Filhos detonam Ted em teaser de How I Met Your Mother

Foram oito anos de histórias que pareciam intermináveis, com direito até a spoiler via Instagram. Mas parece que a história sobre como Ted Mosby conheceu a mãe de seus filhos finalmente será concluída na temporada final de How I Met Your Mother. A CBS resolveu brincar com toda essa demora no teaser da nona temporada lançado no Comic-Con, em que os filhos de Ted finalmente perdem as estribeiras e detonam o pai.

O filho reclama de ter passado pela puberdade sentado no sofá, enquanto a filha reclama de ter perdido os anos de faculdade. Oito anos sem ver a luz do sol, sem ter uma pausa para ir ao banheiro…

Dando uma olhada nos comentários do vídeo no YouTube, deu para perceber que nem todo mundo curtiu o tom do vídeo. Há, inclusive, aqueles que defendem que a série deveria ter acabado há várias temporadas. De qualquer maneira, a história de Ted finalmente tem data para terminar. Resta saber se o final vai agradar quem passou os últimos oito anos acompanhando a série.

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Game Of Thrones: Por Dentro da Série

Para você que está orfão dos novos livros e temporadas de “Game of Thrones” ou que sempre teve curiosidade em saber como funciona uma adaptação de livro para série de TV, a editora Leya lança agora no Brasil o guia “Por Dentro da Série da HBO Game Of Thrones”.

Com prefácio de George R.R Martin, entrevistas dos atores, produtores e dos criadores da série – David Benioff e D.B.Weiss –  e em edição de luxo com tiragem limitada, este guia mergulha no universo medieval de Westeros, mostrando, em detalhes, como foi toda a produção da série e revelando as curiosidades dos bastidores.

O responsável pelo guia é Bryan Cogman, produtor executivo, que entrou para o time de roteiristas do seriado e escreveu dois episódios ao longo das três temporadas. Cogman reuniu curiosidades sobre os figurinos, a escolha das locações e a construção dos cenários mais marcantes como a Muralha e o castelo de Winterfell, as adaptações de diálogos dos livros para a série e as brincadeiras e erros de bastidores. 

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Fã e curiosos de plantão vão ficar impressionados com a riqueza de detalhes apresentados no guia: como criaram o idioma dothraki, porque escolheram a Irlanda do Norte como set de filmagens, a importância do Gerente de Construções de uma série de TV, o trabalho e cuidado com o figurino para cada personagem e muito mais. 

Cada capítulo surpreende e tem um tema principal que vai sendo desvendado a cada informação nova sobre como é adaptar um livro para um seriado. Além de imagens lindas e exclusivas das filmagens, atores e bastidores, você também tem a chance de descobrir como os criadores tiveram contato com os livros, como George R.R Martin reagiu ao ficar sabendo da adaptação e quantas pessoas trabalham para que “Game Of Thrones” seja o sucesso que é.

A edição com capa de couro e detalhes em dourado consegue fazer você fica mais apaixonado pelo universo que rodeia a história e matar a saudade até a próxima temporada e próximo livro.

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A Sereia, O Jornalista e o Internauta

No último feriadão nos Estados Unidos, mais de 3.6 milhões de pessoas assistiram ao documentário “Mermaids: The New Evidence”, no Animal Planet. O programa mostrava nova evidência sobre a existência de, bem, Sereias!

Quando muita gente se tocou na natureza fictícia da descoberta, um surto de ódio contra o canal começou na internet. Gente reclamando de ter sido enganada, ludibriada e que perdeu seu tempo assistindo ao mocumentário (documentário de mentira) começou a atacar o canal. Perante a situação, claro, a imprensa aproveitou o ensejo para “desmascarar” o programa, exibir inúmeros tweets e posts do Facebook, e uma declaração do NOAA (Departamento de Pesquisa Oceanógrafa) sobre a inexistência de conexão entre a entidade e o conteúdo. Pronto: criou-se uma polêmica sobre SEREIAS!

Pensando de forma analítica, se uma entidade governamental, ou turistas malucos, tivessem encontrado evidência sobre a existência de Sereias, a notícia teria explodido no YouTube e na grande imprensa muito antes de um documentário no Animal Planet, certo? Entretanto, a falta de perspectiva é a maior responsável por essa polêmica. Essa NÃO foi a primeira vez que o assunto foi apresentado dessa forma.

Mermaids

Mermaid

Em 2012, o canal exibiu o mocumentário “Mermaids: The Body Found”, que segue os mesmos moldes, feito pela mesma equipe e estrelado pelos mesmos “cientistas”. Assisti a esse programa na estreia e, por conta da ótima edição e direção, acreditei ser algo verídico até o primeiro efeito especial meio tosco aparecer. Comecei a rir. Ponto para eles. A partir daí ficou divertido e curti a ideia. Mas não parava de pensar em “The Last Broadcast”, o mocumentário que transformou “A Bruxa de Blair” em fenômeno. Foi até exibido na GNT, no Brasil, como algo sério.

Foi uma bela mistura de ficcional, mitológico e narrativa moderna

O entretenimento tem a obrigação de encontrar novos formatos e, sinceramente, essa dobradinha sobre as sereias é uma ideia interessante. Entretanto fico perplexo ao notar que a continuação de um mocumentário tenha gerado tanta algazarra online. Sem vincular o programa ao antecessor, o canal deu a impressão geral de que o “truque” é novo. Bem, não é. E, pelo aspecto das mídias sociais, o marketing do canal acertou em cheio, pois atraiu atenção de público e imprensa, tem gerado bastante conversa entre amigos e nos talk shows das rádios, e vai garantir uma sobrevida interessante às reprises.

Mermaid

Vale ressaltar a qualidade dos programas. Lembro de uma entrevista com um dos criadores dos efeitos especiais de “Tron”, há pelo menos uns 14 anos, quando ele disse que o futuro dos efeitos especiais era desaparecer; chegaríamos ao ápice da arte quando recriarmos qualquer coisa e enganarmos todo mundo. Bem, se ainda não estamos lá, falta muito pouco. Os dois “Mermaids” não são exímios nos efeitos na hora da revelação, mas a mistura com a câmera amadora, a tela chuviscada e os movimentos bruscos, conferem aos programas um quê de realidade. Acima de tudo, o espectador é convencido pela narrativa, pelas entrevistas, pelas projeções científicas da evolução das sereias.

