Abertura de “Os Simpsons” homenageia o diretor japonês Hayao Miyazaki

Depois das recentes aberturas homenageando “Breaking Bad”, Guillermo Del Toro e “O Hobbit”, “Os Simpsons” agora prestam reverência ao diretor japonês Hayao Miyazaki.

“A Viagem de Chihiro”, “O Castelo Animado”, “Meu Amigo Totoro”, “Ponyo” e outras criações do estúdio Ghibli foram representados na entrada do mais recente episódio da série.

Simpsons
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Letterboxd lança retrospectiva cinematográfica de 2013

Desde o fim de 2012, quando falei sobre o site aqui no B9, o Letterboxd tem sido a minha rede social favorita. É uma ferramenta prática e com design apurado que permite catalogar os filmes assistidos, com opções de reviews, notas, criação de listas e interação com outros usuários.

E assim como aconteceu no ano passado, o Letterboxd acaba de lançar uma retrospectiva cinematográfica de 2013, baseado nas quase 12 milhões de marcações de filmes assistidos e 2 milhões de entradas de diário – o triplo em comparação com 2012 – criadas pela comunidade do site.

O Year In Review traz listas com os filmes mais bem cotados do ano – “12 Years a Slave” lidera o ranking – assim como os piores também. Já o filme mais assistido pelos membros da rede social foi “Django Livre”. No blog, aliás, o fundador do Letterboxd explica a situação de “Django Livre”, que tecnicamente foi lançado no fim de 2012, mas gozou de grande popularidade nos primeiros meses de 2013.

Letterboxd Year in Review

Quentin Tarantino, Alfonso Cuarón, Shane Black e Guillermo Del Toro foram os diretores mais assistidos durante o ano passado

Tem também os rankings de documentário com melhores notas – o impressionante “Act of Killing” -, de ficção científica e horror. Na lista de filme estrangeiro, ganhou “Azul e? a Cor Mais Quente”, enquanto o brasileiro “O Som ao Redor” ficou em sétimo lugar.

Além de outros rankings com os filmes mais populares mês a mês, a retrospectiva do Letterboxd revela também os títulos de determinadas décadas que foram mais assistidos em 2013. Exemplos: “Um Corpo Que Cai” foi o filme os anos de 1950 mais visto no ano passado, já “O Iluminado” lidera entre os lançamentos da década de 1980.

Letterboxd Year in Review

Outras categorias do ranking mostram que o ator mais assistido pela comunidade em 2013 foi James Franco, a atriz foi Melissa Leo, e diretor foi Quentin Tarantino, seguido de Alfonso Cuarón, Shane Black e Guillermo Del Toro.

Na lista dos filmes mais esperados de 2014, “X-Men: Dias de um Futuro Esquecido” lidera, seguido no novo “Capita?o Ame?rica”, e do “The Grand Budapest Hotel”.

Vale conferir o Year in Review na íntegra – letterboxd.com/2013 – e, claro, participar da rede social para colaborar com os resultados da próxima retrospectiva.

Letterboxd Year in Review
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Project 50 recria pôsteres de 50 sucessos do cinema

Alguns pôsteres são capazes de se tornar tão icônicos quanto os filmes que retratam, marcando época e tornando-se parte indispensável da cultura pop, conforme comprova o trabalho de alguns mestres como Saul Bass, Bill Gold e John Alvin. Para marcar sua edição de número 50, a revista Little White Lies convocou alguns dos melhores ilustradores do mundo para o Project 50, que recria 50 sucessos do cinema.

Entre os ilustradores convidados estão Gabz, Dan Mumford, Joe Wilson, Tim McDonagh, Diego Patino, Andrew Fairclough, UBERKRAAFT, James Wilson e Kyle Platts, entre outros, que assinam pôsteres de filmes como Gravidade, Réquiem para um Sonho, O Labirinto do Fauno, Cabo do Medo, Crash, Boogie Nights, A Pequena Loja dos Horrores, Duro de Matar e Gremlins 2.

Para conferir o Project 50 integralmente, basta clicar aqui.

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Trailer de “Veronica Mars” mostra o que a Warner fez com os 5,7 milhões arrecadados via Kickstarter

Em março do ano passado, a campanha de crowdfunding para um filme baseado na série cancelada “Veronica Mars” quebrou recordes no Kickstarter. Se tornou o projeto que mais rápido arrecadou 1 milhão de dólares, terminando com um montante total de 5.7 milhões. Discuti a questão, aliás, em um post com o título: “O que a campanha crowdfunding de ‘Veronica Mars’ nos diz sobre o futuro das indu?strias criativas”

Agora, 9 meses depois, o diretor Rob Thomas revelou o primeiro trailer do filme produzido com dinheiro dos fãs. Não deveria ser surpresa notar que se parece muito mais com um episódio estendido do que com um filme propriamente dito. É um orçamento baixo para uma produção de Hollywood, mas com 6 milhões de dólares da pra fazer um capítulo de “Game of Thrones”, por exemplo.

Para a Warner foi um ótimo negócio, já que eliminou parte do risco financeiro da balança, mas não me parece que o filme vá atrair uma nova audiência, além daquela que já era fã da série.

“Veronica Mars” estreia no dia 14 de março nos cinemas.

Veronica Mars

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Os jogos antigos de console agora disponíveis para jogar no browser

O papel do The Internet Archive era ter certeza de que décadas de tecnologia, videogame e cultura não fossem perdidas com o passar do tempo e a evolução do setor.

Para isso, em outubro deste ano foi lançada uma coleção com mais de 25 apps e games antigos, o Historical Software Collection, e também o projeto Javascript Mess, um emulador que simula máquinas antigas.

“Uma nova geração de pessoas irá descobrir o quão ruins eram estes jogos.” – brinca Jason Scott, curador do projeto, para The Verge

Esta semana foi divulgado que, agora, os consoles antigos que qualquer fã conhece – Atari 2600, Atari 7800, ColecoVision, Magnavox Odyssey² e Astrocade – estão disponíveis para serem jogados online.

Essa iniciativa faz parte da seção Console Living Room do projeto, uma coleção de games de consoles dos anos 70 e 80. O nome e a época de lançamento fazem referência à manhã de Natal dos sonhos de uma criança, de rasgar o papel da caixa debaixo da árvore e descobrir que o presente era um videogame.

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Console Living Room espera que os usuários apreciem a ideia de ter todos os cartuchos para um novo console ao alcance do clique.

