Parklife: a obra-prima do Blur

O Blur está se reuindo para alguns shows na Inglaterra e vai ter a honra de fazer a apresentação de encerramento das Olimpíadas de Londres. Certamente uma honra para a banda, e certamente um presente para o evento e para os fãs, de ter a chance de ver mais uma vez ao vivo um dos grupos mais emblemáticos do Reino Unido nos últimos 20 anos.

O primeiro disco do Blur é de 1991. Era o início de uma década que foi muito generosa para o rock.

Começou premiando bandas consagradas (Metallica, Red Hot Chili Peppers) com um sucesso mundial inédito, como recompensa por suas contribuições à cultura roqueira. Depois mostrou que o rock ainda sabia se re-inventar, com o advento do grunge e do surgimento de bandas ótimas como Soundgarden, Nirvana e Alice in Chains e Pearl Jam. E, finalmente, reafirmou a fertilidade da Inglaterra como a maior fornecedora de inovadoras e criativas bandas pop do mundo.

Em meados de 1994-1995, um fenômeno chamado Oasis conquistava o planeta com sua Wonderwall e trazia todos os holofotes da Terra para Londres. Naquela cidade, o povo acompanhava de perto cada lançamento dos irmãos Gallagher e de seus arqui-rivais, o Blur. Era a “briga do momento”. A cada single, uma banda queria superar a outra, queria mostrar que era mais criativa que a outra (essa o Blur ganhou fácil), queria mostrar que era mais amada que a outra. E, enquanto disparavam música atrás de música na conquista pelo gosto do público, injetavam uma dose cavalar de qualidade na música pop daquele país.

Um dos frutos dessa efervescência criativa é uma pequena obra-prima chamada Parklife.

Versátil até não poder mais, Parklife é o disco que consagra a inteligência e a evolução do Blur desde a crueza de Leisure, e transforma esta numa das mais brilhantes bandas inglesas que já existiram.

As 16 músicas dó álbum traçam um minucioso retrato do cotidiano britânico dos anos 90. E, graças à esperteza lírica de Damon Albarn e à inacreditável e surpreendente criatividade de Graham Coxon para compor elegantes linhas de guitarra, o Blur fez um álbum extremamente coeso.

Com letras espertas e pegajosas, músicas como a dançante Girls & Boys e a vigorosa End Of a Century se transformaram em clássicos instantâneos entre o público jovem inglês.

Eram, enfim, os versos que aqueles jovens queriam berrar há tempos, mas ninguém ainda havia escrito.

Finalmente eles tinham uma banda porta-voz. Uma banda que tinha traduzido fielmente seus sentimentos, que falava sobre eles, que mostrava quem eles realmente eram, que valorizava o que eles pensavam. E, assim, sentiam orgulho de gostar da banda mesmo quando eram satirizados por ela. A música Parklife é uma hilária e inteligente paródia sobre a tradição e o jeito de ser do inglês.

É tão boa, tão provocativa que fica impossível não render-se ao brilhantismo da idéia. Só uma banda muito auto-confiante e muito segura do que está fazendo pode se atrever a cutucar o seu público desta maneira. E Parklife – a música tornou-se um hino de sua época.

Além da faixa-título, o álbum transborda brilhantismo em músicas divertidas (Tracy Jacks, Bank Holiday e Magic América), em músicas épicas e densas (This Is a Low) e em músicas melancólicas, como Badhead e To The End. Esta última, em particular, a minha preferida do disco e talvez da banda. É um pop que chega a ser violento de tão bonito. É mais um gratificante presente da versatilidade desta banda incrível.

Apesar do inevitável discurso passional, eu garanto que você pode acreditar em mim. Parklife é um primor pop.



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The Killers & Tim Burton: em breve num cinema perto de você

A banda americana The Killers anunciou faz poucos dias “sua” música nova, que vai entrar na trilha sonora de Dark Shadows, novo filme de Tim Burton.

A música Go All The Way é, na verdade, uma cover do Raspberries (banda igualmente americana que fez bastante sucesso entre 1970 e 1975) e serve como um aperitivo enquanto o álbum novo de Brandon Flowers e cia. não fica pronto.

Além do trailer do filme, aqui você confere a versão do Killers e, logo depois, a original. Qual você gosta mais?