Mermaids

Aliado a isso está o desejo da descoberta. Não é todo dia que um ser mítico ganha vida e, pasmem, pode estar nadando em nossos mares nesse exato instante. Foi uma bela mistura de ficcional, mitológico e narrativa moderna.

O entretenimento tem a obrigação de encontrar novos formatos e esse foi um truque interessante

Para variar, a “galerinha online” se sentiu ofendida. Bem, novidade, não é? O volume de e-mails, tweets e posts de cheios de ódio foi gigantesca. Até a CNN resolveu fazer uma matéria revelando a verdade sobre tudo, dizendo que os cientistas eram atores, que havia uma linha nos créditos finais dizendo “alguns fatos são baseados em ficção” e dando voz aos reclamões online.

A frase não é minha, mas tomo posse: a internet deu voz a muita gente que, infelizmente, não merece ter uma. Tudo é oito ou oitenta, todo mundo se sente no direito de ficar ofendido e quem sofre são as timelines alheias. Ficar bravo com o Animal Planet deve estar em 5446° lugar na minha escala de prioridades na vida. Isso deve ser excesso de vontade de querer que as sereias existam… e o Papai-Noel… e a Fada do Dente… e o Capitão América.

Como vivo no mundo do cinema, onde ser enganado (no bom sentido) o tempo todo faz parte do jogo, só posso tirar o chapéu. Acreditei por um tempo e eles merecem tanto o respeito quanto o sucesso.

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Fábio M. Barreto é jornalista, cineasta e autor da ficção científica “Filhos do Fim do Mundo”.

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A Cultura do Spoiler: de Odete Roitman a “Game of Thrones”

Eu sou o tipo de pessoa que  assistiu “O Sexto Sentido”“Clube da Luta” e muitos outros filmes mesmo já sabendo o grande enigma do fim. Na verdade, sou tão curiosa que até agradeço quando me contam algo ou descubro os spoilers. Isso nunca mudou muito a minha experiência de espectadora ou, até mesmo, de leitora – quem já não pulou algumas páginas porque queria saber o que ia acontecer no próximo capítulo do livro?

Acontece que, algumas semanas atrás, eu realmente fiquei triste por descobrir algo muito importante do meu seriado favorito antes de assistir. Há 8 temporadas espero para conhecer quem é a mulher e mãe dos filhos de Ted Mosby em “How I Met Your Mother”. Isso finalmente aconteceu, mas foi através de uma foto da cena no Instagram de algum espertinho.

Spoiler

Quem ainda não assistiu aquele tal episódio bombástico, acaba invariavelmente enfrentando o fogo cruzado da internet

Enquanto demorei algumas horas há mais que todo mundo para assistir o episódio, não imaginei que alguém publicaria uma foto dessas. Nem me lembrei, também, que existe uma regra comum de que se você não quer saber algum spoiler deve ficar longe da internet. Além disso, nunca me preocupei com os spoilers, e confesso que já estraguei a expectativa de muitas pessoas. Seja intencionalmente ou sem querer.

Essa surpresa e o gosto amargo de perder a revelação de um grande mistério pela primeira vez me fez pensar nesse momento da cultura do spoiler que estamos vivendo, recentemente levantado pela Wired. De repente, qualquer comentário pode virar um spoiler e não existe fórmula pra fugir deles, a não ser que você queira passar um bom tempo totalmente desconectado.

Você vai notar isso muito bem nessa semana. Com o penúltimo episódio da terceira temporada de “Game of Thrones”“The Rains of Castamere” – exibido ontem, 2 de junho, as redes sociais entraram em erupção. Quem assiste está louco para comentar/entregar os acontecimentos, ou, entregando de fato. Os desavisados que ainda vão assistir o S03E09 amanheceram no meio do fogo cruzado.

GoT

Mas o que realmente é um spoiler?

Spoiler é a descoberta de um grande mistério, situações que acontecem no desfecho da trama ou a morte de algum personagem antes que você tenha chance de assistir ou ler a história em questão. Mas nem todo mundo pensa assim.

A internet é escura e cheia de spoilers

“Acho que na real existe uma histeria. Tudo é spoiler, inclusive o que não é. Tem gente que não quer nem saber se o casal deu um beijo ou não em determinado episódio ou qual música o pessoal do ‘Glee’ vai fazer versão. É demais! Existe muito “mimimi”, diz Ana Emilio, do site Box de Séries, que completa: “no Box, a gente considera spoiler tudo que aconteceu nos últimos episódios, e sempre tenta colocar avisos e evitar fotos que entreguem surpresas direto na home, mas nem assim conseguimos fugir dos chatos que reclamam de tudo.”

As pessoas começaram a levar muito a sério essa história de spoiler e agora fazem disso uma batalha campal sem necessidade. É óbvio que é chato ficar sabendo do que não se quer, mas também não tem como fugir de descobrir algo se você está na internet, navegando em sites especializados no assunto ou em alguma rede social na hora em que determinado episódio está sendo exibido na TV.

A famosa camiseta de Olly Moss

A famosa camiseta de Olly Moss

O Sexto Sentido

Reclamar é inútil, afinal, a maneira de consumir entretenimento não é mais a mesma faz tempo. Hoje em dia é cada vez mais normal as pessoas postarem comentários ao mesmo tempo em que estão acompanhando a televisão, a tão discutida segunda tela, e muitas vezes preferem assistir seu filme ou série favorita no próprio computador ou tablet. Dessa maneira, é certo dizer que o spoiler faz parte do cotidiano desse consumidor.

Tirando o fato de alguns espertinhos, como o meu caso da foto do Instagram, a maioria dos sites, fóruns e blogs trazem avisos de que talvez em determinado post tenha alguma informação que você não deveria saber se ainda não viu o que deveria ver – o que eu nunca respeitei e sempre li para matar a curiosidade. O que deve imperar é o bom senso do próprio espectador na escolha do que vai ler, e de quem já assistiu em não estragar a diversão dos amigos. 

