Campanha passa mensagem de bebida com moderação borrando “Django Livre” nos cinemas

Na estreia de “Django Livre” na Espanha, a cerveja Corona inventou uma ação em conjunto com a Sony Pictures. Os créditos iniciais do filme apareciam borrados, criando tensão entre os espectadores que se perguntavam se era 3D ou um defeito.

Depois de 1 minuto e meio, a sacadinha se revelava: “Beba com responsabilidade”.

É difícil compreender como uma coisa se conecta com a outra, além da mera intenção de produzir uma pegadinha publicitária e a esperança que viralize na internet. Nunca é ruim tentar passar uma mensagem de responsabilidade social, é claro, mas melhor seria se nesse caso ela realmente tivesse algum contexto com o filme.

Criação da JWT de Madrid.

Django

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“Matrix” em 60 segundos

Não é de hoje que versões animadas resumem histórias de duas horas ou mais em segundos. Os coelhos da ABE Toons já fizeram sucesso na internet reencenando filmes clássicos em 30 segundos.

O estúdio de animação 1A4 também brinca com isso, e começou resumindo “De Volta Para o Futuro” em 1 minuto no mês passado. Nessa semana, eles fizeram o mesmo com “Matrix”: Uma animação rápida e cheia de ação que condensa o blockbuster de 1999.

Oferecida pelo whisky Jameson, essa série de animação leva o nome de Speedrun, e o estúdio promete mais em breve.

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Iron Man 3: O último trailer

Depois de teasers, trailers curtos, uma imagem aqui e outra ali, a Marvel revelou o trailer final de “Homem de Ferro 3″.

Além do problemático Tony Stark nesse terceiro episódio, o vídeo revela como o herói vai enfrentar os perigos gerados pelo Mandarin interpretado por Ben Kingsley: novas armaduras, incluindo Hulkbuster e Extremis.

O filme estreia no dia 3 de maio nos Estados Unidos, já no Brasil, em 26 de abril. Tomem essa ianques! (OK, sei que não há mérito nenhum nisso, já que eles só querem atrapalhar nossos pirateiros).

Iron Man 3

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Pegadinha surpreende com assassinato dentro de um elevador

Dead Man Down

O que você faria caso se deparasse com um assassinato em curso? Chamaria a polícia? Interviria? Sairia correndo? Uma nova pegadinha tenta responder essa questão, mostrando a reação de diversas pessoas quando encontram um homem estrangulando outro dentro de um elevador.

A ação faz parte da campanha do filme “Dead Man Down”, primeiro longa hollywoodiano do diretor dinamarquês Niels Arden Oplev, que dirigiu a versão original sueca de “O Homem Que Não Amavam as Mulheres”.

O filme, que estreia nos EUA em 8 de março, conta a história de uma mulher que se infiltra no crime em busca de vingança. Dessa forma, você já pode imaginar o sentimento que o experimento do elevador deseja despertar.

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Fantasma no espelho de salão de beleza promove o filme “O Último Exorcismo: Parte II”

Com um fantasma aparecendo no espelho, essa pegadinha assusta desavisadas mulheres em um salão de beleza.

Não é mais uma obra do Sílvio Santos, e sim uma ação de marketing para promover o filme “O Último Exorcismo: Parte II”. O vídeo captura as reações das pessoas, com uma surpresa ainda mais tenebrosa no final.

O filme estreia no dia 12 de abril no Brasil.

Last Exorcism 2

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Que filme merece o Oscar 2013 de melhor fotografia?

O crítico Kevin B. Lee da Fandor nos desafia a responder essa pergunta com o vídeo acima.

Nele estão reunidos dois clipes, num total de 90 segundos, de cada filme concorrente ao Oscar na categoria Fotografia: Seamus McGarvey por “Anna Karenina”, Robert Richardson por “Django Livre”, Claudio Miranda por “As Aventuras de Pi”, Janusz Kaminski por “Lincoln”, e Roger Deakins por “Skyfall”.

Para tentar identificar quem merece o prêmio, devemos nos concentrar apenas nas imagens e no trabalho de camera, portanto, o aúdio foi extraído das cenas, nos deixando focados na poesia visual de cada filme.

OK, certamente é injusto avaliar o trabalho do fotógrafo apenas por duas cenas, mas funciona como um bom extrato e exercício de julgamento estético. Se gostou, a Fandor fez vídeos para outras categorias do Oscar, com a mesma pergunta: Quem merece ganhar?

Oscar

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Google celebra os filmes indicados ao Oscar 2013

Com um novo comercial preparado para o Oscar 2013, o Google celebra os filmes mais premiados do ano, além de se colocar como uma ferramnta adicional para curtir a experiência cinematográfica.

No site google.com/oscars estão reunidas informações dos indicados, com vídeos, apostas e um Google Maps com as locações utilizadas nos filmes.

Oscars
Oscars

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“The Internship”, o filme do Google estrelado por Vince Vaughn e Owen Wilson

Google

Vince Vaughn e Owen Wilson voltam a estrelar um filme juntos, mas que dessa vez tem especial interesse para a galerinha internética.

Já com mais de 40 anos de idade, ambos foram demitidos de seus empregos, e decidem tentar um estágio no Google, onde seus chefes ainda estão na faixa dos 20 e poucos anos.

Apesar da situação, que pode parecer complicada e constrangedora, “The Internship” deve ser um grande comercial do Google e seu estilo liberal de trabalho, além de um show-off de produtos e tecnologias. No próprio site do filme – theinternshipmovie.com – tem um link para quem quiser se candidatar a um estágio na empresa de Mountain View.

