MWC2015: Google é onipresente na feira

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A pedido da querida Ju Wallauer, fiquei de olho nas ativações aqui na feira. Há estandes gigantescos, de tirar o chapéu. Mas não necessariamente ultrainterativos como poderíamos pensar sobre o maior evento de tecnologia móvel do mundo.

A própria feira disponibiliza totens interativos. Basta baixar o app da Mobile World Congress e encostar o seu smartphone (exceto qualquer iPhone antes do 6 ou smartphones com mais de 3 anos) para baixar conteúdos e rotas para o seu estande favorito por NFC. Só tem um problema: o app do MWC mantém o Bluetooth sempre ligado. E a bateria aqui no evento vai bem rápido com as osciladas do Wi-Fi. 🙁

Em suma: apesar de toda a tecnologia disponível, é necessário simplificar.

O Google, por exemplo, está onipresente na feira. Todos os lugares têm bonecos Android e todo mundo está carregando a marca para lá e para cá. Como?

Num dos menores e mais concorridos estandes da feira, é possível androidificar-se em tablets ou telões interativos. Uma vez androidificado, um adesivo e uma ecobag com o seu personagem são oferecidos como um pequeño regalo da empresa.

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Eles também oferecem um mapa diferente para você se guiar no evento, em que os estandes de outras empresas que trabalham com Android são destacados. Em cada um deles, outro regalito: broches Android, cada empresa com o seu modelo exclusivo, e mudando todos os dias. Não preciso nem dizer que estou em minha missão Pokemon: catch’em all!

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Também não preciso comentar sobre o sucesso que isso está fazendo por aqui. Muita gente andando com os broches para lá e para cá. Entre os atendentes de marcas (que não podem ficar circulando por concorrentes para não serem acusados de nada), criou-se até um mercado informal na base do escambo. Um bom jeito de bater papo e fazer novos amigos.

Enquanto jogo minhas poke-bolas em Barcelona, sigo de olho nas novidades desta bela feira. Até o próximo post!

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MWC2015: Smartphones podem ajudar na saúde bucal

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Num cantinho bem escondido da feira (até me agradeceram pela visita), a Oral-B está fazendo demonstração de sua escova de dentes high tech com Bluetooth. É um pouco estranho alguém lhe perguntar se não gostaria de escovar os dentes por alguns segundos em uma feira de tecnologia, mas estamos aqui para passar por tais situações inusitadas para manter o leitor entretido.

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Mas qual é o lance da escova de dentes? Ela conecta-se com o seu smartphone através de um aplicativo da Oral-B. Uma vez conectada, você pode seguir as instruções do aplicativo para melhor escovar os seus dentinhos. O app avisará se você estiver fazendo muita força – o que pode machucar as gengivas – e dirá quanto tempo você deve dedicar a cada área de sua boca, com um timer.

Enquanto isso, o app ainda pode exibir notícias e vídeos para você se distrair enquanto a escova elétrica faz o serviço. Detalhe: não precisa ter a escova para baixá-lo (disponível na App Store e na Google Play), mas nem todos os recursos estarão disponíveis.

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Com a escova high tech, não dá para roubar muito no jogo: ela vai medir o tempo de escovação enquanto estiver ligada (e não recomendo manter a escova ligada fora da boca, principalmente se estiver com creme dental), quanta força foi feita e gerar relatórios que podem ser vistos por um dentista. Ele então poderá programar intervalos maiores ou menores de escovação em determinadas áreas que podem requerer maior cuidado, diretamente em seu celular.

Tudo isso para você pôr esse sorriso nos lábios sem medo de ser feliz.

Enquanto bochecho para limpar o creme dental por aqui, continuo vasculhando a Mobile World Congress em busca de mais novidades. Até o próximo post!

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MWC2015: Samsung anuncia os Galaxy S6 e S6 Edge

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Depois de anos tendo o design como o seu calcanhar de Aquiles, a Samsung parece ter trazido o principal lançamento da Mobile World Congress investindo mais pesado nisso.

Duas coisas chamam atenção de cara no novo aparelho: o vidro bem encurvado nas extremidades, o que faz as bordas laterais desaparecerem; e o acabamento metálico no fundo, em alumínio, com a promessa de ser mais resistente do que seus concorrentes de mercado.

Também chamou atenção o tempo utilizado para seus porta-vozes citarem os grandes investimentos e mudanças na interface do sistema operacional (sim, a Samsung não deixa o Android quieto), sempre batendo na tecla da melhoria de experiência do usuário.

Uma rara oportunidade em que a apresentação da Samsung não realiza a famosa chuva de features e siglas pouco conhecidas (o nosso editor-chefe Carlos Merigo, este applemaníaco, chama de “sopa de letrinhas”) entre o público mais leigo. Sendo o smartphone um produto de massa nos dias de hoje, faz sentido tal cuidado, mesmo nas apresentações aos jornalistas.

Novidades em smartphones são um bom sinal.

No ano passado, muito se falou em wearables como a próxima grande coisa. Talvez uma saída recheada em features para alavancar as vendas de novos aparelhos, além de smartphones e tablets compatíveis. O tempo passou e a ideia de voltar a usar um relógio de pulso multifuncional ainda parece agradar mais os muito geeks e os hipocondríacos do que a massa. Tudo bem, aqui tem crítica pessoal. Mas tudo ainda não passa de mera aposta.

Uma mudança interessante no design dos smartphones (tanto no aparelho quando na interface) sem vir da Apple é também bom indício de saúde das outras gigantes de tecnologia. A Samsung, depois de um 2014 mais turbulento que os anos anteriores, apostou em design e experiência contando mais do que ter a melhor tela e o melhor processador. Melhor: apostou em um desenho bem diferente dos demais concorrentes. Ainda que não sirva para nada ter uma tela encurvada, é necessário dar o braço a torcer: ficou realmente bonito.

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Se será uma boa experiência no dia a dia? Se é melhor do que a experiência iOS ou Android pura? Os poucos minutos mexendo no aparelho não podem ser usados para atestar com absoluta certeza, infelizmente. Melhor esperar o lançamento mundial, no próximo 10 de abril.

Enquanto isso, eu continuo acompanhando a Mobile World Congress, que começa hoje (2 de março) oficialmente, vendo também outros lançamentos por aqui e ali.

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B9 vai estar na Mobile World Congress 2015

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Aberta a temporada de coberturas de eventos aqui no B9! Enquanto o Guga e o Merigo vão para o SxSW, em Austin, trarei para vocês notícias fresquinhas da Mobile World Congress 2015, que acontece na cidade de Barcelona entre 2 e 5 de março.

