O problema com o @HistoryInPics

Aposto que você, de uma maneira de outra, já se deparou com um novo tipo de fenômeno no Twitter: fotos históricas.

Com quase 1 milhão de seguidores, o perfil @HistoryInPics publica dezenas de imagens do passado com breves descrições em 140 caracteres. Tais tweets já atraíram a atenção de celebridades, que ajudam a engordar a alta média de compartilhamentos das publicações. Cada foto é retweetada cerca de 1.600 vezes, e favoritada por 1.800 pessoas. O sucesso, obviamente, gerou clones, como @HistoryInPix, @HistoricalPics, @HistoryPics, entre outros.

Em uma recente matéria, o The Atlantic descobriu que o @HistoryInPics é mantido por dois adolescentes: Xavier Di Petta, 17 anos, que vive na Austrália, e Kyle Cameron, 19, um estudante no Havaí. E que esse não é o único empreendimento deles. Ambos tem pelo menos outros cinco perfis populares no Twitter, como o @EarthPix, com taxas de engajamento que muitas marcas matariam para conseguir.

Fake

Essa tendência, porém, apresenta dois problemas. O primeiro é a questão da atribuição de autoria das fotos. Os tweets desses perfis históricos não trazem créditos, muito menos um link para quem quiser saber mais. Os criadores do @HistoryInPics se defendem dizendo que as imagens são de domínio público, que os autores que se sentirem lesados podem solicitar a exclusão do tweets, e que também não estão ganhando dinheiro com o perfil.

Compartilhar nunca exigiu tanta responsabilidade

É difícil comprar esse último argumento, já que Di Petta é dono de uma empresa que vende "soluções em mídias sociais", chamada Swift Fox Labs. E mesmo que as imagens não sejam mais protegidas pelas leis de copyright, colocar créditos não dói. Os críticos do perfil já fizeram até paródia: @AhistoricalPics.

O outro problema, na minha opinião, é ainda mais grave: muitas das fotos publicadas por esses perfis são falsas. Melhor dizendo: não correspondem com o fato mencionado no tweet. Como apontou Sarah Werner em seu blog, uma das imagens mais viralizadas pelo @HistoryInPics é essa abaixo, em que Nikola Tesla supostamente está trabalhando como instrutor de natação. Apesar da semelhança física, não é Tesla na foto.

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Matt Novak, do Paleofuture, desmente essa e outras imagens publicadas por diversos perfis e sites do tipo, nos posts 7 Fun Facts That Are Total Lies e 7 (More) Fun Facts That Are Total Lies, mostrando porque não podemos sempre confiar nessas curiosidades que se espalham como praga pelas redes sociais.

Precisaremos aprender a nos defender de tanta desinformação

Falta de crédito e inveracidade. O @HistoryInPics e seus clones exemplificam bem essas duas grandes desonestidades que atingem boa parte do conteúdo atualmente gerado na internet, seja por má fé ou incompetência, amplificadas pelo alcance e praticidade das ferramentas online.

Porém, não são questões restritas apenas ao fenômeno da contas históricas de Twitter, mas também na corrida por cliques que acaba fazendo jornais publicarem informações sem apurar a verdade, como os recentes casos do painel que exibe o pôr do sol na China, e do menino dormindo entre os túmulos dos pais na Síria. Sim, você viu isso no Facebook, compartilhado por pessoas que você admira e confia, que, por sua vez, confiaram em instituições jornalísticas.

O cenário me soa desolador, não importando se são adolescentes tuitando ou grandes jornais com milhares de funcionários. Com a oferta sem precedentes de conteúdo e a busca a qualquer custo por popularidade, precisaremos aprender a nos defender de tanta desinformação, já que compartilhar nunca exigiu tanta responsabilidade.

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Brainstorm9Post originalmente publicado no Brainstorm #9
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O filme antes do filme

Em 2011, o Art Of The Title reuniu algumas aberturas importantes na compilação A Brief History of Tittle Design. O projeto era bem bacana, mas como mostramos por aqui, cometeu algumas injustiças. Agora, um grupo de estudantes do Berliner Technische Kunsthochschule resolveu ir um pouco mais a fundo nessa história com o webdocumentário The Film Before The Film.

Para quem curte cinema, aberturas de filmes, design, tipografia e história, é imperdível. The Film Before The Film tem tudo isso e muito mais. De maneira didática, mas ao mesmo tempo envolvente, acompanhamos a evolução do que em muitos momentos realmente é uma espécie de prólogo da história, realmente, um filme antes do filme.

O que começou com o propósito apenas de creditar os profissionais envolvidos com aquela produção acabou se tornando parte da história, um campo fértil para experimentar novas ideias e tecnologias.

É claro que nem sempre dá certo e por algumas vezes, os créditos acabam ficando em segundo plano, com a escolha de uma tipografia ruim, ou do excesso de informação na tela, com imagens disputando a atenção do espectador com, teoricamente, a real função daquela sequência.

É uma bela homenagem, ainda, a pioneiros como Saul Bass, Maurice Binder e Kyle Cooper, e a chance de relembrar aberturas e filmes inesquecíveis.

The Film Before1 The Film Before2

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Os créditos finais de “Iron Man 3”

Assim como nos filmes anteriores da franquia, os créditos de “Homem de Ferro” ficaram mais uma vez sob responsabilidade da Prologue.

O terceiro longa do herói da Marvel termina com uma sequência retro, que intercala transições angulares com cenas de todos os filmes da séries. A montagem faz referência as séries de ação dos anos 1970, embalada pela música “Can You Dig It,” composta por Brian Tyler.

A Prologue não fez apenas os créditos finais, mas também as interfaces que aparecem durante o filme – como os hologramas do telefone e banco de dados do Tony Stark.

Iron Man 3

Segundo o diretor criativo Danny Yount, foram utilizadas as ferramentas usuais da Adobe, mais plugins da GenArts Sapphire. A conversão 3D foi feita com Autodesk Flame.

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Os créditos finais de “Sherlock Holmes”

Sherlock Holmes End Credits

Ficou com a Prologue, da qual já falei algumas vezes aqui, a missão de criar os créditos finais de “Sherlock Holmes”, a visão em alta velocidade e energética do detetive mais famoso do mundo feita por Guy Ritchie.

Misturando referências contemporâneas com a era vitoriana no Reino Unido, os créditos transformam cenas congeladas em ilustrações em papel amarelado e uma elegante caligrafia.

Vale lembrar que a Prologue já trabalhou com Guy Ritchie em seu filme anterior, “RockNRolla”.

| Via Motionographer

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