A BBC acaba de lançar o serviço Playlister, uma nova plataforma que permite que os usuários escutem música online, além de salvar, favoritar e adicionar faixas em playlists personalizadas. Estas podem ser ouvidas e armazenadas online, ou exportadas para os canais dos parceiros do projeto: Spotify, YouTube e Deezer.
O serviço também permite que os usuários sigam os DJs da BBC para escutar suas seleções, programas e também receberem recomendações de músicas do mundo todo.
Pensando nos hábitos de seu próprio público, a empresa espera facilitar a vida dos usuários em questões de armazenamento e organização de suas músicas.
Segundo a BBC, sua plataforma pretende dar acesso a mais músicas do que qualquer outra.
“Nós temos tradição em trazer boa música para nossa audiência. Queremos novamente transformar a relação do nosso público com a música.” – BBC
Parece que a empresa começou a colocar grande ênfase em inovação e interatividade quando se trata de seus serviços digitais. Playlister é um produto internacional com parceiros de peso que, juntamente com provedores de música e ênfase no acesso, compartilhamento e agilidade, pode se transformar em mais um recurso para reter e interagir com sua audiência. Já pensando aqui nos nativos digitais, que estão muito além do rádio e da TV.
Playlister estará disponível nos próximos dias para desktops, browsers e mobile. Por enquanto, é possível testar em beta aqui.
O episódio derradeiro de “Breaking Bad” se chama “Felina”, e todo fã ouviu aquela teoria de que – além de um anagrama para “Finale” – o título também representa as siglas dos elementos Ferro (Fe), Lítio (Li) e Sódio (Na). Dessa forma, significaria um final com sangue, metanfetamina e lágrimas.
É uma interpretação interessante, e até apropriada, mas não oficial. O “Felina”, confirmado por Vince Gilligan, saiu da música “El Paso”, do cantor Marty Robbins. A balada country de 1959 é parte inerente do final da série, com a aparição de uma fita K7 (!) e até assobiada por Walter White no deserto.
Na canção, Felina é uma garota mexicana da qual um atirador é apaixonado. Já em “Breaking Bad”, Felina seria a droga azul feita por W.W. Visto dessa forma, a letra “El Paso” não apenas pode ser encaixada com o episódio final, mas contextualizada com toda a série.
Com um vídeo no Vimeo, Bonnie Rose fez isso. Editou o início de “Felina” com diversas outras cenas de temporadas anteriores, combinando com a história contada pela música. O resultado é bem divertido.
A parceria entre Activision e Eminem começou lá em 2009, com “Call of Duty: Modern Warfare 2″, e não parece dar sinais de acabar. A nova música do rapper – “Survival” – já estava confirmada como trilha sonora e utilizada trailer de “Call of Duty: Ghosts”, e hoje ganhou uma nova peça importante.
O clipe oficial de “Survival”, com quase cinco minutos de duração, é basicamente um grande comercial do game. Foi criado pela agência 72andSunny, a mesma responsável pelas campanhas da milionária franquia FPS.
O vídeo não apenas se apropria de uma estética militar/rebelde, presente em “CoD: Ghosts”, como também exibe diversas imagens do jogo no plano de fundo.
Ainda em beta, o projeto BitTorrent Bundle foi desenvolvido como uma plataforma de publicação online, feita por e para as pessoas. Artistas, músicas, designers, cineastas, escritores e qualquer um que queira promover e distribuir conteúdos criativos podem disponibilizá-los por lá para download. Com isso, evitam as limitações dos canais tradicionais e ganham maior liberdade artística para o conteúdo distribuído aos fãs.
Mês passado, por exemplo, a Madonna lançou seu projeto secretprojectrevolution pela plataforma. Em sua página foi disponibilizado o download de um filme de 17 minutos, dirigido por ela e Steven Klein, promovendo a iniciativa Art for Freedom, que busca a liberdade criativa e de opinião.
O projeto foi construído para retornar o poder para as mãos dos artistas – e não das ferramentas.
De forma similar, Marc Eck?, designer e fundador da revista Complex, também fechou parceria com BitTorrent para promover seu novo livro, Unlabel. Em seu Bundle, Eck? compartilhou ilustrações originais e em alta resolução, além de um vídeo com uma entrevista inédita e o primeiro capítulo do livro.
Outros grandes artistas também usaram o serviço recentemente, para promover projetos paralelos e lançamentos, comoPublic Enemy, Linkin Park e Pixies.
Voltamos ao princípio da rede, descentralizada, livre, peer to peer, onde cada nó produz, consome e compartilha entre si.
Mas a internet realmente precisa de mais uma plataforma de distribuição? Fazamos upload de vídeos no Youtube ou Vimeo, compartilhamos áudio e músicas no SoundCloud, qualquer um pode ser autor na Amazon, ou financiar um projeto via Kickstarter, Catarse e tantos outros. São boas e úteis ferramentas, e afirmam como estamos em um ótimo tempo para ser artista. O que parece é que o BitTorrent Bundle não quer substituir nenhuma destas opções, e sim complementá-las, nos dando novas opções.
De acordo com seus criadores, o projeto foi construído justamente para retornar o poder para as mãos dos artistas – e não das ferramentas. No Bundle, os fãs seguem e assinam novidades dos artistas, e não da plataforma. O que compartilhar, como fazer isso, quais dados usar e quais recolher, isso é controlado pelos donos do conteúdo. Aqui, voltamos ao princípio da rede, descentralizada, livre, peer to peer, onde cada nó produz, consome e compartilha entre si.
Bundle ainda está rodando em testes, sendo só o início de uma conversa muito maior sobre como conteúdo deve trabalhar online. O futuro da criatividade digital? Se perguntarmos para quem está por trás projeto, diriam que pertence a todos. Eu também acho.