Caio Fochetto, também do Box de Séries, lembra que nem só de texto vivem os spoilers. “Uma história interessante de spoilers é a capa da última temporada de ‘Six Feet Under’. Tem um spoiler violento nela e qualquer fã percebe! Sacanagem da Warner não ter prestado atenção nisso. A capa mostra todos os personagens num velório, exceto um. Ou seja …”

Claro que a grande “culpada” por essa cultura do spoiler e criação de especialistas em mancadas históricas é a internet. Facebook, Twitter, fóruns, comentários, blogs e sites com conteúdo revelador conquistaram de vez o território e ficou praticamente impossível fugir de algum texto malicioso.

Lost

“Lembro que alguém me mandou um reply no Twitter perguntando o que eu tinha achado da morte de um grande personagem de ‘The Walking Dead’. Só que eu não tinha visto! Por isso, fico bem longe das redes sociais quando passa um episódio das minhas séries favoritas (‘True Blood’, ‘Game of Thrones’, etc). Por sorte elas são exibidas domingo a noite e consigo assistir no máximo em 24h. Pouco tempo sem checar meus perfis.”, diz Caio

Antes da era dos spoilers, os mais curiosos só podiam contar com os resumos publicados de antemão em jornais e revistas

Pensando nisso, fansites de “Game of Thrones”, como o Tower of the Hand, desenvolveram um sistema que tenta fugir disso e impede os spoilers. Os leitores podem selecionar no site até onde chegaram na série (ou livro) e o site vai esconder automaticamente as informações vitais até o ponto em que o espectador/leitor parou. Já o Winter Is Coming trata tudo o que não foi ao ar como um spoiler em potencial, portanto se você leu os livros que ainda não foram para a televisão não pode comentar nada. Essas são até que boas ideias, mas vale para todos os seriados? E pior, vale para os que querem deliberadamente entregar o jogo?

Spoiler

No caso de “Game of Thrones”, os livros já são um “spoiler” a parte para quem acompanha apenas pela TV. Mas se engana quem acha que não vai ter nenhuma surpresa quando assistir mesmo tendo lido antes. Além de ser paticamente impossível filmar cada detalhe das obas de George R. R. Martin, muito do que se vê é a interpretação do roteirista e diretor e eles podem sempre acrescentar algo que você não esperava para criar uma reviravolta.   

“Às vezes é até bacana saber o que acontece nos livros, pois não há garantia que este seja o rumo da história na TV. Por exemplo, nos livros que originaram ‘True Blood’ há um personagem que é o Elvis Presley – ele não morreu, virou vampiro. Na série isso não existe e não há possibilidade de acontecer, segundo os produtores da série”, conta Caio.

Odete
 
Provavelmente se a novela “Vale Tudo” fosse inédita no tempos de hoje ela seria tão vítima de spoilers quanto qualquer seriado, e muitas pessoas revelariam quem matou Odete Roitman antes da hora. Ainda mais se ela fosse filmada em outro país e o meio tempo de espera para chegar até os canais brasileiros não segurasse grandes segredos.

Naquela época, os mais curiosos só podiam contar com os resumos publicados de antemão em jornais e revistas. Textos, claro, enviados pela própria emissora, e portanto sem grandes revelações. Nem jornalistas conseguiam acesso ao roteiro, e os espectadores tinham hora marcada com a televisão para saber o que aconteceria. Em se tratando de segredos do entretenimento, era um mundo democrático. Os finais de “Seinfeld” e “A Próxima Vítima”, por exemplo, foram filmados horas antes de irem ao ar. Uma tática para evitar qualquer vazamento de informação, num tempo que não existia downloads e conteúdo sob demanda.

Só sei que minha primeira experiência de spoiler desnecessário me marcou. Tudo bem que foi um contratempo, mas para quem vivia na LOSTpedia e nos fóruns internacionais para saber tudo sobre “Lost” e “Harry Potter” antes de conseguir assistir ou ler os livros, eu não posso reclamar muito de saber um segredinho. Isso vale para muitas pessoas também. Não se chateie e perca o tempo criticando alguma revelação antes da hora, simplesmente evite os comentários na internet o máximo que puder. Dessa forma, a vida dos estraga prazeres será bem mais complicada (e sem graça).

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Lições da Cozinha

Há muito mais em Gordon Ramsay percorrendo cozinhas de restaurantes ao redor do mundo, ofendendo chefes, desafiando proprietários, educando equipes do que um reality show sobre culinária. Algo chamou a atenção em “Kitchen’s Nightmares” (exibido pela BBC America, aqui nos Estados Unidos, Fox Life no Brasil) e iniciei uma verdadeira maratona para descobrir a verdadeira razão por trás disso. Não demorou muito e a resposta veio, não como um elemento em especial, mas com a função do programa e o fato das lições do chefe escocês transcenderem os limites da cozinha e, adivinhem, cair direto na mesa dos criativos.

Percorro entrevistas coletivas e palestras desde o começo da minha carreira no jornalismo (algo que aconteceu logo no primeiro ano da faculdade, então junte a isso os debates na escola) e o elemento básico desses eventos é um só: dúvidas. Todo estudante tem dúvidas, todo profissional quer ter certeza para não errar, todo criativo procura no erro, ou no conselho, alheio a solução para seu bloqueio ou dificuldade. Sempre temos dúvidas e enquanto as bolas de cristal não são inventadas, obter informação continua sendo o melhor jeito de se fazer isso. Curiosamente, depois de 16 anos no mercado, noto que isso não muda. Sempre queremos informação, jornalistas continuam curiosos e criativos continuam procurando novas inspirações. Todos deveríamos trabalhar na cozinha!

Ou melhor, numa cozinha guiada por Gordon Ramsay.

