Do roteiro para a tela: Um making of de “Gravidade”

Se você assistiu “Gravidade” no cinema, considere-se alguém de sorte, caso contrário, não poderá aproveitar em casa toda a experiência imaginada pelo diretor Alfonso Cuarón. Já se você pretende assistir no computador, tablet ou celular, certamente merece algum tipo de tortura medieval.

O vídeo de making of lançado nessa semana pela Warner Bros. pode esclarecer um pouco os motivos. Mas tem spoilers do final, então não assista se ainda não viu o filme.

“From Script to Screen” mostra o processo de criação e produção de “Gravidade”, com o Cuarón detalhando suas opções por metáforas e não retórica. Traz também depoimentos do elenco, do diretor de fotografia Emmanuel Lubezki, e da equipe de efeitos visuais da Framestore.

Um trabalho moderno e digital, mas ainda assim artesanal, capaz de transformar tecnologia em obra de arte. Leia também a nossa crítica sobre o filme.

Gravity

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Último trailer de “O Hobbit: A Desolação de Smaug” antes da estreia

A segunda parte da trilogia “O Hobbit” chega no Brasil em 20 de dezembro (uma semana depois dos EUA) e, com a proximidade do lançamento, a Warner divulgou o que provavelmente será o último trailer do filme antes da estreia.

São três minutos de amostra da continuação da jornada de Bilbo, Gandalf e os anões pela Terra Média, que finalmente vai mostrar o enfrentamento com o dragão Smaug. Assista acima.

Já no vídeo abaixo, Peter Jackson nos leva para um passeio pelos bastidores de “O Hobbit: A Desolação de Smaug”.

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O processo criativo do logo de “Detona Ralph”

É verdade que grande parte dos filmes e games atualmente tem logos e projetos gráficos pasteurizados, que parecem apenas uma reciclagem de tudo o que já foi feito. Porém, não podemos esquecer que outras tantas produções dão atenção especial para a criação de uma comunicação visual memorável.

A Disney é uma das empresas que se preocupa em criar um logo distinto para cada filme, assim como também faz Pixar desde que começou. “Detona Ralph”, por exemplo, conta com um material bem marcante, influenciado principalmente pela nostalgia dos games 8-bit.

O designer Michael Doret, especializado em tipografia, detalhou o processo criativo do logo do desenho injustiçado no Oscar desse ano. Nas imagens abaixo ele revela os estágios iniciais, com rascunhos à lápis que tentam capturar uma atmosfera de diversão e dos arcades dos anos 1970 e 1980.

Doret segue evoluindo e simplificando o projeto, e ao entrar na estética 8-bit com o título envolvendo o rosto do personagem principal, decidiu que o produto final não fugiria muito disso. É preciso incorporar também o logo da Disney, não antes de deixar a expressão do Ralph um pouco mais “raivosa”. Com uma sugestão de borda, o logo finalizado (imagem acima) parece um emblema contendo toda informação necessária.

É preciso destacar um detalhe: Michael Doret teve meses para criar o logo. E não horas, como exigem muitos pedidos que já devem ter aparecido pra você.

Detona Ralph
Detona Ralph

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Os efeitos visuais da terceira temporada de “The Walking Dead”

A terceira temporada de “The Walking Dead” chegou ao fim, e o estúdio Stargate revela o fundamental trabalho de efeitos especiais em diversas cenas.

Segundo a empresa, essa foi a temporada das decapitações. Na série da AMC, a Stargate atua em conjunto com a KNB EFX, especializada em maquiagem.

E claro, o vídeo vem cheio de spoilers.

The Walking Dead

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As Aventuras de Pi: O processo criativo dos efeitos especiais

Ganhador de 4 Oscar’s, incluindo Diretor e Efeitos Especiais, “As Aventuras de Pi” também foi o pivô de uma crise em Hollywood. Produtoras digitais e renomados profissionais da área entraram em colisão com a indústria, após a falência do estúdio Rhythm and Hues, responsável pelos premiados efeitos do filme de Ang Lee.