Quase 6 anos após o estranhíssimo Ode to J Smith, o Travis finalmente regressa com um disco que parece ter sido feito em 1997, quando a banda efervescia com criatividade e identidade. E, com essas características, ajudou a definir a cara e as texturas do que se convencionou chamar de Britpop desde os anos 90 até hoje.
Logo de cara, já na primeira faixa, a banda faz um mea culpa: “Why did we wait so long?”
Soa como um pedido de desculpas aos fãs que ficaram abandonados por tanto tempo. Ou talvez ele só esteja querendo dizer que nem eles sabem o porquê de terem ficado esse tempo longe, já que adoram o que fazem.
Where You Stand é o Strangeland do Travis. É o disco que marca o retorno da banda às suas origens – e ao que os caras realmente sabem fazer – depois de algumas tentativas frustradas de mudança de direção. Com o Keane foi igualzinho: Perfect Symmetry e Night Train flertavam com o experimentalismo e obtiveram resultados de gosto duvidoso. Até que no ano passado veio o Strangeland, um primor absoluto.
E a trajetória do Travis foi parecida. Ode foi um disco esquisito – não parecia Travis – e este tempo de descanso parece ter feito bem à banda. O primeiro single, Moving, é o Travis glorioso de sempre, e a faixa título é a música que o Snow Patrol sempre quis fazer mas nunca conseguiu.
O disco tem vários momentos belíssimos como Mother, In a Different Room e Reminder. Tão maduro que parece uma aula. E mesmo as menos inspiradas mostram uma banda empolgada por estar de volta, e todo o álbum é marcado por esta energia que contagia ouvinte com satisfação.
Where You Stand é intimista, melancólico e agridoce. Uma homenagem do brit-pop para o brit-pop, feita para ouvidos pacientes e exigentes, sem pressa e sem preconceitos.
O YouTube anunciou esta semana a primeira edição do YouTube Music Awards. A cerimônia de premiação será realizada no próximo dia 3 de novembro, com livestream direto de Nova York. O ator Jason Schwartzman será o anfitrião da noite, que terá direção criativa de Spike Jonze e produção da VICE e Sunset Lane Entertainment.
No próximo dia 17 de outubro, serão anunciados os indicados em seis categorias ainda não nomeadas, mas que deverão destacar os artistas que mais geraram impressões online ao longo do ano – maior número de views e compartilhamento, entre outras. A partir daí, caberá à própria audiência escolher os ganhadores.
A noite de cerimônia contará com a participação de artistas conhecidos, como Lady Gaga, ArcadeFire e Eminem, além das estrelas do próprio YouTube, como CDZA e Lindsey Stirling.
No vídeo acima, Jason Schwartzman faz graça para divulgar a premiação e convocar o público para a votação.
A Levi’s resolveu focar na ligação entre o passado e o presente em sua nova campanha, Make our Mark, inserindo tecnologia em alguns objetos vintage, entre eles uma guitarra, duas câmeras – sendo uma delas fotográfica – e uma máquina de escrever. Denominado The Makers Tools, a ideia faz parte do projeto de arteStation to Station, que reúne artistas de diferentes áreas em um trem atravessando os Estados Unidos.
Apesar de não ser uma ideia nova – a gente já viu por aí vários objetos que unem características de antigas ferramentas analógicas ao universo digital -, aqui os objetos foram reprojetados para manter sua função original, mas conectados às redes sociais. É o caso, por exemplo, das câmeras Graflex Speed Graphic, de 1939, e Bolex B-8, de 1953, que postam fotos e vídeos diretamente no Instagram.
Para quem curte máquinas de escrever, esta Underwood No. 5 de 1901 conta os 140 caracteres do Twitter, enquanto a clássica Gibson ES-125, de 1953, está diretamente ligada ao Soundcloud.
O projeto é uma colaboração da marca com a agência AKQA, Stephen Hadinger, Fake Love, Matthew Epler e Mark Kleback.
“É a sua cara, sabia que um dia você ia acabar trabalhando lá.”
“Você sempre foi criativo, não poderia trabalhar em um lugar melhor.”
“Doidão assim, onde mais você ia arrumar um emprego?”
Quem lá esteve, diariamente, seja por um mês ou 20 e poucos anos, sabe que pertencia àquele lugar, que a sensação de “ir procurar sua turma” tinha terminado. Ali, fora da casinha, era a nossa casa. Alfonso Bovero 52, Sumaré, São Paulo. MTV Brasil.
A MTV criou um estilo de fazer entretenimento que chamou atenção dos canais abertos, ávidos por renovação
Foi lá que, no dia 20 de outubro de 1990, a Astrid abriu os trabalhos que durariam pouco menos de 23 anos. Começou naquele lugar (do lado de casa) a maior transformação do mercado audiovisual brasileiro desde a ascensão da Globo. Óbvio que a TV carioca teve uma aparição mais pujante, pontual, mas a Music Television foi gradativamente mexendo com o pensamento de criação e execução relacionados a som e imagem que abundava nestas terras.
A partir dali, todo mundo teve oportunidade de virar “especialista” em novidades musicais. O conceito de “eclético”, que você responde quando é perguntado sobre o tipo de som que curte, ganhou esse patamar, em parte, pela programação da MTV. E hoje, se você tem milhares de discos no seu HD, iPod, malucofone ou seja lá como você ouve música, suas escolhas passam por todo acervo que foi exibido no canal nessas duas décadas.
Quem não lembra carinhosamente e tem a mente inundada por clipes e sons favoritos quando ouve nomes como Lado B, Yo!, Fúria Metal, Gás Total, Videoclash, Top Top, Supernova, Gordo Freak Show, Disk MTV, Top 20 e Jornal da MTV, entre outras pérolas inesquecíveis?
