Se o telefone tocar, atenda

Depois de assistir ao vídeo acima, confesso que levou um certo tempo para eu reagir. Fiquei impressionada com a ideia, simples e impactante, porém, sem uma apresentação dos resultados, fica impossível avaliar sua eficiência. A campanha interativa foi criada por um grupo de estudantes da CSM, de Londres, para o Samaritans – uma espécie de CVV do Reino Unido. A ideia: colocar uma pessoa em uma espécie de vitrine digital, agindo como se estivesse prestes a cometer suicídio.

Com um telefone em mãos, a atriz começa a ligar para o telefone público do lado de fora da vitrine, enquanto várias pessoas passam. Há dois desfechos, um para quando a ligação é ignorada, outro para quando a chamada é atendida. Neste segundo caso, a atriz fala sobre o Samaritans e explica que os voluntários recebem 1 milhão de telefonemas por ano – 1 em 5 sendo pedidos de ajuda de suicidas -, e que precisam de mais voluntários.

A proposta da ação foi mostrar que, ao atender uma ligação, é possível mudar a vida de alguém. E apesar do choque que transparece no rosto do cara que atende a ligação no vídeo acima, os criadores da ação correram o risco de serem invasivos para passar uma mensagem importante.

Foi aí que me ocorreu que talvez os números tenham ficado de fora porque mais importante que o número de pessoas que continuou na linha durante a ação seja o impacto causado pela experiência, que poderá ser compartilhada e, quem sabe, fazer com a pessoa mude de ideia lá na frente. De qualquer maneira, vale o registro.

samaritanssamaritans1

Brainstorm9Post originalmente publicado no Brainstorm #9
Twitter | Facebook | Contato | Anuncie

O que Tampax tem a ver com tubarões

Duas belas garotas na praia, se bronzeando. Só pelo começo do comercial, o produto em questão poderia ser absolutamente qualquer coisa, de cerveja a enxaguante bucal, passando por protetor solar, lojas de departamento ou gadgets. As duas seguem para a água, para um refrescante mergulho quando, de repente…

É no “de repente” que está toda ação do filme que anuncia uma versão à prova de vazamentos de Tampax. Lendo alguns comentários por aí, a campanha foi considerada brutal por algumas pessoas, que questionaram como o cliente aprovou o material.

O filme é apontado como um comercial russo veiculado no final de fevereiro, mas que de tão bizarro, acabou viralizando só agora. As partes de ser bizarro e de só estar chamando atenção agora são reais, ao contrário do comercial em si. Na verdade, é uma espécie de video promocional para o filme Movie 43, que inclusive já foi lançado por aqui também.

Os russos, que já não têm lá uma boa reputação em se tratando de publicidade, acabaram levando a fama por mais uma terrível (ainda assim engraçada) propaganda de absorvente.

Agora, o mais maluco nisso tudo é que toda brincadeira tem seu fundo de verdade e a própria marca Tampax já usou essa ideia, não na Rússia, mas na França, com assinatura da Leo Burnett. Menos brutal, mas ainda assim de gosto duvidoso.

fond-new-requin

Brainstorm9Post originalmente publicado no Brainstorm #9
Twitter | Facebook | Contato | Anuncie

Artista transforma muro em flipbook

Há alguns meses, descobrimos que o passaporte finlandês está entre os mais divertidos do mundo. Utilizando a técnica do flipbook, é possível ver um alce se movimentando pelas páginas. Coisa simples, mas que faz a diferença. Também não tem muito tempo que a gente mostrou uma campanha genial da Trikk17 para a Post-it, que só serviu para reforçar nossa paixão pela técnica. Agora, já podemos acrescentar mais um item à lista, graças à incrível artista argentina Hyuro, que transformou um muro de 271 metros em um audacioso flipbook.

O projeto In/Between foi selecionado em uma competição realizada pela comunidade ArtRebels, em parceria com a cidade de Copenhagen. Ao longo de 87 paineis de alumínio, cada um deles medindo pouco mais de 3 metros de largura por 2,65 de altura, Hyuro foi mostrar um veado correndo pela floresta. A história ganha movimento para quem passa de carro, e o resultado chega a ser mágico.

