True Detective – Main Title Sequence

Patrick Clair et Antibody ont imaginé le générique de la série « True Detective », diffusée depuis le 12 janvier sur HBO aux Etats-Unis et mettant en scène les acteurs Woody Harrelson et Matthew McConaughey dans une Louisiane traumatisée par les méfaits d’un serial killer. Une séquence-titre jouant sur la double exposition.

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The 10 Most Epic TV Show Promos of 2013

It was a mixed bag for TV generally in 2013, but not a bad year for TV promos—in fact, some of the most inventive ads on the dial (or the Web) were from folks promoting new or returning shows.

For the most part, good marketers eschewed parades of "Our show is so great!" quotes, cliffhangery snippets of dialogue and trying to unironically mimic movie trailers—and just let a few powerful images, or sometimes a single powerful image, speak to the viewer. Sometimes it was a clever in-joke, sometimes a stylish montage, sometimes the sheer chutzpah of the idea. But we picked 10 of the promos that wowed us the most from a surprisingly large pool of good creative.

From edgy cable fare like Archer to a broad network series like Community, there was plenty to love before the show even started. Tell us what you think (and what we missed) in the comments.


    

HBO mostra como as histórias podem nos acompanhar mesmo depois de adultos

Nessa versão do diretor do comercial “Grow Up”, a HBO mostra que não precisamos deixar as histórias e imaginação para trás quando crescemos. Elas podem nos acompanhar, independente de onde e quando.

O conceito é pertinente, já que promove o serviço de streaming HBO GO, aqui auxiliado por uma bela cinematografia.

Dirigido por Gustav Johansson, com produção da Stink e Papaya Films.

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HBO Go – Grow Up

Gustav Johansson nous propose de découvrir la version Director’s Cut de sa publicité pour la chaîne HBO GO, une application mobile pour regarder la chaîne. Intitulée Grow Up, cette création produite par Stink nous raconte à travers différents portraits l’importance des programmes de la chaîne dans notre quotidien.

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Um incrível tributo a Game of Thrones

Atenção: o link abaixo contém sutis spoilers para quem ainda não assistiu todos os capítulos de Game of Thrones. Entretanto uma rápida olhada superficial não vai entregar o jogo.

O designer e ilustrador americano Nigel Evan Dennis fez de graça o que poucos profissionais fariam sendo muito bem pagos pela HBO: um incrível site-tributo à série Game Of Thrones. Ele desenhou todos os principais personagens da história, criou belos infográficos, mapas, linha do tempo… tudo com um louvável capricho minimalista.

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Se você achava que era o maior fã de GOT, seu mundo acabou agora. Nigel Evan Dennis é o cara. Um verdadeiro tapa na cara de todos aqueles designers que entraram na moda de fazer “posters minimalistas de filmes e música hipsters”.

Você curte a série? Então babe agora mesmo com o belíssimo “Where Have All The Wildlings Gone?”.

Uma salva de palmas pro Nigel 🙂

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“Breaking Bad” e as novas regras da televisão

Todo mundo tem um amigo que um dia (ou todos os dias) repetiu exaustivamente que você deve assistir “Breaking Bad”. E não é uma simples recomendação, inclua aí doses de histeria: “assista logo!”, “é a melhor série!”, “quem não vê está por fora!”, “se você não assistir sua vida não terá sentido!”, e outras alegações do tipo. Um comportamento talvez, só talvez, um pouco exagerado, e que virou motivo de piada, tipo fã do Iron Maiden, mas que tem fundamento. Eu mesmo fui influenciado assim, e passei os últimos anos recomendando de forma pouco controlada para quem ainda não assistia/assiste, sem vergonha de ser chato. Peço desculpas se fui irritante, mas me dê licença para ampliar o discurso a partir de agora.

O fato é: Quando o último episódio da série for exibido, em 29 de setembro de 2013, não importa se você acompanhou ou não a saga de Walter White e sua família – e nem qual seja o aguardado destino dos personagens – o sarrafo das produções televisivas terá atingido o seu ápice. Pode-se até argumentar que muitos outros programas ainda estão em andamento, e tantos ainda virão, mas o ciclo narrativo e técnico do show da AMC terá impactado as indústrias criativas de forma indelével.

“Breaking Bad” é um exemplo impecável da televisão como forma de arte, competindo em um terreno antes exclusivo do cinema. A mídia televisiva, que por muito tempo foi demonizada como um viciante e alienador antro de programação popular e vulgar, se tornou na última década também sinônimo de cultura e entretenimento adulto de qualidade. Bem, é verdade que a maior parte da TV ainda é recheada de realitys e programas de auditório de gosto duvidoso, mas, quando se fala em dramaturgia, estamos testemunhando uma inversão de papéis entre as emissoras e os estúdios de Hollywood.

Uma revolução criativa que permitiu à TV ter o impacto cultural, o conteúdo autoral e os investimentos antes exclusivos do cinema

Breaking Bad

Dois livros recentes – “The Revolution Was Televised” de Alan Sepinwall, e “Difficult Men” de Brett Martin – falam dessa revolução criativa e mercadológica que permitiu à TV ter o impacto cultural, o conteúdo autoral e os investimentos que antes eram dominados pelo cinema. Enquanto Hollywood tornou-se conservadora, tentando ser a prova de falhas com uma obsessão crescente por franquias e blockbusters, os canais de televisão assumiram um comportamento rebelde e arriscado. Claro que números importam, mas as emissoras pagas decidiram que, muitas vezes, o buzz e a influência valem mais do que métricas quantitativas de audiência.

Breaking Bad

Uma das consequências disso como marca é que, em uma época de fragmentação do público, os canais de TV estão conseguindo estabelecer conexão e fidelidade com o espectador, algo que os grandes estúdios de cinema – exceto a Disney/Pixar – não tem. Ninguém espera ansiosamente para ver o próximo filme da Warner Bros. ou da Paramount, por exemplo, esse sentimento depende muito mais do elenco e profissionais envolvidos, mas certamente tem muita gente na expectativa pelo que a HBO, AMC ou Showtime farão a seguir.

