque de caixa concorrendo com algumas histórias originais. A qualidade foi passear. O dinheiro veio aos montes. Acredite, por pior que pareça o filme, a maioria deles deu resultado com média de 2x o valor do investimento inicial.

O nível de diversão gerado por “Sexta-Feira 13” deixou muita gente empolgada, afinal, era possível misturar o bom e velho slasher movie com o cinema moderno e dar boas risadas. Pelo aspecto da produção, ele foi um divisor de águas pois com os US$ 19 milhões de investimento, faturou mais de US$ 90 milhões no mundo todo. 29% desse valor foi arrecadado nos mercados internacionais. Foi um bom indicativo, mas alguns vícios são difíceis de serem deixados para trás, então, enquanto o fenômeno “Atividade Paranormal” se formava puramente baseado nos sustos gratuitos, a onda de filmes inspirados por esse momento começou.

Terror

Terror

Sam Raimi foi o primeiro a apanhar da crítica com o corajoso “Arraste-me Para O Inferno” (Drag me to Hell). O filme em si era uma execução da mesma fórmula de “Evil Dead”, com alterações, mas dentro do princípio: há uma entidade maléfica vinda dos quintos dos infernos, precisamos derrota-la! Nada fantástico, cumpriu tabela. Claro que fiquei feliz, afinal, por causa disso, bati um longo papo com Sam Raimi, Justin Long e Alison Lohman.

Gente boníssima o Raimi, diga-se de passagem. Vestindo o terno característico e extremamente devotado ao que faz. Foi bacana. Já o Justin foi divertido, pois falamos mais sobre “Galaxy Quest” que do terror em questão. Enfim, o filme foi “ok”, certo? Adivinhem o faturamento: $90 milhões no mundo todo, contra $30 milhões de orçamento. Ou seja, US$ 60 milhões de lucro! Curiosamente, o nome internacional de Raimi fez valer na hora do sucesso e 53% do valor foi arrecadado fora dos Estados Unidos.

O filme mais caro dessa leva de 2009 foi o remake de “A Nightmare on Elm Street”, estrelado por Jackie Earle Haley, de “Watchmen”. Custou $35 milhões. Filme sem graça, dependente do saudosismo de uma série que marcou a adolescência de muita gente e que, aposto, já foi esquecido. Nada de cenas marcantes. Nada de inovação no estilo de Freddy Krueger. Apenas mais uma versão do velho ícone. No máximo, outro “ok”. Foi um desbunde financeiro, garantindo aos cofres da Warner $115 milhões no mundo todo.

Terror

Evil

Para os produtores a coisa caminhou bem, afinal, o objetivo é o faturamento. Se o filme funcionar, ótimo! Se não, o próximo já está em produção mesmo. Depois de bons resultados, veio a primeira porrada: “Don’t Be Afraid of The Dark” não conseguiu nem se segurar com o nome de Guillermo del Toro no roteiro e Katie Holmes no elenco.

Produzido pela FilmDistrict e distribuído pela Disney, o terror psicológico deixou de lado as facadas e as presepadas dos filmes anteriormente mencionados e se lascou nas bilheterias. Filme inexplicavelmente fraco (ou incompreendido?) custou $25 milhões e só se salvou por causa da bilheteria internacional, chegando a um total de $36 milhões. Faturou só $24 milhões nos Estados Unidos.

Aí veio o grande teste de fogo para se saber se há alguma demanda por roteiro diferente, e minimamente inteligente, ou se o importante são as lacerações, desmembramentos e o sangue. “O Massacre da Serra Elétrica 3D” é uma das maiores porcarias já feitas em Hollywood e merece a alcunha de ofensivo perante os filmes originais.

Digno de ficar restrito ao mercado de home entertainment, a Lionsgate resolve apostar no cinema e os executivos devem estar sorrindo até agora. Partindo da média de orçamento do gênero ($16 milhões), esse caça-níqueis faturou $34 milhões só nos Estados Unidos e se pagou. Isso sem contar nos trocados que ainda está fazendo no exterior. Entrou em cartaz a pouco no Brasil, aliás.

Terror

Para fechar a listinha, precisamos falar de “A Morte do Demônio” (Evil Dead), dirigido por Fede Alvarez, aquele diretor uruguaio que fez “Ataque de Pânico!”, o curta-metragem alucinante dos robozões em Montevidéu. Custou $17 milhões e, mesmo sendo um festival de sustos previsíveis, “A Morte do Demônio” arrecadou $92 milhões no mundo todo.