Com uma coleção que irá se expandir nos próximos meses, o projeto torna estes jogos antigos disponíveis para o mundo e instantaneamente permite resgatar memórias e diversões de uma história das quais eles foram personagens principais.

 

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Archicine destaca a arquitetura de clássicos do cinema

Há alguns dias, a gente mostrou por aqui mais uma coleção reunida por Federico Mauro, que ao longo do ano mostrou como alguns objetos famosos podem criar uma identificação imediata no público. Mas nem só de óculos, guitarras e chapéus se vive, como comprova o arquiteto e ilustrados italiano Federico Babina, criador da série de pôsteres Archicine.

Nesta coleção, os filmes são representados pela arquitetura de seu principal cenário, como por exemplo, o inconfundível prédio de Janela Indiscreta, a casa de Os Incríveis ou ainda a singular construção de Star Wars.

Se a gente parar para pensar, ainda tem muitas outras casas e prédios que merecem entrar para esta série – as casas de Tony Stark e Sherlock Holmes são dois bons exemplos.

De qualquer maneira, vale dar uma olhada no portfolio de Babina, que tem outros projetos bem interessantes.

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The Real World Web mostra sites x mundo real

Toda vez que a gente entra em um site, esperamos que ele traduza o melhor de uma marca ou empresa, sendo uma representação digital à altura daquilo que conhecemos no universo analógico. Mas você já parou para pensar como seria o ambiente físico versus o virtual? 

Basicamente, essa é a proposta do Tumblr The Real World Web, que reúne fotografias das sedes das empresas e prints de seus sites. Entre alguns que fazem parte da coleção estão o Facebook, Google, Abbey Road, Rockstar North Rovio, entre outros.

Enquanto alguns sites levam vantagem pela facilidade – a maioria pode ser acessada de qualquer lugar no mundo -, algumas sedes físicas são imperdíveis. É o caso, por exemplo, do estúdio Abbey Road, que conta com uma vibe absurda, especialmente para quem é fã dos Beatles. Apesar da atualização inconstante, vale conferir o site.

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Artista moderniza personagens de “A Histo?ria Sem Fim”

Dos filmes de minha infância, “A Histo?ria sem Fim” é de longe um dos grandes favoritos. E provavelmente não estou sozinha nesta afirmação. O incrível mundo criado originalmente por Michael Ende, habitado por criaturas mais fantásticas ainda, chegou aos cinemas em 1984. E, apesar de quase 30 anos terem se passado, a aventura vivida por Bastian, Atreyu, Falkor, Come-Pedra e todos os habitantes de Fantasia continua atual.

Isso não, significa, entretanto, que a arte conceitual não poderia ser, digamos, modernizada um pouquinho. Foi o que fez o artista especializado em video-games Nicolas Francoeur, que criou uma série de ilustrações mostrando como seriam os personagens se A História sem Fim fosse filmada nos dias de hoje.

É possível notar que a escuridão do Nada é predominante nestas ilustrações, o que faz a gente pensar se uma refilmagem também adotaria este ponto de vista. De qualquer maneira, vale o registro, especialmente para quem é fã.

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Guia ilustrado ensina boas maneiras a usuários do metrô de Paris

Com 16 linhas e mais de 300 estações, o metrô de Paris – mais conhecido como Métropolitain – foi inaugurado em 1900. E apesar de praticamente haver uma estação a cada esquina da cidade, por outro lado os trens têm lá suas bizarrices, como por exemplo o próprio usuário ter de abrir a porta do vagão quando quer sair. Mas não é disso que trata o Manuel de Savoir-Vivre, um guia de boas maneiras para turistas que visitam a cidade e utilizam este transporte público em especial.

O e-book da RATP conta com ilustrações bacanas e conseguiu tratar com bom humor o que se deve ou não fazer quando se estiver utilizando o metrô parisiense. Apesar de estar em francês, algumas regras são universais e bem que poderiam ser aplicadas no Brasil também. Coisas como “compartilhe seu novo gosto musical em suas redes sociais. Hoje, você pode se expressar em silêncio” ou ainda “segure a porta de saída para a pessoa que vem atrás de você”, entre outras.

Vale dar uma olhada.

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Do roteiro para a tela: Um making of de “Gravidade”

Se você assistiu “Gravidade” no cinema, considere-se alguém de sorte, caso contrário, não poderá aproveitar em casa toda a experiência imaginada pelo diretor Alfonso Cuarón. Já se você pretende assistir no computador, tablet ou celular, certamente merece algum tipo de tortura medieval.

O vídeo de making of lançado nessa semana pela Warner Bros. pode esclarecer um pouco os motivos. Mas tem spoilers do final, então não assista se ainda não viu o filme.

“From Script to Screen” mostra o processo de criação e produção de “Gravidade”, com o Cuarón detalhando suas opções por metáforas e não retórica. Traz também depoimentos do elenco, do diretor de fotografia Emmanuel Lubezki, e da equipe de efeitos visuais da Framestore.

Um trabalho moderno e digital, mas ainda assim artesanal, capaz de transformar tecnologia em obra de arte. Leia também a nossa crítica sobre o filme.

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Infográfico revela a morfologia de Rocky

Acredite se quiser, mas há quem nunca tenha assistido a nenhum dos seis filmes da franquia Rocky por acreditar que se trata apenas de um filme de boxe. Um olhar mais atento, entretanto, demonstra que, na verdade, a franquia iniciada em 1976 é muito mais do que isso: é a história de um homem – que por um acaso é também um lutador de boxe – perseguindo um sonho, superando obstáculos, se apaixonando, vencendo, perdendo, envelhecendo. Mais ou menos o que mostra o infográfico Rocky Morphology.

Basicamente o que os caras do Fathom.info fizeram foi desconstruir todos os seis filmes, classificando as cenas categorias como diálogos (sim, eles estão lá, e alguns são muito bons), treinos, pré-luta, luta e montagens. Tudo isso é linkado às imagem correspondentes.

Então, se você é fã de Rocky, vale conferir este infográfico para explorar melhor a franquia. Agora, se você nunca assistiu a nenhum dos seis filmes, vale dar uma olhada para conhecer e, quem sabe, descobrir que a trajetória de Rocky Balboa é muito mais do que você imagina.