Lá estarão reunidos 1900 empresas de todos os cantos do mundo, incluindo as gigantes de tecnologia como Samsung, Sony, LG, Lenovo, HTC, entre tantas outras, que apresentam suas novidades em tecnologia móvel – nossos amados smartphones, tablets e os novos wearables tão alardeados nos últimos meses.

A feira também guarda algumas áreas e discussões sobre startups, tecnologias de pagamento móvel, aplicativos novos e – honestamente a que estou mais interessado – vida em cidades e comportamento considerando que está todo mundo conectado o tempo todo.

Entre as palestras que acontecerão por lá, teremos os executivos dos principais players do mundo, bem como também Jimmy Wales, da Wikimedia Foundation, e o mundialmente famoso Zucka.

zucko-zuckaNão confunda Zucko, o vilão redimido de Avatar, com Zucka, o CEO nada redimido, bitch.

Além disso, aproveitando a proximidade dos Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro em 2016, vou dar uma circulada pela cidade que hospedou as Olimpíadas de 1992. É possível que comentemos por aqui questões sobre legado, soluções urbanas e tecnológicas que a capital da Catalunha preservou.

Como diria Sílvio Santos, aguardemmmmmmm.

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ONU Mulheres ensina o caminho para “chegar” sem forçar a barra no Carnaval

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Na contramão da polêmica campanha de Skol (leia mais aqui), as Nações Unidas lançam uma sobre o Carnaval, época em que o xaveco está liberado e incentivado, mas em que “não” continua significando “não”.

Com foco na rapaziada, a peça – um fluxograma com potencial ~viral~ nestas redes sociais que tanto gostamos, em JPG e vídeo – reforça que “chegar” não significa forçar a barra e que dá para se divertir do mesmo jeito (ao contrário daqueles que afirmam que o mundo anda tão chato hoje em dia).

“Como festa de rua, o carnaval é o momento em que as pessoas se relacionam e se permitem a viver com intensidade. Esse clima precisa ser mantido para mulheres e homens. Por isso, a campanha entra no clima da diversão e propõe práticas que respeitem os limites dados pelas mulheres, como propõe a Plataforma de Ação de Pequim que completa 20 anos neste 2015.”, explica Nadine Gasman, representante da ONU Mulheres Brasil.

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Acompanham a campanha outras peças que estão sendo divulgadas pelo Facebook, estas voltadas às mulheres:

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Assinam a campanha as Nações Unidas, com coordenação da ONU Mulheres Brasil e apoio institucional das Secretarias de Políticas para as Mulheres da Presidência da República (SPM-PR) e do Município do Rio de Janeiro (SPM-Rio). A criação (pro bono) é da Propeg.

O B9 e este articulista desejam um bom carnaval aos leitores-foliões, reforçando o tópico do respeito às mulheres. Deixamos aqui outras recomendações da ONU: Procurar serviços de apoio em caso de constrangimentos e crimes, como o Ligue 180 (Central de atendimento à Mulher), e usar camisinha se o xaveco rolar.

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Que tal montar a sua própria banda punk?

Nos últimos dias, tive o prazer de ter contato próximo com diversos estudantes de comunicação social e de outros cursos, como letras e tecnologia da informação. Em comum, todos gostariam de saber mais sobre mídias digitais e sociais e algumas perguntas eram bastante repetidas. Escrevo aqui no B9 sobre o assunto por entender que há em nosso público um alto número de estudantes na mesma situação, repetindo as mesmas indagações:

– O que fazer para conseguir um primeiro trabalho? Como podemos chamar a atenção de um empregador em São Paulo ou no Rio de Janeiro mesmo estando aqui longe?

Eu poderia responder que a meritocracia é justa e que basta se inscrever, mas somente isso não resolve. Para uma única vaga de estágio aqui na empresa, eu recebi quase 400 currículos. Simplesmente não dá para separar 2 meses (um mês útil tem 176 horas) apenas conversando com a molecada para então escolher algumas pessoas e aprofundar a conversa. Não há nenhuma empresa que faz isso. O que fazemos, na verdade, é estabelecer alguns filtros e, assim, os currículos que não chamam a atenção são rapidamente descartados (ou “guardados com a equipe de RH”). C’est la vie.

E então o que fazer?

Na falta de uma melhor, minha resposta é: monte a sua própria banda punk.

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A banda punk é metafórica, mas eu levei bem a sério no começo da década passada. Aí, uma foto de 2003, tocando no saudoso Vila Rock Bar, em São Paulo. Pela posição da minha mão esquerda, você detecta que a habilidade musical é quase nula.

Nesta fase da carreira – o início – pouco vale um currículo. Peças fantasmas em um portifólio até mostram um pouco de noção, mas um projeto pessoal pode evidenciar mais sobre como você encararia o dia-a-dia.

Um projeto próprio – seja ele uma página no Facebook, um blog, uma página de fotos, um fórum, um canal de vídeos, ou ainda um trabalho acadêmico de longa duração, um projeto de trabalho voluntário, uma ideia de startup, etc. – mostra não apenas o que você compartilha: ele conta um pouco sobre como você enxerga o mundo, demonstra alguma iniciativa de começar as coisas do zero e, caso já tenha alguns anos, até alguma perseverança.

Como os punks dos anos 70 ensinaram, não é necessário grande conhecimento para fazer as suas próprias canções de protesto, suas próprias roupas e sua própria cultura: bastava fazer. Faça você mesmo, é o que pregavam.

E com esse monte de ferramentas web, não há desculpas. Em dois minutos, você pode ter uma plataforma que vai além do compartilhamento de gatinhos no Facebook. Não que seja errado ficar compartilhando memes por aí, mas se você tem a oportunidade de fazer outras coisas e contenta-se com fotos dos seus próprios pés, da sua comida e com o compartilhamento de imagens do TV Revolta, então sim, há algo errado.

O projeto próprio pode não oferecer a sua oportunidade sonhada de cara, mas pode ajudar a chamar a atenção para o seu currículo no meio de tantos outros. Assim como o comunicólogo que hoje se esforça para chamar a atenção das pessoas na fração de segundo que ela terá nas timelines, o candidato precisa, sim, chamar um pouco de atenção do recrutador no curto tempo em que ele terá para fazer uma lista de 400 nomes virar uma de 10.

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A melhor parte é que este esforço pode levar não apenas a um emprego, como também a descobrir mais sobre você mesmo, baseado no que você vai aprendendo sobre a vida, o universo e tudo mais. Pode até se tornar o seu trabalho remunerado, ainda que não seja esta uma promessa, mas uma possibilidade.

Pronto para fazer o seu novo projeto? Comece já e nunca esqueça de incluí-lo na carta de apresentação e no currículo. Fica a dica.

