O Homem de Aço [Trailer 3]

A Warner Bros. divulgou agora há pouco o novo e terceiro trailer de “O Homem de Aço” de Zack Snyder. São 3 minutos com foco no drama e um desfile de efeitos especiais.

O elenco tem Russell Crowe como Jor-El, Amy Adams como Lois Lane, Kevin Costner como Jonathan Kent, e até Laurence Fishburne como Perry White. Porém, eu já apostaria nisso até antes, e depois desse trailer me parece ainda mais claro: Michael Shannon vai roubar a cena como General Zod.

“Man of Steel” estreia em 14 de junho nos Estados Unidos, e 12 de julho no Brasil.

Zod

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Braincast 59 – Quentin Tarantino

Apelidado de “diretor DJ”, Quentin Jerome Tarantino é um dos poucos criativos cujo nome já denota um gênero de filme. Alçado ao status de mito pop em meados da década de 1990, sua história é geralmente narrada como o “fã que chegou lá”, após construir sua cultura cinematográfica através de um trabalho como atendente de videolocadora.

Esse conto certamente é exagerado, para se encaixar melhor numa mitologia popular, mas Tarantino é sem dúvida um mestre da associação de ideias, explorando gêneros e referências do cinema, quadrinhos, música e TV como ninguém.

No Braincast 59, mais um especial, Carlos Merigo, Saulo Mileti, Guga Mafra e Alexandre Maron conversam sobre a influência do diretor nas mais variadas áreas das indústrias criativas, sua surpreendente filmografia, e como ele revolucionou a indústria do cinema independente.

E claro, não custa lembrar, tem SPOILERS de todos os filmes. Cuidado.

Faça o download ou dê o play abaixo:

> 0h02m07 Comentando os Comentários?
> 0h16m03 Pauta principal
> 1h43m40 Qual é a Boa?

W9

Recadinhos da Paróquia: Para se matricular no workshop9 “Design: origem, funcionalidade e princípios da estética” em RECIFE, clique aqui.

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O primeiro trailer de “Elysium”

Elysium

A Sony revelou hoje o primeiro trailer do novo filme de Neill Blomkamp, o diretor de “Distrito 9″.

“Elysium” traz Matt Damon, Jodie Foster, Alice Braga e Wagner Moura no futuro 2154, onde os ricos vivem em uma grande estação espacial, e o resto da população sobrevive no planeta Terra arruinado.

O filme tem estreia marcada para 9 de agosto nos EUA, e 16 de agosto no Brasil.

Na época de “Distrito 9″, fizemos um perfil do diretor aqui no B9. Blomkamp era desconhecido em Hollywood, mas colecionava uma série de filmes publicitários memoráveis em seu portfolio, até ser financiado por Peter Jackson e estourar com uma produção considerada de baixo orçamento para os padrões da indústria.

Elysium

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Você já é fã de filmes judaicos. Apenas não sabe disso

Qual é o seu filme favorito? Você sabia que ele pode ser, em parte, um filme de origem judaica? É esse o conceito defendido pela DDB Canada/Tribal para o Toronto Film Festival, que acontece entre os dias 11 e 21 de abril. A premissa é que todos nós somos fãs de filmes judaicos – apenas não sabemos disso. Afinal, a indústria cinematográfica sempre teve uma participação maciça de criativos e artistas judeus.

A campanha foi dividida em duas frentes. A primeira delas é o hotsite J-Dar, que permite que os internautas descubram a porcentagem judia de seus filmes favoritos. Além dos dados, é possível comparar com outros títulos judaicos e aproveitar para conhecer a seleção do festival.

Eu fiz algumas buscas por lá e achei alguns dados bem curiosos. Por exemplo: Casablanca é 41,37% judeu, quase 7% a mais do que o francês As Loucas Aventuras de Rabbi Jacob – que se passa em uma comunidade judaica -, com apenas 34,46%. Agora, se compararmos algumas obras de Steven Spielberg, Munique é 69,66% judeu, seguido por A Lista de Schindler, com 51,13%, Tubarão, com 45,88%, e ET, com 40,42%.

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Para quem curte cinema, dá para passar algumas horas brincando.

A outra frente é o comercial abaixo, que eu achei um tanto preconceituoso. Mostra uma mulher chegando em casa e percebendo que várias coisas precisam de reparo. Quando ela vai até o lado de fora e encontra o faz-tudo responsável, que a cumprimenta com alguns dedos faltando. Parado ao lado de uma van onde se lê um sobrenome judeu, segue-se a frase “Existe uma razão para continuarmos fazendo filmes”.

Enfim, tudo isso é para mostrar, segundo os organizadores, que o fato de um filme ter origem judaica não significa que ele esteja ligado à religião.

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The Wolverine [Trailer]

Conforme prometido a semana inteira pela Fox, incluindo um teaser através do Vine publicado pelo diretor James Mangold, está aí o trailer de “The Wolverine”.

Não que isso seja um grande elogio, mas só esse vídeo já é melhor que o “X-Men Origens: Wolverine” inteiro.

“Wolverine: Imortal” estreia mundialmente no dia 26 de julho.

Wolverine

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Diretor de “The Wolverine” publica teaser no Vine

Se a proposta do Vine, com seus vídeos de 6 segundos em looping, vai persistir, ainda é uma dúvida. Ainda assim, não lembro de ter visto uma ferramenta social ter sido abraçada pelas marcas de forma tão rápida. O Twitter demorou uma eternidade, assim como o Facebook. Instagram e Pinterest tiveram uma adesão mais ágil, mas nada parecido com o Vine, que já contava com experiências de empresas e agências no dia um.

Ontem o diretor James Mangold usou a rede social para publicar um teaser do trailer (?!) do filme “The Wolverine”. O trailer em si será revelado amanhã pela Fox, mas nada como uma palhinha do próprio criativo responsável – que chamou o post de “tweaser” – para gerar expectativa nos fãs.

Foge do conceito pretendido pelo Vine, que incentiva a criação de vídeos curtos direto com o aplicativo mobile, mas não deixa se ser um uso brilhante da ferramenta, expondo suas possibilidades como mídia.