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A parcialidade incontestável dos documentários da CNN

O segundo semestre foi movimentado na programação de documentários originais da rede CNN. Depois de grande estardalhaço e uma campanha agressiva, o canal iniciou a transmissão de uma série de filmes – de acordo com a promessa – polêmicos e transformadores sobre temas como energia atômica, as Orcas do SeaWorld e o assassinato do Presidente John F. Kennedy. Todos eles, repletos de informação e com boa produção, mas, em dois deles, algo em comum: visão unilateral.

Documentários, idealmente, tem o objetivo de informar o espectador sobre um determinado assunto. Em muitos casos, o documentarista engajado utiliza o formato para contar uma história verídica por meio de depoimentos e informações, defender uma causa e promover a denúncia. Esse estilo é normalmente adotado pelo cineasta independente, cujo objetivo é vencer uma batalha, mostrar uma verdade assustadora, criticar algo ou alguém.

Entretanto, quando a marca CNN está envolvida, com o selo CNN Films, esperasse a pluralidade de ideias e a influência jornalística do canal no resultado final. O primeiro dos filmes da temporada foi “Blackfish”, um documentário agressivo e revelador sobre o tratamento dado às Orcas no SeaWorld e demais parques aquáticos da companhia por causa das diversas mortes de tratadores e treinadores.

Repletos de informação e com boa produção, mas algo em comum: visão unilateral

Vários ex-funcionários do SeaWorld, familiares de vítimas e especialistas no tratamento de baleias foram entrevistados e defenderam as acusações de maus tratos, perigo para os treinadores, distúrbios comportamentais detectados nos animais por conta dos anos de cativeiro e o acobertamento dos casos fatais. O conteúdo é forte e vai direto ao ponto. Entretanto, não há um representante sequer defendendo a empresa ou, de maneira mais ampla, falando sobre os eventuais aspectos positivos do trabalho da companhia.

CNN

Nesse caso, será que o outro lado não existe? O SeaWorld só se manifestou por meio de comunicado à empresa acusando o documentário de ser unilateral. Bom, nesse aspecto, eles estão certos. É fácil comprar uma versão emocionante e assustadora; mas, uma vez passado o susto, a imagem pode perder força e relevância. É acusador, júri e carrasco num pacote só. Se o espectador tem a opção de tirar suas próprias conclusões, a mensagem nunca é esquecida e o efeito permanece.

O mesmo acontece em “Pandora’s Promisse”, vendido como um debate sobre Energia Nuclear, mas que não passa de uma defesa obstinada em favor da tecnologia. Para isso, o diretor utilizou especialistas, ativistas ambientais anti-nuclear nos anos 70 que se converteram depois de aprender e descobrir as verdades sobre as usinas atômicas e os problemas das outras fontes de “energia limpa”. Há muita coisa boa ali.

Um exemplo: sabia que a areia da praia de Guarapari é mais radioativa do que os prédios vizinhos a Chernobil hoje em dia? O documentário é bastante educativo e revela muitas informações sobre os novos reatores e a efetividade da energia nuclear contra eólica ou solar, que são mais baratas, mas dependentes de condições climáticas.

Enfim, é um documentário interessante, mas é tudo tão lindo e fantástico? Não acabamos de enfrentar o desastre em Fukushima? Se é tão seguro, por que o único país descrito como “esperto o suficiente para perceber tudo isso e adotar usinas nucleares como principal fonte de energia” é a França?

A defesa é clara: o monopólio do petróleo não quer que ninguém saiba. Muito disso é verdade, com certeza. Mas aí coloco a pergunta: é mesmo papel do documentarista pensar pelo espectador e tentar empurrar sua visão sobre os fatos?

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Tom Hanks tentou fazer isso no terceiro documentário da temporada “The Assassination of President Kennedy”, uma análise dos fatos, teorias da conspiração e efeitos causados pelo assassinato de John F. Kennedy. Esse foi o único dos três filmes a colocar opiniões contrárias em confronto direto. Ex-policiais, jornalistas, médicos, escritores e políticos que estiveram ligados ao caso de alguma maneira foram ouvidos e deixaram seu recado.

No meio desse tiroteio de opiniões, uma linha editorial sólida e bem direcionada vai mostrando reportagens de época, fotografias, vídeos, faz uso de vozes de peso como Walter Kronkite e muitos depoimentos de arquivo para alimentar ambos os lados. Foi um tiro só? Jim Grissom, protagonista do filme “JFK” foi apenas um aproveitador atraindo a atenção pública? Qual a importância do Warren Report? Por que Jack Ruby matou Lee Oswald? Tudo isso é abordado tanto pela visão da época quanto pela ótica, e perspectiva, atual.

Pensando em termos lógicos, essa temporada de documentários da CNN parece ser balanceada: um agressor (“Blackfish”), um defensor (“Pandora’s Promisse”), um meio termo (“The Assassination of President Kennedy”). Visto de forma ampla, pode até fazer sentido, mas o espectador é apresentado a cada produto de uma vez, em horário nobre, com roupagem de verdade absoluta por conta da edição normalmente emotiva e envolvente.

Pessoalmente, não volto mais ao SeaWorld. O filme me provocou a pesquisar mais e, por conta da pesquisa, acabei encontrando informações mais contundentes ainda e sacramentei minha impressão (afinal, o assunto é mais “simples” e palpável), por outro lado, não comprei uma fantasia de Homer Simpson ou saí por aí pedindo mais usinas atômicas.

A CNN fica no fogo cruzado entre a “TV para Republicanos Radicais” e a “TV do Democrata Feliz”

Diferente do primeiro caso (que envolvia acusações criminais), cientistas e pesquisadores atômicos poderiam muito bem balancear os prós e contas do sistema. Não foram utilizados por opção clara do diretor. E, se ele optou por só mostrar um lado, prefiro não confiar muito nele. Ele pode estar certo e temos condições de construir novos reatores, seguros e efetivos, mas gosto de informações, não de propaganda. E, quando existe apenas um lado de uma história tão grande, que envolve vida e morte, há apenas um interesse. Ele age exatamente do mesmo modo que aqueles a quem critica.

Curiosamente, isso acontece em meio ao renascimento de um programa clássico da CNN: o “Crossfire”, cujo conceito envolve colocar defensores de dois lados de um determinado assunto e deixar o circo pegar fogo. No atual cenário de canais domésticos, a Fox News detém o título de “TV para Republicanos Radicais”, a MSNBC está no espectro oposto como a “TV do Democrata Feliz” e a CNN fica no fogo cruzado, tentando balancear sua cobertura e faz de conta ainda acreditar na neutralidade. O perfil dos documentários, e reportagens especiais, apresentadas recentemente vai contra essa imagem e, assim como seus concorrentes, o canal criado por Ted Turner parece estar extremamente interessado na tão criticada venda de opinião. E, pelo jeito, vale tudo.