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Spoiler alert: a culpa do “final ruim” é sua!

A humanidade escreve há pelo menos 5000 anos. E já escreveu sobre tudo o que você possa imaginar. A criação de histórias, então, é ainda mais antiga. E, de alguma forma, toda nova história contada hoje, seja uma piada numa roda de amigos ou a sua série favorita, estabelece uma relação com um texto mais antigo, seja para interpretá-lo ou copiá-lo, seja para concordar ou discordar com a ideia. Mas isso não sou eu quem diz isso (diabos, eu não sou o autor do texto?), e sim o conceito de dialogismo da linguagem, descrito por Bakhtin.

Acabada a parte acadêmica do texto, vamos logo falar sobre a cultura pop e a irritante mania das pessoas odiarem o que se chama de spoiler. E sim, este texto está recheado de spoilers. Espero que até o fim dele, você não dê a mínima para este aviso, como eu não dou.

Em uma dessas discussões de bar, comentávamos sobre “Breaking Bad”, uma série que eu considero extremamente acima da média em relação ao que se produz para TV. É óbvio que parece bobagem dizer isso depois de assistir ao capítulo final, mas convenhamos: quando foi que você descobriu que o final de Walter White seria a morte, esta inevitável vilã de toda a humanidade? Quando foi que você descobriu que todos os personagens – sem exceção – que cruzaram o seu caminho iriam acabar invariavelmente morrendo ou sofrendo e “pagando pelos seus pecados”? No momento em que morreram? Mesmo?

Essa história já foi contada antes, e isso não é desmerecer em nada o trabalho brilhante do criador da série. Um homem que constrói um império do qual só se vê ruínas? A própria série nomeia o seu antepenúltimo episódio com o título de um poema escrito no século XIX, Ozymandias, que fala justamente sobre o maior dos faraós egípcios e as ruínas que são a única evidência do que foi o seu tempo de glória.

As tragédias gregas ensinam que, mais importante que não conhecer o fim, é a condução da história e as motivações dos personagens

A estrutura de crime e castigo da série é quase tragédia grega pura: tanto aqueles que ousaram desafiar Walter White (aqui representando um rei) como aqueles que ousaram desafiar a lei (aqui representando a lei maior, a dos deuses gregos) invariavelmente morreram ou se f***ram. Uma boa tragédia grega que aponta esta inevitabilidade do sofrimento é Antígona, de Sófocles. Ao questionar a lei de seu rei, Antígona morre. Ao questionar a lei dos deuses, o rei vê sua família e seu legado ruir.

A tragédia grega tinha um intuito bastante simples: ao conduzir uma história que poderia descrever os sentimentos e motivações de quase todas as pessoas e apontar o seu fim trágico, o patrocinador das peças gregas – o estado – ensinava que aquele que desafiasse o governo ou os deuses teria um único destino óbvio. Por isso, mais importante que não conhecer o fim (aquele monte de gente morta era o resultado de toda e qualquer tragédia) era a condução da história e as motivações dos personagens. Era isso que melhor conversava com o público e suportava a lição.

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Essa história já foi contada antes, e isso não é desmerecer em nada o trabalho brilhante do criador da série

Ou seja: era possível apontar o destino dos personagens de “Breaking Bad” logo em sua primeira temporada, assim que foi possível identificar tais referências no ótimo texto de Vince Gilligan e companhia. E houve quem “não gostou” do final, como se o que importasse fosse o fim, e não o caminho percorrido pela história.

Obviamente, são muitas as referências e clichês que podem ser utilizados em um mesmo texto. E referências existem para serem incorporadas ou questionadas. Em outra série muito interessante em condução de história, “True Detective” “pecou” segundo muitos fãs por um fim menos conspiratório: quando parecia que as mortes envolviam todo o alto escalão do governo estadual, chegou-se a um último, mas único, monstro. E por que a surpresa? Não se aprendeu nada com os discursos de Rust Cohle sobre a vida? Não há grand finale da vida, mas sim a aceitação de que ela acaba das maneiras mais banais. Isso ele diz logo no primeiro episódio. O homem é o lobo (ou o vilão) do homem, e não os aliens, os deuses, a natureza sobrenatural ou forças ocultas que nos governam.

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Não há grand finale da vida, mas sim a aceitação de que ela acaba das maneiras mais banais.

A gente espera um final clichê feliz ou espetacular (afinal, a felicidade não é espetacular?), mas a vida nos dá o que pode. Textos (e filmes e séries) funcionam assim. Se derem um final feliz, a gente vai reclamar que ele é óbvio. Se não derem, a gente vai reclamar que não é como esperávamos. Ainda não lhe convenci que o final não importa?

Vamos a “How I Met Your Mother”, uma série que nasceu de um questionamento central – quem é essa mãe e como eles ficam juntos – mas contou apenas as histórias paralelas: idas e vindas de Ted e Robin, Marshall e Lily consolidando um casamento com altos e baixos, Barney amadurecendo tardiamente, mas casando antes que Ted, o personagem mais tradicionalista de todos. Na trajetória, garantiu boas risadas contando situações cotidianas de um estilo de vida cosmopolita.

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“é como se então de repente eu chegasse ao fundo do fim, de volta ao começo”

A maior chateação de todos foi perceber que a mãe, no entanto, não estaria viva em 2030. Eu também fiquei chateado. Aí, fica claro que Ted contou toda a história para os filhos para justificar um possível novo caso. E por que não? Finais felizes são realmente esperados, sempre, mas são aqueles que os questionam de alguma maneira (nem ouso dizer que o final de “How I Met Your Mother” não é feliz) que nos fazem atentar para elementos que deixamos de acompanhar com mais detalhe em toda a trajetória. Exatamente: minha primeira reação ao assistir o último episódio foi querer assistir ao primeiro e pescar naquele episódio as cenas que abriram esta bem sucedida série. Como já cantava Gonzaguinha, “é como se então de repente eu chegasse ao fundo do fim, de volta ao começo”.

“Forrest Gump”, um filme que eu gosto muito, realiza uma narrativa semelhante: fica ali o Tom Hanks contando tudo o que fez pensando no grande amor de sua vida, aí ele vai correndo encontrá-la em Savannah, mas ela morre antes do filme acabar. O curioso é que o filme oferece, desta maneira, mais minutos de amor que um mero final feliz poderia dar, mas Jenny morre e só assim nós atribuímos maior valor para tudo o que eles viveram diante de grandes acontecimentos da História norteamericana. O filme, no entanto, não esconde os seus maiores clichês: o da superação do protagonista em diversos momentos de dificuldade e o da indestrutibilidade do grande amor.