Outro ponto que também era tido como exclusivo de Hollywood, e que agora migra para a televisão, é a força dos criadores. Os diretores de cinema sempre foram vistos como as estrelas do show, mas na TV os responsáveis por séries também tem conquistado o status de celebridade, contando com liberdade para controlar todo o processo de produção e sendo reconhecidos por isso.

Cresce também o intercâmbio entre meios, com diretores e atores de filmes atuando na televisão, antes considerada lugar de profissionais de segundo escalão. Aliás, os estúdios é que estão atrás dos ícones das séries para trabalharem em seus filmes. Bryan Cranston ter sido escolhido para viver o novo Lex Luthor, por exemplo, não foi apenas pela careca brilhante.

“Breaking Bad” é prova cabal de todo esse cenário, definindo o ponto mais alto da mídia até o momento e culminando no que Brett Martin chama de “a terceira Era de Ouro da TV”. Porém, não custa lembrar que tudo começou antes. 14 anos antes, para ser exato, com um rechonchudo (quase careca) de roupão e que se encantou com patos na piscina de sua casa.

The Sopranos

The Sopranos e HBO: “Isso não é TV”

Apesar de “Oz”, o drama prisional da HBO, ter ido ao ar quase dois anos antes, marcando a entrada em conteúdo original da emissora, a estreia de “The Sopranos” em 1999 é notoriamente tida como a pedra fundamental dessa revolução, onde novos tipos de estórias e estrutura formal permitiria que dezenas de outras séries fossem possíveis no futuro. Vince Gilligan, criador de “Breaking Bad”, afirmou que Walter White não existiria sem Tony Soprano.

David Chase e sua equipe de roteiristas modificaram a arquitetura de storytelling comumente praticada. Nada mais é garantia de final feliz.

Quando David Chase criou um mafioso no divã, que se dividia entre uma rotina de crimes e dedicação familiar, deu vazão ao surgimento de muitos outros anti-heróis. Quebrando convenções, “The Sopranos” mostrava que nada mais era garantia de final feliz. A morte de personagens regulares passou a ser comum, algo antes impensável na TV. Tony Soprano é um protagonista que causa empatia, mas ainda assim violento e assassino, um tipo de personagem que as pessoas viam e gostavam no cinema, mas não aceitavam “dentro de suas casas”.

Além disso, sem a obrigação de saciar o apetite das emissoras de TV aberta por mais e mais episódios, e no menor tempo possível, Chase e sua equipe de produtores e roteiristas modificaram a arquitetura de storytelling comumente praticada. Cada episódio de “The Sopranos” é sólido por si só, mas também faz parte de um arco maior de temporada, e se conectam de forma coerente uns aos outros. Não funciona como uma sitcom, em que você pode ligar a TV e assistir o que estiver passando fora de ordem.

Ao contrário das séries procedurais, que apresentam uma premissa no piloto e dependem da mesma fórmula nos episódios subsequentes – inclua aí os sucessos “E.R”, “Greys Anatomy”, “West Wing”, “CSI”, “House”, e tantas outras – a produção da HBO apostava principalmente na construção paulatina de personagens. Cliffhangers não tinham tanta importância, os espectadores eram fisgados pelas personas da história, com dezenas de capítulos que acabavam no mais absoluto silêncio.

James Gandolfini e David Chase

James Gandolfini e David Chase

Agressivamente artístico e violento, “The Sopranos” foi recusado por diversas empresas. CBS, NBC, ABC e Fox, naturalmente, julgaram muito pesado para uma emissora aberta. E ainda bem. Um grande trunfo da HBO, que por muito tempo trabalhou o slogan “It’s Not TV”, era a não existência de uma grade de programação fixa, de um horário nobre. Ninguém estava esperando pela estreia de “The Sopranos”.

Recorde de audiência na TV paga, “The Sopranos” foi um acontecimento televisivo que permitiu e influenciou a origem de outras tantas séries dos anos 2000

Isso permitiu que David Chase tivesse o luxo de escrever, filmar e editar todos os 13 episódios da primeira temporada da série antes que uma única chamada fosse ao ar. A HBO, por sua vez, não tinha anunciantes com os quais se preocupar. Não importava se o programa seria considerado violento, denso e pouco acessível. Ao contrário do canais abertos, a quantidade de executivos a se agradar era bem menor.

Os planos da HBO passavam muito além de satisfazer as massas e as marcas, e sim estava focado na importância do buzz que citei no começo desse texto. O canal investia em produções originais com pretensões artísticas pois queria criar uma poderosa percepção no público: A de que uma pessoa aculturada não poderia viver sem ter a assinatura da HBO. Mesmo que essa pessoa só assista uma hora por semana, ela precisa acompanhar o que o canal faz ou estará perdendo conteúdo de qualidade superior, estará por fora das conversas com os amigos.

The Sopranos

Na outra ponta dessa mudança está o papel da tecnologia. As vendas de DVD’s com temporadas inteiras permitiu que a série ganhasse fãs continuamente, e estes passassem então a acompanhar os novos episódios pela TV. Atualmente isso é ainda mais crucial, considerando os variados serviços de streaming e a pirataria, a ponto da própria HBO se dizer feliz e satisfeita com os milhões de downloads ilegais de “Game of Thrones”, por exemplo.

Mudou-se também a maneira de se fazer críticas de séries. Sempre foi padrão das publicações especializadas escrever reviews baseadas em um ou alguns episódios apenas. Os produtores de “The Wire, que foi ao ar três anos depois da estreia de “The Sopranos”, enviavam temporadas completas para os críticos, adotando uma nova estratégia de divulgação. O pensamento é de que, assim como você precisa ler pelo menos umas 100 páginas de um livro para ser agarrado pela história, também precisa assistir quatro ou cinco horas de um seriado, no mínimo, para “se viciar”. Com a internet, virou comum a prática do “recap”: Centenas de sites e blogs analisando episódio por episódio, assim que vão ao ar, repercutindo a série por um longo período e gerando conversação entre os fãs.