O filme é dirigido por Shawn Levy, de “Uma Noite no Museu”, “Doze é Demais”, “Gigantes de Aço”, e outras bobagens do tipo.

A estreia nos EUA está marcada para 7 de junho, e 30 de agosto no Brasil. Assista o trailer acima.

Google

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#VemSeanPenn

“Colegas”, dirigido por Marcelo Galvão, nem estreou e já é um celebrado filme brasileiro, com reconhecimento em festivais por todo o mundo. O longa é estrelado por um trio de atores com síndrome de Down, entre eles Ariel Goldenberg.

Ariel, antes mesmo de começar sua carreira, sempre se inspirou em Sean Penn e quer agora que o ator hollywoodiano venha ao Brasil para assistir a estreia de “Colegas” ao seu lado.

A campanha #VemSeanPenn, ao mesmo tempo que promove o filme, pretende realizar o sonho de Ariel. A ideia é fazer o vídeo acima ser compartilhado, chegar até Sean Penn e, quem sabe, comover o ator a atender o pedido. A iniciativa é da Agência Click.

“Colegas” estreia no próximo dia 1 de março. Confira o trailer:

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Django Livre: A epopeia black power de Quentin Tarantino

Quando Quentin Tarantino foi alçado ao status de mito pop em meados da década de 1990, despertou em muita gente, nas mais variadas áreas das indústrias criativas, aquele espírito rebelde e exibicionista característicos de seus filmes.

Pessoas entusiasmadas com o conto à la gata borralheira, já que a vida do diretor é geralmente narrada como o “fã que chegou lá”, após construir sua cultura cinematográfica através de um trabalho como atendente de videolocadora.

É verdade que sua paixão e conhecimento já vinham antes disso, mas o que fica marcado é a história de quem triunfou quando já estava quase se conformando a viver apenas como um geek de cinema, à margem da indústria.

Django Unchained
Django Unchained

Depois de surpreender com “Cães de Aluguel”, e tomar o mundo de assalto com “Pulp Fiction” – primeiro filme independente a ultrapassar 100 milhões de dólares em bilheteria – Tarantino mudou o cinema autonômo, criando uma nova geração de cineastas ávidos em dar a cara a tapa e desafiar as engrenagens estabelecidas de Hollywood.

Seu estilo, com toda aquela violência aletória e indiferença ao que normalmente poderia chocar, se espalhou por outros tipos de processos criativos. Referências e influência mercadológica que aumentavam a cada novo filme, incluindo “Jackie Brown”, “Kill Bill” (sua obra-prima) e “À Prova de Morte”. E para um diretor onde a derivação é sempre um elogio, melhor ainda. Hoje, aos 49 anos, Tarantino é venerado como ele mesmo faz com suas infinitas referências, sejam obscuras ou além disso, dos clássicos westerns spaghetti de Sergio Leone, passando por produções B japonesas e Godard, por exemplo.

Porém, todo rebelde cresce, e com ele o seu trabalho. “Bastardos Inglórios” pode ter repetido todos os típicos elementos tarantinescos auto-indulgentes e de estilo exuberante, mas marcou (definitivamente ou não) o amadurecimento de Tarantino.

Se antes seus filmes podiam ser acusados de vazios e estéreis emocionalmente – algo que discordo em parte, já que choveu no meu olho durante “Kill Bill Vol.2″ – reimaginar a história da Segunda Guerra Mundial para promover a vingança judaica representou finalmente o diretor tomando partido.

Suas óperas de sangue e desforra enfim ganhavam o cinema mainstream, com uma justificativa ideal para quem queria assistir e até gostar da violência na tela com alguma motivação ideológica.

“Por que eles não se revoltam e matam os brancos?”

Django Unchained

Como em outros Tarantino’s, este é um filme de ação apaixonado pela conversa

“Django Livre” – indicado a 5 Oscar’s, incluindo Filme e Roteiro Original – é um novo forte representante do crescimento do diretor, não mais influenciado apenas por um espírito juvenil, mas preocupado novamente em incluir uma perspectiva histórica para dar vazão a vingança e, porque não, também ao amor.

Django (Jamie Foxx) é um escravo liberto que, em 1858, pouco antes da Guerra Civil nos Estados Unidos, atravessa o Texas e o Mississippi para salvar sua esposa das mãos do cruel fazendeiro Calvin Candie (Leonardo DiCaprio). Em sua companhia, o caçador de recompensas alemão, Dr. Schultz, transformado instantaneamente no personagem mais interessante do filme – e o único branco empático – no momento em que Christoph Waltz aparece na tela.

Django Unchained

Tarantino disse em entrevista há alguns anos, que diversos diretores usam a relevância social como disfarce nos filmes, para dessa forma conseguir justificar a violência. Não dá pra dizer que ele mordeu a língua, mas o contexto existe. Como um líbelo black power, “Django Livre” escancara os horrores da escravidão só para, no momento seguinte, retribuir a violência étnica e racial com humor provacativo e ódio num teatro de excesso e brutalidade.

Como em todas as obras de Tarantino, é um filme de ação apaixonado pela conversa, onde Waltz é o representante principal de uma retórica florida que hipotiza vítima e espectador antes de disparar o primeiro tiro. A cena inicial e a logo após, numa taverna no Texas, reforçam a capacidade do diretor de construir uma tensão crescente e silenciosa com conclusões imprevisíveis, além das frequentes mudanças de clima: do horror para o riso, do nervosismo para a ironia.