Gordon Ramsay

Vejo Ramsay como um editor linha-dura, um diretor de criação que não aceita desculpas ou gente que foge da raia

Ao transpor as lições e mantras trabalhados por ele no programa, percebi que, no fundo, as dúvidas são as mesmas noutro ramo e que, olha só, as soluções também são. Uma das coisas mais marcantes do discurso de Ramsay é a simplicidade. Diversos chefes – tanto na Europa quanto nos Estados Unidos – pecam pelo excesso. Tentam florear os pratos, extrapolar sabores, exagerar nas combinações ou nas “tentativas de experimentação” e, invariavelmente, falham. Interessante pensar nesse cenário, pois a simplicidade tem uma função: garantir o entendimento do cliente e transmitir uma mensagem. No caso dele, é garantir a fidelidade do prato. Se é pato, que tenha gosto de pato. Um bom gosto. Se é macarrão a bolonhesa, não tente inventar colocando frutos do mar.

Gordon Ramsay

Quantas vezes não pecamos pelo exagero? Escrever um artigo cheio de referências obscuras? criar um logotipo dúbio ou visualmente lindo, mas distante da função? Editar um vídeo cuja narrativa só você entenda? É importante mencionar que, nesse caso, simplicidade não tem a ver com nivelar por baixo ou ser menos criativo. A mensagem é clara: seja honesto e vá direto ao ponto. Ando usando muito isso em textos e roteiros recentemente. Se a ocasião permite, e o público-alvo vai ser beneficiado, por que buscar uma estrutura complexa e sofisticada em vez de usar um simples “sinto sua falta”? Pensar dessa forma tem feito muito sentido e, claro, refletido positivamente na produção.

Ramsay também faz algo que Hollywood pratica: insiste ostensivamente no procedimento. É preciso criar um padrão, ou um ritmo de produção, e segui-lo. Cozinhar exige consistência e um dos índices de satisfação mais altos da prestação de serviços da sociedade e errar não é uma opção. Em muito do mundo criativo, ainda temos oportunidades de afinar o trabalho antes de apresenta-lo, na cozinha, não. Uma vez servido, o prato vai decidir se aquele cliente volta e traz os amigos, ou se torna um porta-voz negativo para sempre. O procedimento resolve isso. Pelo que ele diz, funciona na cozinha. Pelo que vivo aqui, funciona no cinema. É um esquema linha de produção, entretanto, se o objetivo está alinhado e cada membro da equipe faz bem a sua parte – e só a sua parte, sem o hábito da “multi-tarefa” bastante comum no Brasil – o produto final, seja ele qual for, vai ser bom.

Vejo Ramsay como um editor linha-dura, um diretor de criação que não aceita desculpas ou gente que foge da raia. Ele é um cara necessário hoje em dia, assim como clones da sua postura. Ele fala a verdade, não enrola e sempre tenta arrumar as peças, em vez de bancar o ditador, demitir e pronto. Cansei de ver editores vendidos nas grandes revistas brasileiras, gente incapaz de garantir a qualidade do que editava em prol da “idiotização” da cultura (exemplo, optar por falar de fitness e shampoo com um grande ator e ignorar outra entrevista com o mesmo sujeito sobre assuntos relevantes, carreira e reflexões). Devemos dar os devidos descontos pelo fato de Ramsay ser famoso, respeitado e ter dinheiro? Sim. Entretanto, ele está fazendo! Mostra como todo restaurante pode servir bem e, no processo, levou-me a entender que devemos levar essa pegada para o mundo criativo.

“I act on impulse and I go with my instincts.” – Gordon Ramsay

Gordon Ramsay

O formato do programa se torna recorrente, mas as soluções são valiosas

Ele bate muito na tecla da comunicação entre equipes e há outra lição aí. Esqueça os e-mails longos, aquelas reuniões inúteis e cheias de pretensões a cada etapa do processo de criação (vivi muito isso quando trabalhei numa agência de comunicação). O contato direto e efetivo funciona muito mais. Você pergunta, o outro responde, o processo anda. Isso também é interessante para evitar grandes elocubrações ou ideias viajadas. Qual seu objetivo? “Emocionar com uma história de amor”. Ponto. Toda e qualquer pergunta a partir daí precisa ser direta. O que tal personagem quer? Ficar sozinho! E aquele outro? Encontrar alguém para se aventurar. Se você começa a enrolar em grandes teorias sobre cada uma dessas razões, as chances de se perder são gigantescas. E, com isso, o objetivo vai para o espaço.

Claro que o desenvolvimento é necessário e, como disse, simples não significa raso, mas falha na execução e distanciamento do objetivo primário é uma das maiores mazelas de trabalhos criativos nos últimos anos. Às vezes, a genialidade está justamente na capacidade de falar menos e dizer tudo. É um pouco assustador perceber que precisei de um chefe de cozinha para pontuar tudo isso – fora tantas outras lições sobre apresentação, comunicação com público, identidade visual e postura profissional – e não me arrependo nem um pouco. O formato do programa se torna um pouco recorrente, pois muitos dos restaurantes visitados sofrem dos mesmos problemas, mas as soluções são valiosas. Que essas lições da cozinha melhorem a sua vida!

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Fábio M. Barreto é jornalista, cineasta e autor da ficção científica “Filhos do Fim do Mundo”.

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Twin Movies reúne filmes que poderiam ser gêmeos

Provavelmente já aconteceu de você assistir a um filme e, mais ou menos na mesma época – talvez com um intervalo pequeno -, a mesma história, praticamente os mesmos personagens e quase que o mesmo poster aparecer novamente. Só que com outro nome. Chacrinha dizia que “na televisão, nada se cria, tudo se copia”. O projeto Twin Movies mostra que, no cinema, também é assim – apesar de a gente saber que essas “coincidências” ocorrem o tempo inteiro, não só na televisão e no cinema, mas em qualquer lugar onde a reciclagem de ideias possa alcançar.

Basta olhar para trás para ver que isso tem sido feito desde onde a lembrança alcança… Águia de Fogo e Trovão Azul, Supermáquina e Automan… até chegarmos nos dias de hoje, com The Following e Hannibal, por exemplo, com praticamente a mesma temática.