Com tudo a favor, “The Sopranos” se tornou canônico da história da televisão, alcançando 14.4 milhões de espectadores em média por episódio, um número assombroso para um canal pago, e o recorde da HBO até hoje (nem o hype de “Game of Thrones” ainda supera essa estatística). Foi um acontecimento televisivo que definiu e permitiu a origem de outras tantas séries, entre elas: “24 Horas”, “Lost”, “Six Feet Under”, “Dexter”, “The Wire”, “Deadwood”, “The Shield”, “Weeds”, “Rome”, “Boardwalk Empire”, “Homeland”, “Mad Men”, “The Walking Dead” e, claro, “Breaking Bad”.

Breaking Bad

Breaking Bad

“I am the one who knocks”

Assim como o protagonista de “The Sopranos”, David Chase nunca fez cara de bons amigos para a maior parte das pessoas que trabalharam com ele. Sua relação com a indústria é descrita como temperamental. Talvez o motivo esteja no fato de que sempre quis trabalhar com cinema, e revelou em entrevistas que por várias vezes pensou se não deveria ter se dedicado a produzir filmes nos anos em que fez a série. Mas a pergunta de um jornalista o deixou sem resposta: “Que filmes?”

Vince Gilligan também era um desses que sonhava em trabalhar em Hollywood. Chegou a escrever alguns roteiros, um deles foi produzido com Drew Barrymore e Luke Wilson no elenco, e também co-roteirizou “Hancock”, mas tantos outros foram reprovados. Porém, logo encontrou seu lugar na série “Arquivo X”, um totem da cultura nerd, onde escreveu um total de 27 episódios e co-produziu outros tantos.

Um de seus companheiros na sala de roteiristas era Thomas Schnauz. Um dia, numa conversa telefônica, ambos se queixavam da indústria do cinema, de como a burocracia e a politicagem travam o processo criativo. Gilligan, com um pé no desemprego, disse: “Talvez a saída seja virarmos funcionários do Walmart”. Thomas respondeu:

“Ou podemos comprar uma van e transformar num laboratório de metanfetamina”.

A sugestão absurda foi o ponto de partida para Vince Gilligan, no mesmo dia, anotar dezenas de outras ideias e pensar em arcos que deram origem a “Breaking Bad”. Schnauz, claro, entrou no bonde, ou melhor, na van, e nesses seis anos de existência da série não apenas co-roteirizou diversos episódios, como também é creditado como co-produtor executivo.

Vince Gilligan

Vince Gilligan

A essência – Mr. Chips que vira Scarface – estava lá desde o início, assim como a metáfora sobre a crise de meia idade, os questionamentos morais, parceiros e prováveis adversários que Walter White enfrentaria em sua jornada. Porém, Gilligan se perguntava se essa história deveria ser um filme ou uma série de televisão. Anos antes, seria um filme sem dúvida, mas em 2005 (quando botou as ideias no papel) só podia ser TV.

Com as ideias no papel, Gilligan se perguntava se essa história deveria ser um filme ou uma série de televisão

Começou então a via crúcis por possíveis emissoras interessadas. Executivos da TNT adoraram a ideia, mas questionaram: “Precisa mesmo ter metanfetamina? Se comprarmos sua ideia, seremos demitidos”. Showtime acabara de estrear outra série sobre drogas, “Weeds”. FX só produzia uma série por ano, e já tinham se comprometido com “Dirt”, de Courtney Cox, cancelada pouco tempo depois. A HBO nunca retornou após uma primeira reunião. Será que arrependimento mata?

Se tem algo que um canal de TV detesta, aliás, é ver uma ideia rejeitada virar série de sucesso na concorrência. O FX até se propôs a comprar os direitos de “Breaking Bad” e filmar o piloto, mas deixariam numa gaveta, sem previsão de produzir uma temporada. Vince Gilligan, obviamente, não topou a proposta, e restava a AMC, onde o primeiro episódio de “Mad Men” tinha acabado de ser filmado.

Breaking Bad

Breaking Bad

O abismo criativo das histórias serializadas

A televisão é uma mídia que, desde sua origem, necessita de uma narrativa que possa se estender indefinidamente. Faz parte do negócio. Uma empresa investe milhões, emprega milhares de pessoas, abre divisões corporativas e coloca sua reputação em risco confiando apenas em uma hora de vídeo ou num novo quadro de programa. O criador, por sua vez, mergulha num abismo criativo, se comprometendo de que a história vai continuar pelo maior tempo possível.

A quebra dessa estrutura formal é um dos grandes trunfos de “Breaking Bad”. Concebida desde o início como uma trama com começo, meio e fim, menor quantidade de episódios, mais tempo dedicado ao roteiro e produção e, principalmente, mais risco criativo na tela. Uma série com essa proposta pode fazer sempre a história caminhar pra frente, com grandes acontecimentos e mudanças entre os personagens, sem a necessidade de passar anos andando de lado pois a emissora não tolera desagradar a audiência. Alguém lembrou de “Dexter” e seu declínio criativo nos últimos anos?

Assim como “The Sopranos”, cada episódio de “Breaking Bad” é um trabalho de arte em si. David Chase, em 1999, fez o que era normal: Tinha todo o arco de uma temporada descrito em uma lousa, mas precisava montar uma sala de roteiristas para desenvolver cada episódio. Essa linha de produção é comum na televisão. Episódios saem como carros em uma fábrica. Enquanto um está sendo filmado, outro já está sendo escrito e produzido por diferentes equipes. Chase quebrou esse padrão, decidindo que queria manter o controle de todo o processo e colocar suas ideias em todos os capítulos.

Vince Gilligan repetiu o formato, com a diferença de ser considerado um cara mais afável para se trabalhar. Mesmo autocrático, acredita na colaboração, equilibrando sua visão e gerenciamento microscópico de cada detalhe da série com atuação em equipe. Em entrevistas, já disse que todos são iguais em sua sala de roteiristas.

Cada episódio é um trabalho de arte por si só. Benefício de uma trama com começo, meio e fim pensados desde o início.

Toda discussão de Gilligan com seu grupo de escritores – sete no total – passa por duas perguntas: 1. Para onde os personagens estão indo?; e 2. O que acontece depois?; É como um jogo de xadrez: “Se movermos esse personagem daqui para lá, quais serão os movimentos das outras peças?”, disse Gilligan num recente Writer’s Panel.