Como prequel, traz novas informações e merece destaque por um dos personagens mais sinceros que já vi no gênero. O sujeito faz a besteira que inicia a trama e é pé no chão o suficiente para ir contra as bobagens sempre ditas em filmes desse tipo. “Está tudo bem!”, diz o mocinho. “Não, não está! Só está piorando”, devolve o realista.

Essa talvez seja a melhor ideia desse longa. “Qualquer manifestação cinematográfica tem que ser baseada em boas ideias; se você pensa em algo que vai gerar interesse na tela, você vai obter um resultado”, comenta o diretor uruguaio, em entrevista ao B9.

“O importante é fazer um filme pelo que ele é, não como meio para alcançar esse resultado. Sempre filmei por paixão, não para conseguir um emprego ou ser visto. Fazer as coisas como catapultas não funciona para mim” – Fede Alvarez

Ele pode dizer isso, mas foi exatamente o que aconteceu. Entrando pelo terror, como tantos outros jovens talentos, Alvarez já começou a fazer nome por aqui. Ele é um dos maiores casos pessoais de sucesso gerado pelo YouTube, no cinema.

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Curiosamente, outro bom resultado direto do YouTube foi o longa-metragem “Mama”, nascido a partir de um dos curtas mais assustadores que já vi! Ainda não fui assistir ao filme pelo desespero causado pelo vídeo espanhol. De qualquer forma, “Mama” não convenceu a crítica, mas os US$ 145 milhões arrecadados nas bilheterias mundiais contam sua história.

Ver tantos filmes e milhões resultantes de um gênero, até segunda ordem, desinteressado em trazer algo além das características obrigatórias é algo, inicialmente, difícil de entender, afinal, produzir lixo deveria gerar resultado similar. Mas aí você tira o idealismo de lado, lembra de novela, Big Brother, revistas de fofoca, e daquele monte de filme de artes marciais que ninguém nunca ouve falar, e tudo fez sentido.

Não tenho absolutamente nada contra o cinema, ou a literatura, de gênero. Sempre apoiei ao longo da carreira. Vivo disso como escritor e me especializei no “fantástico” no jornalismo. Mesmo sem envolver as franquias como “Atividade Paranormal”, “Premonição” e “Jogos Mortais”, por exemplo, estamos diante de um mercado prolífico e eficaz. A Asylum herdou o legado de Roger Corman e continua produzindo em grande escala, fazendo as vezes de maior “escola prática” de Hollywood. O importante lá é filmar e abastecer o mercado de DVDs e Blu-Ray. Funciona e, de fato, é um dos poucos lugares onde o antigo sistema de estúdios ainda funciona. Tanto por influencia de Corman quanto dos resultados, o maior gênero, surpresa!, é o terror.

A preocupação com o nicho deixou de existir e, pelo que diretores e produtores falam em Los Angeles, o alvo do “filme de medo” agora é gerar a experiência; ou seja, recriar aquela sensação da galera que encarou o cinema para ver Michael Myers, Jason Vorhees e Freddy Krueger pela primeira vez. Há algo especial nessa resposta tão positiva a mortes e sangue. Alívio social? Diversão? Desejo de ver algo do qual fugimos na vida real? Parece um grande teste de força de vontade. Assistir, e encarar até o final, é questão de honra. E isso me lembra de um outro clássico. No fim das contas, gostamos da experiência do “Pague para Entrar, Reze para Sair”. ?

N.E.: Confira no nosso Letterboxd a lista dos filmes de terror citados nesse artigo.

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Fábio M. Barreto é jornalista, cineasta e autor do romance de ficção “Filhos do Fim do Mundo”

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Google Street Scene transforma cenas famosas em imagens do Street View

Imagine se em 1995, enquanto Jesse e Celine caminhavam pelas ruas de Viena em uma cena de Antes do Amanhecer, o carro do Google Street View estivesse coletando imagens para seu banco de dados. Ou se, na mesma situação, Lola fosse flagrada correndo de um lado para outro na Alemanha, em Corra, Lola, Corra, de 1998? É mais ou menos essa a proposta do Tumblr Google Street Scene, que transforma cenas famosas de filmes em imagens do Street View.

Para quem curte cinema, a grande sacada está em tentar adivinhar quais são os filmes ali retratados, mas abaixo das imagens há sempre um link amigo para o filme no IMDB.