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Uma coleção de “se tirar o chapéu”

Ao longo deste ano, o designer italiano Federico Mauro chamou a atenção com um projeto pessoal bastante divertido: reunir diferentes objetos famosos, que fazem parte da cultura pop, e que causam uma identificação imediata no público. Óculos, sapatos, guitarrasarmas, lâminas, comidas e bebidas até chegarmos aos chapéus.

Personagens, artistas, políticos e personalidades públicas que vão de Willy Wonka a Heisenberg, passando pelo Papa, Jimi Hendrix, Frank Sinatra, Jackie Kennedy e até mesmo Papai Noel, fazem parte desta coleção.

São 30 chapéus que estão marcados em nossas memórias, seja por fazerem parte de grandes momentos, histórias inesquecíveis ou simplesmente porque quem os usava era um ícone.

Particularmente, senti falta da inseparável cartola de Slash, marca registrada do guitarrista. Mas, no final das contas, não importa o quanto estas coleções tentem ser completas. A gente sempre fica achando que algo ficou de fora…

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“A Vida Secreta de Walter Mitty” pergunta: quem, de fato, você pode ser?

CIDADE DO MÉXICO – O avião cruzava os céus mexicanos em meio a um dos espetáculos mais assustadores, e belos, da minha vida: uma tempestade elétrica que ocupava todo o lado esquerdo da roda. Os raios avermelhados desenhavam padrões malucos acima das nuvens, tive medo e, falando de forma mais romântica, inveja. Um relâmpago não tem consciência, claro, mas foi impossível não pensar que, pelo curto tempo de existência, ele fazia o que bem entendia e cumpria uma função. Era, logo existia. E então a escuridão retornava.

A cada intervalo, minha mente voltava à sala de exibição da Fox, durante ao “A Vida Secreta de Walter Mitty” (The Secret Life of Walter Mitty). E a luz havia acabado. Novamente. Lá estava Ben Stiller descobrindo que seu emprego estava na berlinda e sem saber para onde canalizar sua energia. Energia era a palavra. Energia, algo que todos temos e precisamos gastar, de preferência sabiamente, antes que ela termine.

Walter Mitty teve essa chance. Mas, antes, precisava descobrir quem ele era. Ou melhor, em quem ele havia se tornado. Esse é um dos desafios do roteiro de Steve Conrad (“À Procura da Felicidade”), baseado num conto clássico de James Thurber. E quem é Walter Mitty? “Ele não é um fracassado, solitário ou um esquisitão”, explica o diretor e astro Ben Stiller, em entrevista exclusiva ao B9, na Cidade do México.

“Ele só é um cara que nunca conseguiu colocar em prática tudo aquilo que queria ser e fazer”.

Ben Stiller comanda as filmagens em Nova York

Ben Stiller comanda as filmagens em Nova York

Walter Mitty

“A Vida Secreta de Walter Mitty” parece sintetizar as próprias escolhas da carreira de Stiller, que celebra em 2014 os 20 anos de sua primeira direção (“Reality Bites”): personagens sempre à espera de uma transformação, prontos para explodir, recomeçar ou se reinventar.

“Parte do meu trabalho é permitir que esse tipo de personagem seja notado e fazer com que as pessoas notem haver algo mais ali. Cada um tem uma história e ela acontece quer a gente queira ou não; sempre estamos pensando em algo, sempre há um objetivo e ele é importante para aquela pessoa, a gente só não sabe. Na maioria das vezes, preciso fazer o suficiente para não estragar tudo nas filmagens (risos) e continuar fazendo o que amo”.

“Não estragar tudo” significa dirigir e atuar bem, num filme cuja mensagem é universal: viver a vida. Com mais de 116 filmes no currículo, Stiller conhece tanto suas limitações quanto vantagens e as usa de acordo. “Não vejo muita ligação entre um personagem e outro, pois sempre encaro cada projeto como novo. É bobo, mas funciona assim comigo. Uma das coisas mais importantes, a meu ver, é dar dignidade aos personagens, honrar o que está no roteiro e o que Steve (Conrad) quis transmitir ali”, explica o diretor, partidário do “menos pode ser mais”.

Há melancolia, há sofrimento, mas sempre há esperança nesse roteiro em constante movimento, beneficiado por um diretor numa jornada própria

Walter Mitty é o condutor ideal para expor a visão do diretor e a devoção do ator. Muita gente acaba perdendo essa perspectiva, mas trabalhar com cinema, na maioria dos casos, é uma relação profissional. Você vai ao set todos os dias, cumpre sua função, leva trabalho para casa em alguns dias, e repete o processo até o fim do ciclo. Recebe o pagamento. E procura o próximo trabalho.

A vida de Mitty é assim, a de Stiller também. “É sempre engraçado ver minha filha cheia de perguntas quando estou editando em casa”, conta entre uma risada e outra (quando provocado, pois, normalmente, ele é mais recatado e sério do que se imagina).

Walter Mitty

“Papai, por que você passa o dia assistindo televisão?”.

Claro, ele é um dos astros mais bem pagos de Hollywood, pode produzir seus próprios projetos, mas inegavelmente, tem mostrado amadurecimento visível. É só ver o trabalho em “Greenberg” e comparar com “Mitty”. É o bom resultado da mistura: mente criativa, sucesso comercial e um cineasta com algo a dizer. E muito bom gosto visual, afinal, um dos elementos mais poderosos desse novo filme é o uso criativo das locações exóticas, assim como as mais simplórias, a favor da construção desse herói cotidiano.

“A Vida Secreta de Walter Mitty” tem um valor especial para quem trabalha com mídias, pois aborda diretamente a transição dos veículos impressos para o ambiente online

São tantos cartões postais seguidos que poderia parecer difícil lembrar de todos, mas é aí que entra a carga dramática e eles ficam marcados na sua mente, não importa se é a estrada solitária na Islândia ou a fonte na frente do escritório. Assim como os personagens tidos como corriqueiros, as locações têm suas próprias histórias e, aos poucos, vão sendo reveladas.