Toda ideia supõe uma ação, assim como suas consequências. Lembra do que eu falei sobre andar pra frente e não de lado? O modo como “Breaking Bad” lida com o ritmo da trama é um dos elementos chave da genialidade da série. Corta caminhos quando você acha que ainda tem muito pra acontecer, deixando para o espectador juntar as peças; ou segura a onda quando parece que o confronto é inevitável, introduzindo flashbacks ou flashforwards de maneira intrigante.

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Storytelling visual e o papel do Novo México

“Breaking Bad” é, de longe, a série de TV mais estilizada visualmente. Antigamente, a falta de verba fazia personagens descreverem acontecimentos, falando muito mais do que mostrando. Já a atração da AMC se beneficia dessa migração de dinheiro, e investe em produção e truques de camera, com os famosos takes com GoPro em objetos, ponto de vista em primeira pessoa, e outras maneiras criativas de se capturar uma cena.

Escolhida por causa de incentivos fiscais, a cidade de Albuquerque ficou enraizada visualmente na tela, permitindo um novo cenário dramático para os roteiristas

O roteiro padrão de um episódio de “Breaking Bad” pode conter diversas páginas sem um único diálogo, com acontecimentos mostrados em silêncio ou apenas com ruídos diegéticos. Claro que o impacto da história é o principal, mas não seria igual sem o storytelling visual trabalhado por Vince Gilligan, bem como o excelente design de som que colabora de forma essencial para a crescente tensão de determinados momentos.

As locações contribuem muito nesse sentido, e são consideradas pelo próprio criador como um personagem a parte. Originalmente, Walter White e sua família morariam na California, como tantas outras figuras do entretenimento, mas questões financeiras – leia-se: incentivos fiscais – transferiram a trama para a cidade de Albuquerque, no estado do Novo México.

Com média de 310 dias ensolarados por ano, a região está para “Breaking Bad” assim como New Jersey está para “The Sopranos”. Não dá pra imaginar a série sem esse palco, que teve a geografia e topografia enraizada visualmente na tela, permitindo um novo cenário dramático para os roteiristas. As conversas (e ameaças) no deserto, que transformam “Breaking Bad” praticamente num faroeste, são icônicas. Impossível pensar nisso tudo acontecendo com uma praia ao fundo.

A próxima década do audiovisual terá “Breaking Bad” no seu encalço

Também é notório o jogo de cores da série, que brinca com o figurino dos personagens para criar simbolismos. O design de produção e de som fazem de cada episódio uma experiência cinemática. Rimas visuais conectam cenas e dão pistas do que está por vir, composições retratam sentimentos e situações em segundos, a fotografia frequentemente mergulha os personagens em luz ou sombras. Outro destaque é o uso do princípio narrativo do dramaturgo Anton ChekhovChekhov’s gun – de que todo objeto da trama deve ser essencial e insubstituível, com a série resgatando elementos que, se inicialmente pareciam banais, reaparecem em momentos críticos.

Isso tudo fez “Breaking Bad” ter sua porção de “Lost”, aliás, com fãs interagindo com a série e desconstruindo meticulosamente cada episódio na tentativa de desvendar possíveis pistas. Mais uma prova da televisão que deixou de ser mídia passiva, tendo, praticamente em tempo real, elementos como cores, locais, números, placas, e etc, discutidos pelos espectadores nas redes sociais. Provavelmente, muito disso não passa de mera especulação, mas inspira os criativos na busca pela TV social.

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O fim é difícil, mas inevitável

No mundo ideal da televisão, nada acaba. Todo o modelo financeiro da TV depende de longevidade, e são raras as produções que reconhecem que tem data de validade. “Breaking Bad” sairá de cena como uma produção cultural com o carimbo de “essencial” justamente por saber que boas histórias terminam.

Restam apenas cinco episódios para o fim – e estes três últimos exibidos foram particularmente brilhantes – um momento difícil para criadores e fãs, mas ainda assim inevitável, nas palavras do próprio Vince Gilligan. Não é exagero dizer que ele deixará um legado no mesmo nível, ou ainda maior, do que David Chase fez com “The Sopranos”. A próxima década do audiovisual terá “Breaking Bad” no seu encalço, com comparações e lembranças, para o bem ou para o mal. Caberá aos estúdios, emissoras e criativos seguirem essa trilha, onde a ousadia é premiada com sucesso e a certeza de que os espectadores estão preparados para ela.

Lá no primeiro parágrafo, eu disse que encheria um pouco mais o saco de quem ainda não assiste a série. Mas não quero fazer através dos argumentos desse longo texto. Eu poderia até dizer que é obrigação de quem trabalha com comunicação e nas indústrias criativas em geral e ponto final, mas não, não assista porque é rotulado de canônico, de fundamental ou de o melhor drama da TV.

Assista porque é divertido. Muito, mas muito divertido. Assista pelos momentos (vários deles) em que você levará a a mão à boca pois não consegue acreditar no que está acontecendo. Assista pelas cenas que farão você gritar com a TV, sentar na ponta do sofá, xingar um personagem, e torcer como se fosse um jogo de futebol. Veja também pelos momentos de humor e de questionamento moral, onde você chega a conclusão de que faria a mesma coisa – “é tudo pela família!” – só para no minuto seguinte dizer que chega, não dá pra confiar em mais ninguém. E claro, assista também para chamar Vince Gilligan de sádico, pois esse filho da p* sabe como terminar um episódio como ninguém. Um dos poucos que, atualmente, faz 50 minutos passarem como se fossem 10. Sentirei saudade.

Breaking Bad

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Em memória de todos que morreram em “Game of Thrones”

Durante a Comic Con, a HBO exibiu um vídeo relembrando todos os personagens que já passaram pelo facão afiado de George R.R. Martin.

Um singelo aviso de que você não deve se apegar a ninguém em “Game of Thrones”, ao mesmo tempo que promove a quarta temporada no ano que vem.

De trilha sonora, “It’s So Hard To Say Goodbye to Yesterday” do Boyz II Men. Fanfarrões sem coração.