Entre protestos por revisão de pagamentos e melhor tratamento, o épico trabalho de “As Aventuras de Pi” sobrevive e encanta. Em um novo mini-site para promover o lançamento em home video, a Fox detalha o processo criativo e de produção dos efeitos especiais.

Basta rolar a tela para acompanhar diversas imagens com exemplos de antes e depois, além de informações sobre treinamento do ator Suraj Sharma, construção de cenários e truques técnicos para tirar os desenhos do storyboard e torná-los realidade.

Dá uma olhada: journey.lifeofpimovie.com

Life of Pi
Life of Pi
Life of Pi
Life of Pi

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Rhythm Of The Factory: Com clipe musical, Red Bull mostra o making of de seu F1

A Red Bull apresentou no fim de semana seu novo carro para a temporada 2013 de F1. Mas até chegar esse momento, um projeto do tipo demanda muito trabalho.

Com o vídeo “Rhythm Of The Factory”, a marca mostra a construção do Infiniti RB9, em diversos detalhes. Porém, lembre-se que esses são “apenas” os processos industriais, o que o vídeo não mostra – o trabalho de engenharia – é que deve guardar o segredo da atual equipe campeão da F1.

Red Bull
Red Bull
Red Bull
Red Bull

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O fascinante trabalho de pós-produção de “O Hobbit: Uma Jornada Inesperada”

Em seu canal no YouTube, Peter Jackson tem revelado diversos detalhes de bastidores e o processo criativo de “O Hobbit: Uma Jornada Inesperada”. Uma série de vídeos obrigatória para qualquer fã de cinema e criativo.

O diretor já mostrou bastante das filmagens, com sua Wingnut Films, e no vídeo mais recente (acima) fala agora da fase de pós-produção, que está sendo feita junto com a WETA Digital no estúdio Park Road em Wellington, capital da Nova Zelândia. Essa “casinha” aí embaixo.

Você certamente já deve imaginar a dimensão de criar um filme como esse, mas ver o dia a dia nos permite valorizar ainda mais o trabalho. Um ambiente com muita privação de sono, segundo o próprio Peter Jackson, onde centenas de pessoas estão envolvidas em transformar um monte de tela verde na magia que vamos assistir nos cinemas, com efeitos digitais, sound design e trilha sonora.

Inclui até um departamento dedicado exclusivamente para a criação de barbas – com uma bateria de testes torturantes – algo bastante necessário em adaptações de obras do Tolkien, é claro. O mais impressionante, é que depois da captura de movimento das barbas, apenas um clique é capaz de propagar o efeito para todo o filme

Departamento de animação de barbas

A pós-produção termina apenas dois dias antes da premiere

O vídeo, de 14 minutos, fala bastante da dedicação dos artistas digitais, que atualmente moram e trabalham num edifício, e praticamente não saem de lá pra nada. Existe também uma equipe dedicada na criação de goblins, e que vivem e trabalham em uma outra casa.

Tudo junto parece loucura, mas as tarefas são bem divididas. Cada designer atua com aspectos específicos do filme, como iluminação, artes conceituais e storyboards em 3D, por exemplo. Outros se dedicam apenas aos modelos, que outra equipe vai ter a responsabilidade de incluir nas cenas.

O diretor de fotografia Andrew Lesnie mostra o processo de correção de cores do filme, trabalhando cena a cena, inclusive se preocupando com a iluminação de cada arbusto ou grama no Condado.

Não dá para controlar o clima no dia das filmagens, então muita coisa é arrumada na sala de edição, como as nuvens, por exemplo. Além disso, é ali que o diretor de fotografia ajusta as tonalidades que vão deixar a atmosfera homogênea.

Antes e depois da correção de cor

No final, uma visita ao estúdio onde o compositor Howard Shore está gravando a trilha sonora com uma orquestra de 93 músicos, em Londres.

