A arte dos efeitos visuais em Hollywood, segundo Rob Legato

Muitas vezes os efeitos especiais são tão bons, que eles triunfam sobre a realidade. É o que diz Rob Legato nessa apresentação no TED em junho passado.

Legato é supervisor de efeitos visuais em diversos blockbusters de Hollywood, como “Harry Potter”, “Armageddon”, “O Náufrago”, entre muitos outros. No vídeo acima ele fala particularmente de três deles: “Apollo 13″, “Titanic” e “Hugo”, explicando o processo criativo por trás de inúmeros efeitos.

Misturando analógico com digital, e objetos triviais com miniaturas, Legato mostra, por exemplo, a reconstrução do Titanic para o filme de James Cameron. Em “Hugo”, com Martin Scorsese, o que parece um longo e intricado plano sequência é na verdade uma construção de três diferentes cenários e dois atores.

Atualmente, o supervisor de efeitos visuais está trabalhando novamente com Scorsese, em “Wolf of Wall Street”.

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Heart of Coppola: Os 33 anos de “Apocalypse Now”

Há 33 anos, em 15 de agosto de 1979, estreava nos cinemas “Apocalypse Now”.

A adaptação do livro “Heart Of Darkness” de Joseph Conrad, marca, certamente, o filme mais pessoal de Francis Ford Coppola. O homem que viaja ao longo do rio entrando no coração de uma imensa escuridão poderia ser um paralelo com a história do diretor nessa época.

A vida pós dois volumes de “O Poderoso Chefão”, com “A Conversação” no meio, talvez sugerisse um caminho mais fácil, afinal, não é qualquer um que faz o maior filme de todos os tempos. Ainda que tivesse muito mais dinheiro, equipamento e prestígio, nada poderia preparar Coppola para o caos que se tornaria a produção de “Apocalypse Now”.

Filmado nas Filipinas em 1976, o set parecia ter sido atingido por uma chuva de napalm: Coppola demitiu Harvey Keitel e o substituiu por Martin Sheen, a equipe enfrentou diversas doenças tropicais, e os helicópteros emprestados para as cenas de combates eram frequentemente requisitados de volta pelo presidente local, para que assim entrassem na guerra real contra os rebeldes anti-governo.

Marlon Brando apareceu acima do peso e sem saber suas falas, Martin Sheen teve um ataque cardíaco e Coppola, como não poderia ser diferente, passou ele mesmo por vários colapsos nervosos, algumas vezes ameaçando suicídio. Para melhorar, a essa altura, nem o roteiro estava totalmente definido.

Montado pelo editor Brian Carroll, o vídeo abaixo é um remix de diversos momentos dessa jornada heróica, misturando cenas do filme com o documentário “Hearts of Darkness: A Filmmaker’s Apocalypse”, e Orson Welles lendo trechos do livro.

“O maior horror é ser pretensioso.”

No trecho final, presente no documentário de 1991, a controversa batalha de Coppola contra a profissionalização do cinema pode soar profética. Um desejo do diretor em que, a popularização das cameras, possa transformar qualquer um em cineasta, capazes de produzir filmes verdadeiramente autorais e sem executivos no pescoço.

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100 risadas histéricas do cinema

Em mais um supercut cinematográfico, James Chapman reúne aqui 100 risadas histéricas e vilanescas dos filmes.

Um momento clichê difícil de resistir quando o inimigo revela seus planos malignos.

Veja aqui a lista de filmes presentes no vídeo.

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100% pure copycat / Totalement Stupéfiant!

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THE ORIGINAL?
New York Pizza TV Commercial – 2008
Source : CulturePub, Cannes Lions SHORTLIST
Agency : Selmore (Netherlands)
LESS ORIGINAL
Hell Pizza TV Commercial – 2012
Source : AdFormatie
Agency : Unknown (New Zealand)

Ethan Hunt, Bella Swan e outros personagens do cinema em modalidades olímpicas

O e-commerce sul-africano Kalahari.com promove sua seção de filmes aproveitando o momento Olímpico mundial.

Cenas do cinema são transformadas em provas das Olimpíadas, com Ethan Hunt disputando corrida de 200m, Bella Swan saltando da plataforma, Jonny Castle e Baby se equilibrando no cavalo e luta greco-romana com Jack Twist e Ennis Del Mar.

A criação é da JWT Cape Town.

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O som e música de “The Dark Knight Rises”

A ótima série SoundWorks Collection visitou o estúdio de Hans Zimmer e conversou com o compositor sobre o seu processo criativo para a trilha sonora de “The Dark Knight Rises”.

Além de podermos acompanhar o pensamento de um mestre na área, Zimmer conta detalhes de seu trabalho em parceria com Christopher Nolan, que já dura oito anos. Ele revela como é ter que fazer uma trilha diferente, mas dentro de um mesmo universo dos dois filmes anteriores.

Além da música em si, um filme desses tem o sound design como aspecto fundamental. Richard King, sound designer chefe, conta escolhas de efeitos sonoros e, claro, sobre a criação da marcante voz de Bane.

Assista! Sem legendas.

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Braincast 27 – The Dark Knight: O herói de Christopher Nolan

Christopher Nolan, um dos criativos mais talentosos do entretenimento atual, finalizou a sua ambiciosa trilogia do Homem-Morcego. O Braincast 27 discute a reinvenção do personagem pelo diretor no cinema, as influências dos quadrinhos, suas opções técnicas e narrativas para criar uma saga que certamente merece estar ao lado de outras trilogias clássicas do passado.