Intitulado “Wolverine: Imortal” no Brasil, o filme estreia nos cinemas no dia 26 de julho.

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As Aventuras de Pi: O processo criativo dos efeitos especiais

Ganhador de 4 Oscar’s, incluindo Diretor e Efeitos Especiais, “As Aventuras de Pi” também foi o pivô de uma crise em Hollywood. Produtoras digitais e renomados profissionais da área entraram em colisão com a indústria, após a falência do estúdio Rhythm and Hues, responsável pelos premiados efeitos do filme de Ang Lee.

Entre protestos por revisão de pagamentos e melhor tratamento, o épico trabalho de “As Aventuras de Pi” sobrevive e encanta. Em um novo mini-site para promover o lançamento em home video, a Fox detalha o processo criativo e de produção dos efeitos especiais.

Basta rolar a tela para acompanhar diversas imagens com exemplos de antes e depois, além de informações sobre treinamento do ator Suraj Sharma, construção de cenários e truques técnicos para tirar os desenhos do storyboard e torná-los realidade.

Dá uma olhada: journey.lifeofpimovie.com

Life of Pi
Life of Pi
Life of Pi
Life of Pi

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Os créditos iniciais de “Oz: Mágico e Poderoso”

A abertura do filme “Oz: Mágico e Poderoso” de Sam Raimi, atualmente em cartaz, é uma espécie de diorama que apresenta pontos importantes da trama em pouco mais de dois minutos.

A inspiração estética veio do clássico de 1902 “Viagem à Lua”, de Georges Méliès, com a utilização de objetos físicos conectados por fios e hastes. O estilo vintage dos créditos iniciais, aliás, foi adotado até no aspecto de imagem, 4:3, e em preto e branco.

O estúdio yU+co, responsável pela trabalho, também criou as ótimas aberturas de “Watchmen” e a “As Aventuras de Pi”.

Oz
Oz

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IndieLisboa ironiza limitações criativas de Hollywood

Dizem que pai e mãe é tudo igual, só muda de nome e endereço. Aplique este raciocínio no cinema e o resultado será bem próximo da campanha que a Leo Burnett criou para o festival IndieLisboa.

Na série impressa, vemos como as ideias podem ser facilmente recicláveis no caso de personagens como Rocky e Chucky, cenas românticas ou duplas como Nick Nolte + Eddie Murphy, Mel Gibson + Danny Glover, Jackie Chan + Chris Tucker e Tommy Lee Jones + Will Smith.

É claro que, se a gente parar para pensar a respeito, vamos encontrar muitos outros exemplos para comprovar o argumento de que “Hollywood está ficando sem ideias”.

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Nos comerciais para a televisão, a ironia continua. Enquanto Noooo mostra que as mocinhas sempre gritam do mesmo jeito (só mudando mesmo o cenário e o nome do filme), Runaway comprova que o maior suspense daquelas cenas em que durante uma fuga o herói tenta ligar o carro – que falha, obviamente – está no fato de esperar que elas terminem de maneira diferente.

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O que a campanha crowdfunding de “Veronica Mars” nos diz sobre o futuro das indústrias criativas

Quando Amanda Palmer arrecadou 1.2 milhão de dólares através do Kickstarter há quase um ano – mais dinheiro do que uma gravadora gasta em média para lançar um artista pop – muitos se perguntaram se era esse “o futuro da música”. A afirmação estava estampada em um cartaz segurado pela própria cantora em sua campanha.

Na última semana, com um feito ainda mais impressionante alcançado por fãs da descontinuada série cult “Veronica Mars”, a dúvida foi novamente repetida, dessa vez em relação a indústria da televisão e cinema. Esse é mesmo o futuro?

Porém, qualquer que seja a mídia, ainda é pouco claro qual será o verdadeiro impacto de fãs pagando por suas obsessões na gargantuesca engrenagem pré-estabelecida das grandes companhias produtoras de entretenimento.

Amanda Palmer

Deveriam os fãs pagar pela produção de um filme de estúdio?

O Kickstarter para transformar “Veronica Mars” em um filme de Hollywood bateu todos os recordes prévios do mais popular site de crowdfunding. Em apenas 12 horas, se tornou o mais rápido projeto a atingir tanto 1 milhão e 2 milhões de dólares. A cifra, aliás, foi a mais alta já pedida através da ferramenta. No momento em que finalizo esse artigo, o volume arrecadado já está na marca de 3.6 milhões.

É um acontecimento histórico para o mercado, sem dúvida, mas com uma dose de cinismo e polêmica extra. Ao contrário de projetos independentes financiados pelas pessoas, o filme de “Veronica Mars” não tem o desprendimento e liberdade que se imagina de uma iniciativa crowdfunding.

Desconhecemos qual é o acordo que o produtor e criador da série, Rob Thomas, tem com a Warner, porém não se engane: Será um filme pago pelos fãs, mas com benção do estúdio. Tudo só começou com a autorização da empresa, que detém os direitos da franquia, e após ver o sucesso da campanha online deu luz verde para as filmagens. A distribuição, por exemplo, geralmente o maior problema de um projeto independente, terá certamente a mão pesada da Warner.

É por causa disso que surge a controvérsia: Deveriam os fãs pagar pela produção de um filme de estúdio?

Para um projeto no Kickstarter, 2 milhões de dólares é dinheiro sem prescedentes. Para uma empresa como a Warner Bros é cafézinho. E se apenas esse montante é o suficiente para realizar o filme, é óbvio que poderiam tê-lo feito da maneira tradicional.

Mais do que o dinheiro envolvido, a campanha no Kickstarter provou para a Warner Bros que uma série cancelada ainda desperta interesse.

Dessa forma, alguns enxergam nisso um futuro em que uma empresa multibilionária repassa os riscos para os fãs, enquanto mantém todos os benefícios que um produto de sucesso pode gerar. Em resposta a isso, devemos considerar que, no caso de crowdfunding, o único risco embutido é a decepção. Se o projeto não conseguir dinheiro, ele simplesmente não acontece. Ninguém perde o investimento prometido.