“Eu quero a minha MTV”, o slogan mais emblemático da história da emissora
E não para por aí. Se alguns programas, de Domingão do Faustão a Agora É Tarde, vêem como imprescindível, hoje, os artistas e bandas tocarem ao vivo, a MTV abriu esse precedente. Não existia playback nos musicais do canal. Os VMBs, os Acústicos, todas as edições do Verão e os programas de música que rolaram no saudoso e histórico Estúdio S, impreterivelmente, foram ao vivo. Fora o show.
A forma diferente de abordar o universo musical, aliás, cada vez mais experimental e variada, aos poucos se transformou num estilo de fazer entretenimento que chamou atenção dos canais abertos, ávidos por renovação, e teve início, assim, a “escola” MTV de apresentadores e formatos. A MTV não era mais vista como um canal com um bando de programas malucos e gente estranha tagarelando. Havia uma nova visão do mercado sobre um jeito diferente de fazer conteúdo.
Enquanto diretores e roteiristas batem cabeça sobre o primeiro beijo gay em novelas, a MTV não exibiu apenas o primeiro da TV aberta, como também centenas de outros beijos
Se nos anos 90 talentos tão peculiares como Zeca Camargo e Thunderbird (O THUNDER!!!) chegaram a ser contratados pela Globo (NA GLOBO!!!), no começo dos anos 2000, Cazé, a mente por trás do Teleguiado, foi pro canal do Jardim Botânico, e Marcos Mion, que ainda era o moleque do Piores Clipes do Mundo, chegou à Band como um pospstar, com a missão de fazer um reboot do horário nobre. A ideia em si era boa, mas o projeto não deu tão certo quanto se esperava, em boa parte por indefinição do próprio canal. Esse momento, no entanto, marcou uma guinada na relação entre TV aberta e VJs.
O próprio Mion voltou pra MTV, anos depois, e emplacou hits como o Covernation e o Descarga. Em 2008, ele recebeu a companhia de Marcelo Adnet e seu revolucionário 15 Minutos. No ano seguinte, veio o Furo MTV e a aparição da dupla mais legal e inesperada da história do canal: Bento Ribeiro e Dani Calabresa. Daí pra frente a coisa degringolou e veio o Quinta Categoria, com os Barbixas, que marcou época e abriu caminho para a chegada de Paulinho Serra, Rodrigo Capella e uma tal de Tatá Werneck (?) no ano seguinte. Isso, fora os spin offs Furfles, Comédia MTV e Comédia MTV Ao Vivo.
Se hoje as duplas de âncoras dos jornais vespertinos fazem brincadeiras e citações pessoais sobre notícias, isso passa pelo Furo. Se (quase todos) os programas dominicais exibem atrações de improviso, o Quinta é referência. Se a gente SABE que o Zorra Total e A Praça É Nossa são peças de museu, em termos de linguagem, o Comédia esfregou na nossa cara.
E tem muito mais de onde veio isso. Difícil imaginar o Tiago Leifert falando de esporte no formato desenvolvido por ele próprio (louvável, inclusive), sem o Rockgol mostrando anos antes que dava pra fazer desse jeito, ou mesmo o CQC, que deu fôlego novo à TV aberta, chegando ao Brasil sem o caminho aberto pelo Buzzina MTV do Cazé.
Aliás, dá pra pensar no Pânico na TV, que revigorou o humor sem noção, chegando à TV sem antes Hermes & Renato e o João Gordo mostrarem que dá pra zoar sem limites e ainda assim ser querido por QUASE todo mundo? E até o Ratinho, que passa trotes e diz que está TROLANDO a audiência, faria isso antes do Trolalá ter dado as caras na telinha?
Digo mais: enquanto diretores e roteiristas batem cabeça sobre o primeiro beijo gay em novelas, o Fica Comigo, da Fernanda Lima, e o Beija Sapo, da Daniela Cicarelli, exibiram não apenas o primeiro da TV aberta como centenas de beijos entre meninos e meninos ou meninas e meninas.
E a publicidade? O peso dos videoclipes na narrativa e formato de cada peça a partir dos anos 90 foi tremendo. Michel Gondry, Spike Jonze, David Fincher, David LaChapelle e mais uma leva brilhante de craques reconstruíram a linguagem dos vídeos curtos e o mercado brasileiro consumiu isso sentadinho no camarote.
Daí pra frente, foram surgindo nossos diretores de clipe, que exibiam seu trabalho na MTV e dali partiram pras grandes produtoras e até pro cinema. Johnny Araújo, Maurício Eça, Fred Ouro Preto, Rodrigo Pesavento, Mariana Jorge, Vera Egito e Toddy Ivon são alguns exemplos de três gerações de camisas 10 que brilharam (e ainda brilham) na direção de videoclipes.
A MTV Brasil, aquela da Alfonso Bovero 52, Sumaré, São Paulo, está marcada na história de uma geração
“A alma da MTV não era isso”, xingam as turmas que passaram a adolescência e parte da juventude estatelados no sofá, comendo bolacha recheada, como eu, e que ainda nem sonhavam com a existência de espertofones ou banda larga (pelo menos não tão larga e popular assim).
Então tá, vamos falar de música. Chico Science, Marisa Monte, Charlie Brown Jr, Racionais MCs, Emicida, Raimundos, Mundo Livre SA, Bonde do Rolê, Autoramas, Pitty, Planet Hemp, Skank, CPM 22, Otto, Pato Fu, Gabriel, O Pensador, Karnak, a carreira solo do Nando Reis, Cansei de Ser Sexy, Pavilhão 9, Los Hermanos, O Rappa, Xis, MV Bill, a carreira solo do Frejat, Comunidade Ninjitsu, Wander Wildner, Cachorro Grande, Seu Jorge, Dead Fish, Jota Quest, NX Zero, Cine, Gloria, Restart, Fresno, Criolo, Banda Uó e mais uma multidão de gente boa, cada qual com seu cada qual, existiriam sem a MTV. Mas tocaram, falaram e foram ouvidos antes por lá. Era a casa deles também, a porta estava sempre aberta. Pode perguntar a cada um. E essa é uma história muito legal.