Nesse programa – excepcionalmente publicado na quarta-feira – Carlos Merigo, Saulo Mileti, Cris Dias e Alexandre Maron não só comentam o conjunto da obra, como opinam sobre o capítulo final desse Batman realizado por um britânico: “The Dark Knight Rises”.

Ah, e muito importante avisar: Esse Braincast tá cheio de spoilers! Fique atento ao aviso. :)

Faça o download ou dê o play abaixo:

[0h02m17] Comentando os Comentários

Críticas, elogios, sugestões para braincast@brainstorm9.com.br ou no facebook.com/brainstorm9.

Feed: feeds.feedburner.com/braincastmp3 / Adicione no iTunes

Quer ouvir no seu smartphone via stream? Baixe o app do Soundcloud.

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A batalha dos teaser trailers: “Superman Returns” (2006) vs. “Man Of Steel” (2013)

Eu sei que ninguém se importa, erroneamente, com o “Superman – O Retorno” do Bryan Singer, lançado em 2006. Sei também que o filme não é tudo isso, mas em um aspecto ele já ganhou do “Man Of Steel” do Zack Snyder que estreia no ano que vem: teaser trailer.

OK, você pode argumentar que isso não importa em nada. Mas aqui falamos de criatividade, e se o objetivo era gerar expectativa nos nerds já ansiosos pelo filme, a propaganda do longa anterior deu de lavada.

O novo Superman tem esse teaser insosso de pescaria – revelado há alguns dias – estilo homem barbado desgostoso com a vida. Já o anterior tinha narração do Marlon Brando, produzida através de trechos do filme original, de 1978, e mais: a trilha sonora inesquecível de John Williams.

Em um longínquo 2005, eu já tinha comentado a minha excitação com esse trailer aqui no B9. Assista os dois abaixo, compare e discorde de mim se tiver coragem. Pelo teaser de cada filme, qual você teria mais vontade de assistir?

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Uma experiência sonora em realidade aumentada de “The Dark Knight Rises” [iPhone]

Da mesma forma que fizeram com “Inception”, Christopher Nolan, Hans Zimmer e a produtora Reality Jockey criaram uma experiência sonora em realidade aumentada através de um app para iPhone.

Dessa vez o filme é “The Dark Knight Rises”, claro, e a trilha sonora do novo Batman interage e se modifica de acordo com as suas atitudes no mundo real.

Segundo o próprio Hans Zimmer, essa é uma maneira de fazer com que os fãs da trilogia possam ficar imersos com a atmosfera e ambiente sonoro do filme, levando a trilha para fora das telas.

Assim como no aplicativo de “Inception”, a melhor maneira de aproveitar a experiência é com um fone de ouvido.

O app traz ainda diversos clipes em áudio com o compositor e diretor contando o processo criativo da trilha sonora. Grátis na AppStore.

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“Branded”, as grandes corporações viram inimigas da humanidade no cinema

Nem só nazistas, comunistas e povos árabes alimentam os vilões nos cinemas. Nos últimos anos, as grandes corporações tem assumido muito bem esse papel em filmes de diretores e atores renomados.

O filme russo “Branded” é uma ficção científica, mas explora ainda mais o tema ao retratar as marcas como inimigas da sociedade, e não apenas no sentido figurado.

No distópico mundo do longa, as empresas dominam as pessoas por meio de propagandas, incentivando o consumo desenfreado e descontrolando o apetite da população. Um cidadão vai tentar revelar a conspiração por trás de tudo, com referências a diversas corporações reais.

Poderia ser uma discussão interessante, mas a coisa parece que desanda ao mostrar que as marcas são, na verdade, forças alienígenas ocultas. Só assistindo pra saber, pelo menos tem o Max Von Sidow. “Branded” estreia nos Estados Unidos no dia 07 de setembro.

Assista o trailer abaixo:

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Batmóvel, o documentário

Aproveitando toda a expectativa em torno do terceiro capítulo do “Batman” de Christopher Nolan, a Warner Bros. irá lançar um documentário para contar a história do inseparável carro do Homem-Morcego.

Além de sua origem nos quadrinhos, os diretores e designers dos filmes anteriores mostram a evolução do Batmóvel, e os motivos de suas escolhas estéticas para representar o veículo no cinema.

O documentário, que tem 30 minutos de duração, virá como extra no blu-ray de “The Dark Knight Rises” no fim do ano.

Qual é o seu Batmóvel preferido?

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Começou a campanha viral para o remake de “RoboCop”

Quando o “RoboCop” original chegou aos cinemas, em 1987, estávamos muito longe dessa festa do marketing hollywoodiano da última década. Descobríamos que um filme iria estrear ao ver o poster pendurado na porta, e olhe lá.

O remake do clássico policial do futuro você já sabe que vai acontecer faz tempo, e o filme dirigido pelo brasileiro José Padilha começou a ganhar seus primeiros materiais de divulgação viral.

O vídeo abaixo é um comercial da OmniCorp, promovendo suas soluções para “segurança” da sociedade. O site da empresa traz mais detalhes: omnicorp.com

A estréia do novo “RoboCop” está marcada para 9 de agosto de 2013, nos EUA. Só de lembrar, já me vem a música tema na cabeça. Espero que aproveitem a mesma.

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Prometheus: Clássicos não nascem do dia para a noite. Eles são construídos.

Mitos de origem são constantes nas sociedades humanas. Assim como suas variáveis e, claro, contrapontos. Crianças escolhidas, representantes deídicos profetizados por séculos, reencarnações das deidades caminhando sobre a Terra vivem lado a lado com seus algozes, com seres malignos enviados com a única missão de destruir a vida e instaurar o caos.

