Uau! Nós pensávamos saber muito sobre o Facebook, mas esta informação muda tudo

Não é de hoje que o Facebook e seus métodos e algoritmos levantam certa desconfiança no mercado digital, mas as últimas informações parecem ter deixado diversos profissionais sem saber para onde correr. Em nome da busca por maior relevância do conteúdo compartilhado e mais anunciantes para a sua plataforma, a rede social mais acessada do planeta mudou as suas regras algumas vezes.

Limitou gradualmente a exposição de marcas que não investem em mídia a uma parcela ínfima dos fãs. Limitou o número de pessoas que aparecem frequentemente para os usuários, como se a rede pudesse determinar quem são de fato os melhores amigos e as pessoas com maior influência para cada usuário. Declarou guerra contra o conteúdo que não julga relevante, e vem aperfeiçoando o seu algoritmo que escolhe o que vai parar nas timelines do mundo desde então.

Estas mudanças que acontecem sem aviso deixam qualquer um que atrelou o sucesso de sua estratégia em mídias sociais ao aumento de Likes e compartilhamentos de cabelo em pé. Em busca de uma fórmula, de um método simples, de uma estratégica comum que fosse fácil de copiar, já vimos agências que venderam Likes com um custo fixo (custo por like, ouvi muito antes de abandonar esse barco), estipulando como objetivo o aumento simples da base de fãs, que viria, de qualquer maneira, pelo simples investimento em mídia.

Títulos como o desse post têm se reproduzido fortemente pela web, e parecem ser o segredo por trás de uma média expressiva de compartilhamentos

Quando isso não mais bastava, nos debruçamos em médias e metas de compartilhamento de acordo com a base de fãs – ou índice de engajamento. Mas e agora que o Facebook ainda pode julgar o que é ou não relevante de acordo com o seu próprio critério?

Quando anunciado que as mudanças começariam a impactar o que se compartilharia com mais afinco, o alvo parecia ser todo e qualquer site que fizesse listas, imagens, GIFs animados e outros elementos que bombam por lá.

Facebook

Mas, de acordo com os números divulgados pelo The Atlantic, um um deles parece ter entendido tudo e aqui vai o porquê:

O algoritmo muda todos os dias. Começou em 16%. Hoje já se fala em 4% de alcance orgânico.

Títulos como o que colocamos neste post e que têm se reproduzido fortemente pela web, seja como modelo, seja como tiração de sarro, parecem ser o segredo por trás de uma média expressiva de compartilhamentos e tráfego gerado por cada artigo escrito pelo Upworthy, aponta também o Salon.

Até consigo imaginar uma série de profissionais já pensando “então é isso? Ufa! Monta o PPT para apresentar nossa nova estrutura de conteúdo pro cliente”, felizes em ver que há uma luz no fim do túnel. Mas eu tomaria cuidado com algumas coisas:

E se o algoritmo muda amanhã? Como comentei lá no começo, a base de fãs impactados por uma determinada mensagem de uma marca caiu pouco a pouco. Começou em 16%. Hoje já se fala em 4% de alcance orgânico. Copiar o estilo de escrita e o conteúdo de um site como o Upworthy parece tentador, mas e se eles forem justamente o próximo alvo da ira do Zucka?

Já ouvi dizer que há ajustes no algoritmo e no código que determina a timeline todos os dias. Fica difícil prever qualquer sucesso…

Upworthy

Já ouvi esta conversa antes

Há alguns anos, o negócio era o Google. Não que ele não seja mais, mas obter uma boa colocação na busca orgânica era o Eldorado da estratégia digital para qualquer site. E, até hoje, há diversos especialistas na prática, denominada SEO.

O Facebook é que julga o que é ou não relevante de acordo com o seu próprio critério

Nas diversas cartilhas do bom conteúdo que se espalharam pela rede, estavam práticas consagradas, como a constante atualização, a repetição de determinadas palavras, o uso de tags, o uso de um código limpo, recebimento de links de outros sites, entre outros. A preocupação se espalhava desde os setores de desenvolvimento às redações dos grandes jornais. O importante era criar essa relevância.

Isso valeu para o bem, com sites que associaram as práticas a muita informação pertinente, e para o mal, com sites que (até hoje) utilizam as regras para atrair público para um conteúdo raso e, muitas vezes, copiado. E o Google, como o Facebook, também aperfeiçoa seu algoritmo frequentemente em nome de entregar exatamente o que o usuário quer ler quando faz uma busca.

Facebook

É importante repetir: In content we trust

Pense nos tantos sites em que você caiu como paraquedista, após uma busca no Google. Continuaria navegando por lá? Voltaria espontaneamente?

O mais importante de tudo é que o bom conteúdo persiste. Upworthy e Buzzfeed são fenômenos relativamente novos, mas grandes blogs estão aí até hoje. Alguém lança uma nova maneira de burlar Facebook e Google, mas quem fica no fim é aquele que entregava conteúdo efetivamente bom. Não que o Upworthy não tenha um conteúdo bom, mas somente sobreviverá às mudanças de temperamento da equipe do Facebook se as pessoas continuarem lendo o que o site compartilha.

Pense em alguém que rodou um script no Twitter, conseguiu um monte de followers, mas compartilha somente um conteúdo nada pertinente. E pense no usuário com igual número, mas que conseguiu seus seguidores ao passar dos anos, compartilhando links sobre temas que, pouco a pouco, foram interessando a mais e mais pessoas. Se hoje tirássemos uma fotografia, poderíamos aferir que ambos tem a mesma relevância?

Pense nos tantos sites em que você caiu como paraquedista, após uma busca no Google, e que não entregaram de cara a informação que você buscava. Você continuaria navegando por lá? Voltaria espontaneamente?

Provavelmente você só leu até aqui porque já era um frequentador do B9, mesmo que não assíduo. E, para nós, é realmente o que importa. Seriam as nossas preocupações, as das marcas e as do pessoal do Upworthy exatamente as mesmas? Eu acho que não.

Brainstorm9Post originalmente publicado no Brainstorm #9
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Algorave: A rave do futuro

Algorave são festas com músicas geradas por algoritmos, fazendo com que as partes do som sejam compostas ao vivo, controladas pelas pessoas que dançam na pista.

O projeto usa o software Max/MSP e live coding seguindo regras e comandos baseados na movimentação que acontece na pista de dança. O processo de desenvolvimento é totalmente aberto e visível, com os códigos projetos em telões enquanto a festa acontece. Além disso, sons estranhos são facilmente identificadas caso um algoritmo não produza exatamente uma batida, mas um outro baralho de máquina qualquer, fora da melodia.

O foco não é no músico ou no DJ, mas em como as pessoas reagem aos sons criados.

Com grande colaboração do artista e músico Alex McLean, as Algoraves resultam em sonoridades tecnológicas que dão uma nova perspectiva à música, à dança e também à relação entre artista e público, quebrando barreiras entre programadores e músicos.

As primeiras Algoraves que se tem conhecimento aconteceram em Londres, em 2012.

A música é construída ao vivo, pela multidão.

Algorave não são feitas de algoritmos como aqueles que resultam em nossas buscas no Google. São construídos ao vivo, pela multidão.

A bola fica com as pessoas na pista, para ajudarem os músicos a fazerem sentido com suas criações enquanto se divertem e transformam um trabalho conceitual em música de verdade.

 

Brainstorm9Post originalmente publicado no Brainstorm #9
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