Mas nada disso era o melhor da MTV, véio…
O que tinha de mais radiante ali eram as pessoas. Era quando tinha cinco, oito, dez, quinze negos fumando seus cigarros no corredor e batendo papo. Era a escada de incêndio. Era o chope caro da Real, que rendeu milhares de novas amizades, centenas de ideias e centenas de milhares de romances, todos bonitos, quase todos mais rápidos do que mereciam, tudo de verdade. Era a hora do almoço. Era quando você tava na casa de alguém que só tinha avistado uma ou duas vezes no corredor e se perguntava como tinha ido parar ali. Era quando você acordava na sua casa, dez da manhã, e ainda tinha gente conversando na sala, sobras da festa de ontem.
A MTV Brasil como a conhecemos sai do ar, mas deixa sua linguagem e estética como legado
Era o final de semana com gente que você viu a semana inteira. Era trabalhar um turno a mais pra fazer a premiação mais legal do nosso mundo, sorrindo enquanto fazia e chorando no final a alegria pura de fazer parte daquilo. Era a festa da firma, quando todo mundo se encontrava, todo mundo alucinava, todo mundo ia até o chão e não existia a menor possibilidade de vergonha no dia seguinte. Era amar e ser amado. Era ter arqui-inimigos imaginários, que na verdade sempre quiseram a mesma coisa que você, e essa coisa era fazer coisas muito legais. É ter os melhores amigos que a vida podia me dar. É ter conhecido meu grande amor.
O slogan mais emblemático da história da MTV dizia: “Eu quero a minha MTV”. A gente, que tava ali diariamente, por um mês ou 20 e poucos anos, mas que agora tá espalhado por esse mercadão maluco, realizou isso. A MTV Brasil, aquela da Alfonso Bovero 52, Sumaré, São Paulo, e suas histórias serão para sempre nossas. E de quem viu.
Roda o bumper.
Sobe os créditos.
====== Nícolas Vargas assiste à MTV desde 1995, começou como estagiário do canal em 2002, foi editor-chefe do Portal MTV, dirigiu o Furo MTV, o Talk Show do Bento e o Trolalá MTV, foi roteirsta de três VMBs (2008, 2009 e 2012) e hoje em dia é criativo/roteirista freelancer. Conheça mais do trabalho dele em tramposdevargas.tumblr.com
Logo que comecei a assistir ao video-case da ação criada pela Lowe Roche para o canal canadense TFO, senti uma ponta de nostalgia no ar. Um teclado gigante sempre me remete à clássica cena de Tom Hanks em uma loja de brinquedos (a FAO Schwarz, em Nova York), fazendo música em Big – Quero Ser Grande. Na verdade, eu não estava de todo enganada, a não ser um por um detalhe: aqui, os sons do teclado eram criados por vozes humanas.
Para divulgar o Festival d’Opéra de Québec, foi criado um instrumento musical que permitisse que as pessoas interagissem e se envolvessem com o evento. O Living Opera Organ contava com 12 teclas, cada uma delas ligada a um cantor de ópera responsável por fazer o som da nota correspondente.
Assim como o teclado de Big, este também podia ser tocado com os pés, atraindo principalmente crianças, que tiveram a oportunidade de conhecer um lado muito mais divertido da ópera e tocar diversas músicas com as vozes dos artistas. Na minha opinião, uma das ações mais bem-pensadas do ano.
E por falar na importância da música para se criar conexões emocionais, o Itaú promoveu uma ação que ilustra muito bem o poder que a música tem sobre as pessoas. Dias antes do início do Rock in Rio, um músico foi escalado para tocar nas ruas do Rio de Janeiro, aparentemente esperando ganhar alguns trocados. Acompanhado de sua guitarra, as pessoas que passavam por ele reagiam de maneira curiosa, enquanto ele tocava uma versão instrumental de Change the World (mais conhecida pela interpretação de Eric Clapton para o filme Fenômeno), música-tema da campanha do banco.
Toda vez que alguém contribuía, ele agradecia pelo incentivo e, apontando para o estojo da guitarra, indicava para que a pessoa pegasse algo lá dentro: um inesperado par de ingressos para o Rock in Rio, com os cumprimentos do Itaú, principal patrocinador do evento.
A ação, criada em parceria com a Africa, foi registrada por câmeras escondidas e distribuiu 40 pares de ingressos. A ideia era mostrar como a música sensibiliza as pessoas, razão pela qual o banco costuma associar sua marca a eventos culturais. O resultado ficou bacana e ainda ajudou a lembrar dessa capacidade incrível que a música tem de mudar não só o dia de alguém, mas quem sabe até mesmo o mundo.
Já aconteceu várias vezes, aqui no B9, de a gente postar algum comercial e logo em seguida, lá nos comentários, alguém assumir seu lado Silvio Santos e perguntar: “Qual é a música?” De todos os elementos envolvidos em um projeto – seja ele cinematográfico ou publicitário – não seria errado dizer que a música está entre os mais relevantes – apesar de durante algum tempo não ter sido tratado como tal. Mas, será que hoje em dia o bom e velho jingle ainda é o suficiente, especialmente em um mercado cada vez mais competitivo e em uma época em que quase tudo parece cada vez mais efêmero?
Será que hoje em dia o bom e velho jingle ainda é o suficiente, especialmente em um mercado cada vez mais competitivo e em uma época em que quase tudo parece cada vez mais efêmero?
Na indústria cinematográfica, por exemplo, há quem diga que a música só adquiriu importância no final dos anos 1920, quando o cinema mudo evoluiu para o sonoro. Por outro lado, não podemos nos esquecer que desde as primeiras exibições comerciais de filmes, o acompanhamento musical já era comum, com pianos, violinos e até mesmo orquestras completas.