Ridley Scott jogou um holofote poderosíssimo na direção das sombras que tão habilmente criou em 1979, e a claridade pode ser assustadora.

Bem e Mal ainda são as duas maiores variáveis, independente de quanta “área cinzenta” a cultura moderna insista em empurrar goela abaixo, afinal de contas, vida sempre vai se opor, pelo menos temporariamente, a morte. E criador sempre vai antagonizar sua criatura. E a coisa só piora quando encaramos as relações familiares, conflitos de gerações e a maior de todas as jornadas: o jovem que se torna pai e vê, muitas vezes inerte, a revolta do filho atingir níveis extremos até a inevitável conclusão dramática.

Ridley Scott vive os dois papeis dessa dicotomia criativa em “Prometheus”, seu esperado retorno à Ficção Científica.

Quem vence a briga: o pai ainda repleto de perguntas ou o filho curioso e irresponsável arriscando tudo por uma única pergunta?

A resposta está na origem de tudo, tanto da vida quanto do universo de “Alien”.

Ridley Scott no set de Prometheus

Sugerir questionamentos e postular teses, por vezes assustadores, sempre foi um dos grandes atrativos da Ficção Científica. Fomos ao espaço, ao centro da Terra, às entranhas do corpo e aos labirintos da mente por conta desse gênero nativamente desprovido de limites. Boas ficções fazem pensar sobre o amor, como em “O Homem Bicentenário”, ou sobre o futuro de nossa raça e de nossas criações, como em “Matrix”, logo nada melhor do que encarar essa natureza inquisitiva com bons olhos, especialmente num momento de engessamento criativo e de lideranças hollywoodianas cada vez mais decididas a nivelar por baixo. Esse é um dos pilares de “Prometheus”, já invocativo pela referência ao mito grego do “homem buscando se igualar aos deuses ao roubar o fogo do Olímpo”, e igualmente provocativo em suas teses sociais e religiosas.

Quem somos? Até onde estamos dispostos a ir? Qual preço é aceitável? E, acima de tudo, Estamos Prontos?

Muito se pergunta e pouco se responde no roteiro de Damon Lindelof (“Lost”) e mesmo a única resposta é ousada. “Prometheus” foge da batida regra da “revelação no final” e joga a bosta no ventilador logo de cara, dando sua resposta e abrindo espaço para analisar as reações provocadas por ela em seus personagens, humanos ou não.

Afinal, o androide David é instrumental na trama em mais um grande trabalho de Michael Fassbender. Se sabemos que, no universo Alien, confiar nos autômatos é um erro, também sabemos que, invariavelmente, as interpretações serão memoráveis. Vide Ian Holm e Lance Henriksen. Idolatra de “Lawrence da Arábia” e em busca de sua própria alma, ou razão no universo, David mescla o melhor e o pior da Humanidade.

“Imagine a mente de uma criança, deixada sozinha a mercê de sonhos, filmes e todo tipo de pesquisa por quatro anos, em solidão, traçando suas próprias teorias”, disse Fassbender, quando nos encontramos em Anahein, há alguns meses.

“As ramificações são infinitas e isso vai refletir em suas ações; assim como os humanos, ele também tem suas perguntas e quer algo”.

Começar com a revelação é uma estrutura complicada de se trabalhar. E, de certa forma, antagônica a “Alien – O Oitavo Passageiro”. No primeiro filme, Ridley Scott foi claustrofóbico e preciso na análise do instinto de sobrevivência, tanto do alienígena quanto da Tenente Ripley. Demos cada passo com Ripley, sentimos cada nota da trilha de Jerry Goldsmith e sentimos, numa grande experiência coletiva, o alívio com a vitória da nossa campeã. Foi um exercício de compartilhamento social, de sensações espelhadas, de identificação total com a mistura de incapacidade e crescimento forçado para sobreviver.

É um mito da caverna às avessas, no qual o mistério se revela quando alguém ilumina as sombras.

Basicamente, ao escapar do confronto, Ripley ganha o direito de renascer e sua trajetória facilmente se equipara à natureza de diversas espécies colocadas contra seus predadores tão logo respira pela primeira vez. Gosto do tratamento a esse conceito dado por Stanislaw Lem, em “Solaris” (assim como a versão de Steven Soderbergh), quando faz a pergunta: Como reagir se sua primeira ação como ser vivo e consciente é matar para ter o direito de continuar a viver? Lutar. E ponto. Ripley luta e sobrevive, nesse novo drama, acreditamos ser os senhores, aqueles que vão apontar o dedo, dar as ordens e perguntar.

“Prometheus” poderia muito bem se chamar Icarus, pois da mesma forma como o homem que tentou tocar o Sol, seu destino foi ser subjulgado pela força dos deuses. Ao buscar igualdade e, até mesmo, comando sobre os criadores, a criatura se vê isolada, alienada e imersa numa realidade incompreensível, onde suas habilidades são ineficazes e suas perguntas são vazias; desnecessárias. “Prometheus” explora essa dinâmica, do ser humano como peça diminuta num cenário desconexo e cuja compreensão está além de sua capacidade.

“Prometheus” encontrará seu espaço e sobreviverá a seus críticos, propondo questionamentos e desafiando mentes.