Peter Jackson diz que sua disciplinada equipe – quando não estão fazendo festas e enchendo a cara – vai terminar tudo dois (DOIS!) dias antes da pré-estreia. Pelo menos, é o que ele espera… e nós também.

Depois da premiere, que vai acontecer na própria cidade de Wellington, na Nova Zelândia, “O Hobbit: Uma Jornada Inesperada” estreia nos cinemas em 14 de dezembro.

Local da premiere em Wellington, NZ, em 28 de novembro

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Ubisoft revela os bastidores e processo criativo de “Assassin’s Creed III”

Eu sou fã da série “Assassin’s Creed”, mas depois da primeira sequência, a Ubisoft parece que está fazendo o mesmo jogo há 4 anos. Finalmente, nesse ano, parece que teremos algo novo com “Assassin’s Creed III”.

Serão diversas novidades em termos de jogabilidade, mas só de mudar a história para a revolução dos Estados Unidos já teremos motivo suficiente para se trancar em casa e matar britânicos de casaco vermelho.

Para esquentar o lançamento, marcado para outubro, a Ubisoft vai mostrar em um documentário – dividido em quatro partes – como foi o processo criativo de “Assassin’s Creed III”. São detalhes da produção, com depoimentos de profissionais de diversas áreas, desde o roteiro, pesquisa histórica, passando pela direção de arte, sound design e programação.

Um making of que não deve nada aos bastidores dos blockbusters de Hollywood, e provavelmente um processo ainda mais intrincado. Pelo menos os desenvolvedores não precisam lidar com ego de atores.

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Heart of Coppola: Os 33 anos de “Apocalypse Now”

Há 33 anos, em 15 de agosto de 1979, estreava nos cinemas “Apocalypse Now”.

A adaptação do livro “Heart Of Darkness” de Joseph Conrad, marca, certamente, o filme mais pessoal de Francis Ford Coppola. O homem que viaja ao longo do rio entrando no coração de uma imensa escuridão poderia ser um paralelo com a história do diretor nessa época.

A vida pós dois volumes de “O Poderoso Chefão”, com “A Conversação” no meio, talvez sugerisse um caminho mais fácil, afinal, não é qualquer um que faz o maior filme de todos os tempos. Ainda que tivesse muito mais dinheiro, equipamento e prestígio, nada poderia preparar Coppola para o caos que se tornaria a produção de “Apocalypse Now”.

Filmado nas Filipinas em 1976, o set parecia ter sido atingido por uma chuva de napalm: Coppola demitiu Harvey Keitel e o substituiu por Martin Sheen, a equipe enfrentou diversas doenças tropicais, e os helicópteros emprestados para as cenas de combates eram frequentemente requisitados de volta pelo presidente local, para que assim entrassem na guerra real contra os rebeldes anti-governo.

Marlon Brando apareceu acima do peso e sem saber suas falas, Martin Sheen teve um ataque cardíaco e Coppola, como não poderia ser diferente, passou ele mesmo por vários colapsos nervosos, algumas vezes ameaçando suicídio. Para melhorar, a essa altura, nem o roteiro estava totalmente definido.

Montado pelo editor Brian Carroll, o vídeo abaixo é um remix de diversos momentos dessa jornada heróica, misturando cenas do filme com o documentário “Hearts of Darkness: A Filmmaker’s Apocalypse”, e Orson Welles lendo trechos do livro.

“O maior horror é ser pretensioso.”

No trecho final, presente no documentário de 1991, a controversa batalha de Coppola contra a profissionalização do cinema pode soar profética. Um desejo do diretor em que, a popularização das cameras, possa transformar qualquer um em cineasta, capazes de produzir filmes verdadeiramente autorais e sem executivos no pescoço.

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“Os Vingadores”: Nerds, vencemos a batalha. O mundo é nosso.

Aviso: CONTÉM SPOILERS!