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His shadow days are over: John Mayer

Após um ano turbulento, John Mayer está de volta com seu aguardado álbum novo. Por conta de um câncer na garganta, ele teve que atrasar o lançamento de seu disco. Mas John Mayer não se deixou abater e enfrentou a situação com paciência e ânimo.

E driblou o medo da gravidade do seu problema – e o trauma da separação com Jennifer Aniston – transformando sua angústia em belas canções. O primeiro resultado dessa reflexão é Shadow Days, o primeiro single do novo álbum (que tem data de lançamento prevista para 22 de maio).

Na música nova, ele se permite a auto-análise:

I’m a good man with a good heart
Had a tough time, got a rough start
And I finally learned to let it go
Now I’m right here, and I’m right now
And I’m hoping, knowing somehow
That my shadow days are over

Esperamos que sim.
A letra pode ser sobre Jennifer Aniston, sobre sua doença, sobre qualquer outro problema que ele tenha enfrentado. O que importa é que ele sabe transformar suas experiências em boa música.

No site oficial dele você vê o video que está abaixo e faz uma viagem de carro pelos EUA. Se todas as músicas novas forem tão bonitas quanto a capa do CD, então John terá feito um retorno triunfal.

Depois de tantos shadow days, ele merece.

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Budweiser cria anúncio-vinil com música do will.i.am

A música é robotizada como qualquer outra que o will.i.am já fez, mas o a maneira como ela chega na sua casa é diferente, em uma iniciativa da Budweiser.

Trata-se de um anúncio-vinil. Você coloca na vitrola – esse objeto da antiguidade – e toca como um disco.

A criação é da Africa.

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O bom e velho Keane está de volta

Novo clipe em formato de curta-metragem para divulgar o novo single, Disconnected. Bela fotografia para ilustrar uma impecável música pop.

Esse é o Keane que vale a pena.

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Edredom, chocolate quente e Zee Avi

Taí uma boa trilha sonora pra aquecer nossos dias gelados: Ghostbird. O segundo disco dessa incrível cantora (que nasceu em Bornéu mas se mudou pra Malásia quando era pequena) saiu no fim do ano passado e segue a mesma pegada do primeiro, com canções suaves, folk acústicas.

Zee Avi ganhou fama graças a seus vídeos do YouTube. Conquistando fãs online e sendo re-postada por bastante gente, seus vídeos chegaram aos olhos de importantes figuras de gravadoras internacionais. Um destes olheiros – executivo da Monotone Records – não perdeu tempo e assinou um contrato com ela, e assim seu disco de estreia foi lançado em 2009, virando um hit na Ásia: disco de ouro em Taiwan, Singapura e Malásia.

Em seu segundo trabalho, Zee Avi se juntou ao produtor brasileiro Mario Caldato Jr (que tem, entre outros grandes nomes, Bebel Gilberto e Marisa Monte em seu currículo) e temperou seu som já super acústico e jazzístico com pitadas de música brasileira.

São canções suaves onde ela tem bastante território para mostrar sua linda e confortante voz à capella, acompanhada unicamente por um ukelele em alguns momentos ou resguardada por arranjos detalhados e caprichados.

É um belo calmante musical, e um alento para ouvidos calejados pelo vento frio que tem feito esses dias. Aumente o volume, puxe a coberta e boa viagem.



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Pra ficar tudo joia rara: Caetano Veloso

Os anos de exílio foram criativamente férteis na carreira de Caetano Veloso.
Durante seu período em Londres, ele compôs e gravou seu disco em inglês (o de London, London e A Little More Blue), lançou o clássico Transa, de 1972 e juntou na cabeça um amontoado de ideias experimentais, que viria a desenvolver nos próximos dois álbuns.

Ele voltou para o Brasil e seu período pós-exílio continuou sendo um dos mais criativos da sua obra. Araçá Azul (1973) e Jóia (1975) são seus dois discos mais “malucos”, que formam um ciclo interessante na discografia do tropicalista.

Por não poder dizer o que queria a qualquer hora, Caetano teve que recorrer ao experimentalismo para esconder seus recados anti-ditadura. Em Araçá, o baiano se vê no meio de uma crise existencial e de identidade, naturais da depressão pós-regresso de qualquer ser humano. O disco é temperado de melodias interessantíssimas – por vezes comoventes – misturadas num bolo de sons desconexos e aparentemente “sem sentido”. As mensagens estão lá, nas entrelinhas, no meio das conversas, entremeadas à estranheza da música.