Game of Thrones: In Memorian

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Game Of Thrones: Por Dentro da Série

Para você que está orfão dos novos livros e temporadas de “Game of Thrones” ou que sempre teve curiosidade em saber como funciona uma adaptação de livro para série de TV, a editora Leya lança agora no Brasil o guia “Por Dentro da Série da HBO Game Of Thrones”.

Com prefácio de George R.R Martin, entrevistas dos atores, produtores e dos criadores da série – David Benioff e D.B.Weiss –  e em edição de luxo com tiragem limitada, este guia mergulha no universo medieval de Westeros, mostrando, em detalhes, como foi toda a produção da série e revelando as curiosidades dos bastidores.

O responsável pelo guia é Bryan Cogman, produtor executivo, que entrou para o time de roteiristas do seriado e escreveu dois episódios ao longo das três temporadas. Cogman reuniu curiosidades sobre os figurinos, a escolha das locações e a construção dos cenários mais marcantes como a Muralha e o castelo de Winterfell, as adaptações de diálogos dos livros para a série e as brincadeiras e erros de bastidores. 

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Fã e curiosos de plantão vão ficar impressionados com a riqueza de detalhes apresentados no guia: como criaram o idioma dothraki, porque escolheram a Irlanda do Norte como set de filmagens, a importância do Gerente de Construções de uma série de TV, o trabalho e cuidado com o figurino para cada personagem e muito mais. 

Cada capítulo surpreende e tem um tema principal que vai sendo desvendado a cada informação nova sobre como é adaptar um livro para um seriado. Além de imagens lindas e exclusivas das filmagens, atores e bastidores, você também tem a chance de descobrir como os criadores tiveram contato com os livros, como George R.R Martin reagiu ao ficar sabendo da adaptação e quantas pessoas trabalham para que “Game Of Thrones” seja o sucesso que é.

A edição com capa de couro e detalhes em dourado consegue fazer você fica mais apaixonado pelo universo que rodeia a história e matar a saudade até a próxima temporada e próximo livro.

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Family Guy Pleads for an Emmy With Racy Spoof of HBO’s Girls

Fox's Family Guy has a new "For Your Consideration" ad for this year's Emmy Awards, because Seth MacFarlane's unfunny Rat Pack schtick hasn't ruined enough award shows yet. The latest ad references an episode of HBO's Girls in which someone received a pearl necklace. Hence the Family Guy headline: "Here's a load of comedy to shoot on your chest." Groan. It's better than the lazy Jew-baiting that MacFarlane and company have been relying on lately, but that Girls episode was beaten to death long before they got to it. But that's to be expected from a show that hasn't been funny since I was in college.

    

Sinos de universidade tocam o tema de “Game of Thrones”

Eu queria que nossas universidades tivessem sinos. Esses de quase 100 anos de idade como da University Wisconsin-Madison. E se tivessem, que eles tocassem temas das nossas séries favoritas. Como o da University Wisconsin-Madison.

São 56 sinos que, controlados há 30 anos por Lyle Anderson, surpreenderam os alunos com a música de “Game of Thrones”.

Não é a primeira vez que isso acontece no mundo acadêmico. Em 2010, a University Brigham Young fez seus sinos tocarem o tema de “Harry Potter”.

Sinos

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O inverno está chegando…

O inverno está chegando. Dia 31 de março, a terceira temporada de Game of Thrones estreia simultaneamente nos Estados Unidos e Brasil. Para quem acompanha a série, o hiato dos últimos meses tem sido uma verdadeira tortura, que ganha requintes de crueldade a cada trailer, a cada poster, a cada notícia.

Mas, enquanto o inverno não chega, vale a pena dar uma olhada neste vídeo de 14 minutos que ajuda a relembrar os momentos mais importantes da segunda temporada, com direito à comentários do elenco e dos produtores D.B. Weiss e David Benioff.

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Game of Thrones Soars With Dragon Ad in New York Times

HBO placed this wonderful ad in Monday's New York Times, with the shadow of a dragon looming over two pages of fake stories. It's a shame they couldn't advertise over a real spread—and while the non-Times fonts surely make the editors breathe easier, it takes away from the effect just a little. But still a fun execution. Check out this Yahoo piece for more on the faux articles, and what they have to do with the show. Via The Denver Egotist.

UPDATE: HBO did something similar to its own building in L.A. (see below). A dragon was also reported to be hovering over IMDB.com on Tuesday. What else have they dragon-shadowed?

Hemingway & Gellhorn: A realidade de um homem é a ficção do vizinho

Memória. Nossa melhor arma. Lembramos do que nos motiva, daqueles momentos fundamentais e transformadores. Também lembramos quando sofremos. Quem apanha nunca esquece, já dizia o ditado. Lembrar é fundamental. Na prova, garante a nota; na vida, garante a evolução e ensinamento.

Entender o passado é algo vital e só quem lembra consegue colocar dois momentos, duas decisões, dois conceitos na balança e ponderar sobre o resultado. Nunca conheci Ernest Hemingway, ele morreu muito antes de eu nascer, tampouco fui criado numa escola norte-americana, onde seu trabalho seria valorizado a peso de ouro – ao lado de Mark Twain – e demorei a descobrir não apenas quem ele foi, mas como ele escreveu.

Hemingway & Gellhorn
Hemingway & Gellhorn

Tudo aconteceu de repente, num turbilhão curioso e cujo encadeamento, até o momento, culmina com esse texto. Tudo por conta da memória, tudo por conta de um momento inesquecível. Nunca vou deixar de lembrar de Clive Owen (no filme “Hemingway & Gellhorn“, 2012, HBO Films), datilografando de pé, com violência e propósito, e deixando cada página descartada de romances como “A Farewell To Arms” ou “For Whom the Bell Tolls” cair com leveza no cesto de lixo para evitar a “loucura garantida do escritor que amassa suas folhas e as atira ao cesto”. Nunca esquecer é sempre respeitar; e o amor verdadeiro surge, ao seu tempo e modo, no meio disso tudo.