As referências de westerns vem, dessa vez, muito mais dos filmes de Sergio Corbucci do que Sergio Leone, com o Djangos estrelados por Franco Nero na década de 1960, além do pastiche ingênuo do blaxploitation. Tudo temperado com belos travellings no sul dos Estados Unidos, apesar da pouca intervenção estilística de texto ou outros elementos comuns nos Tarantino’s anteriores. Provavelmente o “MISSISSIPPI” gigante atravessando a tela tenha sido o bastante.

Django Unchained

Um dos filmes mais divertidos da safra, capaz de transformar quase 3 horas de projeção em minutos

A trilha sonora tem bons achados – com inéditas de Luis Bacalov e Ennio Morricone – mas não é tão inspirada quanto as escolhas dos filmes anteriores. Porém, um detalhe reforça o trabalho autoral de Tarantino. As músicas foram tiradas diretamente do vinis dos anos 1970 que fazem parte de sua coleção pessoal. Segundo o diretor, ele prefere usar sua própria música – mesmo que com falhas e ruíudos – do que pedir versões digitais “limpas” para as gravadoras, pois dessa forma os espectadores podem ouvir do jeito que ele ouve.

Ao abordar a escravatura, um contexto deixado absolutamente de lado nos filmes do gênero western, Tarantino confronta a tirania do racismo, e até incomodou os norte-americanos com o uso excessivo (109 vezes, para ser exato) da expressão preconceituosa “nigger”.

Outra crítica recorrente ao filme é o excesso de tiradas cômicas, e a piada estendida por tempo demasiado na hilária cena das máscaras e o buraco dos olhos. Porém, é justamente essa mistura característica – entre diálogos, violência e humor – que torna “Django Livre” um dos filmes mais divertidos da safra, transformando 2h45 de projeção em minutos.

O set sanguinolento de Django Livre

O set sanguinolento de Django Livre

O que falta mesmo para o sétimo filme de Tarantino é um final climático e eloquente como o de “Kill Bill”, já que aqui ele parece demorar a se decidir qual momento será digno da vingança definitiva. Sua pequena participação nesse momento pode distrair, mas Tarantino obviamente não parece diposto a perder mais uma oportunidade de se divertir com sua obra, o que é justo depois da experiência de cinema e entretenimento que acabou de proporcionar.

Há quem diga que o diretor não está de fato interessado em contextos históricos, só os utilizando como muletas para seus planos sanguinários, mas sou da ala que acredita no amadurecimento do diretor como contador de estórias. Se seus filmes influenciaram toda uma geração de criativos, Tarantino prova que vai continuar a fazê-lo, mas agora com a rebeldia e estilismo visual ganhando uma nova dimensão narrativa.

“Django Livre” estreia no Brasil na próxima sexta, 18 de janeiro.

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Os Miseráveis: Profundo, relevante e belo demais para ser ignorado

“Procurei pela minha alma, mas não pude vê-la. Procurei meu Deus, mas ele se esquivou. Procurei meu irmão e encontrei todos os três”. Emprestar as palavras de William Blake parece justo perante a tarefa de destrinchar a alma por meio da obra de Victor Hugo. Entre as lágrimas provocadas por “Os Miseráveis” – 6 indicações ao Oscar, incluindo Melhor Filme – só pude pensar nessa postulação sobre onde procuramos, e, eventualmente, encontramos não a redenção, mas a absolvição. Essa é a jornada de Jean Valjean (Hugh Jackman), esse é o dilema capaz de tocar o coração dos homens em poucas notas e em questão de segundos, essa é razão de ser de um dos maiores dramas da arte humana e um dos filmes mais arrebatadores desse ano.

Por ser naturalmente avesso a musicais e, confesso, nunca ter assistido a uma adaptação de “Os Miseráveis”, assisti ao novo filme de Tom Hooper (“O Discurso do Rei”) com grandes esperanças e muitas reservas, mas, talvez por conta do trailer ou pelo conhecimento do teor da obra, pressentia uma empatia inevitável. E aconteceu por conta da habilidade do diretor, que não perdeu tempo e definiu seu protagonista com tanta precisão, emoção e carga dramática que foi impossível não sofrer com Jean Valjean, não sentir sua dor, ponderar os questionamentos e chegar junto à decisão de deixar o passado para trás e reescrever os rumos da própria vida. Tudo isso realizado com uma camera subjetiva e inquieta, tão intensa e indecisa quanto o personagem, que dançou pelo set de filmagem e captou cada detalhe do show de Hugh Jackman.

Tour de force de Hugh Jackman no set

Tour de force de Hugh Jackman no set

Les Miserables

Tanto elogio tem razão de ser: a cena do mosteiro reúne o que há de melhor no entretenimento – interpretação, direção, canção, emoção e envolvimento. Errar a mão ali seria muito fácil, para mais ou para menos. E não foi o caso. Hooper precisava destrinchar quem somos por meio do sofrimento de um único personagem. Erros, esperança, arrependimento, iluminação, devoção, tudo isso se mistura ali, num raro momento da Hollywood moderna, tão tristemente tomada pela superficialidade. Ver um filme ser tão impactante lembra a passagem de um cometa que, provavelmente, deve demorar para retornar.

A dualidade é marcante na trama de “Os Miseráveis” [em tempo, analiso apenas o filme, sem utilizar o livro como referência], mas são dois lados de uma mesma moeda. Valjean encontra a salvação na fé e na certeza de que seus atos traram redenção e pagarão pela caridade que recebeu, enquanto o Inspetor Javert (Russell Crowe, a pior das vozes de todo o elenco) cre no caminho da lei e da justiça divina para punir os infratores e criar um mundo mais puro. Essencialmente, os dois homens acreditam na missão de Deus e na sabedoria de seus atos. Dele é a mão que salva, dele é a mão que pune.