As imagens trazem o endereço de onde foram registradas – que pode ser tanto em qualquer país do planeta Terra ou até mesmo em Tatooine.

Para fazer parte da seleção, é preciso que as cenas tenham sido capturadas do mesmo ângulo que as imagens do Google Street View. Depois, elas passam por um processo parecido com as fotos do serviço, com os rostos das pessoas sendo desfocados.

É um Tumblr que vale a pena acompanhar.

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Brainstorm9Post originalmente publicado no Brainstorm #9
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A Cultura do Spoiler: de Odete Roitman a “Game of Thrones”

Eu sou o tipo de pessoa que  assistiu “O Sexto Sentido”“Clube da Luta” e muitos outros filmes mesmo já sabendo o grande enigma do fim. Na verdade, sou tão curiosa que até agradeço quando me contam algo ou descubro os spoilers. Isso nunca mudou muito a minha experiência de espectadora ou, até mesmo, de leitora – quem já não pulou algumas páginas porque queria saber o que ia acontecer no próximo capítulo do livro?

Acontece que, algumas semanas atrás, eu realmente fiquei triste por descobrir algo muito importante do meu seriado favorito antes de assistir. Há 8 temporadas espero para conhecer quem é a mulher e mãe dos filhos de Ted Mosby em “How I Met Your Mother”. Isso finalmente aconteceu, mas foi através de uma foto da cena no Instagram de algum espertinho.

Spoiler

Quem ainda não assistiu aquele tal episódio bombástico, acaba invariavelmente enfrentando o fogo cruzado da internet

Enquanto demorei algumas horas há mais que todo mundo para assistir o episódio, não imaginei que alguém publicaria uma foto dessas. Nem me lembrei, também, que existe uma regra comum de que se você não quer saber algum spoiler deve ficar longe da internet. Além disso, nunca me preocupei com os spoilers, e confesso que já estraguei a expectativa de muitas pessoas. Seja intencionalmente ou sem querer.

Essa surpresa e o gosto amargo de perder a revelação de um grande mistério pela primeira vez me fez pensar nesse momento da cultura do spoiler que estamos vivendo, recentemente levantado pela Wired. De repente, qualquer comentário pode virar um spoiler e não existe fórmula pra fugir deles, a não ser que você queira passar um bom tempo totalmente desconectado.

Você vai notar isso muito bem nessa semana. Com o penúltimo episódio da terceira temporada de “Game of Thrones”“The Rains of Castamere” – exibido ontem, 2 de junho, as redes sociais entraram em erupção. Quem assiste está louco para comentar/entregar os acontecimentos, ou, entregando de fato. Os desavisados que ainda vão assistir o S03E09 amanheceram no meio do fogo cruzado.

GoT

Mas o que realmente é um spoiler?

Spoiler é a descoberta de um grande mistério, situações que acontecem no desfecho da trama ou a morte de algum personagem antes que você tenha chance de assistir ou ler a história em questão. Mas nem todo mundo pensa assim.

A internet é escura e cheia de spoilers

“Acho que na real existe uma histeria. Tudo é spoiler, inclusive o que não é. Tem gente que não quer nem saber se o casal deu um beijo ou não em determinado episódio ou qual música o pessoal do ‘Glee’ vai fazer versão. É demais! Existe muito “mimimi”, diz Ana Emilio, do site Box de Séries, que completa: “no Box, a gente considera spoiler tudo que aconteceu nos últimos episódios, e sempre tenta colocar avisos e evitar fotos que entreguem surpresas direto na home, mas nem assim conseguimos fugir dos chatos que reclamam de tudo.”

As pessoas começaram a levar muito a sério essa história de spoiler e agora fazem disso uma batalha campal sem necessidade. É óbvio que é chato ficar sabendo do que não se quer, mas também não tem como fugir de descobrir algo se você está na internet, navegando em sites especializados no assunto ou em alguma rede social na hora em que determinado episódio está sendo exibido na TV.

A famosa camiseta de Olly Moss

A famosa camiseta de Olly Moss

O Sexto Sentido

Reclamar é inútil, afinal, a maneira de consumir entretenimento não é mais a mesma faz tempo. Hoje em dia é cada vez mais normal as pessoas postarem comentários ao mesmo tempo em que estão acompanhando a televisão, a tão discutida segunda tela, e muitas vezes preferem assistir seu filme ou série favorita no próprio computador ou tablet. Dessa maneira, é certo dizer que o spoiler faz parte do cotidiano desse consumidor.