Seria exagero dizer que amo o trabalho de Hemingway. Tenho um respeito crescente pelo estilo e um certo fascínio por quem ele foi, especialmente na parte produtiva da vida. Recentemente, comecei a ler “The Sun Also Rises” (“O Sol Também Se Levanta”, no Brasil) e revi o telefilme da HBO, com Clive Owen como Hemingway e Nicole Kidman como uma de suas esposas, a jornalista e correspondente de guerra Martha Gellhorn. Devo ter assistido a esse filme umas cinco ou seis vezes, é uma boa obra. Tem o Rodrigo Santoro trabalhando bem, é um registro histórico e, de certo modo, explica as origens do formato moderno da minha profissão de escolha e também conversa com meu constante desejo e impulso para produzir literatura.

Além da cena citada no princípio, que representa o momento em que Gellhorn se apaixona por Hemingway (e que também me convenceu a mergulhar naquela vida maluca), Clive Owen fez uma escolha ousada demais, irreversível demais e, até o momento (essa análise pode mudar assim que eu terminar de ler os quatro volumes que estão na fila), acertada demais. Ao acompanhar os personagens vagando pelas ruas da Paris dos anos 20 em “The Sun Also Rises”, consigo imaginar Owen interpretando o personagem principal por conta da entonação de sua voz, do ritmo cadenciado com o qual ele fala e entrega diálogos curtos, mas, normalmente, efetivos. De certo modo, ele se transformou nos personagens de Hemingway na busca pela identidade do autor. E aí pergunto: onde acabava Hemingway e onde começavam seus personagens? Clive Owen encontrou uma resposta na separação tênue, por vezes quase inexistente, entre os dois.

Se a vida imita a arte, a vida de Hemingway foi uma ópera inconsciente.

Essa situação encontra bases na clara natureza autobiográfica existente em “The Sun Also Rises” e na idolatria de Hemingway a seu estilo de vida, à suas crenças e ao estigma de homem viril. O filme trata muito disso de forma muito triste. Assim como um personagem abandonado pelo público, vemos todos os estágios dessa relação na vida do escritor. Ele ascendeu com talento, despertou o interesse mundial por sua obra e suas realizações como correspondente de guerra, mas repetiu a fórmula por tempo demais até cair no esquecimento, se tornar uma sombra do que fora e, com toda a melancolia inerente ao processo, perder tudo que amava.

A ironia de tudo isso é essa história render um roteiro amplo, grandioso e extremamente envolvente para quem gosta de literatura (algo muito mais efetivo e informativo que “Meia-Noite em Paris“, de Woody Allen, que faz alusão a esse período – e até mostra Hemingway -, mas limita-se a ponderar sobre a sociedade atual e não estuda de onde ela veio a fundo) sem muito exagero hollywoodiano ou forçadas de barra. Se a vida imita a arte, a vida de Hemingway foi uma ópera inconsciente.

Mas, falando assim, incorro no mesmo erro pontuado por “Hemingway & Gellhorn”, a história do filme é dela. Uma das esposas. A correspondente que “se construiu em torno do Homem”. Uma figura tão importante e relevante quanto o próprio Hemingway, porém, com uma falha: ela optou pela reportagem como principal meio de trabalho, não pelos romances (publicou uma ficção política sobre McCartismo, um romance sobre a ascenção nazista e várias coletâneas de suas matérias) ou a literatura ficcional. E, por mais que exista talento no trabalho jornalístico, em termos históricos, ele sempre vai ficar à margem do poder da narrativa e das grandes histórias da literatura.

“Hemingway & Gellhorn” faz justiça ao evitar que as realizações de Martha sejam, como ela mesma diz, uma nota de rodapé na vida de outra pessoa

Pergunte a Woodward e Bernstein quantas pessoas abaixo de 35 anos leram as matérias do Washington Post, e quantas leram o livro ou viram o filme? A fonte original, inevitavelmente, se torna território de eruditos ou estudiosos. Atualmente, o que vale são os derivados, as reinterpretações, os resumos, a coleção de fatos mais importantes. E isso a literatura faz como ninguém, ao envelopar grandes eventos em histórias maiores aindas e deixar o leitor completamente maluco para saber como tudo termina.

Por conta disso, “Hemingway & Gellhorn” faz justiça ao evitar que as realizações de Martha sejam, como ela mesma diz, “uma nota de rodapé na vida de outra pessoa”. Embora vejamos muito da vida dele pelo ponto de vista dela, o mito de Hemingway é tão poderoso que ele domina o filme com palavras pungentes, bebedeiras homéricas, sexo e mais sexo, e uma decadência aterrorizante.

Se ele acreditou na própria lenda ou nada mais fez do que viver como seus personagens fica difícil afirmar sem olhar mais a fundo nos arquivos pessoais, mas, olhando apenas o que ele escreveu e quem as manchetes de jornais conheciam, dá até dó do Hunter Thompson; Hemingway brilhou forte demais e só deve ter sido feliz enquanto todo aquele mundo fazia sentido, quando ideais se encontravam no campo de batalha e a última versão da lei do mais forte mandava tanto no jornalismo quanto na literatura.

Hemingway & Gellhorn

Quando li “O Velho e o Mar” pela primeira vez, não vi nada disso. Aliás, pouco me interessa a vida pessoal dos meus ídolos (acho que nunca falei tanto sobre um deles, diga-se de passagem) e costumo respeitar a obra acima da pessoa. Mas nem todo mundo rende filme biográfico e nem todo mundo dá a sorte de ter Clive Owen sendo seu intérprete. Em “O Velho”, vi um sujeito pagando os pecados, encontrando uma forma de aceitar a realidade, e as limitações, da pior maneira possível. Senti um homem orgulhoso, amargurado e ainda disposto a lutar. Sempre atribui tudo isso ao Velho Santiago, mas hoje vejo que ali estava Hemingway, exorcisando seus demônios, conversando consigo mesmo enquanto dava cabo do peixe e vislumbrando o próprio fim.