O disco é tão esquisito – e ao mesmo tempo tão revolucionário – que ninguém entendeu, literalmente, nada. Na época, foi alvo de críticas duras e teve boa parte de sua vendagem devolvida pelos consumidores.

Por outro lado, o tempo mostrou sua importância e o álbum virou tema até de teses de mestrado. Peter Dietrich publicou na introducão de seu trabalho para a USP: “Araçá Azul é considerado a mais radical experiência tropicalista já realizada. Ela é obra do cantor e compositor baiano Caetano Veloso, um dos maiores e mais fecundos pensadores da cultura brasileira”.

Tentando pegar mais leve no experimentalismo e na intelectualidade aguda, Caetano maneirou e fez o ótimo Jóia. Menos difícil de compreender, o álbum é um verdadeiro desfile de poemas concretos musicados em melodias bem construídas. Ouvi-lo com fone de ouvido é praticamente uma aeróbica para os tímpanos.

Assim como no disco anterior, os jogos vocais e os violões cristalinos – aliados a uma percussão assustadoramente “tropical” – despertam uma explosão no seu cérebro. E Jóia, então, conseguiu emplacar uma música linda, que se tornaria clássica no repertório do compositor: Lua, lua, lua, lua.

Vivendo uma fase de aguçada produtividade, lançou junto com Jóia outro grande disco: Qualquer Coisa. Neste, ele dá um tempo para o ouvinte respirar e arejar a cabeça depois de tanta intelectualidade. Entre suas melhores composições (Qualquer Coisa, A Tua Presença Morena e Nicinha), ele também entrega versões de Beatles e outros belos covers.

Dois anos depois, Caetano lançou o espetacular Bicho.

“Bicho” é uma gratificante coleção de pequenas maravilhas da MPB. Cada estrela se espanta à própria explosão.

Deliciosamente tropicalista, o álbum marca um dos melhores momentos de Caetano Veloso e serve para relembrar a gente do gênio que ele é (quando quer). É um disco coerente, com estilo próprio, com identidade, com canções maduras e bem resolvidas, sem experimentalismos pretensiosos.

A pulsante Odara abre o disco e situa você no ambiente quente da Bahia dos anos 70. “Deixa eu dançar”, diz ele no primeiro verso do álbum, como se fizesse um mea-culpa pela música complexa e nada dançante de suas incursões anteriores. E após 7 minutos viajando na transição do mundo real para o Brasil-Bahia da tropicália dos anos 70, você aterrissa na ensolarada Two Naira Fifty Kobo. Uma música que, apesar do nome bizarro, confirma sua chegada em outro ambiente. É tão relaxante que parece que alguém te trouxe uma água de côco e te colocou numa rede embaixo de um coqueiro.

O álbum segue com Gente e Olha o Menino, uma típica canção Jorge Beniana com todos os seus maneirismos espetaculares. A séria e política Um Índio, que também virou clássico, revela um compositor cósmico, aproveitando metáforas espaciais e grandiosas para dar seu recado.

Tigresa continua a viagem pela densa selva do álbum, apelando por justiça numa música que esbanja malícia. E, para fechar o disco, a sutileza do Leãozinho (uma das músicas-símbolo de Caetano) e a linda estranheza de Alguém Cantando: uma ode à música como forma de expressão e artifício capaz de emocionar qualquer coração, quem quer que a execute com sinceridade.

Bicho é um grande representante da obra de Caetano e da Música Brasileira.

Discaço.



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Nevilton – Tempos de Maracujá

Para alegrar a sua manhã, divido aqui o clipe novo do Nevilton, banda paranaense de “Rock Brasileiro”.

Não vou nem me atrever a invadir o espaço tão bem preenchido por Felipe Cotta falando de música por aqui, até porque mesmo que com menos freqüencia, ainda falamos por lá (A Day in the Life) também.

O que quero dividir é o vídeo, de alto padrão para bandas independentes brasileiras. Uma ótima idéia, com ótima execução, divertido e bem feito. Coisa fina. Se liga aí.
E o OK GO que se cuida. haha.

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Fiona Apple, 7 anos depois

Alguns artistas somem e a gente nem sente muito a falta. Outros nunca somem, lançam discos praticamente todo ano, e a gente nem sente muito a presença.