“Os Miseráveis” é inspirador e tem um ritmo capaz de te fazer torcer, sofrer e festejar, não necessariamente nessa ordem.

É nessa hora que se percebe o trabalho de um bom roteiro e a sabedoria do diretor, capaz de manobrar em meio a tantas camadas de compreensão, tantas leituras do texto original e um elenco com estilos bem distintos. Minha maior crítica a musicais sempre é a falta de profundidade nos personagens, que cantam por não ter opção e sem transmitirem aquilo que suas palavras informam. Por isso “Across The Universe” funciona tão bem, por conta das canções e atitudes do elenco se completarem e criarem novas leituras. É o mesmo caso nesse filme.

Tom Hopper comanda sua versão de "Os Miseráveis"

Tom Hopper comanda sua versão de “Os Miseráveis”

Les Miserables

A jornada de Jean Valjean é gigantesca, assim como suas realizações. E, embora devesse ser algo espantoso, encaramos com naturalidade o constante peso sobre seus ombros; não importa o quanto Bem ele faça, nunca é capaz de expurgar o passado, praticamente aceitando o rótulo estipulado por um Estado despota e intransigente. Cada novo capítulo evolui essa história e apresenta um pouco mais da França desigual do século XIX, com toda a beleza da direção de arte acertada e consciente da natureza musical do longa – que valorizou muito as canções solo.

Trata-se de um mundo de extremos e assim são as decisões dos personagens, afinal, naquela estrutura social, tentar viver num meio termo beirava a implausibilidade. Instintivamente, não seria engano associar a miséria social com os miseráveis do título, porém, há muito mais implícito aí. A miséria é da alma, presa num mundo sem esperanças, numa sociedade injusta e letal. Valjean e Fantine (Anne Hathaway) têm mentes marcadas pela miséria, pela impossibilidade de se libertar, mentes tão destruídas desde a juventude que, não importa pelo que lutem ou como o façam no presente, jamais vencem a luta.

É nessa miséria que o filme se apoia ao quem questionar quem somos, se devemos demonstrar misericórdia ou até mesmo acreditar num mundo melhor. Hooper encontrou meios muito interessantes de questionar a fé, suas formas e provações sem parecer piegas ou defender uma causa específica. Ou melhor, ele optou por uma causa sim, a causa de todas aquelas pessoas dispostas a lutar, a tentar sempre ser melhor e a espalhar boas ações. Por conta disso, “Os Miseráveis” é inspirador e tem um ritmo capaz de te fazer torcer, sofrer e festejar, não necessariamente nessa ordem.

Le Miserables

Grandes histórias ainda encontram espaço entre continuações sem alma, remakes desnecessários e roteiros que se esforçam para ser engraçados ou profundos

Le Miserables

Um destaque musical para Samantha Barks, uma das integrantes do musical da montagem em West End, que entorpece com sua voz e presença de cena. Trabalho fantástico! E quanto às críticas? Sinceramente, fui arrebatado. Gostei da edição, do som e, se há algo a ser dito, Russell Crowe é a vítima.

Javert fica num meio termo incômodo entre vilão e redentor, e na cena mais transformadora deixou um pouco a desejar perto do tour de force de Hugh Jackman. Na batalha do Gladiador contra o Wolverine, deu Carcaju na cabeça! Crowe tem presença nata de tela, mas pode não ter sido a melhor escolha para o papel e não impressiona.

Caí de amores pela história, pelo filme e pela felicidade ao ver que grandes histórias ainda encontram espaço entre continuações sem alma, remakes desnecessários e roteiros que se esforçam para ser engraçados ou profundos. “Os Miseráveis” simplesmente é profundo, relevante e belo demais para ser ignorado. E olha que não morro de amores nem pela França e nem por musicais.

A estreia no Brasil está marcada para 1 de fevereiro.

P.S.: Minha lista de musicais favoritos agora é a seguinte: “Moulin Rouge”; “A Noviça Rebelde”; “Les Miserables”; “Across the Universe”; “Dr. Horrible Sing Along” (just for the fun!).

Original do poema de William Blake:

I sought my soul, But my soul I could not see. I sought my God, But my God eluded me. I sought my brother, And I found all three.

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Hemingway & Gellhorn: A realidade de um homem é a ficção do vizinho

Memória. Nossa melhor arma. Lembramos do que nos motiva, daqueles momentos fundamentais e transformadores. Também lembramos quando sofremos. Quem apanha nunca esquece, já dizia o ditado. Lembrar é fundamental. Na prova, garante a nota; na vida, garante a evolução e ensinamento.

Entender o passado é algo vital e só quem lembra consegue colocar dois momentos, duas decisões, dois conceitos na balança e ponderar sobre o resultado. Nunca conheci Ernest Hemingway, ele morreu muito antes de eu nascer, tampouco fui criado numa escola norte-americana, onde seu trabalho seria valorizado a peso de ouro – ao lado de Mark Twain – e demorei a descobrir não apenas quem ele foi, mas como ele escreveu.

Hemingway & Gellhorn
Hemingway & Gellhorn

Tudo aconteceu de repente, num turbilhão curioso e cujo encadeamento, até o momento, culmina com esse texto. Tudo por conta da memória, tudo por conta de um momento inesquecível. Nunca vou deixar de lembrar de Clive Owen (no filme “Hemingway & Gellhorn“, 2012, HBO Films), datilografando de pé, com violência e propósito, e deixando cada página descartada de romances como “A Farewell To Arms” ou “For Whom the Bell Tolls” cair com leveza no cesto de lixo para evitar a “loucura garantida do escritor que amassa suas folhas e as atira ao cesto”. Nunca esquecer é sempre respeitar; e o amor verdadeiro surge, ao seu tempo e modo, no meio disso tudo.