No vídeo acima é possível ver o mural ganhando forma – o trabalho levou mais ou menos uma semana para ser concluído, conforme a artista mostra em seu site. É uma bela maneira de se transformar a paisagem urbana…

totalview-1024x685totala-1024x685panel17-1024x680mediototala-1024x685detalle-i-976x1024DSC_00211-1024x685

Brainstorm9Post originalmente publicado no Brainstorm #9
Twitter | Facebook | Contato | Anuncie

Skittles bota pra quebrar em novo filme “interativo”

A Skittles parece ter gostado da ideia de criar filmes “interativos” e, mais uma vez, aposta na modalidade para sua nova campanha, que tem no balanço final dois cavalos, dois cachorros, um sapo e dois pássaros espatifados e um macaco ferido, digo, quebrado. O fato de todos eles serem bibelôs de porcelana não quer dizer que eles não tenham personalidades e sentimentos – e essa é a parte divertida.

A história começa quando um dos cavalos promete entregar todos os Skittles para Tommy, mas para consegui-los o garoto terá de quebrar o enfeite da vovó. A promessa é cumprida, mas Tommy fica ganancioso e resolve destruir todos os outros. Será que ele vai encontrar mais Skittles?

A parte interativa é que, com a “Rainbow-Active Technology”, basta clicar em qualquer um dos bibelôs para escolher qual será a próxima “vítima”. Se você deixar o vídeo rodando normalmente, o resultado será o mesmo, só mudando mesmo a ordem dos fatores.

A responsável pelo extermínio dos bibelôs da vovó é a DDB Chicago.

skittlesskittles1skittles2

Brainstorm9Post originalmente publicado no Brainstorm #9
Twitter | Facebook | Contato | Anuncie

O melhor do The New Directors’ Showcase da Saatchi & Saatchi

O New Director’s Showcase da Saatchi & Saatchi tem se tornado um dos eventos mais disputados de Cannes Lions, e esse ano não foi diferente. Pensando em destacar novos talentos, a agência faz uma seleção de vídeos para apresentar ao público.

A cada edição os curtas são escolhidos pensando em um tema em comum, e “Just for Hits” foi o mote dessa vez. A proposta de extravagância visual gera muita coisa bizarra, mas tem tantas outras muito boas.

Dawkins

Eu selecionei aqui alguns dos meu preferidos, mas você pode ver todos no canal no YouTube. É possível que você já conheça alguns desses vídeos, pois muitos deles circularam pela internet nos últimos meses.

Vale dizer que quem introduziu o rolo de filmes esse ano foi Richard Dawkins, o pai dos memes, que se transformou num meme ele mesmo durante a apresentação. Na edição 2012, robôs e Daft Punk é que participaram do New Director’s Showcase.

O clipe “Treat Me Right” do diretor Ohji Inoue foi o primeiro filme da seleção. Uma animação inspirada em capas de livros soft porn de qualidade duvidosa.

O divertido e esperto “Follow The Frog”, de Max Joseph, foi o que mais arrancou aplausos da platéia. Conta como você pode ser sustentável e salvar o mundo sem seguir o clichê do gringo que tenta resgatar nativos.

“It Follows Me Around”, de Ben Liam Jones e Andy Hunter, mostra a vida de tensão que persegue um garoto, com uma mensagem de serviço de assistência a criança. Também foi outro bastante ovacionado.

“Cut the World” é outro clipe musical, com a participação do ator Willem Dafoe.

“White Doves” de Miles Jay também é envolvente.

Me impressionou ainda esse ótimo efeito com sombras de “Peter Brings the Shadow to Life”.

Foram exibidos também o comercial brasileiro “Alma” da Leica, criação da F/Nazca, e o famoso vídeo em primeiro pessoa “Bad Motherfucker”. Assista todos.

Agora, o trófeu Chá de Cogumelo de Ouro foi para “No-One Remains Virgin”, de Wong Ping. Cuidado, pode fritar o seu cérebro.

Brainstorm9Post originalmente publicado no Brainstorm #9
Twitter | Facebook | Contato | Anuncie

O dia em que um Smart ForTwo bateu uma SUV

Imagine todos aqueles tradicionais filmes de utilitários que você já viu… Muita lama, belas paisagens, obstáculos de todos os tipos e sempre um final feliz. Agora, substitua o SUV por um Smart ForTwo. Não, não estou de brincadeira. Aquele carrinho até então pensado para o cenário urbano, agora também invadiu o universo offroad.