O álbum criado há duas semanas no Imgur pelo usuário CircadianHour já ultrapassou as 700 mil visualizacões. Aqui, uma seleção de filmes gêmeos (separados ou não no nascimento):

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Sinos de universidade tocam o tema de “Game of Thrones”

Eu queria que nossas universidades tivessem sinos. Esses de quase 100 anos de idade como da University Wisconsin-Madison. E se tivessem, que eles tocassem temas das nossas séries favoritas. Como o da University Wisconsin-Madison.

São 56 sinos que, controlados há 30 anos por Lyle Anderson, surpreenderam os alunos com a música de “Game of Thrones”.

Não é a primeira vez que isso acontece no mundo acadêmico. Em 2010, a University Brigham Young fez seus sinos tocarem o tema de “Harry Potter”.

Sinos

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Pegadinha da LG coloca mulheres espiando um banheiro masculino

Depois da pegadinha com fundo falso em elevador, a LG novamente surpreende consumidores (ou seriam mijadores?) desavisados.

Em um banheiro masculino, o que pareciam inocentes telas de publicidade na frente dos mictórios, transforma-se em voyeurismo com mulheres lânguidas que simulam estar vendo tudo. Sensores ainda indicam que se os homens conseguiram ou não fazer aquilo que intenciovam ao entrar no toilette.

O vídeo faz parte da campanha “So Real It’s Scary” da marca, que, se transmite pouco o conceito pretendido, funciona bem como viral. E que comecem as discussões sobre a veracidade da ação.

A criação é da Goviral/AOL.

LG

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Os efeitos visuais da terceira temporada de “The Walking Dead”

A terceira temporada de “The Walking Dead” chegou ao fim, e o estúdio Stargate revela o fundamental trabalho de efeitos especiais em diversas cenas.

Segundo a empresa, essa foi a temporada das decapitações. Na série da AMC, a Stargate atua em conjunto com a KNB EFX, especializada em maquiagem.

E claro, o vídeo vem cheio de spoilers.

The Walking Dead

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Os sites falsos das séries de TV

SerchBlazer, FaceBranch, FriendFace, SpringFace, Netrangler, RoundSearch, Host ‘n Share, LoveFinder, GoPerro. O que todos esses sites tem em comum? Eles só existem no mundo ficcional das séries de TV.

Muitos imitam o layout do Google, do YouTube e Facebook, por exemplo, mas alguém é responsável por criar essas interfaces e nomes esquisitos pra aparecer alguns poucos segundos na tela.

O vídeo acima, do Slacktory, faz uma compilação desses websites fakes.

Fake TV sites

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Samsung promove Smart TV com dois comerciais-blockbuster

A Samsung irá lançar uma nova campanha global para promover sua linha de Smart TV’s. São dois comerciais-blockbuster, com produção milionária, para destacar o controle do aparelho através do sensor de movimentos.

Dirigido por Romain Gavras, o comercial “Charge”, acima, confronta a diversidade da programação da TV em uma praia. Carros, soldados, gangues, guerreiros maori, cheerleaders, cowboys e até a realeza correm em uma única direção, até encontrarem com quem realmente comanda.

Samsung

Já o segundo filme, “King of TV City”, é dirigido por Adam Berg, e simboliza o controle de forma mais expositiva. Uma manada de búfalos, naves alienígenas, um ursinho e até um tiranossauro obedecem os comandos do espectador.

Apesar do objetivo específico, ambos se parecem muito com outras campanhas de TV que pretendem destacar realismo e qualidade de imagem, mas ainda assim divertem pela grandiosa produção.

A criação é da CHI & Partners de Londres, com produção da Somesuch&co e Stink, respectivamente.

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Slowmercial apresenta o novo Beetle na Bélgica

A televisão há muito tempo deixou de ser a primeira tela para algumas pessoas, mas em determinadas situações ela ainda mantém a preferência, com alguns avanços é claro. Literalmente. Com a televisão digital, é possível gravar seus programas favoritos (coisa que no século passado algumas pessoas faziam com o videocassete) e escolher o horário mais conveniente para assisti-los. Para o mercado publicitário, entretanto, surge um grande desafio: se as pessoas estão vendo programas gravados, elas têm a opção de avançar a imagem durante os comerciais. Na Bélgica, 1 em cada 3 telespectadores gravam seus programas, sendo que 90% pulam os comerciais. A solução da Volkswagen para apresentar o novo Beetle veio da DDB Bruxelas: o Slowmercial.

O comercial nada mais é do que uma imagem praticamente estática, em que a única ação é a capota sendo abaixada lentamente. Se visto com a velocidade normal, há um narrador falando sobre as vantagens do produto e o canto de passarinhos. Em velocidade acelerada, o efeito é praticamente o mesmo. O “filme” foi inserido nos intervalos de séries como Homeland e Bones. Segundo a DDB, uma vez que o Slowmercial atingiu os dois tipos de audiência, a expectativa é de que ele tenha um impacto 50% maior do que os comerciais tradicionais.

Duas perguntas surgem, então: será que esta expectativa é real e comprovável? E mais: será que o Slowmercial funcionaria para outros produtos? O jeito é aguardar para ver se a ideia vai se confirmar como uma tendência ou desaparecer completamente…

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O que a campanha crowdfunding de “Veronica Mars” nos diz sobre o futuro das indústrias criativas

Quando Amanda Palmer arrecadou 1.2 milhão de dólares através do Kickstarter há quase um ano – mais dinheiro do que uma gravadora gasta em média para lançar um artista pop – muitos se perguntaram se era esse “o futuro da música”. A afirmação estava estampada em um cartaz segurado pela própria cantora em sua campanha.

Na última semana, com um feito ainda mais impressionante alcançado por fãs da descontinuada série cult “Veronica Mars”, a dúvida foi novamente repetida, dessa vez em relação a indústria da televisão e cinema. Esse é mesmo o futuro?

Porém, qualquer que seja a mídia, ainda é pouco claro qual será o verdadeiro impacto de fãs pagando por suas obsessões na gargantuesca engrenagem pré-estabelecida das grandes companhias produtoras de entretenimento.

Amanda Palmer

Deveriam os fãs pagar pela produção de um filme de estúdio?