Seria exagero dizer que amo o trabalho de Hemingway. Tenho um respeito crescente pelo estilo e um certo fascínio por quem ele foi, especialmente na parte produtiva da vida. Recentemente, comecei a ler “The Sun Also Rises” (“O Sol Também Se Levanta”, no Brasil) e revi o telefilme da HBO, com Clive Owen como Hemingway e Nicole Kidman como uma de suas esposas, a jornalista e correspondente de guerra Martha Gellhorn. Devo ter assistido a esse filme umas cinco ou seis vezes, é uma boa obra. Tem o Rodrigo Santoro trabalhando bem, é um registro histórico e, de certo modo, explica as origens do formato moderno da minha profissão de escolha e também conversa com meu constante desejo e impulso para produzir literatura.

Além da cena citada no princípio, que representa o momento em que Gellhorn se apaixona por Hemingway (e que também me convenceu a mergulhar naquela vida maluca), Clive Owen fez uma escolha ousada demais, irreversível demais e, até o momento (essa análise pode mudar assim que eu terminar de ler os quatro volumes que estão na fila), acertada demais. Ao acompanhar os personagens vagando pelas ruas da Paris dos anos 20 em “The Sun Also Rises”, consigo imaginar Owen interpretando o personagem principal por conta da entonação de sua voz, do ritmo cadenciado com o qual ele fala e entrega diálogos curtos, mas, normalmente, efetivos. De certo modo, ele se transformou nos personagens de Hemingway na busca pela identidade do autor. E aí pergunto: onde acabava Hemingway e onde começavam seus personagens? Clive Owen encontrou uma resposta na separação tênue, por vezes quase inexistente, entre os dois.

Se a vida imita a arte, a vida de Hemingway foi uma ópera inconsciente.

Essa situação encontra bases na clara natureza autobiográfica existente em “The Sun Also Rises” e na idolatria de Hemingway a seu estilo de vida, à suas crenças e ao estigma de homem viril. O filme trata muito disso de forma muito triste. Assim como um personagem abandonado pelo público, vemos todos os estágios dessa relação na vida do escritor. Ele ascendeu com talento, despertou o interesse mundial por sua obra e suas realizações como correspondente de guerra, mas repetiu a fórmula por tempo demais até cair no esquecimento, se tornar uma sombra do que fora e, com toda a melancolia inerente ao processo, perder tudo que amava.

A ironia de tudo isso é essa história render um roteiro amplo, grandioso e extremamente envolvente para quem gosta de literatura (algo muito mais efetivo e informativo que “Meia-Noite em Paris“, de Woody Allen, que faz alusão a esse período – e até mostra Hemingway -, mas limita-se a ponderar sobre a sociedade atual e não estuda de onde ela veio a fundo) sem muito exagero hollywoodiano ou forçadas de barra. Se a vida imita a arte, a vida de Hemingway foi uma ópera inconsciente.

Mas, falando assim, incorro no mesmo erro pontuado por “Hemingway & Gellhorn”, a história do filme é dela. Uma das esposas. A correspondente que “se construiu em torno do Homem”. Uma figura tão importante e relevante quanto o próprio Hemingway, porém, com uma falha: ela optou pela reportagem como principal meio de trabalho, não pelos romances (publicou uma ficção política sobre McCartismo, um romance sobre a ascenção nazista e várias coletâneas de suas matérias) ou a literatura ficcional. E, por mais que exista talento no trabalho jornalístico, em termos históricos, ele sempre vai ficar à margem do poder da narrativa e das grandes histórias da literatura.

“Hemingway & Gellhorn” faz justiça ao evitar que as realizações de Martha sejam, como ela mesma diz, uma nota de rodapé na vida de outra pessoa

Pergunte a Woodward e Bernstein quantas pessoas abaixo de 35 anos leram as matérias do Washington Post, e quantas leram o livro ou viram o filme? A fonte original, inevitavelmente, se torna território de eruditos ou estudiosos. Atualmente, o que vale são os derivados, as reinterpretações, os resumos, a coleção de fatos mais importantes. E isso a literatura faz como ninguém, ao envelopar grandes eventos em histórias maiores aindas e deixar o leitor completamente maluco para saber como tudo termina.

Por conta disso, “Hemingway & Gellhorn” faz justiça ao evitar que as realizações de Martha sejam, como ela mesma diz, “uma nota de rodapé na vida de outra pessoa”. Embora vejamos muito da vida dele pelo ponto de vista dela, o mito de Hemingway é tão poderoso que ele domina o filme com palavras pungentes, bebedeiras homéricas, sexo e mais sexo, e uma decadência aterrorizante.

Se ele acreditou na própria lenda ou nada mais fez do que viver como seus personagens fica difícil afirmar sem olhar mais a fundo nos arquivos pessoais, mas, olhando apenas o que ele escreveu e quem as manchetes de jornais conheciam, dá até dó do Hunter Thompson; Hemingway brilhou forte demais e só deve ter sido feliz enquanto todo aquele mundo fazia sentido, quando ideais se encontravam no campo de batalha e a última versão da lei do mais forte mandava tanto no jornalismo quanto na literatura.