Isso não quer dizer que, fora de seu habitat natural – a cidade – ele tenha se dado muito bem. É ao mesmo tempo triste e divertido testemunhar a bravura do carrinho enfrentando os desafios de atravessar rios e subir morros, o que desperta uma enorme simpatia por seu esforço.

Mas, acredite, em algum momento desta história, o Smart consegue superar qualquer SUV, como mostra a ótima campanha criada pela BBDO Alemanha. Pode não chegar a ser um MINI dando olé em uma SUV, mas parece que você até consegue ouvir ele dizendo “who’s your daddy?!”

smartsmart1

Brainstorm9Post originalmente publicado no Brainstorm #9
Twitter | Facebook | Contato | Anuncie

MacAskill’s Imaginate – Enter Danny’s Mind

Danny MacAskill é um ciclista escocês especializado em Biketrial, uma modalidade que é quase um “Parkour” das bicicletas.

Junto com a RedBull (sempre ela) ele acaba de lançar um vídeo incrível, que demorou 2 anos para ser finalizado: MacAskill’s Imaginate – Enter Danny’s Mind. No vídeo de aproximadamente 6 minutos, ele faz acrobacias incríveis em um cenário com brinquedos gigantes dos anos 80, inspirado em sua infância em Glasgow.

A qualidade da produção do cenário, assim como a interação de Danny com os obstáculos é impressionante. Em 68 semanas de filmagem, houveram cenas que foram gravadas quase 300 vezes. Assista:

Se você gostou, dê uma procurada por mais vídeos desse cara. Tem coisas muito boas por aí.

 

Brainstorm9Post originalmente publicado no Brainstorm #9
Twitter | Facebook | Contato | Anuncie

A Odisseia de uma Água-Viva

Em um balé aquático, a coreografia das águas-vivas quase faz com que a gente se esqueça que elas são tão perigosas quanto belas. Estima-se que estas criaturas existem há mais de 650 milhões de anos, motivo suficiente para ganharem uma mostra especial no Vancouver Aquarium, no Canadá.

O filme acima, criado in-house pela RIX Digital Content Lab, utiliza imagens captadas na própria exibição. A ideia foi comparar as águas-vivas a seres de outro mundo, e por consequência o fundo do mar ao espaço. Com imagens hipnotizantes como essas, a maior dificuldade deve ter sido escolher quais filmagens não usar.

aguaagua1agua2

Brainstorm9Post originalmente publicado no Brainstorm #9
Twitter | Facebook | Contato | Anuncie

LSD ABC

O uso do alfabeto como tema para um projeto pode ser uma das coisas mais manjadas que existe, mas que dependendo da maneira como é feita pode divertir e até mesmo surpreender. É o caso de LSD ABC, um título que já desperta a curiosidade para saber o que vem por aí. Criada pelos franceses Laura Sicouri e Kadavre Exquis – ele também responsável pela música -, a animação faz um passeio por 26 letras, causando momentos inesperados e  até mesmo irônicos, fazendo com que a gente espere pelo que eles vão fazer na próxima letra.

Para quem curtiu, a trilha sonora está disponível nos formatos digital e vinil. Por enquanto, a animação já foi selecionada pra alguns festivais, como o OneCloudFest 2013, Mobile SIFF 2013, CineFringe 2013.

lsd2lsdlsd1lsd3

Brainstorm9Post originalmente publicado no Brainstorm #9
Twitter | Facebook | Contato | Anuncie

Not a Superhero

McGarry Bowen, de Chicago, conseguiu oferecer a Sears uma maneira simples e ainda assim emocionante de lembrar o Dia dos Pais, nos Estados Unidos comemorado no terceiro domingo de junho. Um texto que soa honesto e imagens que fazem parte da memória afetiva de muitas pessoas são temperados com uma narrativa e trilha aconchegantes, criando identificação imediata. À receita, acrescente-se um ótimo senso de oportunidade, com a estreia de O Homem de Aço em território norte-americano ainda neste fim de semana e pronto: aí está Not a Superhero.

Apesar de haver algumas cenas que lembram outros filmes – o pai segurando o bebê é igual a New Dad, do Google – fica uma sensação boa no final, ainda que seu pai não seja um super-herói. super super1

Brainstorm9Post originalmente publicado no Brainstorm #9
Twitter | Facebook | Contato | Anuncie

Pais sentem chutes de bebês em suas próprias barrigas

Ogilvy & Mather – Argentina criou uma ação fofíssima para a Huggies, que permitiu que os pais sentissem fisicamente em suas barrigas o mesmo que as mães, quando o bebê chuta ainda dentro do útero.

