Lego “sequestra” intervalo comercial britânico para divulgar filme

Para divulgar a estreia de Lego – O Filme no Reino Unido, a Warner Bros. comprou uma das ideias mais bacanas dos últimos tempos: sequestrar um intervalo comercial inteiro do programa Dancing on Ice, exibido pelo canal ITV.

Ao longo dos três minutos de intervalo, os comerciais originais da The British Heart Foundation, Confused.com, BT e Premier Inn foram recriados com as minifiguras de Lego, antes do trailer original do filme ser exibido.

Apesar de não haver créditos nos comerciais, tudo indica que eles foram produzidos pela Animal Logic, também responsável pelo filme. O resultado ficou sensacional, como você poderá conferir no vídeo acima.

Abaixo, os filmes originais.

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Behind the Bricks revela bastidores de Lego: O Filme

Enquanto a expectativa para o lançamento de Lego: O Filme é cada vez maior (a data de lançamento anunciada aqui no Brasil é sexta-feira, dia 7 de fevereiro), a Warner lançou recentemente Behind the Bricks, um vídeo que revela os bastidores do longa-metragem. A ideia, entretanto, não é criar um making of, mas sim mostrar o que acontece quando as câmeras não estão filmando.

O vídeo traz entrevistas com as minifiguras que estrelam o filme, como Emmet Brickowoski (Chris Pratt), Wyldstyle (Elizabeth Banks) e até mesmo Batman (Will Arnett).

Apesar de não ter legendas, Behind the Bricks é imperdível, especialmente por conta de alguns momentos divertidíssimos, como a reclamação dos egos inflados de alguns membros do elenco, as minifiguras comentando sobre os atores escolhidos para dublá-los – Morgan Freeman, por exemplo, poderia ler uma lista telefônica e fazer isso soar interessante. Nem os diretores escaparam…

Se o filme seguir este mesmo caminho, tem coisa muito boa vindo por aí.

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Lego: o Filme [Trailer]

Com direção de Phil Lord e Christopher Miller, chega aos cinemas em fevereiro de 2014 Lego: O FilmeO primeiro longa-metragem criado com o brinquedo é uma animação 3D, produzida pela Warner Bros. e que conta a história de Emmet, um cara comum que é confundido com alguém extraordinário, aquele que tem a missão de salvar o mundo.

Se por um lado Emmet não está sozinho – para encarar esta aventura, ele terá ao seu lado super-heróis como Batman, Super-Homem, Mulher Maravilha e Lanterna Verde, entre outros -, a realidade é que ele está completamente despreparado para enfrentar o vilão Lord Business.

Para dar voz aos personagens, um elenco de primeira, formado por Morgan Freeman, Elizabeth Banks, Will Ferrell, Will Arnett, Liam Neeson, Nick Offerman, Alison Brie e Chris Pratt.

De tudo isso, uma coisa acabou me chamando a atenção – talvez apenas uma coincidência: a roupa de Emmet lembra a roupa de Marty McFly em De Volta para o Futuro, onde o cientista é um certo doutor (Emmett) Brown. Será? Por enquanto, segue o primeiro trailer.

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O que a campanha crowdfunding de “Veronica Mars” nos diz sobre o futuro das indústrias criativas

Quando Amanda Palmer arrecadou 1.2 milhão de dólares através do Kickstarter há quase um ano – mais dinheiro do que uma gravadora gasta em média para lançar um artista pop – muitos se perguntaram se era esse “o futuro da música”. A afirmação estava estampada em um cartaz segurado pela própria cantora em sua campanha.

Na última semana, com um feito ainda mais impressionante alcançado por fãs da descontinuada série cult “Veronica Mars”, a dúvida foi novamente repetida, dessa vez em relação a indústria da televisão e cinema. Esse é mesmo o futuro?

Porém, qualquer que seja a mídia, ainda é pouco claro qual será o verdadeiro impacto de fãs pagando por suas obsessões na gargantuesca engrenagem pré-estabelecida das grandes companhias produtoras de entretenimento.

Amanda Palmer

Deveriam os fãs pagar pela produção de um filme de estúdio?

O Kickstarter para transformar “Veronica Mars” em um filme de Hollywood bateu todos os recordes prévios do mais popular site de crowdfunding. Em apenas 12 horas, se tornou o mais rápido projeto a atingir tanto 1 milhão e 2 milhões de dólares. A cifra, aliás, foi a mais alta já pedida através da ferramenta. No momento em que finalizo esse artigo, o volume arrecadado já está na marca de 3.6 milhões.