É claro que, no começo, era só um som ambiente, praticamente improvisado e mais com objetivos práticos – como por exemplo abafar o som do projetor –, do que qualquer outra coisa. Até que, a partir de 1909, a Edison Film Company começou a distribuir, junto com os filmes, partituras com sugestões de composições criadas especialmente para acompanhar suas produções.
Desde então, é inegável que a música passou a desempenhar um papel fundamental no cinema, e consequentemente na televisão e no mercado de filmes publicitários. E isso não é comprovado somente pelo “data-B9”, em função das inúmeras vezes que nos perguntam qual a música deste ou daquele comercial, mas pelas experiências diárias de cada pessoa, profissional de comunicação ou consumidor.
No caso do cinema, por exemplo, as trilhas sonoras originais criadas por alguns mestres como John Williams, Ennio Morricone, Nino Rota, Bernard Herrmann, Hans Zimmer e Howard Shore se tornaram essenciais para reforçar a conexão emocional entre o público e a trama.
Basta ouvir uma música composta por qualquer um deles e, pronto, você já começa a imaginar um tubarão se aproximando, ou a se lembrar das cenas com Darth Vader, Blondie (ou o pistoleiro sem nome, se você preferir), Don Vito Corleone, Norman Bates, Nathan Algren e Katsumoto, Frodo e Sam, todas devidamente embaladas por pelas criações destes compositores.
Com a palavra, os cientistas
A neurociência tem dedicado inúmeras pesquisas à música. Uma delas, realizada na McGill University de Montreal, estabelece uma ligação direta entre a euforia causada pela música e a dopamina – o neurotransmissor responsável por inúmeras funções cerebrais, que vão do prazer à motivação, passando pela memória, atenção e humor, entre outras. De acordo com os pesquisadores, esta substância poderia explicar, por exemplo, porque a música tem o poder de ultrapassar as barreiras culturais dos seres humanos.
A dopamina poderia explicar, por exemplo, porque a música tem o poder de ultrapassar as barreiras culturais dos seres humanos
Levando-se em conta que cada pessoa tem suas próprias preferências musicais, os pesquisadores pediram aos participantes que durante a realização deste estudo eles ouvissem versões instrumentais de suas músicas favoritas. Apesar de cada um ter escolhido um estilo diferente, do jazz ao punk, todos tiveram o mesmo tipo de resposta cerebral. Isso ocorre porque, quando ouvimos músicas que nos são familiares, o cérebro tenta antecipar as notas seguintes. Durante este processo, a dopamina é desencadeada e as emoções são liberadas.
Neste caso em especial, os cientistas optaram pela música instrumental para evitar que as reações emocionais causadas pelas letras pudessem interferir, mas um estudo direcionado à combinação de letra e música já está sendo providenciado.
Uma outra pesquisa, realizada na Cornell University e publicada no começo deste mês pelo jornal Psychological Science, aponta que a música ouvida pelas pessoas na adolescência deixa uma impressão pelo resto de suas vidas. Até aí, nenhuma novidade – pelo menos no meu caso, Ramones continua sendo uma das minhas bandas favoritas desde os meus 13 anos, apesar da tempestade de críticas que recebo toda vez que digo isso.
Só que, agora, este estudo foi um pouco mais além para mostrar que não são apenas as músicas que nós ouvimos na nossa adolescência que são capazes de despertar nossas lembranças, mas também a música ouvida por nossos pais e avós quando eles eram adolescentes.
Segundo os pesquisadores, os participantes – todos na faixa dos 20 anos – ouviram sucessos das paradas musicais entre os anos de 1955 e 2009. Além das músicas que eram mais familiares para eles, por fazerem parte de sua geração, também despertaram emoções as canções anteriores ao seu nascimento, de períodos que vão entre 1960-1969 e 1980-1984 – o que corresponde à adolescência de seus pais e avós.
Outra explicação sugerida pelo estudo, acredite, é de que a música das décadas de 1960 e 1980 seriam melhores do que as atuais
A hipótese levantada é que essas impressões e conexões emocionais também ocorrem em efeito cascata, ou seja, há grandes chances de a gente curtir o mesmo tipo de música que nossos pais e avós curtiam, porque fomos expostos a elas nos momentos compartilhados com a família. Outra explicação sugerida pelo estudo, acredite, é de que a música das décadas de 1960 e 1980 seriam melhores do que as atuais.
São tantas emoções…
Se tanto o cinema quanto a ciência comprovam que a música é capaz de criar conexões emocionais, a publicidade coloca isso em prática diariamente. Não é de hoje que a música é utilizada para reforçar a mensagem de uma marca ou produto, podendo atuar tanto como elemento principal quanto como um coadjuvante na comunicação.
A mecânica é bem parecida com as músicas que os professores de cursinho utilizam para fazer seus alunos memorizarem fórmulas, como explica o Maestro Billy, do Estúdio Mellancia. Ao associar uma informação, por mais complexa que ela seja, a uma melodia agradável e de curta duração, conseguimos nos lembrar dela com maior facilidade. Basicamente o que faz um jingle em um comercial.
Então, da mesma maneira que não importa quanto tempo passe desde que você saiu do cursinho e você se lembrará das musiquinhas de seus professores, se você tem mais de 30 anos é capaz que também nunca se esqueça que “o tempo passa, o tempo voa e a poupança Bamerindus continua numa boa.” Isso porque o banco nem existe mais, mas ainda assim o seu jingle continua revelando uma incrível longevidade.
Billy cita um outro caso, o jingle do Café Seleto, que após 10 anos fora do ar, ganhou uma versão atualizada, mas sem perder sua essência. “Na época, a produção de jingles significava investimentos muito grandes, já que muitas vezes era preciso contratar uma orquestra, maestro e cantor”, conta.