Balancear a ousadia de confrontar um deus e a inexorável limitação física, sensorial e emocional da Humanidade é impossível, pelo menos até nossa raça dar um salto social como o proposto por Gene Roddenberry em “Jornada nas Estrelas” (especialmente na Nova Geração). Até segunda ordem, claro que deixamos de ser o hominídeo de Arthur Clark e Stanley Kubrick, mas ainda somos próximos demais do sujeito tribal idolatrando a Lua, e seus mistérios, na “Guerra do Fogo” de Jean-Jacques Annaud. E é esse homem que Ridley Scott lançou ao espaço. Esse ser deslumbrado vai confrontar seu criador. As respostas vão desagradar.

Além de provocar consequências extremas pela irresponsabilidade de exploradores com muito arrojo e pouca precaução, essa expedição darem vida a algo capaz de extinguir nossa espécie e criar mais uma cena emblemática para o cinema, quando Elizabeth Shaw (Noomi Rapace) luta pela sua vida no momento de desespero, coragem e dor imensurável.

A crítica à natureza destrutiva do homem é clara, também como seu papel problemático como agente transformador, sempre pleiteando as “melhores intenções” e, invariavelmente, subvertendo tudo à sua volta para atender a seus desejos. Os personagens de Prometheus encontram-se num momento de revés, pois, ao entrarem na gigantesca estrutura alienígena, deixam de ser agentes transformadores e tornam-se, imediatamente, nas coisas a serem transformadas. É um mito da caverna às avessas, no qual o mistério se revela quando alguém ilumina as sombras.

O filme é contemplativo, transcorre em sua própria velocidade sem atender à expectativa do público para mais, mais e mais.

Ridley Scott jogou um holofote poderosíssimo na direção das sombras que tão habilmente criou em 1979 e a claridade pode ser assustadora. Não torcemos pela vitória, somos incomodados por nossos próprios erros, egocentrismo e convicções. Somos tirados da zona de conforto com a resposta à grande pergunta (vou omitir referências claras por conta de spoilers) e isso, mesmo hoje em dia, incomoda. Pessoas não gostam de ver suas certezas religiosas ou crenças serem rechaçadas, questionadas ou desacreditadas com tanta petulância e velocidade. O público é acuado, logo, provocado a reagir. Por isso o ponto de não-retorno de “Prometheus” é tão decisivo. Aceitar a postulação de Scott faz parte do jogo, mas para isso é preciso estar disposto a encarar seu criador e pagar o preço.

Dele é a mão que cria. Seja o estilo e velocidade proposto por Ridley Scott, seja a misteriosa razão que provoca a criação da vida nos primeiros minutos de estonteante beleza de “Prometheus”. Dele é a mão que pune. A decisão de voltar a esse universo foi do diretor, que trocou a dinâmica sensorial pela grandiosidade do universo e o minimalismo dos agentes transformadores (“Grandes coisas tem começos diminutos” – David) ou do próprio criador arrependido ou cheio de ódio pelo sucesso excessivo ou fracasso retumbante de sua criatura.

O filme é contemplativo, transcorre em sua própria velocidade sem atender à expectativa do público para mais, mais e mais. Daí a justa comparação a “A Árvore da Vida”, de Terrence Mallick. E isso faz sentido. A vida também é lenta e acontece a despeito de nossos desejos. Tentamos transformar tudo, mas não somos mestres do tempo. Como diria Gandalf, “precisamos decidir o que fazer com o nosso tempo”, não como encontrar mais tempo ou acelerar o andamento das coisas. E Ridley Scott transporta esse elemento para “Prometheus”. Ele recria a vida numa situação tão próxima de seu fim. É como se ele traduzisse o conceito de dobra espacial para uma equação matemática, colocando início e fim tão próximos que as chances de colisão, ou anulação, aumentam a tensão e colocam tudo em risco.

É outro tipo de suspense, mas não uma nova Ficção Científica. Nisso Ridley Scott não ousou (deixando sua inventividade para os uniformes, capacetes com campo de visão total, a belíssima nave Prometheus e a tecnologia da Weyland). O roteiro de Lindelof transborda obviedade em alguns pontos, criando o clássico “set up / pay off”, ou seja, arma a situação para depois utilizá-la na conclusão (o casulo de sobrevivência, a máquina cirúrgica, os sonhos de Elizabeth Shaw), e apresenta falhas. Fato.

Entretanto, a eficiência técnica e o subtexto – há muito que ser visto, interpretado e inferido – incorporado a Prometheus supera o desejo do espectador óbvio ao sentar na cadeira disposto a montar um quebra-cabeça, do jeito que ele acha que deve montar, em vez de aceitar a obra pelo que ela é. A expectativa era inevitável, assim como sua quebra absoluta. Prometheus pode ser um grande filme se visto pelo que é, não pelo que torcemos tanto para que fosse.

Clássicos não nascem do dia para a noite. Eles são construídos. “Prometheus” encontrará seu espaço e sobreviverá a seus críticos, propondo questionamentos e desafiando mentes, maravilhando pelo visual e provocando pelo conteúdo.

Não diria que Ridley Scott fez de novo, nem foi sua intenção, ele mesmo me disse que “voltar ao gênero foi libertador, pois pode fazer o que bem entendeu e não ficou se preocupando com cada detalhe do primeiro filme [quem fez isso foi Lindelof]”, mas pode garantir que ele fez suficientemente bem para se destacar em meio a tanta oferta, num mundo novo em relação a “Alien” (mídias sociais, milhares de ‘críticos’, marketing excessivo, feira livre instantânea de opiniões, e com o gênero que ajudou a definir deveras usado, abusado e reinventado trocentas vezes), e ser lembrado.