LOS ANGELES – Não só Hollywood, mas toda a indústria do Entretenimento, vive um momento definitivo e, nas proporções corretas, desesperador: ninguém sabe para onde o cinema, a TV e a literatura vão. Índices de atenção cada vez menores, oferta gigantesca de conteúdo, a necessidade absurda por produtos gratuitos e, claro, a pirataria contra os gigantes do mercado. São muitas variáveis e a instabilidade torna-se inevitável.

Os produtores entenderam a sociedade moderna: divertir, homenagear o passado, e permitir o sonho por um futuro interessante.

Logo, todo mundo está testando soluções – algumas às claras, outras só nos nichos ou mesmo a portas fechadas. Já existe um projetor de 8k de resolução, projetores 3D sem óculos tão poderosos que não se sabe onde acaba o filme e começa o ambiente real e até mesmo hologramas com sensor de movimento, transmissão ao vivo e reconhecimento de voz.

Parte dos testes, porém, envolve descobrir os gostos do público para sustentar a indústria durante essa transição traumática – que deve ocorrer nos próximos cinco anos – e é aí que “Os Vingadores” se encaixa nisso tudo. Quadrinhos e filmes de nicho tem o maior potencial para unir gerações, garantir resultados e, de certa forma, ser um porto seguro durante a tempestade. E é exatamente isso que a Marvel fez sob o comando de Kevin Feige.


Porém, “Os Vingadores” não é um teste, mas sim a conclusão óbvia da estratégia por trás dos bons filmes do “Homem de Ferro” (com vantagem para o primeiro), os dois “Hulk” (com desvantagens espalhadas entre o criativo Ang Lee e pau-mandado Louis Leterrier), o neutro “Thor” e o fantástico “Capitão América”! Gostem os fãs de quadrinhos, ou não, a verdadeira estratégia por trás disso tudo é a construção de um novo público.

A lição tirada de “Os Vingadores” é justamente a da consolidação de um plano efetivo e lucrativo.

Os nerds foram a base inicial e já cumpriram sua função como o primeiro estágio de um foguete. Deram a propulsão, agora está na hora de expandir e solidificar. Basta olhar as análises de público antes mesmo da estréia nos Estados Unidos: o filme lidera as bilheterias em TODOS os quesitos.

Remanescentes da Golden Age, jovens dos anos 80, mulheres, crianças, espectadores casuais… todos optaram pela aventura de Joss Whedon. E como poderiam resistir? Mesmo quem nunca encostou num quadrinho na vida, mas vai ao cinema ou vê TV, já ouviu falar no Homem de Ferro, no Hulk, em Thor e, claro, no Capitão América – especialmente aqui no Tio Sam.

De maneira alguma essa foi uma invenção de Feige e da Marvel, mas eles encontraram a medida certa para construir seu sucesso e, para isso, precisaram revisitar o passado ao usar os pesos pesados da companhia e fazer isso de caso pensado. Os produtores parecem ter entendido a necessidade da sociedade moderna: divertir, homenagear o passado, e permitir o sonho por um futuro interessante.

Essa frase não é nem um pouco idealista, basta ver o mito construído por Stallone com a franquia “Mercenários”. É exatamente a mesma táctica utilizada pela Marvel. E Avi Arad também sabe disso com seu “Espetacular Homem-Aranha”, o grande inimigo intelectual e dramático de Christopher Nolan, pelo menos nesse ano.

Comédias entregam gratificação instantânea e isso está incutido no cerne de “Os Vingadores”.

Essa estratégia é para poucos pela gigantesca proporção de investimento necessário para atrair a atenção do público antes mesmo da estreia. Já se fala em maior bilheteria da história, alias. Tudo isso passa pela arriscada opção de super-expor a marca, com infindáveis trailers, pôsteres, prévias, campanha de imprensa com marcação homem a homem em todos os grandes mercados e, mais recentemente, o convencimento à esfera blogueira, que não precisa de mais que uns trocados para vestir qualquer camisa, infelizmente.