Como errar estava praticamente fora de questão, o jingle tinha de traduzir perfeitamente o posicionamento da marca e, se possível, atravessar gerações praticamente intacto. Foi assim que surgiram clássicos como o da Varig, no Natal de 1967. “Cite um jingle realmente marcante aqui no Brasil, nos últimos 15 anos”, me desafia Billy. Não consigo pensar em nenhum. Isso porque o próprio modelo tradicional dos jingles e em geral da trilha sonora na publicidade mudou bastante neste período, assim como as plataformas disponíveis para a sua propagação.
“Hoje em dia, quando se produz a trilha de um comercial, o tempo de duração não é mais tão importante, já que a maioria fica disponível na internet”, observa. O cuidado, entretanto, é o de oferecer alternativas que sirvam para diferentes meios, o que significa estar atento para que a música escolhida seja capaz de ter o mesmo efeito tanto em sua totalidade quanto em um filme de 30 segundos.
Com isso, um novo leque se abre, oferecendo diferentes caminhos para se criar uma conexão emocional com o público, utilizando a música, mas sem necessariamente criar um jingle tradicional. Algo bastante comum – e longe de ser novo – é se “apropriar” de uma música já conhecida, alterando ou não sua letra para que ela possa ser associada à marca.
Quem não se lembra de Aquarela, de Vinícius e Toquinho, embalando o clássico comercial da Faber-Castell, nos anos 1980?
Quem não se lembra da parceria entre a cerveja Bavária e a dupla Leandro e Leonardo, com a música Cerveja? Ou ainda de Aquarela, de Vinícius e Toquinho, embalando o clássico comercial da Faber-Castell, nos anos 1980? Uma zapeada pela televisão e é possível reconhecer a letra de Diversão, dos Titãs, em um comercial da Fox.
Há, também, aquelas marcas que criam parcerias duradouras com artistas de peso, associando seus produtos a estes nomes. Um exemplo é o contrato de Beyoncé com a Pepsi, avaliado em US$ 50 milhões, que inclui comerciais, promoções e o patrocínio de projetos criativos.
No Brasil, Roberto Carlos mantém um casamento com a Nestlé que já dura uma década – com direito até à inédita liberação dos direitos do clássico Emoções para a campanha que comemorou os 90 anos da marca no país.
“Ao firmar este tipo de parceria, é preciso levar em conta se aquele artista está de acordo com o posicionamento da marca/produto, mas principalmente se tem apelo com o público-alvo”, destaca o Maestro Billy. Afinal, se o seu público tem uma pegada mais rock n’roll, não dá para oferecer pagode, e assim por diante.
A marca é pop
Marc Altshuler é sócio do Human Worldwide, estúdio responsável pela trilha sonora de comerciais da Apple, Coca-Cola, Nike e Adidas, entre outros. No último parágrafo de um artigo publicado em 2007, no AdAge, ele escreve o seguinte: “Imagine o dia em que uma canção produzida por uma agência e uma marca se torne um hit. Se os investimentos certos forem feitos, isso vai acontecer.”
Talvez ele não esperasse que acontecesse na forma de uma certa Dumb Ways to Die, a premiada campanha da McCann para a MetroTrains da Austrália. A música fofinha, criada para alertar as pessoas sobre os cuidados com a segurança, fala de personagens que tiram o capacete no espaço sideral, cutucam ursos, vendem seus rins ou engolem supercola.
Composta pelo diretor criativo da McCann, JohnMescall, e o músico OllieMcGill, a canção deveria evitar qualquer referência que soasse como propaganda. Na voz da cantora EmilyLubitz, surgia um verdadeiro hit, que há tempos ultrapassou os 100 mil downloads no iTunes. No YouTube, foram mais de 58 milhões de views, número que continua crescendo.
O que muitos chamam de branded music content foi tratada como branded pop music em uma matéria recente da AdWeek, que citou marcas como a Oreo e ChevroletSilverado como exemplos de quem está investindo forte em composições com narrativas originais, que fortaleçam a marca simplesmente por estar associada a ela. A música então, mais uma vez passa de coadjuvante de uma campanha para se tornar a protagonista.
“É o tipo de música que a gente pode cantar junto, colocar no iPod e curtir como se fosse uma música qualquer, com a diferença que ela foi criada como parte de uma campanha publicitária”, observa o Maestro Billy.
É o que temos visto com a campanha Wonderfilled, da Oreo, uma de minhas favoritas nos últimos anos. Criada pela The Martin Agency, a cada filme temos uma canção que narra o que aconteceria se você compartilhasse coisas boas com outras pessoas, que poderia também ser um biscoito. Ou ainda como seria se você tivesse tomado uma decisão diferente para sua vida, fazendo a gente refletir e se sentir ligado às histórias narradas naquela letra, com uma melodia agradável – em resumo, todos os elementos da tradicional música pop.
A impressão que fica é que a emoção resultante daquela conexão é mais sincera. “Não parece desonesto. Não parece cínico”, disse a AdWeek o diretor criativo David Muhlenfeld.
A Chevrolet também não poupou recursos para contratar um indicado ao Grammy, o compositor country Will Hoge, para criar Strong, música usada em um filme recente da Silverado.
A impressão que fica é que a emoção resultante daquela conexão é mais sincera
Aqui no Brasil também encontramos bons exemplos de como as branded music content estão adquirindo cada vez mais uma pegada pop. É o caso do Pão de Açúcar, que acertou em cheio na parceria com a cantora Clarice Falcão. A música O que Você Faz Pra Ser Feliz, composta por Daniel Galli, da Panela, poderia facilmente fazer parte do repertório habitual da artista, assim como Caixa Verde, que cola no nosso cérebro a mensagem da sustentabilidade.
Vem Pra Rua, da Fiat, também é apontado pelo Maestro Billy como um exemplo bacana de como uma branded music content acabou se tornando um verdadeiro hit. A música interpretada pelo vocalista do Rappa, Falcão, foi criada pela Leo Burnett TailorMade, com produção da S de Samba, e acabou literalmente indo para as ruas durante os protestos que ocorreram no Brasil em junho.