“O gênero é um canal, não uma finalidade. Hoje posso estar voltando a fazer Ficção Científica, mas sempre fiz filmes, onde eles se encaixam é algo que não define o objetivo”.

Curioso notar que a nova dinâmica criada pelo sucesso desse estilo nas bilheterias transformou sua essência: filmes, ou séries de FC, nasceram como nicho, eram ignoradas e ridicularizadas pelo mainstream e por quem não gostava; hoje em dia, nós, os aficionados e adoradores, somos os primeiros a atirar asteroides dignos dos insetos de Robert Heinlein na direção de tudo e todos. O sucesso criou um mecanismo de falha compulsória embutido e, infelizmente, apertamos o botão ao primeiro sinal de problemas.

Em alguns anos, olharemos para trás com nova perspectiva. Mas com as mesmas perguntas. Fica a cargo das novas gerações redescobrir as perguntas, imaginar respostas e descobrir se, naquele momento, seremos dignos do sacrifício de Prometeu, cuja chama roubada nos guia enquanto seu sofrimento nunca acaba.

Nota: 9/10

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A interface computacional de “Homem de Ferro” e “Os Vingadores”

Mais do que simplesmente desenhar qualquer coisa que pareça tecnológica na tela, quem cria as interfaces computacionais em filmes tenta representar uma época ou prever tendências de futuro. Com o passar dos anos, o trabalho se tornou mais complicado.

O acesso a tecnologia de todo tipo e tamanho foi democratizado, e torná-la verossímil nas telas de cinema requer muito mais que mero exercício de futurologia. É preciso parecer incrível, mas sempre perto do possível.

É exatamente isso o que fez o designer de motion graphics Jayse Hansen para a Marvel, nos filmes do “Homem de Ferro” e “Os Vingadores”. Ele foi o responsável por criar os elementos e animações do visor do Mark VII, construído por Tony Stark.

Hansen explorou anéis que se dividem em diversos pedaços de informação – sempre numa paleta de preto e cinza, com vermelhos, laranjas e azuis – tudo como se fosse controlado pelos olhos.

Junto com o estúdio Cantina Creative, Jayse Hansen desenhou também as telas de vidro touch da Helicarrier de “os Vingadores”, depois de estudos painéis e instrumentos de caças A-10. O trabalho chega ao detalhe de possuir diferentes “modos” de tela, alterando os elementos caso a nave esteja parada, em batalha ou avariada.

Além do velho e bom rascunho no papel, o trabalho do designer segue o fluxo de Illustrator, After Effects e Cinema 4D. Além das várias imagens nesse post, você pode ver outras em tamanho ampliado no portfolio de Hansen.









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As referências do cinema em “Os Simpsons” [Tumblr]

Em seus 25 anos no ar, “Os Simpsons” já fez piada com muita gente, país, credos e convicções. Também já fez referência de muita coisa, principalmente do cinema.

O Tumblr moviesimpsons.tumblr.com reúne – em GIF’s animados – diversos momentos assim, incluindo a cena original.

Ainda tem pouca coisa, mas material não falta.


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“Os Vingadores”: Nerds, vencemos a batalha. O mundo é nosso.

Aviso: CONTÉM SPOILERS!

LOS ANGELES – Não só Hollywood, mas toda a indústria do Entretenimento, vive um momento definitivo e, nas proporções corretas, desesperador: ninguém sabe para onde o cinema, a TV e a literatura vão. Índices de atenção cada vez menores, oferta gigantesca de conteúdo, a necessidade absurda por produtos gratuitos e, claro, a pirataria contra os gigantes do mercado. São muitas variáveis e a instabilidade torna-se inevitável.

Os produtores entenderam a sociedade moderna: divertir, homenagear o passado, e permitir o sonho por um futuro interessante.

Logo, todo mundo está testando soluções – algumas às claras, outras só nos nichos ou mesmo a portas fechadas. Já existe um projetor de 8k de resolução, projetores 3D sem óculos tão poderosos que não se sabe onde acaba o filme e começa o ambiente real e até mesmo hologramas com sensor de movimento, transmissão ao vivo e reconhecimento de voz.

Parte dos testes, porém, envolve descobrir os gostos do público para sustentar a indústria durante essa transição traumática – que deve ocorrer nos próximos cinco anos – e é aí que “Os Vingadores” se encaixa nisso tudo. Quadrinhos e filmes de nicho tem o maior potencial para unir gerações, garantir resultados e, de certa forma, ser um porto seguro durante a tempestade. E é exatamente isso que a Marvel fez sob o comando de Kevin Feige.


Porém, “Os Vingadores” não é um teste, mas sim a conclusão óbvia da estratégia por trás dos bons filmes do “Homem de Ferro” (com vantagem para o primeiro), os dois “Hulk” (com desvantagens espalhadas entre o criativo Ang Lee e pau-mandado Louis Leterrier), o neutro “Thor” e o fantástico “Capitão América”! Gostem os fãs de quadrinhos, ou não, a verdadeira estratégia por trás disso tudo é a construção de um novo público.

A lição tirada de “Os Vingadores” é justamente a da consolidação de um plano efetivo e lucrativo.

Os nerds foram a base inicial e já cumpriram sua função como o primeiro estágio de um foguete. Deram a propulsão, agora está na hora de expandir e solidificar. Basta olhar as análises de público antes mesmo da estréia nos Estados Unidos: o filme lidera as bilheterias em TODOS os quesitos.