Combinando criatividade, sensibilidade e tecnologia, foi criado uma espécie de cinto capaz de reproduzir em tempo real as sensações causadas pelos movimentos do bebê, oferecendo uma experiência inesquecível aos emocionados participantes.

huggies1 huggies2

Apesar de ser algo completamente diferente, essa ação me lembrou um vídeo que assisti recentemente, em que dois homens resolvem “experimentar” as dores do parto para comprovar que as mulheres exageram quando dizem que esta é a maior dor que existe e que os homens não conseguiriam suportá-la. Detalhe para a cara de prazer da mulherada na sala. A conclusão deles é excelente.

Brainstorm9Post originalmente publicado no Brainstorm #9
Twitter | Facebook | Contato | Anuncie

Sessão Casada acaba com a briga para escolher o filme

Em todo relacionamento, especialmente os românticos, temos de aprender a escolher nossas batalhas em nome da boa convivência. Isso significa que, vez ou outra, a gente vai ter de ignorar a toalha molhada em cima da cama ou a calcinha pendurada no boxe do banheiro… E também que nem sempre você vai poder decidir o filme que vocês vão assistir no cinema. Ao menos por uma noite, entretanto, alguns casais não tiveram de abrir mão nem do filme francês, nem de Will Smith e muito menos da companhia um do outro, graças a uma ação que a Africa criou para o Itaú.

Para abrir a semana em que se comemora o Dia dos Namorados, o banco selecionou casais em sua página do Facebook para participar da Sessão Casada, que exibiu Além do Arco-Íris e Depois da Terra em uma mesma tela em uma das salas do Espaço Itaú de Cinema do Shopping Bourbon, em SP.

Para tornar a experiência possível, foram utilizados dois projetores e fones de ouvido com canais exclusivos de áudio para cada um dos filmes, escolhido previamente pelos participantes.

Ao que parece, pelo menos desta vez o impasse do cinema teve um final feliz para ambos os lados.

itauitau1itau2

Brainstorm9Post originalmente publicado no Brainstorm #9
Twitter | Facebook | Contato | Anuncie

Google+Hangout aplicado a casamentos

Há pouco menos de duas semanas, a França aprovou o casamento civil entre pessoas do mesmo sexo – fato que ainda tem gerado muita confusão e manifestações por lá. Pouco tempo antes da decisão ser anunciada, a Ogilvy Paris lançou um filme tocante criado para a organização Tous Unis Pour l’Egalité (Todos Unidos pela Igualdade), que defende a igualdade no casamento civil. Mas bem que podia ser mais um daqueles comerciais do Google+Hangout, já que é a rede social que possibilita toda a ação da história.

O filme começa apresentando o casal Jacques e Pierre, juntos há quase 40 anos. Em quatro décadas, eles viram o mundo mudar, com grandes avanços na ciência e tecnologia. Até então, só não conseguiram ver avanços na luta pelo direito de ter sua união reconhecida pelas autoridades. Na vizinha Bélgica, entretanto, o casamento civil entre pessoas do mesmo sexo é reconhecido desde 2003 e as autoridades de lá podem casar pessoas de qualquer lugar. Foi assim que a Tous Unis Pour l’Egalité começou a usar o Google+Hangout para concretizar essas uniões.

E são várias, mostradas aqui, com direito a comentários dos casais, que lembram que é mais importante apreciar as pessoas por quem elas são, não por sua orientação sexual. Minha favorita, entretanto, vem de Jacques e Pierre:

“Felicidade é a única coisa que cresce quando nós a dividimos.”

Mesmo não sendo uma campanha do Google+Hangout, está à altura das campanhas bacanas que o próprio Google tem feito para mostrar como a tecnologia pode fazer a diferença na vida das pessoas. Com a diferença de que, enquanto o Google aposta na relação entre pais e filhos, a Tous Unis Pour l’Egalité mostra que há outros tipos de família por aí. De qualquer maneira, é a tecnologia sendo bem empregada.