Concluindo: há muito para se assistir num filme ou numa série que não seja uma linha reta para o final. Por isso, se posso deixar um conselho sincero, pare de ligar para essa rasa cultura de evitar os spoilers. Todos sabemos que um dia vamos morrer, e nem por isso deixamos de nos divertir e de nos emocionar, certo?

Facebook comprou a Oculus VR. E daí?

O assunto tech da semana: a venda da empresa Oculus VR para o Facebook pela bagatela de US$ 2 bilhões. O valor, maior que o desembolsado pelo Google na compra do YouTube há alguns anos, pode até não ser real (o valor pago à vista é menos do que um quarto do número anunciado), mas já serviu para que muitos questionassem o negócio.

Tudo bem que ninguém mais se surpreende com valores negociados pelo Facebook desde a compra do WhatsApp. Mas a Oculus VR é uma empresa que jamais colocou um produto sequer no mercado. Então como surge uma negociação como esta?

O amigo Daniel Resende comentou na semana da compra do WhatsApp que os valores finais são inflados pela imprensa porque também estimamos o Facebook valendo muitos bilhões que, na realidade, não existem no mercado. Desta maneira, é possível que o Mark Zuckerberg contrate um Mark Zuckerberg, pagando com ações.

A compra da Oculus VR segue o mesmo princípio: ao notar uma equipe de desenvolvimento promissora, o Facebook compra a empresa, coloca os brilhantes profissionais dentro de seu escritório e, talvez, até possa ganhar algum dinheiro com o produto a ser lançado – o que já seria puro lucro.

Resolvido o primeiro ponto, vamos à segunda polêmica, bem mais difícil de digerir quando estamos justamente discutindo com bastante energia os nossos direitos e deveres ao nos relacionarmos com negócios na Internet: como ficam os milhares que ajudaram a Oculus VR doando seu sagrado dinheirinho no Kickstarter?

A empresa levantou por crowdfunding muito mais dinheiro do que havia pedido (cerca de US$ 2 milhões). Entregou os kits prometidos a todos aqueles que ajudaram (não prometeram o produto final), mas o sentimento de uma série deles, após se depararem com as cifras nas notícias, era de descontentamento – inclusive pedindo seu dinheiro de volta. Afinal, se ajudaram a empresa a nascer, onde estaria a parte deles desses bilhões?

Como ficam os milhares que ajudaram a Oculus VR doando seu sagrado dinheirinho no Kickstarter?

O que nos leva a uma questão importante: ao ajudar qualquer tipo de empresa, criador ou produto com algum dinheiro em ferramentas de crowdfunding, eu não estaria investindo, ou seja, comprando parte dela? Joel Johnson, da Valleywag, comenta que não vai mais ajudar nenhum projeto de crowdfunding enquanto uma lei que permita aos doadores iniciais uma chance de recuperar o investimento no caso de um grande sucesso não for aprovada.

Será que deveríamos ganhar mais do que o prometido no ato de doação? Penso em algumas coisas sobre o assunto, mas não são conclusões definitivas:

Quando contribuo com alguma causa específica, realmente não espero qualquer retorno financeiro, porque também não vejo nenhum retorno financeiro vindo do projeto. Por exemplo: contribuí com R$ 50 para o Festival do Baixo Centro há algum tempo, por acreditar que o melhor retorno que este dinheiro poderia proporcionar seria única e exclusivamente a realização das atividades programadas.

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Também já fiquei jogando dinheiro na minha tela quando vi um projeto de uma espécie de Nespresso de cervejas, mas não cheguei a financiá-la. Seria muito legal ter este produto no mercado, mesmo que eu não lucrasse um centavo com isso. Mas fiquei com aquela sensação de que pagar US$ 1,5 mil era demais. Mas, sei lá: se estivesse sobrando, talvez eu pagasse só para ter o produto em casa.

Quando você coloca dinheiro em uma ideia no Kickstarter, mais do que ser um dos primeiros a receber um protótipo, você tem a esperança de ver aquela inovação na rua

Ao mesmo tempo, entendo a decepção por parte de quem ajudou a Oculus VR. Creio que não é exatamente pelos bilhões, mas pela especulação sofrida pela empresa antes mesmo de termos um novo produto no mercado.

Quando você coloca dinheiro em uma ideia no Kickstarter, mais do que ser um dos primeiros a receber um protótipo, você tem a esperança de ver aquela inovação na rua, no dia-a-dia das pessoas. A realidade para o Rift é apenas uma: por mais que o Facebook diga que vai lançar o produto no futuro, as chances parecem menores para quem vê de fora.

No entanto, ainda acredito que o crowdfunding é meio essencial de financiamento de inovação. Colocar algum dinheiro em alguma ideia pelo simples motivo de viver num mundo melhor já seria um bom investimento. Penso que boa parte do que está lá esperando por doação é besteira (sério, bacon seco de bolso?), mas o pouco que vale a pena realmente pode fazer alguma diferença.

De qualquer maneira, tudo isso faz pensar.

//Imagens: Nan Palmero; Gil C / Shutterstock.com.

Brainstorm9Post originalmente publicado no Brainstorm #9
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O rolê do consumo

Rolezinho. Pronto, finalmente o B9 vai ter um texto sobre o assunto.

Mas não necessariamente para defender ou atacar o despretensioso movimento surgido nas redes sociais para promover o encontro de jovens que só querem curtir, ouvir um funk e paquerar as gatinhas. Minha opinião sobre o rolezinho não pode ser mais importante do que a de bons articulistas que já escreveram e estudaram um pouco mais sobre o assunto. Então não será um texto sobre este debate.

Acredito que para o público cativo deste site, podemos olhar mais atentamente sobre como as marcas, a publicidade e o comportamento de uma parcela considerável da sociedade geram um espetáculo como este.

A começar pela sociedade. Certa vez, Margaret Thatcher afirmou que “não existe essa coisa de sociedade, o que há são indivíduos”, uma reza até hoje repetida à exaustão.

Não é preciso dizer que não foi ela quem inaugurou esta forma de pensar. Há pelo menos 60 anos, o bem-estar individual – conquista capitalista que era orgulhosamente melhor do que o igualitário sistema socialista – é louvado. Criou-se, à base de muitos filmes hollywoodianos, propaganda massiva e publicidade envolvente, uma sociedade que acredita que o esforço individual traz benefícios (mais dinheiro, mais conforto, mais prazer) e que o que diferencia aqueles que possuem mais dos que possuem menos é o esforço e o mérito.

Já pararam para verificar todos os briefings que recebemos de nossos clientes? Target AB.