Em comparação com produtores profissionais, que investem dinheiro em busca de retorno financeiro, um fã que coloca a mão no bolso por um filme só quer, bem, assistir o filme. Talvez ele não goste do roteiro, de uma cena, ou do final, mas não terá gasto muito mais do que o valor de um ingresso de cinema.

Mais do que o dinheiro envolvido, a campanha no Kickstarter provou para a Warner Bros que “Veronica Mars” ainda desperta interesse e tem apelo. É natural que o estúdio não aceitasse financiar um filme de uma série que foi cancelada por baixos números de audiência. Se crowdfunding significasse risco e perda do valor investido, a história seria bem diferente.

É notório também que diversos projetos do Kickstarter tiveram dificuldade em cumprir as contrapartidas no tempo estipulado. Ter uma empresa de grande porte participando de um projeto “independente” pode ser uma garantia da entrega dos produtos prometidos. Grande parte das 55 mil pessoas que deram dinheiro para tornar “Veronica Mars” realidade não quer só dinheiro: serão milhares de DVDs, Blu-rays, posters e até algumas sessões privadas de pré-estreia. Ou seja, o montante é grande, mas a conta não fecha só com a produção e lançamento do filme.

Amanda Palmer referenciou a campanha de “Veronica Mars” no Twitter dizendo que “o mundo está mudando e nós estamos assistindo”. É verdade, mas obviamente não para todos. Segundo dados do próprio Kickstarter, mais da metade dos projetos não atinge o mínimo solicitado.

Kickstarter

O modelo econômico do Kickstarter funciona bem em um ambiente livre de riscos, e uma campanha como a de “Veronica Mars” abre os olhos do mercado, mas difícil dizer se poderá ser replicado em uma escala que realmente altere o futuro da indústria financiadora de criatividade. Muitas criações artísticas de sucesso só foram possíveis quando alguém resolveu arriscar, ainda que todos os indicativos apontassem o fracasso.

Porém, ainda mais importante é o fato de que a luz verde das propriedades intelectuais mais valiosas do mundo continuará na mão de poucos. Nenhuma empresa abriria mão de influência e domínio a longo prazo, que valem muito mais do que 40 ou 50 dólares de apenas 55 mil pessoas uma única vez.

Sendo assim, aliado ao interesse dos fãs agora escancarado e somado a toda a exposição que o crowdfunding gerou, que eu apostaria que a Warner vai injetar mais dinheiro na produção do filme do que o que será arrecadado através do Kickstarter. Afinal, se o sucesso se estender além do oba-oba online, encomendar uma sequência ou remake no ano seguinte pode trazer ainda mais retorno.

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Iron Man 3: O último trailer

Depois de teasers, trailers curtos, uma imagem aqui e outra ali, a Marvel revelou o trailer final de “Homem de Ferro 3″.

Além do problemático Tony Stark nesse terceiro episódio, o vídeo revela como o herói vai enfrentar os perigos gerados pelo Mandarin interpretado por Ben Kingsley: novas armaduras, incluindo Hulkbuster e Extremis.

O filme estreia no dia 3 de maio nos Estados Unidos, já no Brasil, em 26 de abril. Tomem essa ianques! (OK, sei que não há mérito nenhum nisso, já que eles só querem atrapalhar nossos pirateiros).

Iron Man 3

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Hollywood: Apple promove iPad com comercial no Oscar

Em uma nova campanha intitulada “Jazz”, a Apple criou dois recentes comerciais para o iPad: “Alive” e “Together”. Já essa noite, aproveitando o intervalo do Oscar, a marca veiculou uma peça temática dentro da mesma iniciativa.

O comercial, chamado “Hollywood”, mostra o gadget como tela para consumo e ferramenta para produção de filmes.

A criação é da TBWA\Media Arts Lab.

Apple

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Que filme merece o Oscar 2013 de melhor fotografia?

O crítico Kevin B. Lee da Fandor nos desafia a responder essa pergunta com o vídeo acima.

Nele estão reunidos dois clipes, num total de 90 segundos, de cada filme concorrente ao Oscar na categoria Fotografia: Seamus McGarvey por “Anna Karenina”, Robert Richardson por “Django Livre”, Claudio Miranda por “As Aventuras de Pi”, Janusz Kaminski por “Lincoln”, e Roger Deakins por “Skyfall”.

Para tentar identificar quem merece o prêmio, devemos nos concentrar apenas nas imagens e no trabalho de camera, portanto, o aúdio foi extraído das cenas, nos deixando focados na poesia visual de cada filme.

OK, certamente é injusto avaliar o trabalho do fotógrafo apenas por duas cenas, mas funciona como um bom extrato e exercício de julgamento estético. Se gostou, a Fandor fez vídeos para outras categorias do Oscar, com a mesma pergunta: Quem merece ganhar?

Oscar

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Google celebra os filmes indicados ao Oscar 2013

Com um novo comercial preparado para o Oscar 2013, o Google celebra os filmes mais premiados do ano, além de se colocar como uma ferramnta adicional para curtir a experiência cinematográfica.

No site google.com/oscars estão reunidas informações dos indicados, com vídeos, apostas e um Google Maps com as locações utilizadas nos filmes.

Oscars
Oscars

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“The Internship”, o filme do Google estrelado por Vince Vaughn e Owen Wilson

Google

Vince Vaughn e Owen Wilson voltam a estrelar um filme juntos, mas que dessa vez tem especial interesse para a galerinha internética.

Já com mais de 40 anos de idade, ambos foram demitidos de seus empregos, e decidem tentar um estágio no Google, onde seus chefes ainda estão na faixa dos 20 e poucos anos.

Apesar da situação, que pode parecer complicada e constrangedora, “The Internship” deve ser um grande comercial do Google e seu estilo liberal de trabalho, além de um show-off de produtos e tecnologias. No próprio site do filme – theinternshipmovie.com – tem um link para quem quiser se candidatar a um estágio na empresa de Mountain View.

O filme é dirigido por Shawn Levy, de “Uma Noite no Museu”, “Doze é Demais”, “Gigantes de Aço”, e outras bobagens do tipo.