Hemingway & Gellhorn

Quando li “O Velho e o Mar” pela primeira vez, não vi nada disso. Aliás, pouco me interessa a vida pessoal dos meus ídolos (acho que nunca falei tanto sobre um deles, diga-se de passagem) e costumo respeitar a obra acima da pessoa. Mas nem todo mundo rende filme biográfico e nem todo mundo dá a sorte de ter Clive Owen sendo seu intérprete. Em “O Velho”, vi um sujeito pagando os pecados, encontrando uma forma de aceitar a realidade, e as limitações, da pior maneira possível. Senti um homem orgulhoso, amargurado e ainda disposto a lutar. Sempre atribui tudo isso ao Velho Santiago, mas hoje vejo que ali estava Hemingway, exorcisando seus demônios, conversando consigo mesmo enquanto dava cabo do peixe e vislumbrando o próprio fim.

Hemingway & Gellhorn:

Muita gente usa a defesa “não sou o que eu escrevo/produzo/crio” para ignorar o festival de boçalidade, e agressividade descabida da internet, mas o faz por puro desespero contra um inimigo invencível. Hemingway acreditava no contrário, olhando para o estilo e os personagens, ele era o que escrevia, ele era aqueles homens. Viveu pela pena e, mesmo depois da desgraça e do suicídio, continua a viver pela pena, pelo cinema e por articulistas que sempre o descubrirão e entenderão a necessidade por alguém direto, por vezes bruto, capaz de escrever ficção de forma real, quase cotidiana, e nos cativar como se estivéssemos descobrindo um novo planeta, cheio de novos seres e plantas.

Alguém pode facilmente pontuar, com razão, que se olharmos apenas o homem, veremos um bebum, machista, fanático por touradas, maluco, arrogante e desprezível. Os indícios são claros. Mas me pergunto o que seria da cultura se julgassemos todos os artistas por quem foram, em vez do que fizeram. Prefiro usar a cara do “ignorância é uma benção” nessas horas e ver apenas o resultado final, a obra. E, até hoje, de tudo que li, a ficção realista de Hemingway é forte demais.

Depois de tudo isso, penso numa coisa: A realidade de um homem é a ficção do vizinho!

PS: Muito desse grande envolvimento com a literatura reflete meu momento atual. Estreei como romancista e o livro “Filhos do Fim do Mundo”, cujo processo criativo descrevi nesse post aqui no B9, está em pré-venda e a empolgação está nas alturas!

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Letterboxd, a melhor rede social de filmes

No último Braincast, recomendei no quadro “Qual é a boa?” uma rede social de cinema chamada Letterboxd, e que se transformou num dos meus sites preferidos do ano.

Já testei diversas ferramentas do tipo, inclusive nacionais, e sou usuário ávido do app do IMDB para fazer listas de filmes assistidos. Porém, nenhuma atingiu a praticidade e o apuro visual desse site neozelandês.

O Letterboxd foi lançado em beta público em abril passado, ainda é fechado, mas basta cadastrar seu email que não deve demorar pra chegar um convite (e cada novo usuário pode convidar outros três).

Letterboxd
Letterboxd

As informações dos filmes são extraídas diretamente do IMDB/TMDB, e cada título tem sua página única. Preenche as funções básicas de uma rede do tipo, como perfil, espaço para reviews, notas, likes, marcação de obras assistidas e adição de amigos. O Letterboxd não tem um aplicativo, mas o site mobile funciona muito bem.

Gosto muito da seção Diary, que organiza os filmes num calendário, caso você especifique a data em que viu, e também das Listas. As listas são criadas pelos próprios usuários e podem ter tema livre, como os melhores ou piores do ano, por exemplo.

Baseado nos filmes que você já marcou como assistidos, é exibido canto direito da tela a % do que você viu daquela determinada lista, algo que certamente deve criar uma obsessão nos complecionistas.

Letterboxd
Letterboxd

E usando as informações criadas pelas pessoas em 569.156 entradas de diário e 307.714 reviews, o Letterboxd lançou essa semana uma interessante retrospectiva 2012.

São rankings dos melhores e piores filmes do ano segundo seus usuários, em diversas gêneros, assim como o ator e diretor mais assistidos, além dos comentários mais populares.

Vale conferir: letterboxd.com/2012 e, se gostar, criar seu perfil para fazer parte das estatísticas no ano que vem.

Letterboxd
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Letterboxd

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Do conceito ao roteiro, ao cinema e às livrarias

Criar é fácil. Quer ver? Quero contar a história dos homens-pássaro do planeta P’tere, prestes a ser invadido por uma colônia de insetos do espaço-sideral. Pronto, boa ou não, a história foi criada. Em tese, foi fácil. O complicado é a execução que, no caso de um roteiro ou de um livro, separa as ideias capazes de ver a luz do dia daqueles milhares de conceitos entulhados no Mundo das Ideias Que Nunca Foram para a Frente (humm, daria até para escrever a respeito, imaginando um Mundo habitado por esses ‘seres’).

É tudo questão de estrutura e, sem dúvida, de prática. Mas, ultimamente, existe um novo agravante, que é a natureza multi-plataforma desse tipo de criação. Como manter a unidade em diversas mídias, momentos e públicos? Aprendi tudo isso da pior maneira possível, ao decidir escrever o começo de um romance, que inspirou um curta-metragem, e acabou virando livro de verdade. “Filhos do Fim do Mundo” (When It Ends, no formato cinematográfico) é um bom exemplo do novo formato de negócios envolvendo o mercado literário, que, finalmente, começa a brincar de gente grande no Brasil.