A regra – como a exclusão de boa parte da população ao ensino superior, o fato de que mulheres ganham menos do que os homens em média ou de que negros ainda sofrem racismo – é abalada por qualquer exceção, como um exemplo de superação individual de alguém que saiu da favela e conquistou o mundo. De repente, uma grande quantidade de gente perde a razão porque apenas um semelhante deles, apenas um, conquistou muito mais do que poderia sonhar. Esta é a beleza vendida.

E sabe qual é a melhor forma de premiar o seu esforço? O consumo. Eu dou um duro danado, eu ganho esse dinheiro com o suor do meu emprego, mereço comprar uma comida melhor, uma bolsa, um sapato, um carro.

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Aí entram as marcas e sua publicidade eloquente. Já pararam para verificar todos os briefings que recebemos de nossos clientes? Target AB. Em apenas duas oportunidades, trabalhei com campanhas “para a Classe C”, e sabe do que se tratava? Dois produtos obsoletos – um celular comum em tempos de smartphones começando a ganhar força e um sistema de som daqueles gigantes, que tocava CDs. Pois é.

Não há comportamento individual que não tenha reflexos no que chamamos de sociedade

Então, certas marcas se destacam porque representam um certo estilo de vida. Está aí o Rei do Camarote para não me deixar mentir. O consumo não visa apenas satisfazer suas necessidades básicas: é também uma forma de evidenciar o seu mérito em ter aquele produto.

Tudo isso para dizer o seguinte: valorizamos tanto as marcas e o status que o consumo delas nos atribui e estranhamos quando os jovens do rolezinho pensam exatamente igual.

Eles só querem curtir. Querem exibir o tênis comprado. As roupas que usam. Querem dançar e ouvir um som. E fazem isso no shopping porque é ali que o consumo é feito e reverenciado. Quando eu era adolescente, também marcava meu rolezinho no shopping: colocava uma roupa bacana e 10 reais no bolso, que bastavam para o cinema ou o fliperama e para o McDonald’s. Éramos quatro ou cinco amigos, mas claro que no mesmo shopping haviam diversos outros quatro ou cinco amigos. Se hoje a molecada pode chamar milhares pelo Facebook, o conceito ainda é o mesmo.

Rolezinho

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Não há ato apolítico

Uma das primeiras manifestações sobre o assunto foi o intenso debate direita x esquerda. Entre reprimir a desordem ou aceitar que os jovens faziam um ato político ao ocupar os centros de consumo por não terem outros centros de lazer em seus bairros, houve alguns depoimentos dos jovens dizendo que aquilo “não tinha nada de política. Era só curtição”.

Eu concordo que seja só curtição, mas preciso logo dizer que Thatcher vociferava uma grande inverdade: não há comportamento individual que não tenha reflexos no que chamamos de sociedade.

Com o resultado de qualquer rolezinho, podemos começar a imaginar como o nosso comportamento individualista e consumista também atrapalha uma melhor vida em sociedade num universo maior, como uma cidade, um Estado ou um país.

Você é publicitário ou trabalha próximo ao mercado de comunicação. Você faz parte de um sistema que vende um sonho do carro próprio, da casa própria e das maravilhas do consumo de vestuário, alimentos e eletrônicos de última geração. Se há algo que toda essa história pode lhe ensinar é que, mesmo não parecendo, estas escolhas também são atos políticos e terão implicações em toda a sociedade.

Algo mais incômodo que o rolezinho vai bater na sua porta, sem pedir licença para entrar

Uma pessoa pode conquistar o sonho do carro próprio, mas quando milhões sonham e conquistam, não há sistema viário que aguente. Uma pessoa pode sonhar com a casa própria, num lugar calmo e tranquilo, mas quando milhões sonham e conquistam, os bairros de descaracterizam, dando espaço a um tipo único de construção. Uma pessoa adora pechinchar e não se importa em comprar aparelhos eletrônicos em lojas que não divulgam a procedência dos produtos, mas quando milhares fazem o mesmo, é necessário acelerar os roubos e contrabandos para garantir o estoque.

Ok, há uma solução a curto prazo? Claro que não. Mas quem sabe trazer este tipo de discussão ao campo da comunicação não ajude? Quem sabe, num futuro que eu desejo ser pouco distante, os profissionais da agência e de um primeiro cliente não atentem para um tipo de briefing que considere seus impactos? Algo como “talvez o que eu precise agora não é vender mais carros, e sim defender um uso diferente do carro, porque eu quero continuar a vender este produto daqui a 20 anos”. E quem sabe, com algum sucesso, outras marcas não embarquem nessa?

Não tenho exatamente uma resposta, mas penso que se continuarmos a tocar o barco como está, incentivando o mérito, o consumo e o individualismo e aumentando as tensões entre as pessoas, algo mais incômodo que o rolezinho vai bater na sua porta, sem pedir licença para entrar.

Brainstorm9Post originalmente publicado no Brainstorm #9
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Uau! Nós pensávamos saber muito sobre o Facebook, mas esta informação muda tudo

Não é de hoje que o Facebook e seus métodos e algoritmos levantam certa desconfiança no mercado digital, mas as últimas informações parecem ter deixado diversos profissionais sem saber para onde correr. Em nome da busca por maior relevância do conteúdo compartilhado e mais anunciantes para a sua plataforma, a rede social mais acessada do planeta mudou as suas regras algumas vezes.

Limitou gradualmente a exposição de marcas que não investem em mídia a uma parcela ínfima dos fãs. Limitou o número de pessoas que aparecem frequentemente para os usuários, como se a rede pudesse determinar quem são de fato os melhores amigos e as pessoas com maior influência para cada usuário. Declarou guerra contra o conteúdo que não julga relevante, e vem aperfeiçoando o seu algoritmo que escolhe o que vai parar nas timelines do mundo desde então.

Estas mudanças que acontecem sem aviso deixam qualquer um que atrelou o sucesso de sua estratégia em mídias sociais ao aumento de Likes e compartilhamentos de cabelo em pé. Em busca de uma fórmula, de um método simples, de uma estratégica comum que fosse fácil de copiar, já vimos agências que venderam Likes com um custo fixo (custo por like, ouvi muito antes de abandonar esse barco), estipulando como objetivo o aumento simples da base de fãs, que viria, de qualquer maneira, pelo simples investimento em mídia.

Títulos como o desse post têm se reproduzido fortemente pela web, e parecem ser o segredo por trás de uma média expressiva de compartilhamentos

Quando isso não mais bastava, nos debruçamos em médias e metas de compartilhamento de acordo com a base de fãs – ou índice de engajamento. Mas e agora que o Facebook ainda pode julgar o que é ou não relevante de acordo com o seu próprio critério?