Tirando o fato de alguns espertinhos, como o meu caso da foto do Instagram, a maioria dos sites, fóruns e blogs trazem avisos de que talvez em determinado post tenha alguma informação que você não deveria saber se ainda não viu o que deveria ver – o que eu nunca respeitei e sempre li para matar a curiosidade. O que deve imperar é o bom senso do próprio espectador na escolha do que vai ler, e de quem já assistiu em não estragar a diversão dos amigos. 

Caio Fochetto, também do Box de Séries, lembra que nem só de texto vivem os spoilers. “Uma história interessante de spoilers é a capa da última temporada de ‘Six Feet Under’. Tem um spoiler violento nela e qualquer fã percebe! Sacanagem da Warner não ter prestado atenção nisso. A capa mostra todos os personagens num velório, exceto um. Ou seja …”

Claro que a grande “culpada” por essa cultura do spoiler e criação de especialistas em mancadas históricas é a internet. Facebook, Twitter, fóruns, comentários, blogs e sites com conteúdo revelador conquistaram de vez o território e ficou praticamente impossível fugir de algum texto malicioso.

Lost

“Lembro que alguém me mandou um reply no Twitter perguntando o que eu tinha achado da morte de um grande personagem de ‘The Walking Dead’. Só que eu não tinha visto! Por isso, fico bem longe das redes sociais quando passa um episódio das minhas séries favoritas (‘True Blood’, ‘Game of Thrones’, etc). Por sorte elas são exibidas domingo a noite e consigo assistir no máximo em 24h. Pouco tempo sem checar meus perfis.”, diz Caio

Antes da era dos spoilers, os mais curiosos só podiam contar com os resumos publicados de antemão em jornais e revistas

Pensando nisso, fansites de “Game of Thrones”, como o Tower of the Hand, desenvolveram um sistema que tenta fugir disso e impede os spoilers. Os leitores podem selecionar no site até onde chegaram na série (ou livro) e o site vai esconder automaticamente as informações vitais até o ponto em que o espectador/leitor parou. Já o Winter Is Coming trata tudo o que não foi ao ar como um spoiler em potencial, portanto se você leu os livros que ainda não foram para a televisão não pode comentar nada. Essas são até que boas ideias, mas vale para todos os seriados? E pior, vale para os que querem deliberadamente entregar o jogo?

Spoiler

No caso de “Game of Thrones”, os livros já são um “spoiler” a parte para quem acompanha apenas pela TV. Mas se engana quem acha que não vai ter nenhuma surpresa quando assistir mesmo tendo lido antes. Além de ser paticamente impossível filmar cada detalhe das obas de George R. R. Martin, muito do que se vê é a interpretação do roteirista e diretor e eles podem sempre acrescentar algo que você não esperava para criar uma reviravolta.   

“Às vezes é até bacana saber o que acontece nos livros, pois não há garantia que este seja o rumo da história na TV. Por exemplo, nos livros que originaram ‘True Blood’ há um personagem que é o Elvis Presley – ele não morreu, virou vampiro. Na série isso não existe e não há possibilidade de acontecer, segundo os produtores da série”, conta Caio.

Odete
 
Provavelmente se a novela “Vale Tudo” fosse inédita no tempos de hoje ela seria tão vítima de spoilers quanto qualquer seriado, e muitas pessoas revelariam quem matou Odete Roitman antes da hora. Ainda mais se ela fosse filmada em outro país e o meio tempo de espera para chegar até os canais brasileiros não segurasse grandes segredos.

Naquela época, os mais curiosos só podiam contar com os resumos publicados de antemão em jornais e revistas. Textos, claro, enviados pela própria emissora, e portanto sem grandes revelações. Nem jornalistas conseguiam acesso ao roteiro, e os espectadores tinham hora marcada com a televisão para saber o que aconteceria. Em se tratando de segredos do entretenimento, era um mundo democrático. Os finais de “Seinfeld” e “A Próxima Vítima”, por exemplo, foram filmados horas antes de irem ao ar. Uma tática para evitar qualquer vazamento de informação, num tempo que não existia downloads e conteúdo sob demanda.