Hemingway & Gellhorn:

Muita gente usa a defesa “não sou o que eu escrevo/produzo/crio” para ignorar o festival de boçalidade, e agressividade descabida da internet, mas o faz por puro desespero contra um inimigo invencível. Hemingway acreditava no contrário, olhando para o estilo e os personagens, ele era o que escrevia, ele era aqueles homens. Viveu pela pena e, mesmo depois da desgraça e do suicídio, continua a viver pela pena, pelo cinema e por articulistas que sempre o descubrirão e entenderão a necessidade por alguém direto, por vezes bruto, capaz de escrever ficção de forma real, quase cotidiana, e nos cativar como se estivéssemos descobrindo um novo planeta, cheio de novos seres e plantas.

Alguém pode facilmente pontuar, com razão, que se olharmos apenas o homem, veremos um bebum, machista, fanático por touradas, maluco, arrogante e desprezível. Os indícios são claros. Mas me pergunto o que seria da cultura se julgassemos todos os artistas por quem foram, em vez do que fizeram. Prefiro usar a cara do “ignorância é uma benção” nessas horas e ver apenas o resultado final, a obra. E, até hoje, de tudo que li, a ficção realista de Hemingway é forte demais.

Depois de tudo isso, penso numa coisa: A realidade de um homem é a ficção do vizinho!

PS: Muito desse grande envolvimento com a literatura reflete meu momento atual. Estreei como romancista e o livro “Filhos do Fim do Mundo”, cujo processo criativo descrevi nesse post aqui no B9, está em pré-venda e a empolgação está nas alturas!

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“True Blood” na nuvem = Chuva de sangue

Você pode até acusar a Ogilvy de “primeira ideia”, mas o visual justifica.

O que acontece quando você junta “True Blood” com computação em nuvem? Chuva de sangue, é claro.

O comercial promove o serviço HBO Go, em que você pode assistir as séries do canal em qualquer dispositivo e lugar.

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Logos esportivos das casas nobres de “Game of Thrones”

Com a disputa mortal entre as famílias de Westeros, o designer ucraniano Yvan Degtyariov resolveu dar um toque esportivo aos emblemas de cada uma.

Se todo mundo em “Game Of Thrones” resolvesse disputar um temporada da NBA, provavelmente se apresentariam dessa forma. Yvan vende as ilustrações e camisetas no Society6.







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The Newsroom: Convocando uma nova imprensa

Nova série da HBO critica tudo e todos com o roteiro preciso de Aaron Sorkin e atuações maravilhosas de Jeff Daniels e Emily Mortimer. Um paraíso para jornalistas, um pesadelo para conformistas.

Identificação com um personagem é tudo, seja na TV ou no cinema. Todo mundo sabe disso. E, na maioria das vezes, leva tempo para construir uma persona fictícia capaz de arregimentar multidões e alavancar uma nova série. Aaron Sorkin faz isso em quinze minutos em “The Newsroom”, nova série dramática da HBO, estrelada por Jeff Daniels e Emily Mortimer.

Numa mescla de velocidade, situações extremas e diálogos impecáveis, o roteirista de “The West Wing” e “A Rede Social” cria um personagem, critica uma sociedade e define as regras do jogo para um programa que, finalmente, investiga as entranhas do jornalismo norte-americano. A temática pode ser localizada, mas o conteúdo é dos mais abrangentes e efetivos. Há tempos não sentia tanto prazer, e empolgação, ao assistir a uma série, sem exageros.

Como todo nascimento, Will McAvoy não poderia deixar de chegar ao mundo do entretenimento em meio a confusão, dor, intensidade e um alívio gigantesco. Anestesiado pela necessidade de se manter neutro, portanto ineficaz, à frente do principal programa televisivo de uma grande emissora, e sufocado pela derrocada de seu país, o âncora vivido por Jeff Daniels faz aquilo que toda pessoa consciente, indignada e eloquente gostaria de fazer: chuta o pau da barraca em rede nacional e joga um saco de verdades no ventilador da opinião pública.

Finalmente, depois de inúmeras séries sobre advogados e suas falcatruas, policiais e chefes de cozinha, a profissão ganhou espaço.

Nesse momento, ele cruza a fronteira sagrada (ou melhor, utópica) do jornalismo: assumiu ter uma opinião e a defendeu com unhas e dentes, sem pensar nas consequências e na supervalorização desenfreada da opinião pública – especialmente a virtual. Parcialidade no jornalismo não é nenhuma surpresa e sempre existiu e aceitar isso faz parte do jogo. O velho argumento da imparcialidade e uma vida a serviço da notícia é bobagem para aluno de primeiro ano, ou algum deslumbrado que nunca pisou numa redação, e é isso que as grandes emissoras praticam. Um jornalismo parcial, mas maquiado. Eles fingem que são neutros, o espectador finge que acredita. McAvoy quebra essa barreira ao criticar os Estados Unidos abertamente.

Sua crítica, porém, é resultado de uma agonia longeva sentida pelo personagem e vendida de forma maravilhosa por Daniels em menos de dez minutos no episódio piloto. Alguém precisa dizer e todos são covardes demais, tem rabo preso demais ou simplesmente não se importam o suficiente. Criada essa ruptura, Aaron Sorkin coloca seu conhecimento de estrutura dramática, diálogos complexos e relevantes, e das mazelas que afetam esse país em prática. “The Newsroom” é ambientado numa redação jornalística, mas não é uma série sobre jornalistas. É uma série dedicada a analisar quem consome mídia (de forma errada, na maioria das vezes) e como esse público moldou um dos grandes baluartes da liberdade norte-americana. E, acima de tudo, é a continuação inevitável para “The West Wing”.

Ao acompanhar a vida do Presidente Jeb Bartlett, Aaron Sorkin expos os dramas do poder, as linhas de raciocino dos governantes e acentuou sua falibilidade, da mesma forma em que elevou suas conquista. Tudo em “The West Wing” era resultado de uma equação social, de uma necessidade coletiva, representada pelas ações dos políticos. Bem, se naquela série vimos os burocratas em seu habitat natural, quem, de fato, mostra os governantes da forma como gostariam de ser vistos (ou são descobertos) no dia a dia? A imprensa.