Para Stiller, “é necessário se lembrar constantemente de que somos formados por essas experiências, pelos passos que escolhemos, pelas decisões às quais, em muitas vezes, somos forçados a tomar; é tão fácil perder a noção quando se está gravando num lugar tão lindo, voando e fazendo coisas tão legais. Pode ser a idade falando, mas a vida passa e percebo que vamos perdendo aqueles que amamos e apenas a realidade é uma constante. O momento é tudo que temos. Lidar com isso é tão difícil quanto importante”. Bater um papo sincero e, até certo ponto, pessoal com um sujeito cuja imagem está, normalmente, ligada ao humor é interessante e mostra muito do profissional por trás das telas. Tão sério quanto tiete.

Ben Stiller e Adam Scott no set

Ben Stiller e Adam Scott no set

“Eu parecia uma criança quando Sean Penn estava trabalhando. Ele é meu ator favorito, e poder ver o cara atuar, ali, pertinho, me intrometer e capturar o resultado do trabalho dele em filme foi algo muito legal para mim”, confessa Stiller, com um sorrisão aberto.

O trailer vende bem a ideia, mas é apenas uma camada superficial desse filme intenso e, possivelmente, transformador

“É preciso ter equilíbrio, sabe. Só fui perceber isso quando formei minha família. Antes, era só trabalho, trabalho e mais trabalho. Quando as fraldas chegaram, senti a necessidade de passar mais tempo com eles e escolher bem quais histórias queria contar como cineasta. Minha família entende e apoia o que eu faço, mas graças a eles percebi que precisava aproveitar mais essas experiências às quais sou exposto e faço parte. Nunca estou totalmente feliz se não estou com eles, assim como não fico satisfeito quando não estou envolvido criativamente no processo, e dou mais vazão à criatividade quando estou com eles, logo, é um ciclo que beneficia a todos”.

“A Vida Secreta de Walter Mitty” tem um valor especial para quem trabalha com mídias, pois aborda diretamente a transição dos veículos impressos para o ambiente online (e as pequenas tragédias que acompanharam, e acompanham, o processo). Steve Conrad escolheu contar a história fictícia da última edição da revista Life e tudo acontece pelo prisma de Walter Mitty, o responsável pelo controle dos cromos e negativos. O cargo em si já soa arcaico, não? Entretanto, por se tratar da Life, o cara é fundamental! Afinal, sem fotos, a revista não existe.

Walter Mitty

O chamado motivador não faz do longa uma obra de auto-ajuda. É uma provocação declarada

Cercado por momentos da vida alheia, Mitty faz pouco por si mesmo e apela para a fantasia para espancar o chefe imbecil, conquistar a mulher dos seus sonhos e resolver os problemas mais corriqueiros. Para quem gosta, o humor de Stiller funciona perfeitamente e os personagens são construídos tanto no mundo real quanto no fantástico. O trailer vende bem essa ideia, mas é apenas uma camada superficial desse filme intenso e, possivelmente, transformador. Trata-se de um chamado à ação, um grito contra a procrastinação e as inúmeras vidas acomodadas por aí.

Walter Mitty

Interessante notar que a motivação de Mitty é profissional (ele precisa encontrar uma foto perdida), mas seus companheiros de aventura são distantes e fisicamente ausentes; pessoas com as quais ele se relaciona em seu mundo particular e com quem ele quase nunca teve contato (a paixão vivida por Kristen Wiig, o consultor de perfil do site de namoro criado com primazia por Patton Oswalt e o fotografo premiado vivido por Sean Penn). O filme tem um pouco de road movie, mas é, no fundo, uma grande caça ao tesouro e, quando se abre o baú, ele está repleto de surpresas e mensagens necessárias aos olhos de um Mitty transformado por sua própria realidade.

Há melancolia, há sofrimento, mas sempre há esperança nesse roteiro em constante movimento, beneficiado por um diretor numa jornada própria. Ele não é de todo deslumbrante, porém. Muito por conta do excesso de introspecção e longas sequências em meio à natureza, focadas unicamente na figura de Mitty.

“Pude fazer tudo que quis, e isso é fantástico. Poucos atores tem essa oportunidade. Mas em alguns momentos, pode ser frustrante não ter um diretor vendo outras coisas ou cobrando de maneira mais direta. É impossível estar nos dois lugares ao mesmo tempo, então eu seguia minha visão da cena e mandava ver. Mas me perguntava: será que estou fazendo o melhor? Estou me cobrando o suficiente? Eu sabia a resposta, mas não significa que a pergunta desaparecia!”, comenta Stiller.

Uma pergunta que não vai embora ao se assistir “A Vida Secreta de Walter Mitty” é: você sabe quem você pode, de fato, ser? Isso não faz do longa uma obra de auto-ajuda, longe disso. É uma provocação declarada. Assim como Stiller, que poderia ter se contentado ao repetir as mesmas comédias, e optou por contar outras histórias que respondessem a seus ímpetos criativos, Mitty partiu numa aventura extremamente real.

Uma pergunta que não vai embora ao se assistir “A Vida Secreta de Walter Mitty”: você sabe quem você pode, de fato, ser?

Ambos têm energia de sobra e, provocados da maneira certa, entregam resultados impressionantes. O personagem se desenvolve, se modifica, sem precisar jogar tudo para o ar. Apenas encontra um novo modo de ver as coisas. O filme é sincero, grandioso e tem peso suficiente para fazer uma coisa por você: se essa for a sua hora, ele vai te transformar.

E revelo a minha transformação: voltei a ter fé nas grandes histórias cheias de coração e relevância. Muita gente tem se surpreendido, por subestimar Ben Stiller como diretor justamente em seu melhor trabalho até agora, e por se achar acima de uma história motivadora. Motivação é tudo que sempre precisamos. Nunca devemos estar acima disso, devemos buscá-la onde quer que ela esteja. Que seja um raio distante, o refrão de uma música, a cena de um filme ou o sorriso de uma criança. É só olhar para o lugar certo. Para Mitty era num que ele conhecia através de fotos. Onde estará a sua?

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Fábio M. Barreto é jornalista, chorou com o final desse filme, quer passar um mês na Islândia tirando fotos e é autor da ficção “Filhos do Fim do Mundo”.