Remanescentes da Golden Age, jovens dos anos 80, mulheres, crianças, espectadores casuais… todos optaram pela aventura de Joss Whedon. E como poderiam resistir? Mesmo quem nunca encostou num quadrinho na vida, mas vai ao cinema ou vê TV, já ouviu falar no Homem de Ferro, no Hulk, em Thor e, claro, no Capitão América – especialmente aqui no Tio Sam.

De maneira alguma essa foi uma invenção de Feige e da Marvel, mas eles encontraram a medida certa para construir seu sucesso e, para isso, precisaram revisitar o passado ao usar os pesos pesados da companhia e fazer isso de caso pensado. Os produtores parecem ter entendido a necessidade da sociedade moderna: divertir, homenagear o passado, e permitir o sonho por um futuro interessante.

Essa frase não é nem um pouco idealista, basta ver o mito construído por Stallone com a franquia “Mercenários”. É exatamente a mesma táctica utilizada pela Marvel. E Avi Arad também sabe disso com seu “Espetacular Homem-Aranha”, o grande inimigo intelectual e dramático de Christopher Nolan, pelo menos nesse ano.

Comédias entregam gratificação instantânea e isso está incutido no cerne de “Os Vingadores”.

Essa estratégia é para poucos pela gigantesca proporção de investimento necessário para atrair a atenção do público antes mesmo da estreia. Já se fala em maior bilheteria da história, alias. Tudo isso passa pela arriscada opção de super-expor a marca, com infindáveis trailers, pôsteres, prévias, campanha de imprensa com marcação homem a homem em todos os grandes mercados e, mais recentemente, o convencimento à esfera blogueira, que não precisa de mais que uns trocados para vestir qualquer camisa, infelizmente.

Entretanto, a lição tirada de “Os Vingadores” é justamente a da consolidação de um plano efetivo e lucrativo. Como tudo que fica popular, a “posse” dos heróis dos quadrinhos passa das mãos dos leitores intelectuais dedicados a cada detalhe aos volúveis espectadores satisfeitos apenas com as duas horas de projeção.

Joss Whedon trabalhou três elementos fundamentais para o sucesso de “Os Vingadores” no aspecto cinematográfico: comédia, distribuição de tempo de tela e o Hulk!

Comecemos pelo gigante esmeralda: Depois de duas tentativas frustradas do ponto de vista qualitativo (embora eu tenha gostado de Edward Norton como Bruce Banner), eis que o Hulk surge com personalidade, utilidade e apareceu apenas nas horas certas. Mark Ruffalo atrapalhou menos do que aparentava e criou curiosidade ao “outro cara”. Esse personagem foi tanto a arma tática dos Vingadores em combate, como do filme, construído em torno de sua revelação, sem se preocupar muito com os dilemas de Banner e seu passado. Hulk apareceu, esmagou e conquistou!

Tudo foi bem distribuído, evitando assim, o “filme do Homem de Ferro e seus amigos”.

Se ele apareceu nas horas certas, o humor esteve presente ao longo de todo filme. Essa parece ser a grande chave dos vídeos virais mais atuais e, sem dúvida, o gênero favorito dos espectadores online. Comédias entregam gratificação instantânea e isso está incutido no cerne de “Os Vingadores . O roteiro arma sua estrutura e fecha todos os pontos, cômicos ou dramáticos, ao longo da exibição e isso é muito importante, pois entrega um produto fechado. É mentalidade de linha de produção e decisão de executivos, como disse o Merigo? Com certeza. Mas a execução foi fantástica.

Outro dia ouvi o Spielberg dizendo que sempre assistia filmes tentando ver os movimentos de camera, onde usaram grua ou dolly, onde entraram os efeitos ou a edição mais fresta, até que ele desistiu e agora só quer ver se puderam contar uma história. Bem, “Os Vingadores” conta uma história. Simples, pelo olhar de quem nunca ouviu falar nos quadrinhos, mas conta.

Um cara mal quer mandar na gente (e resolve aparecer justamente na Alemanha, onde se depara com um velhinho casca-grossa que não quer ver a história se repetir), então vamos chamar uns sujeitos meio problemáticos, mas superpoderosos, para segurar a onda e lutar pela gente. Tudo bem que ela começou vários filmes atrás, mas está lá. Começo, meio e fim. Infelizmente, hoje em dia isso é celebrado perante tantos roteiros confusos, temas pretensiosos e tentativas frustradas de se atingir alta intelectualidade.

Se os produtores se meteram no processo, e, com certeza, Kevin Feige virou o Kuato do Joss Whedon, os medos financeiros garantiram foco nas fórmulas que dão certo. Se a comédia – com suas piadas quase sempre certeiras – e o Hulk – com sua magnanimidade – funcionaram, o outro elemento da base foi o tempo de tela. Tudo foi bem distribuído, evitando assim, o “filme do Homem de Ferro e seus amigos”.

“Os Vingadores” escorrega pesado nos dois personagens secundários que são, estruturalmente, o freio de mão do filme: Gavião Arqueiro e Viúva Negra.

Formaram-se vários núcleos renovados constantemente, primeiro reforçando a desorganização dos heróis, depois explorando as forças. Uma das melhores decisões foi inserir o Thor tarde e deixa-lo meio escondido, afinal, seu filme solo foi o mais insosso e o Deus do Trovão não aguentaria levar a ação toda nas costas. E nem seria o caso, afinal, se o filme é d’Os Vingadores, eles devem lutar juntos. E como lutaram! As cenas de combate foram fantásticas e, enquanto aquele mundo caia, o espectador empolgado queria mais.