Seria interessante ver mais desta ferramenta sendo usada para casamentos e outras datas importantes em que a distância geográfica (ou a grana curta) é um obstáculo. Alguém aí já tentou?

paris paris1

Brainstorm9Post originalmente publicado no Brainstorm #9
Twitter | Facebook | Contato | Anuncie

O que a maioria das escolas não ensina, mas ainda assim podemos e devemos aprender (Parte 1)

Steve Jobs disse, certa vez:

“Todo mundo neste país deveria aprender como programar um computador… Porque isso ensina como pensar.”

É claro que, quando ele se referiu ao país, ele quis dizer Estados Unidos, mas de qualquer maneira é um raciocínio que poderia facilmente ser aplicado em outras partes do mundo, inclusive Brasil. A frase abre o web documentário What Most Schools Don’t Teach, da CodeOrg, que reúne nomes conhecidos da tecnologia – e também de fora dela – para falar sobre como aprender a programar foi importante para eles.

A ideia do documentário é mostrar que, independentemente da área que muitos deles seguiram, aprender a programar fez a diferença. E que apesar de parecer intimidante no começo, nada mais é do que um exercício de resolução de problemas que permite que a gente crie qualquer coisa do zero. Mais ou menos como tocar um instrumento musical.

Programar é também uma forma de expressar sua criatividade e imaginação.

Segundo o CodeOrg, nos próximos 10 anos o mercado de TI terá 1,4 milhão de vagas, mas apenas 400 mil profissionais capacitados – ou seja, um milhão de vagas sobrando. E isso é apenas nos Estados Unidos.

code2

O Brasil vai pelo mesmo caminho. Segundo uma pesquisa realizada pela consultoria IDC, atualmente há 39,9 mil vagas sobrando no mercado nacional de tecnologia. Até 2015, a perspectiva é de que esse número triplique em função do déficit de profissionais qualificados.

Daí a gente pergunta: será que não está na hora de começarmos a fazer alguma coisa?

Algumas empresas – pelo menos as grandes como Google, Facebook, Twitter e afins – têm investido forte para atrair os profissionais certos e que já estão disponíveis no mercado, criando escritórios “incríveis”, com direito a alimentação saudável, academia e ambientes pensados para estimular a criatividade.

Levando-se em conta que computadores estão em todas as áreas possíveis e imagináveis, independentemente do produto final de cada uma delas, e que na era da comunicação estamos interligados por, adivinhe, códigos criados em computadores, realmente vale a pena inserir este tipo de aprendizado em escolas.

O problema é que uma outra pesquisa produzida pelo movimento Todos pela Educação, De Olho nas Metas 2012, indica que somente 10,3% dos jovens brasileiros têm aprendizado de matemática adequado à sua série ao final do ensino médio. E as receitas de Miojo e hinos de times de futebol nas provas de redação do Enem também não ajudam muito na hora de defender a inserção de aulas de código no currículo educacional brasileiro.

code

Por outro lado, não faltam provas de que o nosso currículo educacional precisa ser revisto, tanto em sua forma quanto em seu conteúdo. Isso e algo um tanto mais importante – que provavelmente será um desafio ainda maior:

Nós, brasileiros, precisamos nos livrar dessa maldita herança cultural de pensar que estudar é chato.

Estudar não é chato. Chato é você ser obrigado a aprender coisas inúteis, que você sabe que não terá de usar para nada mais em sua vida além de passar de ano. O problema é que também existe uma categoria de coisas que você pode até pensar que são inúteis, mas que estão interligadas a algo maior e mais importante.

No papel de alunos, a gente até pode achar que sabe tudo, mas não sabemos. E ainda por cima é raro encontrarmos um professor que consiga nos inspirar ou pelo menos mostrar, na prática, que aquilo será útil em algum momento. Aos poucos, essa equação vai ficando cada vez mais complicada.

Em resumo, não sabemos diferenciar o útil do inútil, então generalizamos tudo como inútil e ponto final.

Você pode até concordar ou discordar, mas esta é a minha opinião.

Seria ótimo poder contar com o sistema educacional para aprender e ensinar coisas que poderão fazer a diferença não só entre passar ou repetir de ano, mas também na sua formação como ser humano e como futuro profissional, mas enquanto isso acontece de maneira pouco expressiva em apenas algumas escolas, talvez seja o caso de a gente tentar buscar conhecimento em outras fontes. (Continua na parte 2).