No Brasil vimos a força da Rede Globo ao mobilizar, e manipular, a população durante o processo de impeachment do ex-presidente Fernando Collor, por exemplo. E são emissoras como a Globo e a CNN e a FOXNews, aqui nos Estados Unidos, que apresentam os políticos ao eleitorado; que criticam ou chancelam suas ações; quem escolhe as perguntas ou os assuntos a serem abordados; quem persegue ou protege cada um deles; que valoriza de mais, ou de menos, um deslize ou frase marcante. Se os personagens de “The West Wing” provocavam a mudança, são os personagens de “The Newsroom” que a levam a público. Logo, são peças do mesmo jogo.
E a combinação é brilhante.

O roteirista Aaron Sorkin

Com atuações inesquecíveis de Jeff Daniels e da inglesa Emily Mortimer, com direito a discurso de arrancar lágrimas sobre a função e a necessidade do jornalismo sério, eficaz e transformador, “The Newsroom” estreou com um ritmo tão alucinado que poderia ter continuado por mais duas horas sem intervalo e não haveria razão para reclamações. A cada segundo, Sorkin critica a apatia social e midiática dos americanos, questiona seus conceitos e tenta abrir os olhos para uma realidade factual: os EUA perderam muito de sua majestade e, assim como os ingleses, começam a perder terreno por viverem do passado e do status quo em vez de desafiarem a mesmice assim como fizeram seus fundadores.

O episódio piloto empolga, determina os personagens com eficácia e inicia o debate.

Um dos maiores exemplos está nas dinâmicas dentro da própria redação. Um produtor executivo mais preocupado em provar sua virilidade do que investigar uma notícia com potencial inegável apenas por obedecer ao sistema de cores (definindo urgência e relevância) do feed de informações, sendo claramente destronado e superado por um jovem pro-ativo, curioso e preparado para improvisar e se aprofundar em algo que precisava ser noticiado. No caso em questão, o primeiro produtor teria passado batido pela explosão da plataforma Deep Horizon, da BP, que despejou milhares de galões de petróleo no Golfo do México e contaminou toda a Louisiana, enquanto o segundo sujeito agarrou a oportunidade com unhas e dentes.

Muito além do conflito de gerações, Sorkin mostra sua própria insatisfação. Portanto, criou um canal criativamente amplo e intimamente ligado ao dia a dia do povo americano. Eles têm verdadeira paixão por seus âncoras, dos quais o saudoso Walter Cronkite ainda é rei, e seguem piamente seus líderes midiáticos, como fazem os republicanos ouvintes do fanático, e alucinado, Rush Limbaugh.

O episódio piloto empolga, determina os personagens com eficácia e inicia o debate. Quanto disso as redações vão, efetivamente, assimilar e perceber seus erros ninguém sabe, mas é inevitável desconsiderar a importância de “The Newsroom” para a história do jornalismo. Finalmente, depois de inúmeras séries sobre advogados e suas falcatruas, policiais e chefes de cozinha, a profissão ganhou espaço e, pelo que se propõe, pode trazer mudanças.

Quando o chefe de McAvoy o incentiva para que seja a “voz que vai trazer as mudanças para essa geração”, é difícil não imaginar Sorkin dando um recado a qualquer um dos âncoras atuais. Na verdade, é um pedido de ajuda mesclado a um chamado para o combate. A mensagem é clara: o lugar está vago e alguém precisa comprar essa briga.

“The Newsroom” é exibido aos domingos, na HBO norte-americana.

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Leave Britney Alone: A vida de uma webcelebridade em documentário da HBO

Como vivem e do que se alimentam as webcelebridades? A HBO vai tentar responder com um documentário chamado “Me @ The Zoo”.

O filme é centrado na vida de Chris Crocker, que ficou famoso na internet depois do vídeo “Leave Britney Alone”, em 2007, atualmente com quase 44 milhões de views.

Crocker vai mostrar as consequências desse sucesso, que continua até hoje com um popular canal de vídeos no YouTube que já acumula 250 milhões de views.

“Me @ The Zoo” estreia no dia 25 de junho.

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“The Newsroom”: HBO + Jeff Daniels + Aaron Sorkin

Não confunda com a série de mesmo nome – uma comédia – que já teve duas versões no final dos anos 1990 e começo dos 2000. A nova “The Newsroom” já começa com bons três motivos para você assistir: HBO, Jeff Daniels e Aaron Sorkin.

A empáfia de Sorkin é bem conhecida em Holywood, mas o cara criou “The West Wing”, escreveu “A Rede Social” (fez até uma ponta) e “Moneyball”, e é considerado por alguns o melhor roteirista daquelas bandas.

A série, cuja primeira temporada terá 10 episódios, mostra os bastidores de um programa de notícias em um canal a cabo. Jeff Daniels é Will McAvoy, âncora do noticiário, que junto com sua equipe e produtores enfrenta os obstáculos de se fazer jornalismo em meio a interesses políticos e comerciais.

Junte ao caldo a atual era da informação e revolução digital que vivemos, e terá o cenário ideal para os personagens duros e diálogos afiados que são especialidade de Sorkin.

“The Newsroom” estreia no dia 24 de junho. Olha o trailer:

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HBO promove “Game Of Thrones” cortando cabeças no Facebook

Sabe aquele seu amigo que você gostaria de cortar a cabeça? Eu não tenho nenhum, quer dizer…

De qualquer forma, a HBO criou um app no Facebook justamente para isso, mas você também tem que colocar o seu pescoço em jogo.

Você tira uma foto sua através da webcam e escolhe um “amigo” para desafiar. Aleatoriamente, os amigos em comum de ambos são selecionados para formar o júri. Eles tem então 3 horas para decidir quem vive.

Após a votação, é apresentado um vídeo com o resultado, com uma perspectiva em primeira pessoa. Eu escolhi o Cris Dias, mas só porque foi ele que mandou a dica do aplicativo (ou não).

A criação é da BBDO New York para promover a segunda temporada – e o lançamento em blu-ray da primeira – de “Game Of Thrones”.

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“Os Simpsons” faz paródia da abertura de “Game Of Thrones”

É por isso que “Os Simpsons” continua no ar, 23 anos depois, mesmo nas mãos da Fox.

No último episódio, a abertura da série fez uma paródia da introdução de “Game Of Thrones”.

É o vídeo do dia hoje na internet. Então, se você perdeu, essa é a oportunidade:

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