Como ação, “Os Vingadores” é empolgante. Loki deixa claro desde o princípio: vou enganar todo mundo e quem dita as regras sou eu. Tanto Nick Fury quanto os heróis caem na arapuca e pagam caro por isso, até por uma certa ingenuidade, algo que todo ser humano tem ao imaginar que as coisas vão funcionar da maneira ideal logo de cara. Bem, não é por aí e Whedon transferiu um grande conceito norte-americano para seus heróis: a América só funciona com motivação e um objetivo único. Desde a Segunda Guerra Mundial, esse pais não faz nada de forma unilateral. Nem mesmo a Guerra ao Terror foi aceita por todo mundo, logo, olha a referência ao nazismo novamente.

Acima de tudo, os realizadores buscaram elementos de fácil acesso à memória de seu público e isso deve ser encarado de forma positiva, uma vez de que fácil e efetivo não são sinônimos. Nolan quer ser cerebral, deixar o espectador tenso o tempo todo e extrapolar os limites do drama? Ótimo. Whedon fez isso na alucinação do último combate (que deve estar dando calafrios até agora no Michael Bay) e no envolvimento prático e simples gerado pelo bom-humor. Entretanto, isso não significa que “Os Vingadores” seja isento de falhas.

A Marvel lembrou que filmes de heróis podem ser divertidos e, acima de tudo, que o ciclo está completo.

No geral, agrada. E muito. É bem feito. E muito. Merece os louros da fama e do sucesso. Totalmente. Mesmo assim, escorrega pesado nos dois personagens secundários e, estruturalmente, o freio de mão do filme: Gavião Arqueiro e Viúva Negra. Se toda a preparação dos heróis principais foi feita ao longo de seus filmes solo, esses dois eram apenas rostos pouco familiares, com histórias de fundo praticamente nulas. Mesmo sabendo do extremo respeito e devoção entre eles, foi difícil engolir uma dinâmica aparentemente forçada na tela. Como arqueiro, adoraria ter o arco high-tech do Gavião, mas esse foi o máximo de atenção gerado pelo sujeito, mas tenho noção de que esse sentimento é bastante pessoal.

Mas isso se encaixa perfeitamente no contexto que estou trabalhando: esse filme é sobre gente especial que salva a “gente comum” na hora do aperto. Sendo frio e calculista, o personagem de Jeremy Renner é um baita arqueiro. E ponto. Foi escravizado pelo vilão, matou meio mundo e não teve tempo, nem roteiro, nem dramaticidade para se redimir de forma a justificar sua presença.

O outro grande problema foi a morte do agente Colson. Assim como Boba Fett, em “O Retorno de Jedi”, morreu para render uma piada. Falo da cena em si, não dos efeitos provocados por seu ato heróico (e a artimanha do Fury). Faltou algo, uma justificativa melhor naquele momento, mas diria que foi mesmo falta de respeito por um personagem tão querido, pois ele era uma espécie de C-3PO dos Vingadores poderia muito bem ter permanecido como constante no universo Marvel nas telonas.

Saí da seção de “Os Vingadores” absolutamente apaixonado pelo trabalho em equipe, pelo Hulk todo espirituoso, pela grandiosidade do quebra-pau, e louco de vontade de encher o Loki de safanões a lá Marshall, do “How I Met Your Mother”. Saí feliz, doido para ver outra vez e, devo dizer, arrependido por ter vaiado o Kevin Feige na Comic-Con quando ele anunciou o Rufallo como Bruce Banner. A Marvel fez um ótimo trabalho, demonstrou a força da grande marca frente ao público disperso, lembrou que filmes de heróis podem ser divertidos e igualmente agradáveis, e, acima de tudo, que o ciclo está completo.

Nerds, vencemos a batalha. O mundo é nosso.

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“Os Vingadores”: Quando a criatividade e a imaginação viram produção em massa

Pensando em processos criativos e exigências comerciais – que é, afinal, a essência do que esse blog trata diariamente – posso concluir dois pontos: 1. “Os Vingadores” é um pastel de vento (roubei a definição do Diego Maia). 2. Não poderia ser muito diferente disso.

Criatividade e dinheiro: Essa sim é uma verdadeira união heróica não alcançada por “The Avengers”

Aliás, com poucas exceções, é o que a Marvel tem feito com as suas franquias desde que iniciou a onda de filmes de super-heróis com o despretensioso “Blade” em 1998. Eu excluiria poucos do julgamento de espectador que farei nos próximos parágrafos, são eles: “X-Men 2″, o “Hulk” do Ang Lee, “Homem-Aranha 2″, “Homem de Ferro” e, com alguma boa vontade, o recente “X-Men: Primeira Classe”.

De resto, é a companhia buscando o máximo de bilheteria possível sem arriscar o legado de seus personagens com diretores metidos a artista. Deu certo com Sam Raimi, mas a maioria considera o excelente “Hulk” do Ang Lee – citado acima – um desastre. Então porque insistir no “erro”?

Não conheço o ambiente interno dessas super produções, mas consigo imaginar que muitas delas são geradas mais em salas de reunião cheias de executivos, do que nas mãos de um roteirista/diretor talentoso. E é exatamente esse cenário que enxerguei em praticamente toda a preguiçosa projeção de “Os Vingadores”.

Resumo: Um diretor com pouco poder criativo, que precisa colocar um monte de personagens na tela sem gerar uma confusão, atender a demanda de “blockbuster família” com violência tolerável sem sangue, e garantir sucesso de bilheteria para as continuações já agendadas.