A estreia nos EUA está marcada para 7 de junho, e 30 de agosto no Brasil. Assista o trailer acima.

Google

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Django Livre: A epopeia black power de Quentin Tarantino

Quando Quentin Tarantino foi alçado ao status de mito pop em meados da década de 1990, despertou em muita gente, nas mais variadas áreas das indústrias criativas, aquele espírito rebelde e exibicionista característicos de seus filmes.

Pessoas entusiasmadas com o conto à la gata borralheira, já que a vida do diretor é geralmente narrada como o “fã que chegou lá”, após construir sua cultura cinematográfica através de um trabalho como atendente de videolocadora.

É verdade que sua paixão e conhecimento já vinham antes disso, mas o que fica marcado é a história de quem triunfou quando já estava quase se conformando a viver apenas como um geek de cinema, à margem da indústria.

Django Unchained
Django Unchained

Depois de surpreender com “Cães de Aluguel”, e tomar o mundo de assalto com “Pulp Fiction” – primeiro filme independente a ultrapassar 100 milhões de dólares em bilheteria – Tarantino mudou o cinema autonômo, criando uma nova geração de cineastas ávidos em dar a cara a tapa e desafiar as engrenagens estabelecidas de Hollywood.

Seu estilo, com toda aquela violência aletória e indiferença ao que normalmente poderia chocar, se espalhou por outros tipos de processos criativos. Referências e influência mercadológica que aumentavam a cada novo filme, incluindo “Jackie Brown”, “Kill Bill” (sua obra-prima) e “À Prova de Morte”. E para um diretor onde a derivação é sempre um elogio, melhor ainda. Hoje, aos 49 anos, Tarantino é venerado como ele mesmo faz com suas infinitas referências, sejam obscuras ou além disso, dos clássicos westerns spaghetti de Sergio Leone, passando por produções B japonesas e Godard, por exemplo.

Porém, todo rebelde cresce, e com ele o seu trabalho. “Bastardos Inglórios” pode ter repetido todos os típicos elementos tarantinescos auto-indulgentes e de estilo exuberante, mas marcou (definitivamente ou não) o amadurecimento de Tarantino.

Se antes seus filmes podiam ser acusados de vazios e estéreis emocionalmente – algo que discordo em parte, já que choveu no meu olho durante “Kill Bill Vol.2″ – reimaginar a história da Segunda Guerra Mundial para promover a vingança judaica representou finalmente o diretor tomando partido.

Suas óperas de sangue e desforra enfim ganhavam o cinema mainstream, com uma justificativa ideal para quem queria assistir e até gostar da violência na tela com alguma motivação ideológica.

“Por que eles não se revoltam e matam os brancos?”

Django Unchained

Como em outros Tarantino’s, este é um filme de ação apaixonado pela conversa

“Django Livre” – indicado a 5 Oscar’s, incluindo Filme e Roteiro Original – é um novo forte representante do crescimento do diretor, não mais influenciado apenas por um espírito juvenil, mas preocupado novamente em incluir uma perspectiva histórica para dar vazão a vingança e, porque não, também ao amor.

Django (Jamie Foxx) é um escravo liberto que, em 1858, pouco antes da Guerra Civil nos Estados Unidos, atravessa o Texas e o Mississippi para salvar sua esposa das mãos do cruel fazendeiro Calvin Candie (Leonardo DiCaprio). Em sua companhia, o caçador de recompensas alemão, Dr. Schultz, transformado instantaneamente no personagem mais interessante do filme – e o único branco empático – no momento em que Christoph Waltz aparece na tela.

Django Unchained

Tarantino disse em entrevista há alguns anos, que diversos diretores usam a relevância social como disfarce nos filmes, para dessa forma conseguir justificar a violência. Não dá pra dizer que ele mordeu a língua, mas o contexto existe. Como um líbelo black power, “Django Livre” escancara os horrores da escravidão só para, no momento seguinte, retribuir a violência étnica e racial com humor provacativo e ódio num teatro de excesso e brutalidade.

Como em todas as obras de Tarantino, é um filme de ação apaixonado pela conversa, onde Waltz é o representante principal de uma retórica florida que hipotiza vítima e espectador antes de disparar o primeiro tiro. A cena inicial e a logo após, numa taverna no Texas, reforçam a capacidade do diretor de construir uma tensão crescente e silenciosa com conclusões imprevisíveis, além das frequentes mudanças de clima: do horror para o riso, do nervosismo para a ironia.

As referências de westerns vem, dessa vez, muito mais dos filmes de Sergio Corbucci do que Sergio Leone, com o Djangos estrelados por Franco Nero na década de 1960, além do pastiche ingênuo do blaxploitation. Tudo temperado com belos travellings no sul dos Estados Unidos, apesar da pouca intervenção estilística de texto ou outros elementos comuns nos Tarantino’s anteriores. Provavelmente o “MISSISSIPPI” gigante atravessando a tela tenha sido o bastante.

Django Unchained

Um dos filmes mais divertidos da safra, capaz de transformar quase 3 horas de projeção em minutos

A trilha sonora tem bons achados – com inéditas de Luis Bacalov e Ennio Morricone – mas não é tão inspirada quanto as escolhas dos filmes anteriores. Porém, um detalhe reforça o trabalho autoral de Tarantino. As músicas foram tiradas diretamente do vinis dos anos 1970 que fazem parte de sua coleção pessoal. Segundo o diretor, ele prefere usar sua própria música – mesmo que com falhas e ruíudos – do que pedir versões digitais “limpas” para as gravadoras, pois dessa forma os espectadores podem ouvir do jeito que ele ouve.

Ao abordar a escravatura, um contexto deixado absolutamente de lado nos filmes do gênero western, Tarantino confronta a tirania do racismo, e até incomodou os norte-americanos com o uso excessivo (109 vezes, para ser exato) da expressão preconceituosa “nigger”.