Só sei que minha primeira experiência de spoiler desnecessário me marcou. Tudo bem que foi um contratempo, mas para quem vivia na LOSTpedia e nos fóruns internacionais para saber tudo sobre “Lost” e “Harry Potter” antes de conseguir assistir ou ler os livros, eu não posso reclamar muito de saber um segredinho. Isso vale para muitas pessoas também. Não se chateie e perca o tempo criticando alguma revelação antes da hora, simplesmente evite os comentários na internet o máximo que puder. Dessa forma, a vida dos estraga prazeres será bem mais complicada (e sem graça).

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Ilustrador reverencia Irmãos Coen com série de pôsteres

Chet Phillips é um ilustrador veterano que tem colecionado trabalhos e clientes importantes ao longo das últimas três décadas. Apaixonado por cinema, recentemente ele criou uma série de pôsteres para reverenciar o trabalho de seus cineastas favoritos, Joel e Ethan Coen.

Combinando ilustração e tipografia, a coleção Coen Brothers Series destaca quatro filmes – pelo menos por enquanto -, entre eles Fargo, O Grande Lebowski, Ajuste Final e Arizona Nunca Mais. Cada pôster é ilustrado com um personagem central da trama, cercado por citações dos filmes.

Em seu blog, Chet conta que sua paixão pela obra dos irmãos Coen é motivada pela forma consistentemente bizarra de escrever, criar pesonagens e imagens. Algo que remonta a 1984, quando lançaram Gosto de Sangue e que tem se mantido desde então. Ou, em suas próprias palavras:

“Sem quaisquer noções pré-concebidas ou trailers para me preparar, fiquei encantado com o timing cômico, personagens extravagantes e diálogo insanamente inteligente. A partir de então cada um de seus filmes estavam no topo da minha lista de must-see.”

Na de Chet Phillips e da nossa. Para conhecer outros trabalhos do ilustrador, basta acessar seu site.

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Fórmulas de filmes são desconstruídas em Movie Meets Movie

Diz a lenda que o roteiro de Alien só foi comprado porque foi descrito como “Tubarão encontra Perdidos no Espaço”. Quem é fã de cinema, provavelmente já encontrou referências em alguns filmes que reproduzem bem essa equação X+Y=Z, que é a razão de ser do projeto Movie Meets Movie.

Criado por Chris Baker e Jeanelle Mak, o site defende que essa fórmula é uma maneira “sucinta e quase mais interessante de explicar rapidamente sobre o que é um filme, além de mostrar seu conhecimento cinematográfico”. A dupla, então, acredita que estas combinações deveriam ser divulgadas, assim como seus autores.

Selecionamos algumas delas aqui e, apesar de muitas serem óbvias, outras exigem um pouco mais de observação e repertório. De qualquer maneira, este é um site bacana tanto para explorar as combinações de outros usuários, quanto para criar suas próprias “equações”.

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Movies Hipster Kits

A designer e cineasta francesa Alizée Lafon criou uma série minimalista para homenagear alguns de seus títulos favoritos no cinema e televisão. Movies Hipster Kits combina alguns itens que ajudam a contextualizar o título em questão, e já começa com sete obras, incluindo 007, Pulp Fiction e Mad Men.

Um dos mais divertidos é kit de O Grande Lebowski, com seu inconfundível roupão, óculos escuro e bola/pinos de boliche. No de James Bond, senti falta do copo de martini, mas talvez ficasse óbvio demais…

Em seu perfil no Behance, ela dá pistas de que vai continuar com o trabalho, pedindo sugestões aos internautas. Os pôsteres também estão à venda no Curioos.

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100 Films | 100 Behind the Scenes Photos

Outro dia mostramos por aqui uma coleção imperdível de imagens de bastidores de clássicos do cinema, reunida pela ThePhotoMag. Agora, voltamos ao tema com uma outra seleção reunida no Imgur por joinyouinthesun. Fã de cinema (vale dar uma olhada em seus outros álbuns) ele compilou 100 fotos de títulos lançados entre 1931 – Frankenstein –  e 2012 – Batman – O Cavaleiro das Trevas Ressurge em 100 Films | 100 Behind the Scenes Photos.

Para quem curte estes registros que mostram o que rola por trás das câmeras, como uma cena foi feita ou até mesmo momentos de descontração da equipe, é um prato cheio. Aqui, selecionamos alguns “aperitivos”, a começar por 2001 – Uma Odisseia no Espaço, de 1968 (acima).