Outros somem e a gente sente sim a falta. Mas sabemos que é porque eles preferem voltar só quando tiverem algo realmente relevante a ser lançado ao invés de macular sua discografia com albuns medíocres só pra fazer volume.

Eu respeito esse tipo de artista. E definitivamente a Fiona Apple está nesse rol.

Ausente da mídia há praticamente 7 anos (seu ultimo álbum, Extraodinary Machine, foi lançado em 2005), Fiona agora volta com um disco novo, para a alegria – e alívio – dos fãs (como eu), que a uma hora dessas já deviam estar pensando o pior.

A julgar pelo single divulgado no site oficial da Fiona, o disco novo vai ser aquele tapa na cara que a gente estava louco pra tomar.

Se todas forem na pegada de Every Single Night, o álbum (de nome irrepetível sem colar) promete ser aquela volta “dois pés no peito”, cheia da amargura, da raiva incontida, das desilusões e desabafos que transformaram essa incrível cantora americana numa das mais melancólicas e criativas compositoras de sua geração.

Com ela, não tem meio termo. Se é pra sofrer, então vamos até as últimas consequências. E assim sua música é honesta e visceral, fruto de uma capacidade ímpar que ela tem de transformar sentimentos em arte.

Alguns só conseguem ficar na rebeldia. Ela não. Ela ultrapassa o limite fácil do rebelde-sem-causa e se entrega e se expõe, escancarando suas feridas na forma de sublimes melodias emolduradas em lapidadas esculturas pop.

The Idler Wheel Is Wiser Than The Driver Of The Screw And Whipping Cords Will Serve You More Than Ropes Will Ever Do (pausa para tomar fôlego) será lançado dia 19 de junho, e Fiona Apple já vem divulgando seu novo trabalho numa extensa turnê que deve cruzar os EUA nos próximos meses e só Deus sabe quando (e se) vai passar por aqui. O jeito é esperar, ou começar a juntar pra uma passagem aérea.

Bem-vinda de volta, Fiona. A gente estava com saudade.



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Troque a música!

Uma das vantagens de se trabalhar com criação – especialmente se você tem um computador só para você – é a possibilidade de plugar um fone de ouvido e escolher as músicas que deseja ouvir para fazer o trabalho render mais. Por outro lado, nem todo mundo tem essa felicidade e acaba dividindo o mesmo sistema de som. Tudo vai bem até que começa a tocar aquela música insuportável. Você olha em volta e sabe que todos pensam o mesmo que você: quem é que vai levantar para mudar o som?

É para momentos como esse que serve o Change the Tune, criação da Agency Republic. À primeira vista é um poster normal, mas na verdade ele tem um pequeno sensor que detecta vibrações. O sensor é ligado a um micro arduino que é sincronizado com o Spotify. Ficou com vontade de ter um desses?


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Até que o Noise-Cancelling nos separe

Fone pequeno, fone grande, daqueles de tiara, earphones, aqueles que o arco fica atrás da nuca… hoje em dia o que não falta é diversidade quando o assunto é fone-de-ouvido.

E eu acho isso super justo e necessário. Na época que a gente tinha walkman ou discman, era mais comum ouvir só um CD ou uma fita e depois desencanar, porque não era muito prático ficar trocando o disco toda hora (sem falar nos cases de CDs e fitas, que eram um trambolho a tiracolo).

Agora que temos nossa coleção inteira nos bolsos, o fone-de-ouvido virou um item de vestuário tão essencial quanto uma calça ou uma blusa. E a escolha do fone certo é um processo delicado, que merece todo o seu cuidado.

Seu fone é seu maior companheiro. É ele que te acompanha no dia-a-dia, na saúde e na doença, na alegria e na tristeza. Onde quer que você vá.

Ao fim de um dia de trabalho, se você fizer as contas, vai ver que passou a maior parte do tempo na companhia do seu fone. Ele está lá, à sua disposição pra quando você PRECISA ouvir “aquela” música ou quando você precisa se isolar do mundo por qualquer motivo. Seu fonte te entende, ele está lá pra você.