Outra crítica recorrente ao filme é o excesso de tiradas cômicas, e a piada estendida por tempo demasiado na hilária cena das máscaras e o buraco dos olhos. Porém, é justamente essa mistura característica – entre diálogos, violência e humor – que torna “Django Livre” um dos filmes mais divertidos da safra, transformando 2h45 de projeção em minutos.

O set sanguinolento de Django Livre

O set sanguinolento de Django Livre

O que falta mesmo para o sétimo filme de Tarantino é um final climático e eloquente como o de “Kill Bill”, já que aqui ele parece demorar a se decidir qual momento será digno da vingança definitiva. Sua pequena participação nesse momento pode distrair, mas Tarantino obviamente não parece diposto a perder mais uma oportunidade de se divertir com sua obra, o que é justo depois da experiência de cinema e entretenimento que acabou de proporcionar.

Há quem diga que o diretor não está de fato interessado em contextos históricos, só os utilizando como muletas para seus planos sanguinários, mas sou da ala que acredita no amadurecimento do diretor como contador de estórias. Se seus filmes influenciaram toda uma geração de criativos, Tarantino prova que vai continuar a fazê-lo, mas agora com a rebeldia e estilismo visual ganhando uma nova dimensão narrativa.

“Django Livre” estreia no Brasil na próxima sexta, 18 de janeiro.

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Os Miseráveis: Profundo, relevante e belo demais para ser ignorado

“Procurei pela minha alma, mas não pude vê-la. Procurei meu Deus, mas ele se esquivou. Procurei meu irmão e encontrei todos os três”. Emprestar as palavras de William Blake parece justo perante a tarefa de destrinchar a alma por meio da obra de Victor Hugo. Entre as lágrimas provocadas por “Os Miseráveis” – 6 indicações ao Oscar, incluindo Melhor Filme – só pude pensar nessa postulação sobre onde procuramos, e, eventualmente, encontramos não a redenção, mas a absolvição. Essa é a jornada de Jean Valjean (Hugh Jackman), esse é o dilema capaz de tocar o coração dos homens em poucas notas e em questão de segundos, essa é razão de ser de um dos maiores dramas da arte humana e um dos filmes mais arrebatadores desse ano.

Por ser naturalmente avesso a musicais e, confesso, nunca ter assistido a uma adaptação de “Os Miseráveis”, assisti ao novo filme de Tom Hooper (“O Discurso do Rei”) com grandes esperanças e muitas reservas, mas, talvez por conta do trailer ou pelo conhecimento do teor da obra, pressentia uma empatia inevitável. E aconteceu por conta da habilidade do diretor, que não perdeu tempo e definiu seu protagonista com tanta precisão, emoção e carga dramática que foi impossível não sofrer com Jean Valjean, não sentir sua dor, ponderar os questionamentos e chegar junto à decisão de deixar o passado para trás e reescrever os rumos da própria vida. Tudo isso realizado com uma camera subjetiva e inquieta, tão intensa e indecisa quanto o personagem, que dançou pelo set de filmagem e captou cada detalhe do show de Hugh Jackman.

Tour de force de Hugh Jackman no set

Tour de force de Hugh Jackman no set

Les Miserables

Tanto elogio tem razão de ser: a cena do mosteiro reúne o que há de melhor no entretenimento – interpretação, direção, canção, emoção e envolvimento. Errar a mão ali seria muito fácil, para mais ou para menos. E não foi o caso. Hooper precisava destrinchar quem somos por meio do sofrimento de um único personagem. Erros, esperança, arrependimento, iluminação, devoção, tudo isso se mistura ali, num raro momento da Hollywood moderna, tão tristemente tomada pela superficialidade. Ver um filme ser tão impactante lembra a passagem de um cometa que, provavelmente, deve demorar para retornar.

A dualidade é marcante na trama de “Os Miseráveis” [em tempo, analiso apenas o filme, sem utilizar o livro como referência], mas são dois lados de uma mesma moeda. Valjean encontra a salvação na fé e na certeza de que seus atos traram redenção e pagarão pela caridade que recebeu, enquanto o Inspetor Javert (Russell Crowe, a pior das vozes de todo o elenco) cre no caminho da lei e da justiça divina para punir os infratores e criar um mundo mais puro. Essencialmente, os dois homens acreditam na missão de Deus e na sabedoria de seus atos. Dele é a mão que salva, dele é a mão que pune.

“Os Miseráveis” é inspirador e tem um ritmo capaz de te fazer torcer, sofrer e festejar, não necessariamente nessa ordem.

É nessa hora que se percebe o trabalho de um bom roteiro e a sabedoria do diretor, capaz de manobrar em meio a tantas camadas de compreensão, tantas leituras do texto original e um elenco com estilos bem distintos. Minha maior crítica a musicais sempre é a falta de profundidade nos personagens, que cantam por não ter opção e sem transmitirem aquilo que suas palavras informam. Por isso “Across The Universe” funciona tão bem, por conta das canções e atitudes do elenco se completarem e criarem novas leituras. É o mesmo caso nesse filme.

Tom Hopper comanda sua versão de "Os Miseráveis"

Tom Hopper comanda sua versão de “Os Miseráveis”

Les Miserables

A jornada de Jean Valjean é gigantesca, assim como suas realizações. E, embora devesse ser algo espantoso, encaramos com naturalidade o constante peso sobre seus ombros; não importa o quanto Bem ele faça, nunca é capaz de expurgar o passado, praticamente aceitando o rótulo estipulado por um Estado despota e intransigente. Cada novo capítulo evolui essa história e apresenta um pouco mais da França desigual do século XIX, com toda a beleza da direção de arte acertada e consciente da natureza musical do longa – que valorizou muito as canções solo.

Trata-se de um mundo de extremos e assim são as decisões dos personagens, afinal, naquela estrutura social, tentar viver num meio termo beirava a implausibilidade. Instintivamente, não seria engano associar a miséria social com os miseráveis do título, porém, há muito mais implícito aí. A miséria é da alma, presa num mundo sem esperanças, numa sociedade injusta e letal. Valjean e Fantine (Anne Hathaway) têm mentes marcadas pela miséria, pela impossibilidade de se libertar, mentes tão destruídas desde a juventude que, não importa pelo que lutem ou como o façam no presente, jamais vencem a luta.