Quando anunciado que as mudanças começariam a impactar o que se compartilharia com mais afinco, o alvo parecia ser todo e qualquer site que fizesse listas, imagens, GIFs animados e outros elementos que bombam por lá.

Facebook

Mas, de acordo com os números divulgados pelo The Atlantic, um um deles parece ter entendido tudo e aqui vai o porquê:

O algoritmo muda todos os dias. Começou em 16%. Hoje já se fala em 4% de alcance orgânico.

Títulos como o que colocamos neste post e que têm se reproduzido fortemente pela web, seja como modelo, seja como tiração de sarro, parecem ser o segredo por trás de uma média expressiva de compartilhamentos e tráfego gerado por cada artigo escrito pelo Upworthy, aponta também o Salon.

Até consigo imaginar uma série de profissionais já pensando “então é isso? Ufa! Monta o PPT para apresentar nossa nova estrutura de conteúdo pro cliente”, felizes em ver que há uma luz no fim do túnel. Mas eu tomaria cuidado com algumas coisas:

E se o algoritmo muda amanhã? Como comentei lá no começo, a base de fãs impactados por uma determinada mensagem de uma marca caiu pouco a pouco. Começou em 16%. Hoje já se fala em 4% de alcance orgânico. Copiar o estilo de escrita e o conteúdo de um site como o Upworthy parece tentador, mas e se eles forem justamente o próximo alvo da ira do Zucka?

Já ouvi dizer que há ajustes no algoritmo e no código que determina a timeline todos os dias. Fica difícil prever qualquer sucesso…

Upworthy

Já ouvi esta conversa antes

Há alguns anos, o negócio era o Google. Não que ele não seja mais, mas obter uma boa colocação na busca orgânica era o Eldorado da estratégia digital para qualquer site. E, até hoje, há diversos especialistas na prática, denominada SEO.

O Facebook é que julga o que é ou não relevante de acordo com o seu próprio critério

Nas diversas cartilhas do bom conteúdo que se espalharam pela rede, estavam práticas consagradas, como a constante atualização, a repetição de determinadas palavras, o uso de tags, o uso de um código limpo, recebimento de links de outros sites, entre outros. A preocupação se espalhava desde os setores de desenvolvimento às redações dos grandes jornais. O importante era criar essa relevância.

Isso valeu para o bem, com sites que associaram as práticas a muita informação pertinente, e para o mal, com sites que (até hoje) utilizam as regras para atrair público para um conteúdo raso e, muitas vezes, copiado. E o Google, como o Facebook, também aperfeiçoa seu algoritmo frequentemente em nome de entregar exatamente o que o usuário quer ler quando faz uma busca.

Facebook

É importante repetir: In content we trust

Pense nos tantos sites em que você caiu como paraquedista, após uma busca no Google. Continuaria navegando por lá? Voltaria espontaneamente?

O mais importante de tudo é que o bom conteúdo persiste. Upworthy e Buzzfeed são fenômenos relativamente novos, mas grandes blogs estão aí até hoje. Alguém lança uma nova maneira de burlar Facebook e Google, mas quem fica no fim é aquele que entregava conteúdo efetivamente bom. Não que o Upworthy não tenha um conteúdo bom, mas somente sobreviverá às mudanças de temperamento da equipe do Facebook se as pessoas continuarem lendo o que o site compartilha.

Pense em alguém que rodou um script no Twitter, conseguiu um monte de followers, mas compartilha somente um conteúdo nada pertinente. E pense no usuário com igual número, mas que conseguiu seus seguidores ao passar dos anos, compartilhando links sobre temas que, pouco a pouco, foram interessando a mais e mais pessoas. Se hoje tirássemos uma fotografia, poderíamos aferir que ambos tem a mesma relevância?

Pense nos tantos sites em que você caiu como paraquedista, após uma busca no Google, e que não entregaram de cara a informação que você buscava. Você continuaria navegando por lá? Voltaria espontaneamente?

Provavelmente você só leu até aqui porque já era um frequentador do B9, mesmo que não assíduo. E, para nós, é realmente o que importa. Seriam as nossas preocupações, as das marcas e as do pessoal do Upworthy exatamente as mesmas? Eu acho que não.

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Axe mantém a linha do Super Bowl e continua apostando no amor

Com estreia marcada para a segunda-feira na Alemanha – e posteriormente por aqui também – o novo comercial de Axe continua com a assinatura e a proposta da interessante peça veiculada durante o Super Bowl.

Nesta continuação, as pinturas neo-clássicas que acompanham os ditadores mundo afora evoluem pouco a pouco, junto com a canção, que sai de um hino de batalha para… As Long As You Love Me, dos Backstreet Boys.

Particularmente, gosto da nova aposta, que deixa de lado aquela proposta de que Axe é uma espécie de “ímã de mulheres”. Eram vídeos muito bem produzidos? Sim. Mas o recado final era sempre o mesmo: com Avanço Axe, elas avançam.

Seria a escolha da música – pop, mas mais antiga – e a nova proposta de posicionamento da marca um sinal de que Axe acredita no amadurecimento de seu público? Será interessante acompanhar os próximos passos da marca.

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JovemMobile.BR estuda a ascensão do smartphone entre os jovens no Brasil

Um estudo da E.life encomendado pela Pagtel procurou jovens de todas as classes sociais para descobrir qual é a relação deles com os smartphones e outros dispositivos móveis. Apesar do vídeo estar recheado de nobres colegas publicitários, comumente utilizados como público naquelas pesquisas que o planejamento precisa providenciar para ontem, foram ouvidas 533 pessoas entre fevereiro e maio de 2013 nas principais capitais do Brasil.

A intenção era evidenciar que o país já está pronto para os modelos de pagamento via celular, mas o produto final fala um pouco mais sobre o comportamento de uma geração (sem rótulos desta vez).

Entre os comportamentos levantados, destaca-se o grande uso de redes sociais. Sobre isso, eu já havia lido uma certa vez, e faz uns anos já, que este era o principal motivo para uma pessoa querer trocar seu celular comum por um conectado à Internet. Isto não é exatamente uma novidade.

Como o estudo era direcionado, encontrou-se também uma fatia considerável de usuários que substituíram boa parte dos afazeres diários de um computador pela pequena telinha, incluindo as transações bancárias. Eu mesmo sou um que não aguenta atualizar o tal Guardião toda vez que entro no banco pelo computador. Juro que o aplicativo nunca pediu para eu atualizar o Java do meu celular.

Captura de Tela 2013-10-02 às 10.26.54 AM

Entre as tendências para o futuro, todos acreditam nos dispositivos vestíveis (que palavra horrorosa para uma livre tradução de wearable), com acompanhamento da saúde e do humor em tempo real para criar alertas e rotinas automáticas.