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Frankenstein – 1931

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Os Pássaros – 1963

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Planeta dos Macacos – 1968

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O Poderoso Chefão – 1972

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Tubarão – 1975

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Apocalypse Now – 1979

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O Pesadelo – 1984

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De Volta para o Futuro – 1985

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Os Fantasmas se Divertem – 1988

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Kill Bill Vol. 1 – 2003

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Star Trek – 2009

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“Homem de Ferro 3”: Fogos de Artifício

Já ouviu uma daquelas piadas contadas à exaustão, mas, que por alguma razão mágica (ou maluca), continua sempre engraçada? Algumas histórias são assim. Elas fascinam, encantam, divertem e inspiram sem precisar de muito espetáculo. A fácil identificação com qualquer ser humano tende a ser o fator principal nesse tipo de mensagem efetiva. Conectamos. Sentimos. Torcemos. Especialmente por imaginar que, se algo assim acontecer com a gente, queremos o mesmo final feliz da ficção ou algo que o valha. Assim se constroem histórias eternas e parte disso existe nos contos de fada nos quais se baseiam a sociedade ocidental e, inevitavelmente, as histórias em quadrinhos.

De forma bem simplificada, cheias de dualidades nos confrontos entre Bem e Mal, as HQs tomaram o lugar dos contos de fada para a molecada moderna e ainda o fazem com classe, entretanto, seus ícones são reflexos de um passado ancestral – e cafona – existente antes da elevação dessa arte a “cultura pop”, quando artistas precisavam desbravar um novo formato, alimentar incontáveis edições e sempre ter algo novo para contar. Entretanto a natureza rasa de alguns desses personagens os amaldiçoou (enviando a maioria deles ao limbo) e ainda os persegue. O Homem de Ferro é um dos sobreviventes. Ele é cool; faz muito sucesso; fez todo mundo adorar Robert Downey Jr (com razão!); e ele não tem mais gás.

Depois de assistir a “Homem de Ferro 3”, pergunto: será que, de fato, já teve?

Iron Man 3

Culpa do roteiro: uma amálgama de conceitos desorganizados, personagens pouco definidos e diálogos esquisitos

O primeiro filme é um marco por diversos fatores. Realizou o levante da Marvel, tirou os super-heróis (de vez) da esfera da cafonice, revitalizou a carreira de Robert Downey Jr e deu ao, agora popular, mundo nerd um novo ícone. Vários elementos dão força ao primeiro ato dirigido por Jon Favreau, foi a combinação certa e o timing perfeito. O entretenimento precisava daquilo e funcionou. Tony Stark fez a transição de playboy irresponsável e indiferente à vida alheia para bom-samaritano e herói, certo? Mas fez por razões primordialmente egoístas (ou fazia, ou morria) e precisou lutar contra outro milionário louco por poder (Iron Monger) por isso.

O espetáculo da construção da armadura e a definição de quem seria o Tony Stark do cinema (dane-se o que os leitores pensam, era um filme, logo a linguagem era outra todo mundo sabe que o pensamento foi esse), como ele pensaria, o que ele faria, etc. Da segunda vez, Tony Stark se torna o filantropo e segue os passos do pai. Então, precisa lutar contra um milionário com sede de poder e enfrenta um vilão obscuro, imbuído por vingança e disposto a matá-lo para fazer justiça (Whiplash). Mas nada disso importa, pois, na verdade, o maior inimigo são os exageros e as alusões ao vício. Ou seja, ele continua em foco. O que ele precisa. Ah, no final ele fica com a garota! As ameaças nunca foram para o mundo, sempre contra ele, interessante notar.

Aí vem o terceiro filme. Não dá para saber ao certo sobre o que ele trata. Faz menos de 30 min que saí da sessão e muita coisa já se foi. Culpa do roteiro, uma amálgama de conceitos desorganizados, personagens pouco definidos, diálogos esquisitos e, claro, o Homem de Ferro lutando contra um milionário disposto a tudo para controlar… o que mesmo? Ah, ele queria vender um produto… e ficar mais milionário, talvez? Enfim, esse não é o ponto.