Entretanto, a lição tirada de “Os Vingadores” é justamente a da consolidação de um plano efetivo e lucrativo. Como tudo que fica popular, a “posse” dos heróis dos quadrinhos passa das mãos dos leitores intelectuais dedicados a cada detalhe aos volúveis espectadores satisfeitos apenas com as duas horas de projeção.

Joss Whedon trabalhou três elementos fundamentais para o sucesso de “Os Vingadores” no aspecto cinematográfico: comédia, distribuição de tempo de tela e o Hulk!

Comecemos pelo gigante esmeralda: Depois de duas tentativas frustradas do ponto de vista qualitativo (embora eu tenha gostado de Edward Norton como Bruce Banner), eis que o Hulk surge com personalidade, utilidade e apareceu apenas nas horas certas. Mark Ruffalo atrapalhou menos do que aparentava e criou curiosidade ao “outro cara”. Esse personagem foi tanto a arma tática dos Vingadores em combate, como do filme, construído em torno de sua revelação, sem se preocupar muito com os dilemas de Banner e seu passado. Hulk apareceu, esmagou e conquistou!

Tudo foi bem distribuído, evitando assim, o “filme do Homem de Ferro e seus amigos”.

Se ele apareceu nas horas certas, o humor esteve presente ao longo de todo filme. Essa parece ser a grande chave dos vídeos virais mais atuais e, sem dúvida, o gênero favorito dos espectadores online. Comédias entregam gratificação instantânea e isso está incutido no cerne de “Os Vingadores . O roteiro arma sua estrutura e fecha todos os pontos, cômicos ou dramáticos, ao longo da exibição e isso é muito importante, pois entrega um produto fechado. É mentalidade de linha de produção e decisão de executivos, como disse o Merigo? Com certeza. Mas a execução foi fantástica.

Outro dia ouvi o Spielberg dizendo que sempre assistia filmes tentando ver os movimentos de camera, onde usaram grua ou dolly, onde entraram os efeitos ou a edição mais fresta, até que ele desistiu e agora só quer ver se puderam contar uma história. Bem, “Os Vingadores” conta uma história. Simples, pelo olhar de quem nunca ouviu falar nos quadrinhos, mas conta.

Um cara mal quer mandar na gente (e resolve aparecer justamente na Alemanha, onde se depara com um velhinho casca-grossa que não quer ver a história se repetir), então vamos chamar uns sujeitos meio problemáticos, mas superpoderosos, para segurar a onda e lutar pela gente. Tudo bem que ela começou vários filmes atrás, mas está lá. Começo, meio e fim. Infelizmente, hoje em dia isso é celebrado perante tantos roteiros confusos, temas pretensiosos e tentativas frustradas de se atingir alta intelectualidade.

Se os produtores se meteram no processo, e, com certeza, Kevin Feige virou o Kuato do Joss Whedon, os medos financeiros garantiram foco nas fórmulas que dão certo. Se a comédia – com suas piadas quase sempre certeiras – e o Hulk – com sua magnanimidade – funcionaram, o outro elemento da base foi o tempo de tela. Tudo foi bem distribuído, evitando assim, o “filme do Homem de Ferro e seus amigos”.

“Os Vingadores” escorrega pesado nos dois personagens secundários que são, estruturalmente, o freio de mão do filme: Gavião Arqueiro e Viúva Negra.

Formaram-se vários núcleos renovados constantemente, primeiro reforçando a desorganização dos heróis, depois explorando as forças. Uma das melhores decisões foi inserir o Thor tarde e deixa-lo meio escondido, afinal, seu filme solo foi o mais insosso e o Deus do Trovão não aguentaria levar a ação toda nas costas. E nem seria o caso, afinal, se o filme é d’Os Vingadores, eles devem lutar juntos. E como lutaram! As cenas de combate foram fantásticas e, enquanto aquele mundo caia, o espectador empolgado queria mais.