Mesmo na terra do smartphone mais caro do mundo, aquela famosa rede de televisão que não menciona marcas diria: o futuro já começou. O digital passou a permear a nossa experiência em qualquer lugar e cenas como a abaixo estão se tornando cada vez mais comuns…

phubbing

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O enterro do Bentley de Chiquinho Scarpa é campanha pela doação de órgãos

Fez um barulho danado nos últimos dias a notícia de que Chiquinho Scarpa, esta figura mítica agora também das redes sociais, enterraria um de seus bens mais preciosos, um Bentley avaliado em R$ 1,5 milhões.

Claro, ninguém em sã consciência enterraria um Bentley. Por mais que o Conde tenha se empolgado com a ideia dos faraós que enterravam fortunas para chegarem ricos ao mundo dos mortos, todo o ouro hoje está em museus ou coleções particulares. Ele sabe disso, ou pelo menos deveria saber.

Mas a história moveu um belo circo, incluindo a transmissão ao vivo do enterro pela Record.

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Ocasião em que Chiquinho Scarpa “desistiu” da ideia e afirmou que, por mais precioso que seja, nada tem valor depois de enterrado.

Tratava-se de uma campanha publicitária para incentivar a doação de órgãos. Daqui a alguns dias começa a Semana Nacional da Doação de Órgãos, com mais mensagens institucionais sobre o assunto.

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O B9 sempre questiona o limite de pegadinhas feitas com o público (já gravamos até Braincast sobre o assunto). Quando lemos a história pela primeira vez, reconhecemos a mente endiabrada dos criativos publicitários no jogo. Se o desfecho fosse um novo programa de TV ou campanha para poupança de banco, esta nota talvez nem estivesse aqui (entendam, agências, que são poucos os fins que justificam os meios).

No tênue limite entre o barulho para o bem e o barulho que se torna algo maior do que o produto final será, ponto para a campanha da Leo Burnett

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Aceite e incentive também o sofativismo

Desculpe o transtorno na cobertura especial sobre Cannes. É por um bom motivo: estamos querendo mudar o país. 🙂 Aqui está o post prometido durante o nosso Braincast especial sobre as manifestações que tomaram o Brasil nas últimas semanas.

O termo “sofativismo” é, por si só, bastante pejorativo: fala sobre um tipo de ativista que não sai do sofá e, por isso, permanece alheio à sua própria causa. Mas este post tentará fazer alguma justiça ao ativismo pela Internet.

Estava lendo uma entrevista feita há alguns meses com o professor Pierre Lévy (sim, você leu textos dele na faculdade, mas ele continua bem vivo e bastante ativo no Twitter), justamente defendendo o sofativismo. Ele apresentou há alguns anos o conceito de ciberdemocracia, em que as ferramentas digitais possibilitarão aos cidadãos um maior conhecimento sobre o país, Estado, município e comunidade onde vivem e exigirão das esferas de governo transparência nas contas e nas relações políticas. Mas sabe que o caminho para chegar lá demanda outras revoluções.

E não é o que estamos assistindo desde o ano passado no mundo inteiro? O que foi a Primavera Árabe se não um grande levante popular contra os governos de diversos países por maior liberdade de expressão, troca de conhecimento e transparência?

E os levantes europeus contra as soluções empacotadas para a crise econômica do bloco – grandes empréstimos aos bancos e apertos nos gastos públicos, que incluem uma série de benefícios para a população? De alguma maneira não pediam um diálogo maior com os anseios da população por soluções menos prováveis, como a da Islândia – que prendeu ex-governantes e banqueiros e construiu uma nova constituição de maneira colaborativa e online?

Finalmente falando de Brasil, o que estamos vivendo nos últimos dias, ainda que com um estopim pequeno como o aumento do transporte público nas principais cidades, mas com claros sinais de que as esferas governamentais não representam seu povo?

Para Lévy, o sofativismo é uma forma alternativa para o cidadão fazer o mesmo que o ativista tradicional, mas dispondo de ferramentas digitais. Na prática, o sofativismo ajuda a manter as pessoas informadas sobre os diferentes pontos de vista e, assim, a definirem posições sobre temas importantes.

Muitos focam-se nas imagens da repressão policial durante o Quarto Ato contra o Aumento das Passagens, mas se esquecem que uma semana antes, durante o Primeiro Ato, o Movimento pelo Passe Livre levou às ruas menos de 1000 pessoas. Ou seja: antes mesmo das cenas de violência policial desnecessária, até os telespectadores do programa do Datena já eram favoráveis aos manifestantes, com ou sem baderna, e não foi a TV que formou esta opinião.

E o que vem agora que levamos centenas de milhares de pessoas para as ruas? Agora é que o sofativismo deve manter todos em alerta.

A Internet deve continuar quente, sim. Deve ser o palco do aprofundamento de discussões importantes. É ali que iremos entender melhor que “Fora Dilma, Alckmin e Haddad” ou “Chega de corrupção desses canalhas do Congresso” servem como gritos na rua, mas não como bandeira do movimento. Se fosse assim, o Movimento Cansei teria tido algum êxito. A passeata contra o Mensalão, também. Longe de defender que o fim da mobilização deve acontecer quando o governo baixar as tarifas de ônibus, mas discutir transporte público nas principais capitais do país já é um imenso desafio!

Não é depois de ter mobilizado todas as pessoas conectadas e de levar uma boa parte delas às ruas sem a ajuda dos principais veículos do país que agora devemos seguir uma cartilha de manifestação dos jornais, só porque eles mudaram de idéia (#TEAMManifestantes?).

É muito fácil para alguém que viu tudo de fora até ontem mencionar o que está faltando para o protesto enfim se tornar “legítimo”. Se bem que, num momento em que a opinião pública é favorável, todo mundo vai dizer que já apoiava as manifestações desde sempre. Ainda bem que inventaram o permalink.

Se você achar que anda lendo opiniões estranhas demais, meu caro amigo, não desanime. Use a mesma Internet para compartilhar os seus pensamentos e convencer amigos de que algo está acontecendo. Não deixe a discussão cair em velhos antipetismos ou antitucanismos, porque até vinte míseros centavos valem mais do que isso.

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Pegadinha do bem? App Presente Certo ajuda namorados a escolher o presente

Há alguns meses, comentamos sobre as pegadinhas em um Braincast, reforçando que algumas ações de mau gosto não eram bem-vindas tanto pelo público quanto por nós, editores do B9. Mas quando se trata de uma pegadinha do bem, que mal tem?