Como o lançamento só acontece em janeiro, pelo selo Fantasy, da Casa da Palavra, leia aqui um “capítulo excluído” e exclusivo do B9. Se gostar, curta nossa página no Facebook: facebook.com/FilhosDoFimDoMundo

Filhos do Fim do Mundo

De qualquer forma, gostaria de falar sobre esse formato e as dificuldades, e soluções, da concepção e execução em multi-plataforma. “Filhos do Fim do Mundo” nasceu como conceito de um livro há menos de dois anos. Como disse no começo, criar a história é algo fácil. Encontrei os elementos certos, organizei num rascunho e, em menos de 10 minutos tinha um esqueleto do livro. O lógico seria ter desenvolvido esse material até o final, porém, ano passado, apareceu a chance de trabalhar em um curta-metragem.

Já tinha visto vários desses booktrailers e pensei na coisa mais óbvia, por que não juntar as duas coisas? A ideia fez sentido e comecei a trabalhar num breve roteiro para “When It Ends” e foi uma das experiências mais válidas nesse processo todo. Especialmente por conta dos erros, claro! Por saber do potencial comercial da obra, não queria mostrar nada da história principal no filme para preservar as surpresas. Acabei não mostrando nada e perdi uma boa chance de estabelecer personagens na tela. A maior lição, porém, veio do conflito entre estrutura literária e estrutura visual.

Basicamente, escrevi um prólogo estendido e optei por manter a maioria dos diálogos fieis à obra. Cometi o maior dos pecados da “auto-adaptação”, levei um livro para o cinema e resultado é um ritmo muito arrastado, numa obra com problemas para se manter por conta própria. Houve acertos, claro, como a confirmação da necessidade por histórias mais amplas e linhas narrativas paralelas, que, em princípio, estavam em segundo plano.

É difícil assumir erros, mas quando eles ensinam e mudam seus paradigmas, isso é motivo de orgulho. De qualquer forma, a primeira etapa falhou no aspecto da independência. Porém, compreender a lógica dessa conversa entre literatura e roteiro cinematográfico influenciou absurdamente o livro, que ganhou em agilidade e permitiu maior uso das referências do leitor. Também compreendi a necessidade pela escolha de um meio termo entre o teor literário e a velocidade de cinema.

Curioso como essas duas mídias tem tanto em comum e precisam se comunicar. Com o vídeo sendo escolhido como principal fonte de entretenimento do sujeito moderno, permitir que algumas de suas características se façam presentes na literatura é um jeito justo de se manter na corrida e evitar cair no desuso. Pelo menos foi assim que encarei.

Há uns 5 anos, meu amigo Jurandir Filho, do podcast RapaduraCast, brincou que eu “dominaria o mundo em todas as mídias”. Nunca tive esse objetivo, mas, sem querer, ele matou a charada. Anos mais tarde, vejo ser impossível se manter relevante na comunicação em um único meio, sem experimentar em vídeo (seja com vlogs ou programas informativos), sem gravar podcasts, sem ser fonte de informação ativa nas mídias sociais.

A soma de todas essas ferramentas, como usada de forma consciente, tem muito a agregar. E isso aconteceu comigo. Notava a evolução a cada novo capítulo, a cada revisão. E também encontrei um modo de deixar a experiência jornalística permanecer mesmo no formato literário. Tudo por conta da troca entre as mídias, e um bocado de testes, claro. Pensando bem, ser jornalista e escritor tem uma coisa em comum: contar histórias. Se narrativas ou factuais não faz diferença, mas o fim é o mesmo.

Bem, com o filme concluído, e a primeira versão do livro pronta era hora de fazer o mais difícil: vender. Montei esse pacote a exemplo do que muitos diretores tem feito aqui em Hollywood, tentando conquistar executivos dos estúdios com visual, em vez de colocar o roteiro na pilha. Deu certo! E culminou na seleção de “Filhos do Fim do Mundo” pelo selo Fantasy, coordenado pelo best-seller Raphael Draccon, da editora Casa da Palavra, uma das integrantes do grupo LeYa.

Trabalho com jornalismo há 16 anos e sempre pensei em escrever romances, mas nunca havia passado de pequenos contos até decidir fazer essa transição. Não fechar os olhos para novas ideias ou seguir regras dos livros clássicos foi muito importante. Pude experimentar, encontrar soluções próprias e, com certeza, inventar erros só meus, porém, pude ver um plano comercial, literário e de mídia funcionar de maneira prática, direta e funcional.

Em janeiro colocamos tudo à prova com o lançamento de “Filhos do Fim do Mundo”. Gostando ou não, a estrada já foi trilhada e se você sonha em escrever seu próximo livro, esse foi meu caminho. Siga-o se quiser, afinal, no fim das contas, quanto mais gente percorrer todo o trajeto, melhor!

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O Hobbit: Uma jornada de decisões inesperadas

Três parágrafos informativos são necessários antes de começarmos a falar sobre “O Hobbit: Uma Jornada Inesperada”, afinal, nem todo mundo entende de frame rate e motion blur. Aí vão eles, de forma bem curta.

Frame rate: normalmente, assistimos filmes com 24 quadros por segundo (frames per second, ou fps, em inglês), ou seja, a cada segundo, o projetor mostra 24 imagens. O resto é preto. Nossa retina faz o trabalho de unir cada imagem criando assim o movimento. Esse é o modo atual de se filmar, projetar e ver filmes no cinema. Na TV, essa velocidade fica entre 29.94 e 30 fps.

Motion Blur: esse movimento criado pela união dos 24 quadros gera algo chamado motion blur, ou seja, um sensação de “borrão” ou transição da imagem. Por isso que, quando você dá pause, nem todas as imagens estão em foco. Culpa dessa natureza borrada dos 24 quadros.