Como ação, “Os Vingadores” é empolgante. Loki deixa claro desde o princípio: vou enganar todo mundo e quem dita as regras sou eu. Tanto Nick Fury quanto os heróis caem na arapuca e pagam caro por isso, até por uma certa ingenuidade, algo que todo ser humano tem ao imaginar que as coisas vão funcionar da maneira ideal logo de cara. Bem, não é por aí e Whedon transferiu um grande conceito norte-americano para seus heróis: a América só funciona com motivação e um objetivo único. Desde a Segunda Guerra Mundial, esse pais não faz nada de forma unilateral. Nem mesmo a Guerra ao Terror foi aceita por todo mundo, logo, olha a referência ao nazismo novamente.

Acima de tudo, os realizadores buscaram elementos de fácil acesso à memória de seu público e isso deve ser encarado de forma positiva, uma vez de que fácil e efetivo não são sinônimos. Nolan quer ser cerebral, deixar o espectador tenso o tempo todo e extrapolar os limites do drama? Ótimo. Whedon fez isso na alucinação do último combate (que deve estar dando calafrios até agora no Michael Bay) e no envolvimento prático e simples gerado pelo bom-humor. Entretanto, isso não significa que “Os Vingadores” seja isento de falhas.

A Marvel lembrou que filmes de heróis podem ser divertidos e, acima de tudo, que o ciclo está completo.

No geral, agrada. E muito. É bem feito. E muito. Merece os louros da fama e do sucesso. Totalmente. Mesmo assim, escorrega pesado nos dois personagens secundários e, estruturalmente, o freio de mão do filme: Gavião Arqueiro e Viúva Negra. Se toda a preparação dos heróis principais foi feita ao longo de seus filmes solo, esses dois eram apenas rostos pouco familiares, com histórias de fundo praticamente nulas. Mesmo sabendo do extremo respeito e devoção entre eles, foi difícil engolir uma dinâmica aparentemente forçada na tela. Como arqueiro, adoraria ter o arco high-tech do Gavião, mas esse foi o máximo de atenção gerado pelo sujeito, mas tenho noção de que esse sentimento é bastante pessoal.

Mas isso se encaixa perfeitamente no contexto que estou trabalhando: esse filme é sobre gente especial que salva a “gente comum” na hora do aperto. Sendo frio e calculista, o personagem de Jeremy Renner é um baita arqueiro. E ponto. Foi escravizado pelo vilão, matou meio mundo e não teve tempo, nem roteiro, nem dramaticidade para se redimir de forma a justificar sua presença.

O outro grande problema foi a morte do agente Colson. Assim como Boba Fett, em “O Retorno de Jedi”, morreu para render uma piada. Falo da cena em si, não dos efeitos provocados por seu ato heróico (e a artimanha do Fury). Faltou algo, uma justificativa melhor naquele momento, mas diria que foi mesmo falta de respeito por um personagem tão querido, pois ele era uma espécie de C-3PO dos Vingadores poderia muito bem ter permanecido como constante no universo Marvel nas telonas.

Saí da seção de “Os Vingadores” absolutamente apaixonado pelo trabalho em equipe, pelo Hulk todo espirituoso, pela grandiosidade do quebra-pau, e louco de vontade de encher o Loki de safanões a lá Marshall, do “How I Met Your Mother”. Saí feliz, doido para ver outra vez e, devo dizer, arrependido por ter vaiado o Kevin Feige na Comic-Con quando ele anunciou o Rufallo como Bruce Banner. A Marvel fez um ótimo trabalho, demonstrou a força da grande marca frente ao público disperso, lembrou que filmes de heróis podem ser divertidos e igualmente agradáveis, e, acima de tudo, que o ciclo está completo.

Nerds, vencemos a batalha. O mundo é nosso.