O Kickstarter para transformar “Veronica Mars” em um filme de Hollywood bateu todos os recordes prévios do mais popular site de crowdfunding. Em apenas 12 horas, se tornou o mais rápido projeto a atingir tanto 1 milhão e 2 milhões de dólares. A cifra, aliás, foi a mais alta já pedida através da ferramenta. No momento em que finalizo esse artigo, o volume arrecadado já está na marca de 3.6 milhões.

É um acontecimento histórico para o mercado, sem dúvida, mas com uma dose de cinismo e polêmica extra. Ao contrário de projetos independentes financiados pelas pessoas, o filme de “Veronica Mars” não tem o desprendimento e liberdade que se imagina de uma iniciativa crowdfunding.

Desconhecemos qual é o acordo que o produtor e criador da série, Rob Thomas, tem com a Warner, porém não se engane: Será um filme pago pelos fãs, mas com benção do estúdio. Tudo só começou com a autorização da empresa, que detém os direitos da franquia, e após ver o sucesso da campanha online deu luz verde para as filmagens. A distribuição, por exemplo, geralmente o maior problema de um projeto independente, terá certamente a mão pesada da Warner.

É por causa disso que surge a controvérsia: Deveriam os fãs pagar pela produção de um filme de estúdio?

Para um projeto no Kickstarter, 2 milhões de dólares é dinheiro sem prescedentes. Para uma empresa como a Warner Bros é cafézinho. E se apenas esse montante é o suficiente para realizar o filme, é óbvio que poderiam tê-lo feito da maneira tradicional.

Mais do que o dinheiro envolvido, a campanha no Kickstarter provou para a Warner Bros que uma série cancelada ainda desperta interesse.

Dessa forma, alguns enxergam nisso um futuro em que uma empresa multibilionária repassa os riscos para os fãs, enquanto mantém todos os benefícios que um produto de sucesso pode gerar. Em resposta a isso, devemos considerar que, no caso de crowdfunding, o único risco embutido é a decepção. Se o projeto não conseguir dinheiro, ele simplesmente não acontece. Ninguém perde o investimento prometido.

Em comparação com produtores profissionais, que investem dinheiro em busca de retorno financeiro, um fã que coloca a mão no bolso por um filme só quer, bem, assistir o filme. Talvez ele não goste do roteiro, de uma cena, ou do final, mas não terá gasto muito mais do que o valor de um ingresso de cinema.

Mais do que o dinheiro envolvido, a campanha no Kickstarter provou para a Warner Bros que “Veronica Mars” ainda desperta interesse e tem apelo. É natural que o estúdio não aceitasse financiar um filme de uma série que foi cancelada por baixos números de audiência. Se crowdfunding significasse risco e perda do valor investido, a história seria bem diferente.

É notório também que diversos projetos do Kickstarter tiveram dificuldade em cumprir as contrapartidas no tempo estipulado. Ter uma empresa de grande porte participando de um projeto “independente” pode ser uma garantia da entrega dos produtos prometidos. Grande parte das 55 mil pessoas que deram dinheiro para tornar “Veronica Mars” realidade não quer só dinheiro: serão milhares de DVDs, Blu-rays, posters e até algumas sessões privadas de pré-estreia. Ou seja, o montante é grande, mas a conta não fecha só com a produção e lançamento do filme.

Amanda Palmer referenciou a campanha de “Veronica Mars” no Twitter dizendo que “o mundo está mudando e nós estamos assistindo”. É verdade, mas obviamente não para todos. Segundo dados do próprio Kickstarter, mais da metade dos projetos não atinge o mínimo solicitado.

Kickstarter

O modelo econômico do Kickstarter funciona bem em um ambiente livre de riscos, e uma campanha como a de “Veronica Mars” abre os olhos do mercado, mas difícil dizer se poderá ser replicado em uma escala que realmente altere o futuro da indústria financiadora de criatividade. Muitas criações artísticas de sucesso só foram possíveis quando alguém resolveu arriscar, ainda que todos os indicativos apontassem o fracasso.

Porém, ainda mais importante é o fato de que a luz verde das propriedades intelectuais mais valiosas do mundo continuará na mão de poucos. Nenhuma empresa abriria mão de influência e domínio a longo prazo, que valem muito mais do que 40 ou 50 dólares de apenas 55 mil pessoas uma única vez.

Sendo assim, aliado ao interesse dos fãs agora escancarado e somado a toda a exposição que o crowdfunding gerou, que eu apostaria que a Warner vai injetar mais dinheiro na produção do filme do que o que será arrecadado através do Kickstarter. Afinal, se o sucesso se estender além do oba-oba online, encomendar uma sequência ou remake no ano seguinte pode trazer ainda mais retorno.

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La Red Televisión, o antídoto para a cara de bunda(?!)

A primeira coisa que me chamou a atenção neste comercial da Larraín para o canal chileno La Red Televisión foi como ele lembrava How to Eat With Your Butt – ou Como Comer com a sua Bunda -, décimo episódio da quinta temporada de South Park. No desenho, um casal que tem uma bunda no lugar do rosto aparece na cidade procurando pelo filho, depois de uma confusão armada por Kenny e Cartman. Mas, vamos a Cambiemos La Cara

Aqui, a trama acompanha o cotidiano de um homem, desde o momento em que ele acorda, vai trabalhar, etc. Impossível não perceber a cara de bunda que o acompanha durante todo o dia – e o fato de ele não ser o único. Nada do que acontece parece melhorar a situação, a não ser quando ele chega em casa, senta no sofá e liga a televisão e vê sua mulher chegando com duas garrafas de cerveja.

É aí que a história fica confusa: o comercial é do canal de televisão, mas a cara de bunda só desaparece com a cerveja a caminho. Vai ver no final é isso: a La Red quer que os chilenos abandonem a cara de bunda, mas parece que se for para fazer isso assistindo tevê, será necessário um reforço alcóolico.

southpark
bunda

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Hannibal Lecter caça serial killers com o FBI em nova série

Os fãs das histórias de serial killers na literatura, cinema e televisão podem comemorar (ou talvez se preocupar). Estreia no próximo dia 4 de abril, nos Estados Unidos, Hannibal, que leva para o mundo das séries o célebre psiquiatra Hannibal Lecter. A história criada por Bryan Fuller vai girar em torno da parceria entre o agente do FBI William Graham e Hannibal, que juntos investigam outros assassinos em série. É claro que Graham não faz ideia de quem (ou o que) seu parceiro realmente é.