Não há nada de errado em ser apenas divertido e “bom para toda família”, mas um pouco de ousadia não faz mal

Mas é aqui que chego na minha segunda conclusão: 2. Não poderia ser muito diferente disso. Tento imaginar – caso fosse dono de dezenas de personagens de quadrinhos multi-milionários – se teria coragem de arriscar e fazer de outra forma. Provavelmente não, e nada existe de errado nisso.

A Marvel já sabe a fórmula, e continua repetindo-a ano após ano. Que a empresa queira aproveitar ao máximo seus heróis com filmes rentáveis, eu posso entender, só não é possível dizer que “Os Vingadores” é a melhor adaptação de quadrinhos já feita. O mesmo se pode dizer da franquia “Transformers” de Michael Bay, por exemplo, passatempos rentáveis, mas nenhuma obra que valha a pena revisitar no futuro.

Quem conhece as HQ’s diz que “Os Vingadores” foi muito fiel ao crossover original – eu só lia “Wolverine” e “Super-Homem” na adolescência, portanto não posso opinar – mas como obra cinematográfica a adaptação acaba pasteurizando os personagens e a trama. Um resultado muito parecido com o que vemos diariamente nos ambientes de criação atrelados a altas performances comerciais (leia-se, publicidade).

Eu sei que o filme é divertido e funciona muito bem como passatempo descompromissado – não precisa dizer que tenho um pão embolorado batendo no peito – mas é realmente só isso o que se esperava de “Os Vingadores”? Eu nunca exigiria um “Batman: O Cavaleiro das Trevas” do Joss Whedon – a essência é completamente outra – mas um pouco mais de ousadia não faria mal ao longa.

Eu engulo todas as vezes a velha história de fim do mundo, do artefato alienígena com poder incomensurável, e do vilão que decide roubá-lo com ambições pouco convincentes – estamos falando de quadrinhos, afinal – mas estou cansado da ação repetitiva só para mostrar mais efeitos e barulho na tela.

É possível unir sequências de puro entretenimento com dramaticidade capaz de realmente nos fazer importar com o destino dos personagens… e do mundo. Para tanto, não estou falando de ser dark e tenso como os Batman’s de Nolan, mas esperto e sagaz como o segundo “Homem-Aranha” do Sam Raimi, o segundo “X-Men” de Bryan Singer, e o primeiro “Homem-de-Ferro” Jon Favreau.

Também entendo que Hollywood se assegure nas fórmulas de sucesso para a maioria dos filmes de verão (norte-americano), só acho uma pena desperdiçar tantos personagens do nosso imaginário, desde criança, com adaptações bobas e descartáveis. Não há nada de errado em ser simplesmente divertido e “bom para toda família”, mas um pouco de provocação poderia me fazer ter vontade de assistir o filme novamente, ao contrário dos bocejos a partir do momento em que o porta-aviões sai do lugar.

O Nolan também deve ter suas brigas com a Warner e a DC Comics, mas não precisa ter mais de um olho funcionando para perceber que, com a carreira que ele desenvolveu, a liberdade é bem maior. O cara trata o personagem com respeito, gera blockbusters milionários e ao mesmo tempo nos faz sair do cinema levando aquilo na cabeça pelos próximos dias.

Também entendo que a Marvel não queira arriscar suas principais propriedades intelectuais, e seu universo seja muito mais leve e bem humorado do que a concorrência. Porém, fico ainda mais decepcionado ao ter certeza de que eles acertam em cheio quando as amarras são mais soltas. Todos os outros filmes da empresa que citei acima se encaixam nisso, mas a maior prova disso responde hoje pelo nome de “Kick-Ass”.

Não tem Capitão América, nem Homem de Ferro, nem Viúva Negra, nem Thor ou Hulk, mas criativamente falando é memorável. Acontece que, na hora do vamo-ver da bilhteria gerou muito pouco para a Marvel, e aí voltamos novamente para a luta no globo da morte entre criatividade e dinheiro. Essa sim é uma verdadeira união heróica para os poucos Nick Fury da vida real que a alcançam.

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Supercut: Quebrando a quarta parede

Mais um daqueles supercuts cinematográficos para divertir nossa tarde. Nesse, são cenas de 148 filmes diferentes com personagens olhando pra você.

São poucos filmes que conseguem quebrar a quarta parede de maneira eficiente, mas por esse vídeo podemos ver que fazem isso mais do que percebemos.

No YouTube, você pode ver a lista de todos os longas que aparecem no clipe.

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Brain Farm Digital 2012

Voici l’impressionnant et superbe showreel “Digital Cinema” du studio de production Brain Farm pour l’année 2012. Un montage efficace aux images très inspirantes dirigé par le réalisateur Curt Morgan déja auteur du célèbre The Art of Flight. A découvrir en HD dans la suite.



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Campanha de “Prometheus” apresenta o novo robô David8

A Fox continua a campanha viral de “Prometheus” com os produtos e filosofia da sinistra Weyland Corporation.

O vídeo é como um comercial, que promove o novo andróide da empresa: David 8. Interpretado por Michael Fassbender, o robô está pronto para fazer todas as tarefas que os humanos considerem desagradáveis ou anti-éticas.

Vale notar que a Fox arrumou até patrocínio para sua própria campanha. A Verizon entrou na brincadeira, como um “powered by” das máquinas fabricadas pela Weyland Corporation.

Dirigido por Ridley Scott, “Prometheus” tem estreia marcada pra 8 de junho.

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