É nessa miséria que o filme se apoia ao quem questionar quem somos, se devemos demonstrar misericórdia ou até mesmo acreditar num mundo melhor. Hooper encontrou meios muito interessantes de questionar a fé, suas formas e provações sem parecer piegas ou defender uma causa específica. Ou melhor, ele optou por uma causa sim, a causa de todas aquelas pessoas dispostas a lutar, a tentar sempre ser melhor e a espalhar boas ações. Por conta disso, “Os Miseráveis” é inspirador e tem um ritmo capaz de te fazer torcer, sofrer e festejar, não necessariamente nessa ordem.

Le Miserables

Grandes histórias ainda encontram espaço entre continuações sem alma, remakes desnecessários e roteiros que se esforçam para ser engraçados ou profundos

Le Miserables

Um destaque musical para Samantha Barks, uma das integrantes do musical da montagem em West End, que entorpece com sua voz e presença de cena. Trabalho fantástico! E quanto às críticas? Sinceramente, fui arrebatado. Gostei da edição, do som e, se há algo a ser dito, Russell Crowe é a vítima.

Javert fica num meio termo incômodo entre vilão e redentor, e na cena mais transformadora deixou um pouco a desejar perto do tour de force de Hugh Jackman. Na batalha do Gladiador contra o Wolverine, deu Carcaju na cabeça! Crowe tem presença nata de tela, mas pode não ter sido a melhor escolha para o papel e não impressiona.

Caí de amores pela história, pelo filme e pela felicidade ao ver que grandes histórias ainda encontram espaço entre continuações sem alma, remakes desnecessários e roteiros que se esforçam para ser engraçados ou profundos. “Os Miseráveis” simplesmente é profundo, relevante e belo demais para ser ignorado. E olha que não morro de amores nem pela França e nem por musicais.

A estreia no Brasil está marcada para 1 de fevereiro.

P.S.: Minha lista de musicais favoritos agora é a seguinte: “Moulin Rouge”; “A Noviça Rebelde”; “Les Miserables”; “Across the Universe”; “Dr. Horrible Sing Along” (just for the fun!).

Original do poema de William Blake:

I sought my soul, But my soul I could not see. I sought my God, But my God eluded me. I sought my brother, And I found all three.

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O Hobbit: Uma jornada de decisões inesperadas

Três parágrafos informativos são necessários antes de começarmos a falar sobre “O Hobbit: Uma Jornada Inesperada”, afinal, nem todo mundo entende de frame rate e motion blur. Aí vão eles, de forma bem curta.

Frame rate: normalmente, assistimos filmes com 24 quadros por segundo (frames per second, ou fps, em inglês), ou seja, a cada segundo, o projetor mostra 24 imagens. O resto é preto. Nossa retina faz o trabalho de unir cada imagem criando assim o movimento. Esse é o modo atual de se filmar, projetar e ver filmes no cinema. Na TV, essa velocidade fica entre 29.94 e 30 fps.

Motion Blur: esse movimento criado pela união dos 24 quadros gera algo chamado motion blur, ou seja, um sensação de “borrão” ou transição da imagem. Por isso que, quando você dá pause, nem todas as imagens estão em foco. Culpa dessa natureza borrada dos 24 quadros.

48 quadros por segundo: nessa velocidade, o projetor mostra 48 imagens por segundo, ou seja, o dobro do habitual. Qual o resultado? Você tem mais informação, a imagem é mais perfeita e o motion blur é reduzido drasticamente ao olho humano, afinal, há menos espaço vazio para ser preenchido e a sensação de foco dura mais tempo. Aliás, esse é o mesmo conceito aplicado à câmera lenta, pois quanto mais quadros você tiver, mais você pode diminuir a velocidade sem borrar tudo. Filmei com 200fps uma vez, foi divertido!

Peter Jackson e Martin Freeman no set

Peter Jackson e Martin Freeman no set

A escolha de Peter Jackson

Diretor e estúdio resolveram fazer uma mudança da forma mais traumática possível: num blockbuster tão relevante para os nerds quanto para o mercado

Pois bem, agora podemos falar sobre “O Hobbit”, afinal de contas, essa é a maior e mais relevante discussão envolvendo o novo filme de Peter Jackson. Ele resolveu mudar a velocidade de filmagem e projeção de 24fps para 48fps. Há um resultado essencialmente neutro aí: ele mudou o jeito de vivenciarmos o cinema. Mas a neutralidade dura pouco, pois bastam alguns segundos de filme para o espectador escolher um lado. Isso é mais importante do que parece, pois, especialmente quem não gostou da mudança, vai passar o filme todo incomodado e procurando diferenças. Esse é um dos maiores inimigos do bom cinema: tirar o espectador da história e permitir que o aspecto técnico o distraia.

Ou seja, para muita gente, esse é o maior convite para odiar “O Hobbit” logo de cara. Estão errados? Difícil dizer, pois o espectador compra ingresso, nesse caso, para voltar à Terra-Média, não para ver as últimas invenções da Terra. Mas, como tudo no cinema, o resultado é subjetivo e muita gente adorou, especialmente quem já se acostumou com aquela modalidade de aceleração de imagem que TVs HD oferecem há um tempo. Tanto na TV quanto no cinema, o resultado é o mesmo: a imagem fica diferente, parece mais real, como se fosse uma janela em vez de uma tela; logo, a relação do espectador com a obra muda.

O Hobbit

E daí surge a discussão sobre essa decisão de Peter Jackson. Mudanças desse tipo tendem a acontecem em movimentos cinematográficos menores, em filmes sem tanto apelo financeiro e precisam de maturidade e embasamento técnico para, depois, serem abraçadas pelos grandes estúdios. PJ e o estúdio resolveram fazer isso da forma mais traumática possível num blockbuster tão relevante para os nerds quanto para o mercado (tendo em vista que todos “O Senhor dos Anéis” foram máquinas de fazer dinheiro). Ou melhor, em três blockbusters, afinal, “O Hobbit” foi dividido em três e todos foram feitos 48fps.