Brainstorm9Post originalmente publicado no Brainstorm #9
Twitter | Facebook | Contato | Anuncie

O filme antes do filme

Em 2011, o Art Of The Title reuniu algumas aberturas importantes na compilação A Brief History of Tittle Design. O projeto era bem bacana, mas como mostramos por aqui, cometeu algumas injustiças. Agora, um grupo de estudantes do Berliner Technische Kunsthochschule resolveu ir um pouco mais a fundo nessa história com o webdocumentário The Film Before The Film.

Para quem curte cinema, aberturas de filmes, design, tipografia e história, é imperdível. The Film Before The Film tem tudo isso e muito mais. De maneira didática, mas ao mesmo tempo envolvente, acompanhamos a evolução do que em muitos momentos realmente é uma espécie de prólogo da história, realmente, um filme antes do filme.

O que começou com o propósito apenas de creditar os profissionais envolvidos com aquela produção acabou se tornando parte da história, um campo fértil para experimentar novas ideias e tecnologias.

É claro que nem sempre dá certo e por algumas vezes, os créditos acabam ficando em segundo plano, com a escolha de uma tipografia ruim, ou do excesso de informação na tela, com imagens disputando a atenção do espectador com, teoricamente, a real função daquela sequência.

É uma bela homenagem, ainda, a pioneiros como Saul Bass, Maurice Binder e Kyle Cooper, e a chance de relembrar aberturas e filmes inesquecíveis.

The Film Before1 The Film Before2

Brainstorm9Post originalmente publicado no Brainstorm #9
Twitter | Facebook | Contato | Anuncie

The Inbox traz golpes da internet para o mundo real

Imaginar como seria na vida real algumas coisas que são comuns no universo digital é uma prática comum e tem rendido resultados bem divertidos, como o Google Analytics aplicado ao mundo analógico. Mas e os vírus, os spams e os golpes que, acredite, ainda convencem muita gente por aí? Sean Parker e Austin Hillebrecht, a dupla criativa por trás da Hapstance Films, assina The Inbox, um webvídeo que responde a esta questão de uma maneira muito bem-humorada ao quase enlouquecer um internauta, que vê sua casa invadida por versões personificadas do lixo virtual.

E são personagens que todo mundo com acesso a internet já conhece bem: aquele email dizendo que você ganhou um grande prêmio, aquele, que você nem sabia que estava concorrendo. Depois, aquela proposta (indecorosa) de ajudar na transferência de dinheiro, colaborando com o governo de algum país por aí. Levante a mão quem nunca abriu um email quando viu que o remetente era alguém conhecido, mas na verdade a conta do seu amigo foi hackeada… E os popups de serviços que você não quer, mas que não consegue fechar…

The Inbox também tem uma moralzinha básica no final: em algum momento, nossos cliques vão acabar nos traindo. Ah, a internet…

inbox1inbox2inbox3inbox

Brainstorm9Post originalmente publicado no Brainstorm #9
Twitter | Facebook | Contato | Anuncie

Instagram Is, um documentário sobre quem não vive sem o aplicativo

Em uma cultura imersa na tecnologia, de certa forma o aplicativo Instagram consegue reviver o espírito aventureiro daqueles que estão constantemente buscando ângulos inusitados, momentos cara a cara, emoções genuínas e relacionamentos reais para compartilhar com o mundo.

Como algo tão digital pode, de fato, tirar as pessoas de frente de suas telas, indo em direção ao mundo analógico?

Inicialmente concebido como um trailer falso para um projeto de estudos na Universidade do Texas e agora lançado recentemente como um curta-metragem, Instagram Is é uma criação do diretor Paul Tellefsen, que busca captar um novo olhar sobre aqueles que tem o Instagram como mais do que aplicativo e rede social preferida.

Paul Tellefsen viajou durante meses pelos EUA e trouxe como resultado um documentário de 25 minutos que explora a comunidade e os relacionamentos alimentados pela plataforma ubíqua que é o Instagram, e o que suas fotos e a rede criada em volta delas significam para eles.

instagram-is-3
instagram-is-2
instagram-is-1

Alguns dos usuários documentados são Allison Anderson, Kyle Steed Brenton Little que, donos de algumas das maiores e mais seguidas contas, discutem como o aplicativo mudou suas vidas.

Instagram Is mostra que o aplicativo é muitas coisas: um app de fotografia, uma rede social, uma forma de se expressar e até uma dor de cabeça para alguns fotógrafos profissionais nostálgicos e pouco animados com estes novos conceitos.