Nada mais justo que você dedique a ele um tempo e um carinho na hora de escolhê-lo. É como adotar um bichinho de estimação. ;)

Não existe melhor ou pior. Existe aquele que combina com o seu estilo e com o seu gosto na hora de ouvir música. Tem gente que gosta de mais grave, tem gente que gosta de mais agudo, tem gente que não liga muito pra isso e prioriza o conforto, a leveza. Enfim, seja qual for a sua preferência, existe um fone certo pra você.

As marcas que eu particularmente mais gosto são Sennheiser, AKG e Sony. A Philips também tem uma linha gigante de fones bem bons e bonitos. A Audio Technica também oferece fones muito bons a preços acessíveis. E, claro, existem dezenas de marcas excelentes de fone (Dr Dre, Koss, Numark, e por aí vai).

Independente da marca, tamanho ou preço, um fone bacana é aquele que equilibra bem as frequências (grave, médio e agudo) sem estourar nenhuma. E, claro, tem que ser confortável e bonito pra você. : )

 


Se você quer dar um upgrade e trocar de fone, acho legal ter três coisas em mente:

1) um fone bom tem que conseguir reproduzir fielmente tanto um som de violino numa música clássica quanto a mais suja das guitarras de um heavy metal, sem estourar nada.

2) o acabamento do fone pode ser lindo, mas se depois de 15 minutos na sua orelha ele começar a te incomodar, não adianta. Se puder, “vista” vários fones antes de escolher o seu definitivo. Conforto é uma peça-chave na decisão de um fone que você vai usar por horas e horas.

3) Os fones Noise-Cancelling são uma opção bacana (porém cara) se você quer se isolar, literalmente, do mundo lá fora. Eles são equipados com pequenos microfones que captam o ruído externo e produzem uma frequência de resposta que compensa e isola esse ruído.

Separei abaixo alguns videos com sons bacanas para testar fone-de-ouvido. Independente de gosto musical, são exemplos que exigem bastante de um fone e que mostram se ele vai segurar a onda ou não (pena que às vezes o som do streaming não ajuda).

E, claro, quando você for testar o seu, ligue seu som preferido e veja se o coração bate mais forte. ; )

Isso é o que realmente importa.



Imagem do post:
http://www.grayflannelsuit.net/

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El Cuarteto de Nos: pop/rock do carajo!

Está saindo do forno o mais novo álbum do Cuarteto de Nos, veterana banda uruguaia de “rap rock alternativo cômico e pop”, se é que poderia existir tal definição.

É sempre boa essa sensação de ansiedade quando uma banda que a gente gosta está prestes a lançar material novo. Eu sou fã do Cuarteto há pouco tempo (infelizmente não tive a sorte de conhece-los antes), mas eles estão na ativa desde 1980, e seu primeiro disco foi lançado em 1984. São macacos velhos e fazem um som de primeiríssima.

Começaram fazendo um tipo de música bem regional, mas seus últimos trabalhos – principalmente a partir da segunda metade dos anos 90 – mudaram totalmente de rumo, e hoje o Cuarteto é uma das bandas mais populares do Uruguai.

Agora estão lançando seu décimo-quarto álbum, Porfiado, e semana passada divulgaram o primeiro vídeo oficial em seu canal do YouTube.

Para quem conhece a banda, a música nova traz as qualidades típicas do Cuarteto: letra cantada/falada, refrão apoteótico e instrumental apurado e impecável.

Para quem não conhece a banda e que entender melhor do que se trata, é assim:

1) É pop/rock.
2) É pop/rock misturado com rap.
3) É pop/rock misturado com rap, inteligente e divertido.
4) É pop/rock misturado com rap, inteligente, divertido e quando suas músicas atingem o refrão, as melodias são simplesmente memoráveis.

Uma observação: eu não gosto de rap, mas o tipo de rap que o Cuarteto de Nos emprega em suas músicas é bacana, e não aquela coisa gangsta-com-as-mãos-cruzadas-e-cara-de-mau. Aqui a poesia é rápida e divertida, e é um recurso muito bom do qual lançam mão para contar suas longas e hilárias epopeias.

E aí, quando chega na ponte e no refrão, a verdadeira face do Cuarteto se revela em forma de grandes melodias e refrões memoráveis. E como se não bastasse, a banda de Roberto Musso e cia. tem um dom inigualável de contar histórias. Quando só o som não basta, eles complementam sua narrativa com videos muito bem feitos.