É um acontecimento histórico para o mercado, sem dúvida, mas com uma dose de cinismo e polêmica extra. Ao contrário de projetos independentes financiados pelas pessoas, o filme de “Veronica Mars” não tem o desprendimento e liberdade que se imagina de uma iniciativa crowdfunding.

Desconhecemos qual é o acordo que o produtor e criador da série, Rob Thomas, tem com a Warner, porém não se engane: Será um filme pago pelos fãs, mas com benção do estúdio. Tudo só começou com a autorização da empresa, que detém os direitos da franquia, e após ver o sucesso da campanha online deu luz verde para as filmagens. A distribuição, por exemplo, geralmente o maior problema de um projeto independente, terá certamente a mão pesada da Warner.

É por causa disso que surge a controvérsia: Deveriam os fãs pagar pela produção de um filme de estúdio?

Para um projeto no Kickstarter, 2 milhões de dólares é dinheiro sem prescedentes. Para uma empresa como a Warner Bros é cafézinho. E se apenas esse montante é o suficiente para realizar o filme, é óbvio que poderiam tê-lo feito da maneira tradicional.

Mais do que o dinheiro envolvido, a campanha no Kickstarter provou para a Warner Bros que uma série cancelada ainda desperta interesse.

Dessa forma, alguns enxergam nisso um futuro em que uma empresa multibilionária repassa os riscos para os fãs, enquanto mantém todos os benefícios que um produto de sucesso pode gerar. Em resposta a isso, devemos considerar que, no caso de crowdfunding, o único risco embutido é a decepção. Se o projeto não conseguir dinheiro, ele simplesmente não acontece. Ninguém perde o investimento prometido.

Em comparação com produtores profissionais, que investem dinheiro em busca de retorno financeiro, um fã que coloca a mão no bolso por um filme só quer, bem, assistir o filme. Talvez ele não goste do roteiro, de uma cena, ou do final, mas não terá gasto muito mais do que o valor de um ingresso de cinema.

Mais do que o dinheiro envolvido, a campanha no Kickstarter provou para a Warner Bros que “Veronica Mars” ainda desperta interesse e tem apelo. É natural que o estúdio não aceitasse financiar um filme de uma série que foi cancelada por baixos números de audiência. Se crowdfunding significasse risco e perda do valor investido, a história seria bem diferente.

É notório também que diversos projetos do Kickstarter tiveram dificuldade em cumprir as contrapartidas no tempo estipulado. Ter uma empresa de grande porte participando de um projeto “independente” pode ser uma garantia da entrega dos produtos prometidos. Grande parte das 55 mil pessoas que deram dinheiro para tornar “Veronica Mars” realidade não quer só dinheiro: serão milhares de DVDs, Blu-rays, posters e até algumas sessões privadas de pré-estreia. Ou seja, o montante é grande, mas a conta não fecha só com a produção e lançamento do filme.

Amanda Palmer referenciou a campanha de “Veronica Mars” no Twitter dizendo que “o mundo está mudando e nós estamos assistindo”. É verdade, mas obviamente não para todos. Segundo dados do próprio Kickstarter, mais da metade dos projetos não atinge o mínimo solicitado.

Kickstarter

O modelo econômico do Kickstarter funciona bem em um ambiente livre de riscos, e uma campanha como a de “Veronica Mars” abre os olhos do mercado, mas difícil dizer se poderá ser replicado em uma escala que realmente altere o futuro da indústria financiadora de criatividade. Muitas criações artísticas de sucesso só foram possíveis quando alguém resolveu arriscar, ainda que todos os indicativos apontassem o fracasso.

Porém, ainda mais importante é o fato de que a luz verde das propriedades intelectuais mais valiosas do mundo continuará na mão de poucos. Nenhuma empresa abriria mão de influência e domínio a longo prazo, que valem muito mais do que 40 ou 50 dólares de apenas 55 mil pessoas uma única vez.

Sendo assim, aliado ao interesse dos fãs agora escancarado e somado a toda a exposição que o crowdfunding gerou, que eu apostaria que a Warner vai injetar mais dinheiro na produção do filme do que o que será arrecadado através do Kickstarter. Afinal, se o sucesso se estender além do oba-oba online, encomendar uma sequência ou remake no ano seguinte pode trazer ainda mais retorno.

Brainstorm9Post originalmente publicado no Brainstorm #9
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