Mas, acima de tudo, o documentárip consegue mostrar que, para a maioria de seus usuários, o Instagram é uma comunidade que vive além das telas e cliques.

Brainstorm9Post originalmente publicado no Brainstorm #9
Twitter | Facebook | Contato | Anuncie

Não significa não

Sempre que a gente mostra uma campanha de relevância social por aqui, é quase impossível não ficar pensando se ela atingiu seu objetivo. Então, é muito bom poder mostrar uma campanha já sabendo que ela teve um resultado tão positivo, como é o caso de No Means No, que a TRY/Apt criou para ajudar a Anistia Internacional a mudar a lei do estupro na Noruega.

A temática não é nada fácil: por lá, mesmo que uma mulher proteste e diga não, o sexo forçado não é considerado estupro. O que caracteriza o crime é o uso de ameaças ou violência – o que vai contra uma definição simples e eficiente feita pela Lowe da África do Sul há alguns anos:  “se você precisa forçar, é estupro”.

Ou seja: em um país considerado de primeiro mundo, as mulheres não tinham direito de dizer não à uma investida sexual. Para mostrar os efeitos disso, a TRY/Apt apresentou uma situação em que a garota dizia não, mas quando isso acontecia, o som ficava no mudo.

Além de chamar a atenção da população, as autoridades também começaram a se movimentar para mudar a lei do estupro. Oito meses depois, isso está prestes a acontecer, segundo mostra o vídeo acima.

Tomara que, com a mudança desta lei, ao menos os homens noruegueses possam entender que não realmente significa não. Infelizmente, sempre haverá aquele que não aceita um não como resposta, ou pior ainda, aquele que justifica seus atos com “ela disse não querendo dizer sim”.

anistia

Brainstorm9Post originalmente publicado no Brainstorm #9
Twitter | Facebook | Contato | Anuncie

O que tem no seu hot dog

Salsicha (ou hot dog) é um item comum no cardápio dos norte-americanos, especialmente crianças. A ideia da busca por salsichas livres de hormônios e outros remédios em nome de uma alimentação saudável não deixa de ser paradoxal, mas possível segundo a marca de carnes Applegate Farms.

Na série de comerciais What’s in your hot dog?, vemos algumas mães preocupadas em oferecer a tal alternativa saudável para sua família, interagindo com bovinos sobre o excesso de drogas presente nas carnes em geral. Diferentemente de Mad Sausage, que é muito mais incisivo ao pregar o vegetarianismo com cenas de violência contra os animais, estes comerciais focam no humor para vender carnes que, eles garantem, são orgânicas e naturais.

O resultado é interessante e diverte. A criação é da Taxi de Nova York.




Brainstorm9Post originalmente publicado no Brainstorm #9
Twitter | Facebook | Contato | Anuncie

Coisas que as crianças dizem

Todo ser humano é curioso por natureza. É a curiosidade que nos estimula a aprender, descobrir o mundo… Nas crianças essa característica é muito mais evidente, já que o tempo todo elas estão fazendo todo tipo de perguntas, estabelecendo conexões interessantes e livres de julgamentos, como ocorre depois que a gente cresce, aprende um monte de regras e entra em uma caixa. E justo em um momento em que a gente está discutindo aqui no B9 o papel da internet (e também da tecnologia) nisso tudo, aparece Things Kids Say, filme da Jam para o Windows Phone no Reino Unido.

A situação retratada é típica dos dias de hoje: uma criança cheia de perguntas e pais ocupados (talvez até despreparados) demais para respondê-las. Mas com um Windows Phone não tem tempo ruim: o Kids Corner está aí para isso. Daí a mãe vai, pega o celular com um monte de joguinhos e pronto, consegue ter sossego para ler sua revista.

O que me mata é que, de repente, o menino para de fazer perguntas. É como testemunhar a curiosidade de uma criança sendo executada ali, a sangue frio. E isso não é uma boa mensagem.

A tecnologia não é ruim. A internet, muito menos. O que pode ser ruim é a maneira como nos relacionamos com estas e outras coisas, quando a gente deixa de vivenciar uma experiência para conhecer algo pelos olhos dos outros, em textos, filmes, etc. Quando ficamos tão distraídos com algo, que deixamos de fazer perguntas e buscar respostas em diferentes lugares. É um papo que ainda vai continuar.

windows1 windows

Brainstorm9Post originalmente publicado no Brainstorm #9
Twitter | Facebook | Contato | Anuncie