Aqui tem a música nova e algumas mais antigas, pra quem conhece relembrar e pra quem não conhece se divertir com o primeiro contato. No site oficial deles, você também pode ver divertidos videos com o work-in-progress do disco novo.

Se quiser ir atrás dos álbuns, comece por estes: El Cuarteto de Nos (2004), Raro (2006) e Bipolar (2009).

Cuando sea grande, quiero ser como vos.






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Os Dream Teams da música

Sabe quando você pega um cara de uma banda que você adora, outro cara de outra banda que você adora e imagina como seria se eles tivessem uma outra banda juntos?

Na história da música, a formação de supergrupos é uma prática comum entre membros de bandas distintas. Pretensões à parte, alguns deles fizeram bastante sucesso e deram muito certo sob o ponto de vista musical. Em alguns casos, entretanto, tudo não passou de uma mera escalação de estrelas num time sem técnico, e o fracasso veio impiedoso.

Me dá um pouco de medo quando escuto que um novo “supergrupo” vai ser formado. O exemplo mais recente, pra mim, é o Superheavy. Imagine esta formação: Mick Jagger, Joss Stone, Dave Stuart (ex-Eurythmichs) , Damian Marley e o músico indiano A R Rahman.

O line-up é promissor, né?

Pois bem, essa mistureba de estilos tão distintos aconteceu e seu primeiro single saiu no finalzinho do ano passado. Pra mim, não funcionou muito bem, mas às vezes pode ser a sua praia. Dá uma olhada:

Acho difícil juntar estilos tão diferentes, porque parece que todos os peixes estão fora d’agua. Não me soa natural o Mick Jagger cantando num reggaezão como este, assim como me soaria igualmente estranho ver o Damian Marley berrando em cima de um riff de Keith Richards.

Nos famigerados anos de ouro do grunge, um grupo que nasceu de uma mistureba e que deu muito certo foi o Temple Of The Dog. A banda foi o bolo resultante da mistura entre Pearl Jam e Soundgarden, e seu single Hunger Strike virou um dos grandes hits de sua época.

Mais recentes, dois supergrupos vieram à tona com grande pompa e bons resultados: Chickenfoot e Them Crooked Vultures.

O Chickenfoot reuniu superestrelas do rock em 2008: Sammy Haggar e Michael Anthony, do Van Halen, Joe Satriani e também o Chad Smith, do Red Hot Chili Peppers. Coisa finíssima. Apesar do tempo curto de duração da banda, lançaram dois álbuns.

O Them Crooked Vultures juntou o todo-poderoso-do-rock atual, Dave Grohl com o mestre John Paul Jones, do Led Zeppelin e Josh Homme, do Queens Of The Stone Age. Só isso. : )

E deu nisso:

Outro supergrupo ultra bem-sucedido dos ultimos anos é o Audioslave. Junção de Chris Cornell, ex-Soundgarden, com Tom Morello, Tim Commerford e Brad Wilk, do Rage Agains The Machine. Lançaram 3 discos e muitos hits, mas a divergencia musical entre seus membros acabou dissipando o grupo mesmo depois do estrelato.

Nos anos 80, o Traveling Wilburys virou um dos supergrupos mais famosos da história por juntar na mesma formação ninguém mais ninguém menos do que George Harrison, Roy Orbison, Tom Petty, Bob Dylan, Jeff Lynne e Jim Keltner. PQP!

Durou só dois anos e, entre muitos sucessos, produziu esta pérola pop aqui:

Só para citar mais alguns, nos anos 60, Jeff Beck, Jimmy Page e Eric Clapton – três jovens que viriam a se tornar três dos maiores guitarristas da história – fizeram parte dos Yardbirds. Nos anos 80, estrelas do rock progressivo também se juntaram para fazer o Asia. Nos anos 70 surgiu o Bad Company e o Rainbow, dois supergrupaços. Este ultimo, com Ritchie Blackmore, Dio, Cozy Powell… só para citar alguns. Se a gente quiser migrar para outros estilos, também dá: é só pegar os dois quintetos clássicos do Miles Davis e a banda que ele formou na época de sua fase elétrica para perceber que foram 3 super-mega-blaster-giant-grupos. Era sempre muita gente boa por nota.