Apesar de ser mais uma série que explora a temática – enquanto Dexter caminha para um desfecho, The Following está só começando -, a julgar pelo teaser e pelo elenco que tem Hugh Dancy, Mads Mikkelson (que promete um Hannibal Lecter à altura) e Laurence Fishburne nos principais papéis, vem coisa boa por aí. Vamos aguardar. Afinal, a mãe de Hannibal sempre o incentivou a experimentar coisas novas…

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AntiReview #5 – O Fim de Fringe (SPOILERS!)

Para todos aqueles que ficaram coçando a cabeça com o final de “Fringe”, Ivan Mizanzuk e Sapo Osvaldo fizeram suas considerações.

fringe

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TNT repete ação do botão vermelho, o vídeo publicitário mais assistido do YouTube

Com um botão vermelho no meio de uma praça, a TNT transformou sua ação no vídeo publicitário mais assistido no YouTube em todos os tempos. Obviamente, tamanho sucesso pedia um repeteco, e a agência Duval Guillame Modem atendeu os pedidos.

É basicamente a mesma ação, mas ao invés da Bélgica foi feita na Holanda, e com a desculpa de um dia frio de inverno. Diverte, mas pelo visto hoje é o dia das ideias requentadas.

Difícil vai ser repetir os 42 milhões de views do vídeo original.

TNT

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Hemingway & Gellhorn: A realidade de um homem é a ficção do vizinho

Memória. Nossa melhor arma. Lembramos do que nos motiva, daqueles momentos fundamentais e transformadores. Também lembramos quando sofremos. Quem apanha nunca esquece, já dizia o ditado. Lembrar é fundamental. Na prova, garante a nota; na vida, garante a evolução e ensinamento.

Entender o passado é algo vital e só quem lembra consegue colocar dois momentos, duas decisões, dois conceitos na balança e ponderar sobre o resultado. Nunca conheci Ernest Hemingway, ele morreu muito antes de eu nascer, tampouco fui criado numa escola norte-americana, onde seu trabalho seria valorizado a peso de ouro – ao lado de Mark Twain – e demorei a descobrir não apenas quem ele foi, mas como ele escreveu.

Hemingway & Gellhorn
Hemingway & Gellhorn

Tudo aconteceu de repente, num turbilhão curioso e cujo encadeamento, até o momento, culmina com esse texto. Tudo por conta da memória, tudo por conta de um momento inesquecível. Nunca vou deixar de lembrar de Clive Owen (no filme “Hemingway & Gellhorn“, 2012, HBO Films), datilografando de pé, com violência e propósito, e deixando cada página descartada de romances como “A Farewell To Arms” ou “For Whom the Bell Tolls” cair com leveza no cesto de lixo para evitar a “loucura garantida do escritor que amassa suas folhas e as atira ao cesto”. Nunca esquecer é sempre respeitar; e o amor verdadeiro surge, ao seu tempo e modo, no meio disso tudo.

Seria exagero dizer que amo o trabalho de Hemingway. Tenho um respeito crescente pelo estilo e um certo fascínio por quem ele foi, especialmente na parte produtiva da vida. Recentemente, comecei a ler “The Sun Also Rises” (“O Sol Também Se Levanta”, no Brasil) e revi o telefilme da HBO, com Clive Owen como Hemingway e Nicole Kidman como uma de suas esposas, a jornalista e correspondente de guerra Martha Gellhorn. Devo ter assistido a esse filme umas cinco ou seis vezes, é uma boa obra. Tem o Rodrigo Santoro trabalhando bem, é um registro histórico e, de certo modo, explica as origens do formato moderno da minha profissão de escolha e também conversa com meu constante desejo e impulso para produzir literatura.

Além da cena citada no princípio, que representa o momento em que Gellhorn se apaixona por Hemingway (e que também me convenceu a mergulhar naquela vida maluca), Clive Owen fez uma escolha ousada demais, irreversível demais e, até o momento (essa análise pode mudar assim que eu terminar de ler os quatro volumes que estão na fila), acertada demais. Ao acompanhar os personagens vagando pelas ruas da Paris dos anos 20 em “The Sun Also Rises”, consigo imaginar Owen interpretando o personagem principal por conta da entonação de sua voz, do ritmo cadenciado com o qual ele fala e entrega diálogos curtos, mas, normalmente, efetivos. De certo modo, ele se transformou nos personagens de Hemingway na busca pela identidade do autor. E aí pergunto: onde acabava Hemingway e onde começavam seus personagens? Clive Owen encontrou uma resposta na separação tênue, por vezes quase inexistente, entre os dois.

Se a vida imita a arte, a vida de Hemingway foi uma ópera inconsciente.

Essa situação encontra bases na clara natureza autobiográfica existente em “The Sun Also Rises” e na idolatria de Hemingway a seu estilo de vida, à suas crenças e ao estigma de homem viril. O filme trata muito disso de forma muito triste. Assim como um personagem abandonado pelo público, vemos todos os estágios dessa relação na vida do escritor. Ele ascendeu com talento, despertou o interesse mundial por sua obra e suas realizações como correspondente de guerra, mas repetiu a fórmula por tempo demais até cair no esquecimento, se tornar uma sombra do que fora e, com toda a melancolia inerente ao processo, perder tudo que amava.

A ironia de tudo isso é essa história render um roteiro amplo, grandioso e extremamente envolvente para quem gosta de literatura (algo muito mais efetivo e informativo que “Meia-Noite em Paris“, de Woody Allen, que faz alusão a esse período – e até mostra Hemingway -, mas limita-se a ponderar sobre a sociedade atual e não estuda de onde ela veio a fundo) sem muito exagero hollywoodiano ou forçadas de barra. Se a vida imita a arte, a vida de Hemingway foi uma ópera inconsciente.