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“O Jogo do Exterminador”: A resistência masculina

Enquanto os grandes estúdios brigam pelo blockbuster multimilionário do ano, um novo mercado se formou em torno de companhias menores numa constante busca pela próxima cinessérie de sucesso. Tudo por conta do sucesso recente da Summit Entertainment (que já está no mercado desde os anos 1990 e que tem o oscarizado “Guerra ao Terror” no currículo), com seus filmes altamente rentáveis e de custo modesto (“Em Chamas” custou cerca de US$ 78 milhões), que evitou os tropeços da New Line (que fez “O Senhor dos Anéis”, mas, mesmo assim, faliu poucos anos depois) e se estabeleceu como a casa das adaptações para o público adolescente.

Se a empresa fez o dever de casa no aspecto financeiro, também tem feito no aspecto criativo. O conceito é que a cada megahit, você financie outros 5 filmes menores e, quem sabe, não acerte na loteria novamente. O resultado tem sido fantástico e permitiu que um dos marcos da ficção científica norte-americana chegasse às telas.

É importante contextualizar, pois tudo joga contra “O Jogo do Exterminador”: material antigo, penetração razoável no exterior e, o mais importante mercadologicamente, distanciamento com a garotada que consome cinema e literatura hoje em dia. Mas a surpresa está justamente nessas “diferenças”, pois, essencialmente, Orson Scott Card definiu muitas das regras seguidas pelos heróis e heroínas da atualidade. Ender Wiggin é um jovem inovador, capaz de ultrapassar limites para atingir seu objetivo e com a chance de não salvar apenas um mundo, mas a raça humana!

O diretor Gavin Hood e Harrison Ford no set

O diretor Gavin Hood e Harrison Ford no set

O diferencial de “O Jogo do Exterminador” está na natureza militar da história

A mensagem é grandiosa, inspiradora, imutável e assustadora: lute, conquiste seu lugar e transforme o mundo à sua volta. De certo modo, não é essa definição do ser humano? A busca pela evolução e pela realização. O diferencial de “O Jogo do Exterminador” está na natureza militar da história. Harry Potter foi para a escola de bruxaria, Ender Wiggin foi para a Escola de Combate e aprendeu a ser um general.

Ender's Book

Não há muito espaço para o deslumbre ou elementos lúdicos nessa história, afinal, vida e morte são conceitos sempre presentes. Ender entende isso e, mesmo em suas ações corriqueiras ou no lido com os valentões da escola, ele é efetivo e brutal. O exemplo clássico do arco do herói que precisa encontrar o equilíbrio entre a emoção extrema da irmã e a violência desregrada do irmão – ambos rejeitados pela Academia.

A atualização visual fez bem a “O Jogo do Exterminador”, pois pode aproximar conceitos como a Sala de Batalha e as próprias simulações de combate comandadas por Ender da linguagem dos videogames. Alias, fosse mais famoso (quem sabe com o filme), ele seria um dos grandes heróis dos jogadores modernos. Ele é Neo, ele é Luke, ele é Potter, ele é Katniss e a lista continua, mas ele é o único capaz de acabar com uma guerra.

Esse conceito é bem interessante, e atual (se contraposto à guerra ao Terror de George W. Bush), além de permitir a Ender fazer uma crítica brutal ao militarismo do qual é tão dependente. Ele é o comandante capaz de encerrar o conflito entre humanos e insetos de maneira definitiva – e terrível. Ao mesmo tempo, ele também pode fazer isso de modo pacífico, não fosse a manipulação à qual é submetido.

Ender's Game

Você luta por acreditar realmente ou simplesmente pela imposição ou histórias que ouviu? Há um grande debate sobre a relação com nossos oponentes e Card é brilhante nesse aspecto: “no momento em que entendo meu inimigo, passo a amá-lo como ele se ama; quando o amo, posso destruí-lo completamente” (tradução livre).

Crescer rápido é necessário ou o destino é morrer como vítima dos mais espertos.

E o filme reconhece essa qualidade e lhe dá foco em mais um grande trabalho de Asa Butterfield (“A Invenção de Hugo Cabret”), que faz frente a um Harrison Ford energizado e de volta à boa forma, e Sir Ben Kingsley em versão guerreiro Maori. Harrison Ford vem retomando uma sequência de ótimas atuações (assim como em “42”) e se torna indispensável a essa adaptação.

A obra original já trabalhava a questão da juventude mais curta e vemos nisso na responsabilidade e nos ensinamentos recebidos pelos jovens recrutas. A preparação é brutal, assim como a dura realidade da vida adulta. Crescer rápido é necessário ou o destino é morrer como vítima dos mais espertos. “Nunca me senti como uma criança. Sempre fui uma pessoa – a mesma pessoa que sou hoje”.

Ender's Game

Os conceitos relevantes estão por todos os lados e, felizmente, são utilizáveis na vida moderna. A relação com os jogos, conflitos, preparação acadêmica, vida social, respeito racial, fé, trabalho… destino. Essa é a principal razão pela qual “O Jogo do Exterminador” nunca perdeu força ao longo de três décadas e pela qual ele pode não ser um sucesso estrondoso de bilheterias, mas vai continuar transformando mentes e estimulando o debate.

“O Jogo do Exterminador” é um festival de acertos num filme efetivo e, mesmo que distante de se transformar em um hit, marca o gênero

Esse tipo de discussão é necessária perante o aumento da individualidade, o declínio na habilidade de interação interpessoal promovido pela internet e a quantidade de aprendizado não supervisionado. “Jogos Vorazes” faz um pouco disso ao promover o debate, mas sobre uma revolução pouco prática; Harry Potter estimula a amizade; “O Jogo do Exterminador” mistura tudo isso com ação, belos efeitos e um desfecho ainda surpreendente.

Saí do cinema IMAX maravilhado com o trabalho de Gavin Hood e a esperança renovada na boa ficção científica, num ano que já nos presenteou com “Gravity” e “Her”. Destaco a atuação certeira de Hailee Stienfeld, a força feminina do elenco, que também conta com um pequeno papel para Abigail Breslin.

“O Jogo do Exterminador” é um festival de acertos num filme efetivo e, mesmo que distante de se transformar em um hit, marca o gênero. A batalha ainda não terminou, mas desde quando precisamos contar ao inimigo que ele ganhou? Assista! E mostre a seus filhos e sobrinhos!

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Fábio M. Barreto é autor da ficção “Filhos do Fim do Mundo” e voltou a ser uma criança sonhadora quando viu “O Jogo do Exterminador”

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Assista ao primeiro teaser trailer de “Planeta dos Macacos: O Confronto”

A Fox liberou hoje o primeiro teaser trailer de “Planeta dos Macacos: O Confronto” (Dawn of the Planet of the Apes), a sequência do excelente “Planeta dos Macacos: A Origem”, de 2011.