Não há meio termo nessa luta, ou dá certo e criasse um novo tipo de espectador, ou vamos relembrar a virada do milênio, quando “Star Wars: Episódio I” decepcionou tanto que afundou “Episódio II”, um filme melhor, mas ignorado pelo público. Sim, são paralelos distantes, mas o mercado tende a repetir comportamentos. Mas essa é apenas uma possibilidade.

Se der certo, vamos ter o maior racha das escolas de cinema, com PJ liderando um novo estilo. Ignorando totalmente os estúdios oportunistas da base da cadeia alimentar que vão filmar até festa de aniversário com 48fps só para entrar na onda (fãs de “Premonição”, preparem-se!), a briga vai ser similar à recente reintrodução dos filmes 3D. Algo necessário ou truque? No caso de “O Hobbit”, a mistura 48fps com 3D infelizmente borda a segunda opção com um festival de objetos sendo arremessados contra a tela.

Um problema conceitual é: como o diretor quer que vejamos o filme?

O 3D, responsável por investimentos históricos na atualizações de salas de cinema ao redor do mundo, já recua e tem opositores fortes como Christopher Nolan, que optou pela filmagem nativa em IMAX para sua trilogia “Batman”. Entreter, provocar, os dois ao mesmo tempo? Qual a função do cinema? Peter Jackson fez ótimo trabalho na primeira trilogia e cravou seu nome na história, mas, como todo realizador, quer contribuir de outro modo. Fez sua jogada. Apostou numa nova geração, no uso diferenciado da tecnologia a seu dispor e gastando todos os cartuchos com os fãs de Tolkien e, por que não, de Peter Jackson. Por isso chamei a decisão de traumática.

Não tem volta.

Outro problema conceitual é: como o diretor quer que vejamos o filme? Sempre lembro do Sergio Leone mandando um 2:35 (o formato mais widescreen de todos, antes do Anamórfico) e valorizando a paisagem ao máximo. Foi assim que ele viu o filme, era assim que ele queria que víssemos. E agora, como fica? PJ quer que vejamos “O Hobbit” em 24fps? 48fps? 24 3D? 48 IMAX? Preto e branco com banda ao vivo? Nesse aspecto, o ato de fazer filmes está virando uma zona e amplia as brigas entre espectadores, afinal, o formato afeta, e muito, a resposta ao produto. I have a bad feeling about this.

Ian McKellen retorna no papel do mago Gandalf

Ian McKellen retorna no papel do mago Gandalf

O Filme

A abertura do filme é de cair o queixo, rivalizando com a Batalha da Última Aliança, vista em “O Senhor dos Anéis: A Sociedade do Anel”

Mas nem só de tecnicalidades vive “O Hobbit”, não é mesmo? Há um mundo de controvérsias à sua volta e outra delas é a separação da história em três filmes. “O Hobbit” é um livro só, mas o mundo criado de Tolkien é gigante demais, oferece opções infindáveis e, nas mãos de um diretor e fã competente como PJ, pode ser maravilhoso. Ele respeita a obra ao máximo e a transformou de “infilmável” em “sucesso incontestável”, agora fez de novo.

Entretanto, vai passar por provações difíceis. Como obra inicial, “O Hobbit” define personagens e apresenta aquele mundo com um olhar inocente e curioso. O filme faz uso dessa característica, mas incorre em exageros, especialmente em um personagem “novo”: Radagast, o Castanho. O mago apaixonado por animais e natureza faz as vezes de palhaço do filme e podia ter ficado de fora, assim como outros elementos que, de certa forma, infantilizam a história. Opa, peraí.

Radagast: Personagem citado só de passagem na obra de Tolkien

Radagast: Personagem citado só de passagem na obra de Tolkien

Infantilizar? Não é algo ruim, afinal, a obra de Tolkien tem essa função, é leitura obrigatória em escolas inglesas e americanas e, especialmente “O Hobbit”, foi escrito para crianças e adolescentes. Todos esses conceitos mudaram, nós mudamos. Queremos toda a aventura da Terra-Média, mas consideramos os elementos lúdicos como desnecessários (assim como eu, acima) e esperamos algo completamente traduzido para nossa mentalidade, nosso tempo. É uma situação bem complicada, não? Ser criança e adolescente mudou, a “vida adulta” invadiu muito desse território, mas “O Hobbit” continuou do mesmo jeito.

O Hobbit

Nesse aspecto, pergunto se não aceitar a tolice é falha nossa, em vez do diretor que optou por mantê-la do jeito que foi concebida? Gostar ou não é outra história.

A abertura do filme é de cair o queixo. Anões! Anões na Montanha Solitária! Smaug! Porrada e ruína! Ela rivaliza com pompa e circunstancia a Batalha da Última Aliança, vista em “O Senhor dos Anéis: A Sociedade do Anel”, e mostra como o passado da Terra-Média foi mais glorioso e grandioso do que o mundo à beira do colapso pelo qual o espectador se apaixonou anteriormente. É um espetáculo visual! Comentário de fã: isso só aumenta as esperanças de, um dia, ver “O Silmarilion” nos cinemas!

O roteiro é simples e, como esperado, um pouco estendido para justificar os três filmes. O maior problema, porém, é a reciclagem de ideias e tomadas. Toda aquela grandiosidade das paisagens da Nova Zelândia impressionou em “O Senhor dos Anéis”, agora ela retorna, mas com menor impacto, afinal, já vimos tomadas aéreas, montanhas gigantescas e os heróis – nesse caso os anões sem-teto – cruzando longas distancias com a música épica (também repetitiva com uso descarado de leitmotiv com variações do tema principal dos anões). Gandalf repete alguns de seus truques (usa uma mariposa como mensageira); retornamos a um reino subterrâneo (Goblin Gate); e vemos um herói ser derrotado temporariamente (sem spoilers, mas o paralelo é a Gandalf cair com o Balrog).