Diretor Shane Black assumindo o comando da franquia

Diretor Shane Black assumindo o comando da franquia

A Marvel vai ficar dependente da molecada que só liga para explosões e efeitos especiais

Desinteresse foi a palavra que veio a mente. Desinteresse por uma persona que se tornou um eco das duas anteriores, ou melhor, três, afinal de contas, Os Vingadores são referenciados à exaustão ao longo da exibição (talvez um lembrete de que o herói ainda pode ser legal?). Os dramas pessoais de Tony Stark são interessantes, mas só no papel. A primeira encarnação conquistou justamente por ser despirocada e, evidentemente, espontânea por conta do “controle” exercido por Downey Jr. sobre o personagem. Dessa vez foi impossível sentir qualquer coisa por ele. E justamente onde havia a maior de todas as motivações: salvar a mulher que ama.

A motivação estava lá, mas a história se esqueceu dela ao investir a maior parte do tempo num vilão previsível e infantil (lembrou muito daquele tempo no qual os quadrinhos eram tolos e qualquer argumento valeria). Nunca há ameaça. Nunca há dúvida. Nunca há nada com que se importar. E o próprio roteiro banaliza esse fato durante o “festival da amadura maluca”.

Gostava tanto do herói no cinema e fui vendo aquela empolgação inicial se esvair. Ela voltou em “Os Vingadores”, mas foi lá para o fundo do poço do Sarlacc depois de “Homem de Ferro 3”. O comando sempre questionável de Kevin Feige, da Marvel, começa a ceder na estratégia de longo-prazo para os personagens principais. Se o objetivo da companhia é criar espetáculo, é bom que tenha roteiros espetaculares ou a Marvel vai, rapidamente, ficar dependente da molecada que só liga para explosões e efeitos especiais.

Iron Man 3

Radicalismo? Não, realismo. O cinema de super-heróis vem crescendo há anos e o próprio Stan Lee disse que “vão parar de crescer quando a mensagem se perder”. Bem, começo a temer pela proximidade desse momento. A hora de Kevin Feige poderia estar se aproximando, mas os resultados dos últimos filmes (inclusive de “Homem de Ferro 3”) é bom demais para ameaçar a carreira de qualquer executivo de estúdio.

Filmes desse gênero exigem a desconexão com a realidade, mas, nesse caso, conseguiram me desconectar da história em si. Pouco antes de ir ao cinema, fiquei emocionado ao ver o terço final de “Campo do Sonhos”. Um filme que já revi inúmeras vezes. Posso recitar o último monólogo de James Earl Jones, mesmo sem não ter a mínima paixão pelo beisebol, mas sou incapaz de lembrar qualquer diálogo relevante nesse Homem de Ferro. O final do filme define tudo muito bem: é um show de fogos de artifício.

Podem explodir milhares deles e você sempre vai ter a impressão de que já viu aquilo antes e que, depois de certo ponto, todos são exatamente iguais. Quando o show acaba nada mudou.

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Fábio M. Barreto é jornalista, cineasta e autor da ficção científica “Filhos do Fim do Mundo”.

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A iluminação básica em um filme noir

Foi Nino Frank (crítico francês) que apelidou/batizou esse estilo de cinema, muito presente entre 1940 e 1959, como Film Noir. A tradução literal seria “cinema negro”. Mas, como sabemos, não é tão simples definir o que essa estética realmente engloba.

Principalmente porque os diretores (e responsáveis) por essas criações não tinham idéia de que seus trabalhos seguiam uma tendência visual naquela época. E diferente do que muitos pensam, nem sempre “noir” são filmes P&Bs. Temos clássicos coloridos, como “Um Corpo que Cai”, por exemplo (confira uma cena abaixo)


Noir

O film noir apresenta personagens desesperados num universo desapiedado. Crime, geralmente assassinato, é um elemento que permeia a maioria dos films noirs, geralmente carregados de ciúmes, corrupção e fraqueza moral. A maioria dos films noirs contém certos personagens arquétipos (femme-fatales, policiais corruptos, maridos ciumentos, corretores de seguros e bodes expiatórios), locações famosas (Los Angeles, New York e San Francisco), e temática recorrente nos roteiros (tramas de assaltos, histórias de detetives, filmes de gangsters e de julgamentos).

Normalmente são personagens vivendo uma crise, em um universo cruel. Geralmente com tons de ciúme, violência, falta de moral e corrupção.

Para explicar um pouco mais o sistema de iluminação, volume e dramaticidade que esses filmes possuem, o FilmMaker IQ produziu um vídeo falando um pouco mais sobre isso. E, embora não tenha legendas, é bem legal e fácil de entender (assista acima).

E se você se empolgar, e quiser assistir alguns desses clássicos filmes, vale a pena conferir essa lista do IMDB.

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