A nova trama continua acompanhando a saga de César, apenas alguns anos depois dos eventos do filme anterior, com a população de macacos evoluídos cada vez maior. No elenco, estão Gary Oldman, Jason Clarke, Judy Greer e, claro, Andy Serkis.

A direção é de Matt Reeves (“Cloverfield” e “Deixe-me Entrar”), e a estreia brasileira está marcada para 25 de julho de 2014.

Planet of Apes

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Infográfico reúne bigodes icônicos do cinema

Para marcar o lançamento de The Anchorman 2: The Legend Continues –  que aqui no Brasil recebeu o título de Tudo Por um Furo – no Reino Unido, a rede britânica de cinemas Vue criou um divertido infográfico relembrando bigodes icônicos do cinema. Afinal, é impossível imaginar o personagem Ron Burgundy sem sua inconfundível bigodeira.

My Movie Moustache and Me defende que a maior marca da personalidade de um homem é o seu bigode. “Um bigode não existe apenas para ser uma marca da masculinidade, mas para comunicar ao mundo as idiossincrasias e peculiaridades do homem”.

A introdução é seguida por uma seleção de dez estilos de bigodes – entre eles o Burgundy, Butcher, Jafar, Lorax, Bandit, Jules, Gable, Groucho, Goodman e o Chaplin, é claro.

E, caso você esteja se perguntando, no Brasil Tudo por um Furo tem estreia prevista para 14 de fevereiro de 2014.

anchorman

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O primeiro teaser de “Interstellar”, novo filme de Christopher Nolan

O Christopher Nolan já fez coisa boa né? Pois então. O portifa dele já lhe dá a obrigação de clicar logo no play acima.

Esse é o primeiro teaser revelado de “Interstellar”, nova ficção científica do diretor, que estreia em novembro fe 2014.

No elenco estão Matthew McConaughey, Anne Hathaway, Jessica Chastain, e, surpresa… Michael Caine.

Interstellar

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“O Hobbit: A Desolac?a?o de Smaug” sofre com a ingenuidade de Peter Jackson

“O Hobbit” sempre teve uma história simples: um grupo de personagens precisa vencer desafios para derrotar um dragão, encontrar riquezas e retomar uma cidade perdida. É a famosa base da indústria do RPG: “uma aventura”. Foi assim que Peter Jackson iniciou sua segunda visita à Terra-Média com “Uma Jornada Inesperada” (falei dele aqui), primeiro da série de filmes encomendados pela Warner Bros. para adaptar o trabalho inicial de J.R.R.Tolkien.

Inicialmente, tratava-se de uma dobradinha que, logo, por conta das bilheterias, virou trilogia. Festejei a decisão, afinal, quanto mais tempo passeando por Mirkwood, Esgaroth, Bree e Bolsão melhor, não? Idealmente, sim. Na prática, a coisa foi diferente e o resultado de “A Desolação de Smaug” coloca em risco a imagem, e a eficiência, de Peter Jackson.

Logo de cara, é preciso dissociar simplicidade de infantilidade. Ideias simples podem ser complexas e o mercado infantil já emocionou e transformou muitos espectadores. Nenhuma das duas coisas é, necessariamente, negativa. Muita gente usa o conceito do próprio Tolkien sobre “O Hobbit” ser uma obra mais infantil para diferenciar essa nova trilogia de “O Senhor dos Anéis”. Sempre foi, tanto que é leitura de Ensino Médio nos Estados Unidos e na Inglaterra.

The Hobbit

Para muitos a presença de Smaug justifica as três horas de projeção, para outros tantos é enrolação e obviedade demais

O que acontece nos novos filmes é isso: uma ideia simples, ganhando mais volume, complexidade e uma injeção de adrenalina. Muito, claro, por conta da necessidade dos três filmes – inspirado num livro de menos de 300 páginas – e da maior novidade: um segundo longa com a história deveras diferente do original. Esse elemento chama a atenção não apenas por novos personagens ou cenas prolongadas, mas pela transformação da índole de personagens. Curioso lembrar que uma das críticas a “Uma Jornada Inesperada” foi justamente a fidelidade ao livro. Tudo mudou. E funcionou?

Essa questão é subjetiva demais. Para muitos, a história vai ter arcos mais elaborados e a presença de Smaug justifica as três horas de projeção, para outros tantos é enrolação demais e obviedade demais. Mesmo não tendo amado “Uma Jornada Inesperada”, comprei o Blu-Ray e já assisti mais de 20 vezes. Farei o mesmo com esse novo filme, mas por ser fã.

O fã vai querer visitar a Terra-Média, embora considere, até o momento, a Batalha do Abismo de Helm melhor que todas as horas da nova trilogia. Fã é fã e estou feliz com esse meu lado. Agora, o cara que gosta de sentar na poltrona, ser carregado por uma boa história e ver um bom filme. Ah, esse está sofrendo aqui. Detonar por detonar é um desserviço, afinal, subjetividade é sinônimo de porrada hoje em dia. Logo, vamos a alguns fatos.

Peter Jackson no set

Peter Jackson no set

Um cineasta para todos analisar

The Hobbit

Primeiro, lembra que metade do texto anterior falava sobre os 48 quadros por segundo? Sumiu! Muitas salas têm disponibilidade, mas a Warner preferiu mostrar a versão 24fps para a imprensa, não divulgou uma linha sobre o formato e mantém a oferta na surdina. Cerca de 750 salas nos Estados Unidos e mais de 2500 no resto do mundo. Fato: o experimento falhou e nenhum outro grande filme abraçou a ideia. Toda a revolução tecnológica e o blablabla caíram por terra (pelo menos por enquanto, James Cameron está filmando “Avatar 2 e 3″ com mais quadros por segundo), mesmo com uma significativa margem de aceitação. Sobrou apenas o 3D tipicamente mais escuro e, via de regra, desnecessário.

Aí vem um dos maiores problemas: “A Desolação de Smaug” é ingênuo. Bobo mesmo. E a culpa é de Peter Jackson, que, aliás, é o primeiro personagem a aparecer em cena. Simples pode ser bom; infantil também. Bobo é difícil de engolir. O diretor aprovou (teoricamente) uma edição óbvia e desinteressante. A primeira cena do encontro entre Thorin e Gandalf, e os dois “caras maus” é descarada ao extremo, sem tensão, sem criatividade. Algo feito no automático.