“Esse tipo de estratégia é muito bacana, pois consegue passar a informação ao mesmo tempo em que cria uma conexão emocional muito mais duradoura com o público”, diz Billy.
É difícil determinar com absoluta certeza qual será o próximo passo evolutivo da música no mercado publicitário. Mas, a se julgar pelo que vimos até aqui, realmente é um elemento que pode se tornar determinante para o sucesso de uma campanha ou o seu completo esquecimento.
Lá se vão quatro anos desde que Michael Jackson morreu, mas o cantor continua sendo notícia. Há algumas semanas, por exemplo, o Felipe Cotta contou aqui que os membros remanescentes do Queen estão trabalhando em gravações de duetos com Freddie Mercury feitos há 30 anos. Mas o fato é que grandes estrelas como Michael Jackson nunca deixarão de ser lembrados – para o bem e para o mal – e até homenageados, como neste stop-motion assinado pela animadora Annette Jung, da Talking Animals.
Utilizando peças de Lego, ela recriou as cenas iniciais de Thriller, com direito até à transformação de MJ em lobisomem. O resultado ficou bem legal, mas é impossível não pensar no trabalho que essa brincadeira deve ter dado.
No começo do ano, Annette já havia arriscado uma outra homenagem ao cantor, também utilizando peças de Lego em um stop-motion que destaca os principais passos de dança do artista. Vale o play.
Algorave são festas com músicas geradas por algoritmos, fazendo com que as partes do som sejam compostas ao vivo, controladas pelas pessoas que dançam na pista.
O projeto usa o software Max/MSP e live coding seguindo regras e comandos baseados na movimentação que acontece na pista de dança. O processo de desenvolvimento é totalmente aberto e visível, com os códigos projetos em telões enquanto a festa acontece. Além disso, sons estranhos são facilmente identificadas caso um algoritmo não produza exatamente uma batida, mas um outro baralho de máquina qualquer, fora da melodia.
O foco não é no músico ou no DJ, mas em como as pessoas reagem aos sons criados.
Com grande colaboração do artista e músico Alex McLean, as Algoraves resultam em sonoridades tecnológicas que dão uma nova perspectiva à música, à dança e também à relação entre artista e público, quebrando barreiras entre programadores e músicos.
As primeiras Algoraves que se tem conhecimento aconteceramem Londres, em 2012.
A música é construída ao vivo, pela multidão.
Algorave não são feitas de algoritmos como aqueles que resultam em nossas buscas no Google. São construídos ao vivo, pela multidão.
A bola fica com as pessoas na pista, para ajudarem os músicos a fazerem sentido com suas criações enquanto se divertem e transformam um trabalho conceitual em música de verdade.
Rapt.fm é uma plataforma online focada em aspirantes à rappers que estão buscando por competições freestyle, networking, diversão e até quem sabe serem descobertos.
As competições acontecem em vídeo e ficam rodando no fundo da tela, enquanto os usuários que estão assistindo ao vivo podem votar pelos seus artistas favoritos. Quem tem mais voto vence.
Uma comunidade online onde rappers e fãs podem se conectar e competir.
Fundado por Erik Torenberg, o site foi lançado há um ano e já possui grande audiência de rappers – tanto profissionais quanto iniciantes – e entusiastas do estilo musical, funcionando em modo de teste e beta privado. Seu lançamento oficial será hoje à noite, abrindo as portas ao público, com redesign e novos recursos. Também terão performances ao vivo de artistas como Soul Khan, Yonas, Big Pooh, Chester Watson e Evitan.
Também como parte do lançamento, Rapt.fm abriu um concurso de rap através de vídeos no Youtube. O vencedor terá seu single gravado e distribuído pela Tommy Boy Entertainment, uma das principais gravadores de hip hop do mundo, com artistas como De La Soul e Queen Latifah.
“As gravadoras precisam continuar relevantes e ficar de olho nos talentos que surgem no contexto digital.” – Erik Torenberg
Tanto a plataforma quanto o concurso em parceria com a Tommy Boysão grandes passos para a indústria da música abraçar de forma mais relevante e oficial os novos talentos desta era. Deixar o público participar no processo de construção de um ídolo já é modelo comum e de bons resultados. Mas, aqui, o foco é dar as ferramentas certas aos jovens talentos, para que eles se divirtam, se conectem e dêem seu melhor.
Para o futuro, Rapt.fm disponibilizará uma página de perfil para os artistas poderem promover seus materiais. Além disso, a empresa irá gravar as melhores performances, para futuros álbuns e publicações.
A banda Placebo anuncia que fará o lançamento de seu novo disco através de um programa ao vivo, em parceria com o YouTube Space em Londres. O lançamento de “Loud Like Love” acontece no canal oficial da banda no dia 16 de Setembro com entrevistas, depoimentos e claro, a banda tocando o disco ao vivo do começo ao fim. Já o formato físico será lançado em edição 3D e um Vinil 12 polegadas.
O YouTube Space é um espaço que dispõe de todos equipamentos necessários para que parceiros e criadores de conteúdo possam tirar idéias do papel em transformá-las em novos vídeos ou projetos audiovisuais. A iniciativa por enquanto existe apenas em Los Angeles, Londres e Tóquio, mas dúvido que demore pra chegar aqui.
Dirigido por James Houston e produzido por Bold Yin, o novo vídeoclipe do músico Julian Corrie é totalmente construído ao redor da boa e velha tecnologia.
No lugar do baixo, percursão e bateria, em “Polybius”, Julian Corrie faz música ao tocar um Atari, um SEGA Mega Drive, um Commodore 64 e muitas outras relíquias como televisores de tubo, CDs e disquetes.