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A magia de “Hugo”


Desde que falei sobre “Hugo” pela primeira vez aqui no B9, a expectativa para ver o filme só aumentou.

Meu favorito dessa temporada de premiações ainda é o belo “O Artista”, mas creio que isso pode mudar depois de assistir a adaptação infanto-juvenil de Martin Scorsese, indicado a 11 Oscars.

No post de julho passado mostrei algumas comparações entre o livro de Brian Selznick e o design de produção do italiano Dante Ferretti. E quem gostou não pode deixar de ver o vídeo abaixo, publicado pela Paramount essa semana.

Ele mostra os bastidores e o processo criativo por trás do filme, com depoimentos da editora Thelma Schoonmaker, o produtor Graham King, o supervisor de efeitos especiais Robert Legato, o compositor Howard Shore, e claro, com o próprio Ferretti.

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A cena do estádio em “O Segredo de Seus Olhos”

Segredo de Seus Olhos Secreto Secret Of Your Eyes Making Of

Muito já se falou da famosa cena do Estádio Huracán no argentino “O Segredo de Seus Olhos”, ganhador do Oscar de Filme Estrangeiro esse ano. Mas você já se perguntou como ela foi feita?

É um plano-sequência de quase 6 minutos de duração, em que a camera começa do alto de um estádio de futebol lotado, desce em meio a torcida, entra pelos corredores e banheiros e enfim invade o campo. Tudo sem nenhum corte aparente.

Essa única cena, do filme dirigido por Juan Jose Campanella, teve 3 meses de planejamento, 3 dias de filmagens e mais 9 meses de pós-produção. O estádio, que parece lotado, tinha apenas 200 pessoas e o maior desafio – segundo os produtores – foi conectar a camera que vinha de um helicóptero com a grua na arquibancada.

O vídeo abaixo mostra uma boa porção dos bastidores, mas não o suficiente para provar que não existiram truques. Porém, mesmo com um provável corte oculto, nada tira o brilho dessa conquista cinematográfica.

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Criando e produzindo uma revista em apenas 48 horas

Utilizando novas ferramentas que transpõe os limites das velha mídia, é possível escrever, fotografar, ilustrar, diagramar, editar e enviar uma revista em apenas dois dias?

A resposta está nesse experimento mostrado no “pocket documentário” acima (em inglês, sem legendas), com todo o processo de produção da revista 48HR.

A conclusão é simples: não existem barreiras para que, qualquer grupo talentoso de pessoas, possa fazer aquilo que megacorporações fazem, de maneira mais ágil e mais barata.

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Star Wars: O making of do Império

J.W. Rinzler e seu acesso sem precedentes aos arquivos da Lucasfilm deram vida ao imperdível “Making Of Star Wars”, e o autor volta agora em 2010 para o lançamento de “The Making Of The Empire Strikes Back”.

O livro, que está em pré-venda para outubro, traz material raro de bastidores, como entrevistas, notas de produção, arte conceitual, scripts e fotos nunca antes publicadas.

A revista Maxim publicou algumas dessas imagens inéditas, e que estarão no livro. Se você quer saber detalhes de como se faz um clássico, essa é a sua chance.

Star Wars Making Of

Star Wars Making Of

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A gênese de “BioShock”

BioShock Documents

Sou fascinado por saber como os grandes produtos e franquias que impactam nossa vida começam. Ou seja, quando não existe mais nada além de uma ideia, como se apresenta e vende antes de entrar em produção e chegar ao nosso domínio.

“BioShock” é um exemplo recente que influenciou toda a indústria de games e, ainda espera-se, que seja transformado em um filme. E é pela sua importância e originalidade que não dá pra perder o material divulgado ontem pela Irrational Games ontem.

O estúdio revelou parte do documento-gênese do game, que une a proposta de design e marketing que foi apresentada para potenciais investidores e distribuidores em 2002, mais de 5 anos antes do lançamento.