E a lista de supergrupos é imensa, mostrando que esta “mania” sempre bem-vinda existe desde que a música é música. Só temos a agredecer as iniciativas dos nossos ídolos em criarem projetos paralelos com outros ídolos “só para se divertir”. Quem se diverte é a gente.

Se você pudesse montar seu dream team da música, que escalação ele teria?

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Spotify lança apps patrocinados para ajudar a fechar a conta

Tenho sorte que o Spotify cobra pouco, pois a impressão é que nunca mais conseguirei viver sem. E olha que eles precisam de dinheiro.

Lançado na Europa há quatro anos e nos Estados Unidos em 2011 – por aqui ainda precisamos do velho jeitinho brasileiro, mas nada impossível – o serviço de música mais incrível que existe já pagou 300 milhões de dólares em licença para as gravadoras.

São 10 milhões de usuários ativos que não pagam nada – ouvem propagandas – e outros 3 milhões que pagam mensalmente pela conta Premium.

Sendo assim, a quantidade de assinantes não fecha a conta, e o Spotify já estuda há algum tempo os formatos publicitários – além dos spots entre as músicas – que irão bancar o serviço no futuro.

A primeira novidade anunciada são os apps patrocinados, com playlists criadas por marcas. Atualmente já existem aplicativos de publicações, como Pitchfork, Billboard e Rolling Stone, por exemplo.

AT&T, Reebok, McDonald’s e Intel serão as primeiras a investir no formato, segundo informou a AdAge.

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Guitar Heroes, Legends, Gods and their motherf***ing solos!

Pegando carona no Braincast guitarrístico de hoje, separei algumas músicas cujos solos são memoráveis, pra gente relembrar.

Em tempo: não é, ABSOLUTAMENTE, uma lista de melhores solos ou meus solos preferidos ou qualquer categorização. São apenas e tão somente alguns belos solos para ajudar você a passar melhor esta tarde de terça-feira.

Aumente o volume e não resista se tiver vontade de fazer sua “air guitar” no meio do expediente.

\m/

Van Halen – Hot For Teacher

Pink Floyd – Time

Jimi Hendrix – Voodoo Child

Jimmy Page – Stairway to Heaven

Joe Pass – Summertime

Eric Clapton – Crossroads

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Heart-On-The-Sleeve Music

Está saindo essa semana, nos EUA, o primeiro álbum dos Lumineers, uma banda que já tem um bom tempo de estrada e 2 EPs lançados. O trio de pop-simpático-que-não-desgruda-da-cabeça passou os últimos 3 anos compondo as músicas que entraram no CD que chega agora às prateleiras yankees.

De pegada folk, rústica e – como eles mesmos se auto-denominam – “heart-on-the-sleeve music”, esta banda americana gosta de passear por diversos estilos e faz um tipo de som que lembra bastante Mumford & Sons e Avett Brothers. (O que é bom!)

Com tanta versatilidade e simpatia, a banda conquistou fãs ardorosos e vem esgotando ingressos para seus shows lá na terra do Tio Sam. Dead Sea, Flowers in Your Hair e Ho Hey são algumas das músicas que fazem os militantes da banda se emocionarem quando lotam os clubes por onde ela passa.

Pessoalmente, eu preciso de um pouco mais para me emocionar e sentir meu coração na garganta, como eles prometem em seu release oficial do CD de estreia. De qualquer modo, é um pop muito muito bonito, e todo primeiro álbum é uma grande conquista pra qualquer banda. Eles estão de parabéns.

Confira a Ho Hey, a música para grudar na sua cabeça antes do feriado. Valeu pela dica, Gabi Serio.

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Unidos pelo muro

Você não precisa ser necessariamente fã de Pink Floyd para ficar maravilhado com o show The Wall, do Roger Waters (que encerra sua passagem por São Paulo hoje, no Morumbi).

O que se vê ao vivo é um espetáculo, no sentido mais literal da palavra. É um banquete para as retinas. Um muro gigantesco se estende de uma ponta a outra do palco, e vira um grande telão onde são projetadas animações e efeitos visuais de arregalar os olhos durante 2 horas de apresentação.

Claro, se você for fã de Pink Floyd (como eu), o show ganha muito mais graça dado o apego emocional que se tem com cada nota tocada em cima daquele palco. O The Wall é um dos discos mais famosos e amados da história do rock, e vê-lo ao vivo, na íntegra, é uma experiência emocionante. Parece que, finalmente, a grandiosidade do álbum ganhou uma apresentação à sua altura.