Uma homenagem nostálgica aos “amigos esquecidos.” – James Houston
No vídeo, o músico dá novos sentidos à tecnologia que costumava nos fazer companhia e hoje são vistas em cantos esquecidos e lixeiras.
Uma música feita de carne, osso e artefatos mundanos.
O diretor James Houston ficou conhecido quando lançou o projeto “Big Ideas (don’t get any)“, uma performance sua tocando “Nude”, de Radiohead, usando impressoras de rolo, máquinas de escrever, rádios antigos, entre outros tesouros.
Sem negar que os objetos tecnológicos se tornaram cada vez mais descartáveis, isso não se explica somente pela obsolescência precoce de tanto avanço, mas sobretudo porque não há quem herde o sentido emocional que eles um dia materializaram.
Em “Polybius”, Houston faz da música um exercício de coleta de histórias e épocas, construindo uma melodia que funciona como colcha de retalhos do tempo e suas mudanças.
Na próxima segunda, 26 de agosto, a BBC Radio 2 levará ao ar um audiodrama para celebrar os 40 anos do clássico álbum “The Dark Side of the Moon” do Pink Floyd.
Escrito por Tom Stoppard, roteirista de “Brazil”, “Império do Sol” e “Shakespeare Apaixonado”, a história sobre medo, ganância, consumismo e loucura é diretamente conectada com as músicas do disco, assim como o trailer acima utilizado para promover a atração.
A Aardman Animations criou uma colagem de imagens digitais, CGI e elementos artesanais que ditam o tom do drama. A produtora utilizou as metáforas e surrealismo das letras do Pink Floyd para representar visualmente a história, como os simbolismos cíclicos do sol, lua, olhos, relógios e turbinas.
A minha pergunta é: Por que não fazem logo um longa animado disso tudo? Pink Floyd, Stoppard e Aardman. Não tem como dar errado. De qualquer forma, tem streaming online liberado da BBC Radio 2, caso você queira ouvir o audiodrama. Um dos locutores é o sempre incrível Bill Nighy.
Mais um criativo desafio do tipo 365 dias, o “The Playlist Project” do designer mexicano Robba Saldaña consiste em um novo logo criado diariamente para uma determinada música.
Usando apenas caneta, Saldaña desenha um emblema para diversas canções, incluindo o título, nome da banda ou até parte da letra. O projeto começou em fevereiro, e você pode ver tudo em seu site.
Só que “The Man Who Sold The World” não é do Nirvana. Mas tá perdoado.
Chris Bennett, fotógrafo de Portland obcecado por equipamentos antigos de som, passou anos frequentando pequenas lojas de reparos, observando habilidosos artesãos restaurarem máquinas, objetos vintages e todo tipo de equipamento analógico dedicado à música.
As fotos refletem o próprio estilo de vida de Bennet, em uma estética que combina ricas recompensas pessoais, mas escassos recursos financeiros.
Até se envolver em estudos acadêmicos de fotografia, Bennet nunca tinha pensando em transformar essa sua paixão em arte. Seguindo conselhos de seus professores, nasceu o projeto House of Sound, que explora visualmente o mundo analógico da música e seus entusiastas, em uma viagem de Portland à Seattle.
O fato de Bennet ser um amigo, um consumidor e também um apaixonado pelo tema, propiciou conexões que o permitiram tirar fotos íntimas em lojas, casas e escritórios de pessoas que dedicam grande parte de seu tempo à música analógica.
Frustrações financeiras são encontradas visualmente aqui tanto na música quanto na fotografia. Dois mundos transformados completamente pelo digital, em uma era em que filme fotográfico e vinil não são mais necessários. Com o tempo, as constantes mudanças deixam pelo caminho uma legião de fãs e dedicados trabalhadores defasados frente à tecnologia, mas que dão ainda mais valor aos seus objetos antigos.
“Navegar por uma biblioteca digital não se compara com correr os dedos por entre as capas de discos.” – Bennet
Em entrevista para Wired, Bennet conta que enxerga sua coleção de fitas e vinis como um cartão de visita pessoal, para entrar na casa de seus amigos e trocarem gostos, histórias e sons.
House Of Sound reconhece heróis do cotidiano, pessoas que se recusam à deixar o glorioso mundo analógico do som desaparecer. Como Bennet, eles querem preservar essa história para futuras gerações, nascidas já mergulhadas em iPods e serviços de streaming.
St. Pauli, o distrito da Luz Vermelha de Hamburgo, ocupa um lugar importante na história dos Beatles. Foi lá que, no começo dos anos 1960, John, Paul e George, mais Pete Best e Stu Sutcliffe, se profissionalizaram como músicos, tocando em diversos clubes por quase dois anos. Hoje, a região continua sendo o lugar onde alemães e turistas vão para se divertir, deixando um rastro de garrafas vazias noite após noite. Foi aí que a cerveja Astra enxergou uma oportunidade: oferecer uma experiência com a marca e ajudar a diminuir a quantidade de garrafas espalhadas por lá.
A solução foi criar uma espécie de vending machine (sim, elas mais uma vez), The Astra Bottletheatre. Toda vez que alguém depositasse uma garrafa vazia de Astra no local indicado, uma pequena janela se abria e o show começava no “menor palco de St. Pauli”. Músicos, dançarinos, artistas performáticos… a cada hora era uma surpresa diferente, sempre ao vivo.
O resultado foi uma fila para devolver garrafas e descobrir a próxima atração. Do lado de fora, o público poderia dar gorjetas, aplaudir e até dar um like para o artista. Os espectadores também receberam um backstage pass, para ver o que rolava nos bastidores por meio de um aplicativo no Facebook. Nem é preciso dizer que o número de fãs de Astra na rede social aumentou consideravelmente.
E pensar que um dos artistas que passaram pela cabine pode ser a próxima grande sensação da música, assim como os Beatles foram nos anos 1960… Será?
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