Nas páginas, os desenvolveres explicam o que pretendiam com “BioShock”, incluindo artes conceituais e propostas de jogabilidade. Obviamente, há muitas diferenças em relação ao produto final, mas é uma informação essencial para entendermos como é a apresentação “para o cliente” de um jogo.

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Criativos da W+K contam como foi feito o filme “The Man Your Man Could Smell Like”

Sucesso no Superbowl e hit no YouTube com mais de 5 milhões e meio de visualizações o filme The Man Your Man Could Smell Like de Old Spice é daqueles que a gente pergunta “como esses caras fizeram isso?!?”. É o filme pra TV feito pensando claramente na internet e na viralização.

Alguns dias depois de ir ao ar meu ídalo Leo Laporte entrevistou Craig Allen e Eric Kallman, da Wieden + Kennedy Portland sobre o processo de criação e execução da peça. Spoiler alert: usaram 3 diárias e é (quase) tudo feito à moda antiga, sem computação gráfica.

Sim, o vídeo já tem um mês, chatos dos comentários leitores queridos mas acho que vocês vão curtir.

A direção do filme ficou por conta de Tom Kuntz da produtora MJZ. E se você gostou mesmo do filme pode seguir o ator Isaiah Mustafa no Twitter.

Via NOTCOT.


Music Machines: O processo de criação do clipe do OK Go “This Too Shall Pass”

OK Go Music Machines

Adam Sadowsky é presidente da Syyn Labs, empresa responsável pelo novo e viral clipe do OK GO, inspirado pela máquina de Rube Goldberg, ou seja, traquitanas complicadas que através de uma reação em cadeia realizam uma tarefa simples.

Em uma apresentação no iGNiTe, Sadowsky abordou o tema “Music & Machines”, onde conta como começou o processo de criação do vídeo do OK Go, passando por detalhes e diagramas do desenvolvimento da máquina.

Entre outras coisas, ele conta de alguns pedidos da banda para o clipe: sem truques, a máquina deveria iniciar a música, estar em sintonia e integrada ao grupo, ser sujo, sincronizada com o ritmo e batidas específicas da música, terminar no tempo preciso, se mover entre dois andares em um espaço de 10 mil metros quadrados, e por fim, ter tudo isso filmado em uma única tomada.

Adam Sadowsky também conta alguns aprendizados que tiveram com o processo, que levou meses de preparação, e 20 dias consecutivos com 18 horas de filmagens cada. Assiste:

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Avatar: Criando o Mundo de Pandora

Avatar Making Of Creating The World Of Pandora

A Fox liberou hoje um novo making of de “Avatar”, o juggernaut cinematográfico de James Cameron.

Com 22 minutos de duração, “Creating the World of Pandora” faz o que seu título diz: mostra o diretor, armado de um pequeno exército de especialistas em efeitos especiais, criando um novo planeta do zero.

Sem contar os anos em que James Cameron passou em seu próprio estúdio desenvolvendo a técnica 3D de filmagem que utilizaria em “Avatar”, o mini-doc começa mostrando o primeiro dia de produção de fato, em 2007, passando pela fase de captura de movimentos até a composição da trilha sonora.

Um trabalho realmente épico, que merece reconhecimento e milhares de prêmios técnicos, até para seu diretor, mas nunca de “melhor filme”.

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The Making of “Adidas Teamgeist”

No blog do Robert Lindström, diretor de arte da North Kingdom, o processo de criação do projeto considerado um dos melhores de 2009 pelos editores do B#9.

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Havaianas: Fazendo anúncio impresso sem Photoshop

Havaianas No Photoshop

Se você acha que fazer anúncio impresso (hoje) é só usar Photoshop, dá uma olhada nesse making of da campanha de verão de Havaianas.

Pra fazer internet também podia ser assim. Não é só falar com o molequinho do Flash não minha gente, vamos gastar essa verba.

A criação é da AlmapBBDO.

| Dica do @guerrapedro

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