Tecnicamente falando, o show é um espetáculo da tecnologia, desde o som ultra-mega-blaster-boost-surround que cerca todo o Morumbi com uma definição cristalina até cada um dos milhares de pixels que preenchem o imponente muro de 140 metros de largura. De onde quer que você esteja, é surpreendido com estrondos arrebatadores, com imagens deslumbrantes e com a precisão irretocável de uma banda que não faz feio em reproduzir fielmente um disco que está no sangue das pessoas há mais de 30 anos.

E é aí que toda a parafernalha tecnológica se justifica. As músicas merecem todo esse esforço, elas merecem cada frame de animação de que se projeta no muro descomunal. O The Wall merece ser revivido com toda essa pompa porque isto só mostra o quanto ele ainda é atual, universal e atemporal. Seu conceito e seus questionamentos são tão pertinentes hoje quanto eram em 1979.

Roger Waters, hoje com 68 anos de idade, resgata os mesmos ideais que tinha quando jovem, e nos presenteia com uma das mais belas turnês dos últimos tempos, fechando com chave de ouro uma carreira pontuada por belíssimos e marcantes momentos para os fãs e, principalmente, para a história do rock.

Todo mundo que já sonhou em chegar perto de uma guitarra deve muito ao Pink Floyd.

Fora o próprio show, a plateia é um espetáculo à parte. No Morumbi, dia 01.04, foram mais de 60 mil pessoas cantando tudo em uníssono, deixando ainda mais bonito um momento já ímpar por natureza. Fãs de todos os tipos e idades, pais com filhos, gerações distintas. Na hora que as luzes se apagam e In The Flesh estoura nos alto-falantes e arrepia a espinha, todos são iguais. Realizando o mesmo sonho.

Mother, did it need to be so high?


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To Be The Best: A volta do Tenacious D

Melhores que os Beatles e os Rolling Stones juntos, o Tenacious D irá lançar – finalmente, pois até já risquei as MP3 dos dois primeiros – um novo álbum no dia 15 de maio.

E para promover “Rize of the Fenix” – disco gravado em 17 minutos – a Sony Music criou um comercial/clipe mostrando como foi o emocionante reencontro de Jack Black e Kyle.

As participações especiais são inúmeras, com direito a aulas do Dave Grohl e comoção geral, pois afinal, ninguém pode separar Tango e Cash.

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Guitar Pee: o mictório dos guitarristas

Post express: Depois do genial Marshall Fridge, registrado aqui pelo Saulo, mais um belo lançamento para guitarristas chega nos melhores banheiros gringos. A Billboard conseguiu explorar a midia alternativa mictório (há tempos não tão alternativa assim) transformando-a em uma guitarra tocada com o seu xixi. O resultado é esse aí embaixo, mas fica a curiosidade do timbre que isso gera. No site deles ainda não tem nada www.guitarpee.com.br. Um desses no banheiro de algum grande festival brasileiro, seria sucesso e fila garantida.

Brainstorm9Post originalmente publicado no Brainstorm #9
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From Regina With Love

Três anos depois de lançar seu excelente Far, a divertida – e russa – pianista e compositora pop Regina Spektor volta à cena com seu sexto e aguardado álbum.

Produzido por Mike Elizondo (que deu uma forcinha em Extraordinary Machine, de Fiona Apple), o disco vai se chamar What We Saw From The Cheap Seats e já tem dois singles divulgados oficialmente pela cantora.

All The Rowboats foi lançada em fevereiro e já está disponível para download na iTunes Store. A segunda faixa divulgada é uma nova versão de Ne Me Quitte Pas, que já tinha aparecido em Songs, de 2002. São dois bons aperitivos para degustar enquanto o disco não chega.

Regina já toca músicas do novo disco em seus shows, e a julgar pelo estrondoso sucesso que seus álbuns anteriores fizeram (Begin To Hope e Far), este novo deve repetir o bem sucedido caminho, agora que ela tem cada vez mais fãs, popularidade e prestígio.

A data oficial de lançamento é 29 de maio (lá na gringa). Falta muito ainda, mas enquanto isso a gente vai enganando a ansiedade por aqui. Divirta-se.

 



Brainstorm9Post originalmente publicado no Brainstorm #9
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