Mas, falando assim, incorro no mesmo erro pontuado por “Hemingway & Gellhorn”, a história do filme é dela. Uma das esposas. A correspondente que “se construiu em torno do Homem”. Uma figura tão importante e relevante quanto o próprio Hemingway, porém, com uma falha: ela optou pela reportagem como principal meio de trabalho, não pelos romances (publicou uma ficção política sobre McCartismo, um romance sobre a ascenção nazista e várias coletâneas de suas matérias) ou a literatura ficcional. E, por mais que exista talento no trabalho jornalístico, em termos históricos, ele sempre vai ficar à margem do poder da narrativa e das grandes histórias da literatura.

“Hemingway & Gellhorn” faz justiça ao evitar que as realizações de Martha sejam, como ela mesma diz, uma nota de rodapé na vida de outra pessoa

Pergunte a Woodward e Bernstein quantas pessoas abaixo de 35 anos leram as matérias do Washington Post, e quantas leram o livro ou viram o filme? A fonte original, inevitavelmente, se torna território de eruditos ou estudiosos. Atualmente, o que vale são os derivados, as reinterpretações, os resumos, a coleção de fatos mais importantes. E isso a literatura faz como ninguém, ao envelopar grandes eventos em histórias maiores aindas e deixar o leitor completamente maluco para saber como tudo termina.

Por conta disso, “Hemingway & Gellhorn” faz justiça ao evitar que as realizações de Martha sejam, como ela mesma diz, “uma nota de rodapé na vida de outra pessoa”. Embora vejamos muito da vida dele pelo ponto de vista dela, o mito de Hemingway é tão poderoso que ele domina o filme com palavras pungentes, bebedeiras homéricas, sexo e mais sexo, e uma decadência aterrorizante.

Se ele acreditou na própria lenda ou nada mais fez do que viver como seus personagens fica difícil afirmar sem olhar mais a fundo nos arquivos pessoais, mas, olhando apenas o que ele escreveu e quem as manchetes de jornais conheciam, dá até dó do Hunter Thompson; Hemingway brilhou forte demais e só deve ter sido feliz enquanto todo aquele mundo fazia sentido, quando ideais se encontravam no campo de batalha e a última versão da lei do mais forte mandava tanto no jornalismo quanto na literatura.

Hemingway & Gellhorn

Quando li “O Velho e o Mar” pela primeira vez, não vi nada disso. Aliás, pouco me interessa a vida pessoal dos meus ídolos (acho que nunca falei tanto sobre um deles, diga-se de passagem) e costumo respeitar a obra acima da pessoa. Mas nem todo mundo rende filme biográfico e nem todo mundo dá a sorte de ter Clive Owen sendo seu intérprete. Em “O Velho”, vi um sujeito pagando os pecados, encontrando uma forma de aceitar a realidade, e as limitações, da pior maneira possível. Senti um homem orgulhoso, amargurado e ainda disposto a lutar. Sempre atribui tudo isso ao Velho Santiago, mas hoje vejo que ali estava Hemingway, exorcisando seus demônios, conversando consigo mesmo enquanto dava cabo do peixe e vislumbrando o próprio fim.

Hemingway & Gellhorn:

Muita gente usa a defesa “não sou o que eu escrevo/produzo/crio” para ignorar o festival de boçalidade, e agressividade descabida da internet, mas o faz por puro desespero contra um inimigo invencível. Hemingway acreditava no contrário, olhando para o estilo e os personagens, ele era o que escrevia, ele era aqueles homens. Viveu pela pena e, mesmo depois da desgraça e do suicídio, continua a viver pela pena, pelo cinema e por articulistas que sempre o descubrirão e entenderão a necessidade por alguém direto, por vezes bruto, capaz de escrever ficção de forma real, quase cotidiana, e nos cativar como se estivéssemos descobrindo um novo planeta, cheio de novos seres e plantas.

Alguém pode facilmente pontuar, com razão, que se olharmos apenas o homem, veremos um bebum, machista, fanático por touradas, maluco, arrogante e desprezível. Os indícios são claros. Mas me pergunto o que seria da cultura se julgassemos todos os artistas por quem foram, em vez do que fizeram. Prefiro usar a cara do “ignorância é uma benção” nessas horas e ver apenas o resultado final, a obra. E, até hoje, de tudo que li, a ficção realista de Hemingway é forte demais.

Depois de tudo isso, penso numa coisa: A realidade de um homem é a ficção do vizinho!

PS: Muito desse grande envolvimento com a literatura reflete meu momento atual. Estreei como romancista e o livro “Filhos do Fim do Mundo”, cujo processo criativo descrevi nesse post aqui no B9, está em pré-venda e a empolgação está nas alturas!

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Canal+: Fuel for Fans

O Canal+ tem uma consistência de bons comerciais lançados nos últimos anos, todos eles criados pela BETC Paris,como o popular e premiado em Cannes “Bear”.

Esse novo está anos-luz das campanhas anteriores, mas ainda assim diverte. Dessa vez a emissora foca nas suas transmissões de jogos de futebol, e diz que funcionam como combustível para os torcedores.

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Os melhores comerciais do Japão

A publicidade no Japão, especialmente no que se refere aos filmes, está entre as mais divertidas do mundo. Tanto é que existe um Tumblr/canal no YouTube somente dedicado a estas peças (raras), o JPCMHD 2.0. Nele, é possível encontrar de tudo, inclusive coletâneas semanais com os melhores da semana. Segundo o descritivo do YouTube, o objetivo principal é promover o conceito único do estilo de vida da cultura pop japonesa ao apresentar o que é exibido nos canais do país.

No vídeo acima, a gente vê desde o diabo virando o herói da garotada até uma inesperada interpretação de Assim Você me Mata, passando por super-heróis e muito J-Pop. E se você leu o último post, sobre robôs, e também ficou se perguntando onde estariam R2D2 e C3PO, esta coletânea responde com uma propaganda da Toyota estrelada pela dupla.

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