O quanto o espectador médio vai lembrar depois de anos sem ter visto “O Senhor dos Anéis” é um mistério, mas, no meu caso, os paralelos foram gritantes, logo, relevo por estar fora da curva. Como filme independente funciona e faz uma escolha clara: é mais leve, óbvio e mantém o mesmo ritmo ao longo da projeção. Nesse ponto, segue a receita de J.R.R. Tolkien, que utilizou “O Hobbit” como tubo de ensaio para o que viria a fazer nos livros seguintes.

O Hobbit

Com Tolkien funciona assim: aprecie seu mundo, viva com seus personagens e maravilhe-se com sua beleza.

As relações entre Bilbo Baggins (em ótimo trabalho de Martin Freeman) com os anões refletem esse espírito, de fato, aventureiro e divertido. Ninguém se conhece direito, mas barreiras são quebradas instantaneamente, há um sentimento de perda muito grande, algo que Bilbo vai entender ao fim de sua jornada. Esse livro é a cartilha básica do RPG clássico: o herói inicia uma missão, encontra aliado, encontra itens mágicos, passa por provações, descobre novas habilidades conforme o nível de dificuldade aumenta. Logo, corre riscos similares a “John Carter”, por manter uma estrutura narrativa dos anos 30 (o livro de Tolkien foi lançado em 1937) e expô-la ao espectador moderno, descaradamente carente por ação, encadeamento de ideias mastigado e sem paciência.

O Hobbit

As presenças de Galadriel (linda demais!), Elrond e Saruman no encontro do Conselho Branco servem para aproximar o espectador desavisado de que os elfos e magos já estão aprontando com o destino da Terra-Média há um tempo e também para confundir tudo, afinal, Saruman ainda estava do lado dos mocinhos naquele ponto. A menção do “Necromancer”, porém, mostra os princípios de sua corrupção. Essa era a única função de Radagast, aliás, fazer essa fofoca.

O objetivo infanto-juvenil é claro: não há sangue (adeus ao sangue negro dos Orcs), nem mesmo quando passam a faca na barriga do Rei Goblin; as decapitações acontecem em tomadas mais distantes; o roteiro preza pelo didatismo; e a edição escorrega pouco. Numa das cenas mais arbitrárias do filme, os heróis resolvem visitar uma caverna de Trolls sem a menor necessidade, apenas para encontrar três das espadas mais poderosas da Terra-Média. Essa foi a melhor ideia encontrada por quatro roteiristas, entre eles PJ e Guillermo del Toro? Fato, é assim que encontram as espadas no livro, mas o espectador de cinema adora reclamar de “forçadas de barra” como essas. Quer outra? Thranduil, o rei élfico e pai de Legolas, reúne o exército e vai até a fortaleza anã, durante o ataque de Smaug, só para olhar, fazer cara de nojinho e virar as costas.

O Hobbit

No geral, “O Hobbit” evolui bem, apresenta seus personagens, promove três batalhas em larga escala, novamente, estabelecendo a diferença primordial com “Game of Thrones”, e dois conflitos menores e mais pessoais, cumprindo a obrigação com o livro e estabelecendo os limites dos personagens. Embora alguns dos anões sejam soldados veteranos, a maioria da companhia de Thorin Escudo de Carvalho não é formada por porradeiros seculares e, assim como Bilbo, precisam aprender a encarar toda a fauna inimiga de Tolkien.

Tirando alguns elementos já citados, fiquei empolgado com “O Hobbit”, reencontrei a felicidade de voltar à Terra-Média com uma história que, recentemente, comecei a ler para minha filha e só tenho boas expectativas em relação aos próximos dois episódios. “A Sociedade do Anel” sempre foi o mais devagar da trilogia original, mas precisava apresentar tudo, depois veio aquele espetáculo de direção de “As Duas Torres”. O mesmo deve acontecer com a nova trilogia. Há muito que ser construído antes da Batalha dos Cinco Exércitos e o confronto bombástico com Smaug!

Gostei? Não gostei? E os críticos que detonaram? E quem disse ser o melhor filme do ano? Não quero saber, vou ver novamente, dessa vez em 24fps, e novamente, e novamente, e novamente. Com Tolkien funciona assim: aprecie seu mundo, viva com seus personagens e maravilhe-se com sua beleza. Qualquer coisa além disso é descartável.

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Superman: Homem de Aço [Trailer]

A Warner Bros. liberou agora pouco o novo trailer de “Superman: Homem de Aço”, filme dirigido por Zack Snyder e produzido por Christopher Nolan.

Em julho, eu comparei nesse post os teasers do “Superman” de 2006, do Bryan Singer, com esse novo. Não só pela reverência ao filme original, mas pela própria edição de cenas, afirmei que o teaser do filme que quase ninguém gostou era bem melhor. É óbvio que nem cabe a comparação entre os longas, por serem propostas bem diferentes, mas estou falando do trailer em si, a propaganda do cinema.

Pois bem. Agora com o trailer 2, tudo muda de figura. Ainda prefiro a poesia do teaser de 2006, mas a escuridão realista à lá Batman-do-Nolan impressiona. Não se esqueça de colocar em 1080p.

“Superman: Homem de Aço” tem estreia marcada para 12 de julho de 2013.

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Braincast 45 – O Hobbit: 3D, IMAX, 48fps, e outras tecnologias do cinema

Depois de marcar a história do cinema com a trilogia “O Senhor dos Anéis”, Peter Jackson volta ao universo fantástico de Tolkien com muita expectativa e prometendo o revolucionar a indústria. “O Hobbit: Uma Jornada Inesperada” estreia no dia 14 de dezembro em diversos formatos, para todos os gostos, incluindo 3D, IMAX e o polêmico 48fps.

No último Braincast do ano, discutimos as diversas tecnologias do cinema, e como elas foram introduzidas ao longo dos anos por questões mercadológicas, numa tentativa de combater a concorrência de outras mídias. Carlos Merigo, Saulo Mileti e Luiz Yassuda comentam ainda as primeiras reações da crítica e público sobre “O Hobbit”, e qual o melhor formato para assisti-lo.

Faça o download ou dê o play abaixo:

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> 1h04m10 Borracharia de Seu Abel
> 1h07m00 Qual é a boa? (Letterboxd, Brainstormr)

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