E a sensação não se dissipa ao longo da projeção. Peter Jackson usa e abusa da repetição dos movimentos de câmera, recicla suas próprias ideias (a cena na qual Tauriel, em bom papel de Evangeline Lilly, cura um dos membros da companhia de Thorin é exatamente igual ao salvamento de Frodo por Arwen) e caiu na armadilha do segundo filme. Ele assume ter “filmado demais”, mas, na inexistência da trilogia, muitas das cenas seriam mais breves ou ficariam na edição. Kill your darlings, é a regra máxima e ele a desrespeitou. Cinema é entretenimento, mas não é parque de diversões e essa é uma das deslizadas de “A Desolação de Smaug”.

Peter Jackson abusa da repetição dos movimentos de câmera e recicla suas próprias ideias

Assistir à fuga nos barris garante a mesma sensação de visitar o brinquedo do “King Kong”, dirigido e criado por Peter Jackson para o Universal Studios, aqui em Los Angeles. Correria, movimento, aquela forçada de barra básica – mas plenamente aceitável – e a relevância dramática nula. O mesmo vale para a montanha-russa dentro de Erebor, na qual tanto roteiro quanto PJ soltaram a franga e deram vazão a todos os sonhos mais malucos. Seriam ótimos extras para o Blu-Ray, com certeza, e atrações garantidas no eventual parque temático tolkeniano! Fica difícil não imaginar duas coisas: como teria sido caso Guillermo Del Toro dirigisse; e como seria tão mais empolgante, e igualmente lindo, em dois (ou mesmo um!) filmes mais condensados.

The Hobbit

Hobbit

Um Fã para Todos Adorar (alguns spoilers)

Houve melhorias, claro. A maior delas foi a melhor efetividade da trilha sonora, que fugiu da repetição ad eternum da música tema dos anões e carregou a trama com mais variedade e força. A atuação de Martin Freeman, que já era fantástica, melhorou mais ainda. E, claro, Smaug foi revelado com magnanimidade, imponência e fogo! O monstro ficou fantástico e fez jus ao trabalho de voz de Benedict Cumberbatch. Uma combinação bela e assustadora.

O descompromisso com o material original permitiu maior liberdade ao roteiro, sem dúvida. Um triângulo amoroso surgiu, assim como diversas ligações – de validade questionável – com “O Senhor dos Ane?is” e uma nova rodada da discussão de Merry e Pippin com Barbárvore, desta vez, diluída entre Legolas & Tauriel e Bardo & Anões. Lutar é preciso? Ser egoísta é sempre visto com péssimos olhos no universo cinematográfico de Tolkien.

Mas, justamente por soar como preambulo, a discussão não é concluída. Thorin e Bilbo (subutilizado nesse capítulo) enfrentam seus demônios frente a frente. O hobbit sofre pela tentação do Um Anel, enquanto o anão é confrontado com a ganância de seus antepassados e, novamente, falha na maioria dos testes. O Thorin de Peter Jackson é extremamente falho, com alguns momentos de grandiosidade. Provavelmente, uma construção para um desfecho de grande escala no terceiro filme durante a Batalha dos Cinco Exércitos.

The Hobbit

The Hobbit

Há muito acontecendo. Gandalf desvenda o “mistério” da identidade do novo senhor de Dol Guldur, depois de fazer uma visitinha aos picos de Rhudaur; os homens de Esgaroth – uma cidade castigada pelos séculos de esquecimento e empobrecimento desde a queda de Erebor – tentam se manter vivos mesmo como clara alusão à corrupção e ao definhamento social; e Thranduil, pai de Legolas, se torna o catalisador de preconceito, arrogância e egoísmo e, até certo ponto, é o vilão do filme, afinal de contas, o novo super-orc não faz muita diferença.

Beorn foi totalmente desnecessário, diga-se de passagem. São vários arcos, várias continuações de conceitos iniciados no primeiro filme e que só vão fazer sentido no capítulo final. E aí mora um dos problemas, pois fica difícil encarar “A Desolação de Smaug” como um filme fechado, pois não há uma trama específica contida nele e sua conclusão também fica no meio do caminho, inconclusa.

E qual a função de um filme de passagem? Protelar algo claro desde o princípio. Haverá uma grande batalha antes da Guerra do Anel. E ela vai envolver todos os povos apresentados por essa looooonga introdução. Homens sem esperança, anões divididos, orcs e goblins sob a liderança de Sauron e as águias, sempre as águias.

“A Desolação de Smaug” é um exercício de paciência, alimentado pela expectativa de um desfecho digno. A diferença é clara entre a mentalidade da finada New Line, que não permitiria tantos exageros – até mesmo por estar com o pé atrás no início da produção – e da Warner, que aposta no “quanto mais, melhor!”. Dois estúdios, duas trilogias, um mesmo diretor reagindo de formas completamente diferentes.

“A Desolação de Smaug” é um exercício de paciência, alimentado pela expectativa de um desfecho digno

Peter Jackson disse que essa é “provavelmente, a última vez que voltará a visitar a Terra-Média” como diretor, então, está aproveitando para filmar tudo que quer. Eu entendo. E, sem dúvida, faria o mesmo. E erraria do mesmo jeito.

Da última vez, torcemos pelas versões estendidas, agora o sentimento é o oposto. Torço muito para que essa não seja a “trilogia frustrante” da geração atual, assim como os últimos de George Lucas foram para a minha, mas só um filme brilhante salvará o dia, a Terra-Média e dará relevância a tanta enrolação.

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Fábio M. Barreto é tolkeniano, adoraria morar em Minas Tirith e é autor da ficção “Filhos do Fim do Mundo”.

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Netflix revela o trailer da segunda temporada de “House of Cards”

A Netflix revelou hoje o trailer da segunda temporada de “House of Cards”. A série que fez história com indicações ao Emmy, conquistou ontem também quatro chances de prêmio no Globo de Ouro 2013: Melhor Série de TV Dramática; Melhor Atriz em Série de TV Dramática (Robin Wright); Melhor Ator em Série de TV Dramática (Kevin Spacey); e Melhor Ator Coadjuvante em Série, Minissérie ou Filme para TV (Corey Stoll).

A segunda temporada tem estreia marcada para o dia 14 de fevereiro de 2014, quando todos os episódios estarão disponíveis para streaming.

House of Cards

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