Para ajudar os namorados a encontrar o presente certo para seus respectivos, o Sicredi criou um aplicativo de Facebook que faz dá uma leve enganada por uma boa causa.

O(a) namorado(a) entra, escolhe quem é o(a) respectivo(a) e lista alguns presentes que a pessoa poderia gostar.

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É gerado então um link para uma espécie de promoção de mentirinha. A promoção ainda tem diferentes roupagens, para ter relação com o tema do presente (esportes, decoração, entre outros).

03-Promoção-Fake

Assim que o respectivo responde a promoção, uma mensagem é enviada para o namorado e, voi-lá, ele(a) saberá exatamente o que comprar para o Dia dos Namorados.

04-Revelação do Presente

Sinceramente, achei a ação simples, mas de muito bom gosto. Quem assina é a Morya de Porto Alegre. Veja mais no próprio aplicativo.

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Dê um pin nisso: um infográfico sobre o Pinterest

Trago aqui outra vez um infográfico. E sobre o Pinterest, tópico constante deste tipo de produção.

Um estudo da AG2 Publicis Modem com a estudiosa das mídias sociais Raquel Recuero resultou em uma série de dados sobre esta fascinante rede social de coleção de imagens da web.

Estão abordados os assuntos mais comentados, a origem das imagens compartilhadas e uma análise que investiga o contexto e a maneira de usar a rede.

Entre os tópicos mais comentados estão comida (qualquer relação com o Instagram é mera coincidência?), artesanato, decoração, estilo e beleza. A maior parte dos pins vem de sites com o botão de compartilhamento (dê um pin neste post também), seguido pelo Tumblr (aquele quase-recém-comprado pelo Yahoo).

Confira abaixo o infográfico produzido para o estudo (que eu dividi em pedaços porque era gigante. O original está aqui):

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Compartilhando o “anúncio incompartilhável” do BuzzFeed

Hoje, esta foto acima foi encontrada na timeline do meu Instagram. É um anúncio do BuzzFeed em uma revista – que eu não sei dizer qual é – exaltando as qualidades sociais de se anunciar em sua plataforma, quase que exclusivamente composta por conteúdos compartilhados por seus usuários.

Vale então uma reflexão sobre qual é a proposta do BuzzFeed neste bem-humorado ataque à mídia tradicional:

O modelo de anúncio, conforme descrito no site, pode ser resumido em: pague-me para viralizar o seu conteúdo. Como o serviço já possui alcance e usuários suficientes para que a performance dos anunciantes seja razoavelmente boa, seria fácil incluir ali no meio do conteúdo bizarro que circula por lá alguns links interessantes.

Só que, apesar de prometer viralização, o BuzzFeed utiliza-se de subterfúgios para alcançar os números prometidos, como títulos quase pornôs para fotos aparentemente inofensivas e outras inutilidades para uma determinada marca. A questão sobre o que é agregado a uma determinada marca utilizando compartilhamento pelo compartilhamento, que nos proporciona aquelas incríveis imagens “curtir/compartilhar” tão disseminadas por aí, é completamente válida: será que funciona mesmo ou estamos apenas colecionando números que dizem pouco?

buzzfeed

O outro segredo da viralização, segundo relatou o Atlantic Wire, é comprar mídia do Facebook para os posts patrocinados. Mas se o Facebook vende likes à granel, a própria empresa poderia administrar suas metas em vez de terceirizar o serviço a um veículo (perceba que a linha que separa veículo e agência virou uma grande área cinza na Internet).

Se funciona ou não funciona, o tempo e os resultados dirão. Mas a provocação é válida em tempos digitais/sociais de consumidores cada vez mais conectados e departamentos de marketing ainda conservadores. Não que eu acredite que mídia em revista não funcione mais: ela ainda pode ser importante dentro de um mix que deveria, sim, contemplar mais opções digitais. E se trouxer um elemento inesperado e não um QR Code ou uma lista-de-canais-sociais-que-não-dá-para-clicar, quem sabe não seja um meio efetivo de impacto e interesse como foi hoje?

BuzzFeed

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Chris Hadfield: Space Oddity no Espaço

Se não bastasse o Comandante Chris Hadfield ser o primeiro astronauta canadense a realizar uma “caminhada espacial” e a comandar uma expedição à Estação Espacial Internacional (ISS), ele ainda nos proporcionou grandes momentos em seu Twitter e em vídeos. Além de cultivar um bigode maneiro, é claro.

Infelizmente, a missão de sua equipe acaba justamente hoje. Assim, para comemorar a volta ao Planeta dos Macacos e se despedir das paisagens que postamos a seguir, nada mais singelo do que modificar um verso ou outro do clássico Space Oddity, de David Bowie, e cantarolar sob o efeito da gravidade zero.

Sem dúvidas, vídeo obrigatório de hoje se você ainda não o assistiu.

E aqui, algumas fotos fantásticas tiradas lá de cima:


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New Balance cria tênis customizável com impressão 3D

Há um mundo novo que se anuncia nos próximos anos. Ao invés de comprar algo num e-commerce e esperar a entrega pelo correio, será possível baixar o projeto e imprimir o produto em casa. Ok, esta previsão não é nova, mas quando um projeto dá um passo em direção a este futuro glorioso em que as pessoas fariam download de tudo, e eu disse tudo, é impossível não ficar minimamente empolgado.

O projeto da vez é da New Balance. Ela criou um tênis que pode ser completamente moldado de acordo com as necessidades do atleta e então impresso em instantes. O anúncio da empresa deixa claro que, neste momento, a novidade reserva-se a atletas de ponta patrocinados pela companhia.

Captura de Tela 2013-03-13 às 3.40.47 PM

Mas por que não especular sobre o tempo que levará para podermos moldar nossos pés em casa, com câmeras do celular, do Google Glass ou do que vier por aí, criar um projeto pela Internet e comprar ou ainda baixar projetos abertos de nossos calçados do futuro? Quem viver, verá.

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Hessian, uma marca à procura de um produto ou serviço

Uma marca diz muito à respeito do produto ou serviço prestado por uma empresa, certo? Colocando tal conceito à prova, o designer Ben Pieratt criou uma marca antes de conceber um negócio. Trata-se da Hessian.

Mas não se engane se você já comprou algum domínio .com criativo à espera de um milagre: o cara criou mesmo uma nova marca, já imaginando diversas aplicações e até sugerindo produtos e serviços, como resturantes, start-ups, roupas, e muito mais.

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Se você gostou da Hessian, pode comprá-la pela bagatela de dezoito mil dólares. Veja abaixo algumas aplicações e tire as suas conclusões.

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Veja mais em http://hessian.tv

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