48 quadros por segundo: nessa velocidade, o projetor mostra 48 imagens por segundo, ou seja, o dobro do habitual. Qual o resultado? Você tem mais informação, a imagem é mais perfeita e o motion blur é reduzido drasticamente ao olho humano, afinal, há menos espaço vazio para ser preenchido e a sensação de foco dura mais tempo. Aliás, esse é o mesmo conceito aplicado à câmera lenta, pois quanto mais quadros você tiver, mais você pode diminuir a velocidade sem borrar tudo. Filmei com 200fps uma vez, foi divertido!

Peter Jackson e Martin Freeman no set

Peter Jackson e Martin Freeman no set

A escolha de Peter Jackson

Diretor e estúdio resolveram fazer uma mudança da forma mais traumática possível: num blockbuster tão relevante para os nerds quanto para o mercado

Pois bem, agora podemos falar sobre “O Hobbit”, afinal de contas, essa é a maior e mais relevante discussão envolvendo o novo filme de Peter Jackson. Ele resolveu mudar a velocidade de filmagem e projeção de 24fps para 48fps. Há um resultado essencialmente neutro aí: ele mudou o jeito de vivenciarmos o cinema. Mas a neutralidade dura pouco, pois bastam alguns segundos de filme para o espectador escolher um lado. Isso é mais importante do que parece, pois, especialmente quem não gostou da mudança, vai passar o filme todo incomodado e procurando diferenças. Esse é um dos maiores inimigos do bom cinema: tirar o espectador da história e permitir que o aspecto técnico o distraia.

Ou seja, para muita gente, esse é o maior convite para odiar “O Hobbit” logo de cara. Estão errados? Difícil dizer, pois o espectador compra ingresso, nesse caso, para voltar à Terra-Média, não para ver as últimas invenções da Terra. Mas, como tudo no cinema, o resultado é subjetivo e muita gente adorou, especialmente quem já se acostumou com aquela modalidade de aceleração de imagem que TVs HD oferecem há um tempo. Tanto na TV quanto no cinema, o resultado é o mesmo: a imagem fica diferente, parece mais real, como se fosse uma janela em vez de uma tela; logo, a relação do espectador com a obra muda.

O Hobbit

E daí surge a discussão sobre essa decisão de Peter Jackson. Mudanças desse tipo tendem a acontecem em movimentos cinematográficos menores, em filmes sem tanto apelo financeiro e precisam de maturidade e embasamento técnico para, depois, serem abraçadas pelos grandes estúdios. PJ e o estúdio resolveram fazer isso da forma mais traumática possível num blockbuster tão relevante para os nerds quanto para o mercado (tendo em vista que todos “O Senhor dos Anéis” foram máquinas de fazer dinheiro). Ou melhor, em três blockbusters, afinal, “O Hobbit” foi dividido em três e todos foram feitos 48fps.

Não há meio termo nessa luta, ou dá certo e criasse um novo tipo de espectador, ou vamos relembrar a virada do milênio, quando “Star Wars: Episódio I” decepcionou tanto que afundou “Episódio II”, um filme melhor, mas ignorado pelo público. Sim, são paralelos distantes, mas o mercado tende a repetir comportamentos. Mas essa é apenas uma possibilidade.

Se der certo, vamos ter o maior racha das escolas de cinema, com PJ liderando um novo estilo. Ignorando totalmente os estúdios oportunistas da base da cadeia alimentar que vão filmar até festa de aniversário com 48fps só para entrar na onda (fãs de “Premonição”, preparem-se!), a briga vai ser similar à recente reintrodução dos filmes 3D. Algo necessário ou truque? No caso de “O Hobbit”, a mistura 48fps com 3D infelizmente borda a segunda opção com um festival de objetos sendo arremessados contra a tela.

Um problema conceitual é: como o diretor quer que vejamos o filme?

O 3D, responsável por investimentos históricos na atualizações de salas de cinema ao redor do mundo, já recua e tem opositores fortes como Christopher Nolan, que optou pela filmagem nativa em IMAX para sua trilogia “Batman”. Entreter, provocar, os dois ao mesmo tempo? Qual a função do cinema? Peter Jackson fez ótimo trabalho na primeira trilogia e cravou seu nome na história, mas, como todo realizador, quer contribuir de outro modo. Fez sua jogada. Apostou numa nova geração, no uso diferenciado da tecnologia a seu dispor e gastando todos os cartuchos com os fãs de Tolkien e, por que não, de Peter Jackson. Por isso chamei a decisão de traumática.

Não tem volta.

Outro problema conceitual é: como o diretor quer que vejamos o filme? Sempre lembro do Sergio Leone mandando um 2:35 (o formato mais widescreen de todos, antes do Anamórfico) e valorizando a paisagem ao máximo. Foi assim que ele viu o filme, era assim que ele queria que víssemos. E agora, como fica? PJ quer que vejamos “O Hobbit” em 24fps? 48fps? 24 3D? 48 IMAX? Preto e branco com banda ao vivo? Nesse aspecto, o ato de fazer filmes está virando uma zona e amplia as brigas entre espectadores, afinal, o formato afeta, e muito, a resposta ao produto. I have a bad feeling about this.

Ian McKellen retorna no papel do mago Gandalf

Ian McKellen retorna no papel do mago Gandalf

O Filme

A abertura do filme é de cair o queixo, rivalizando com a Batalha da Última Aliança, vista em “O Senhor dos Anéis: A Sociedade do Anel”

Mas nem só de tecnicalidades vive “O Hobbit”, não é mesmo? Há um mundo de controvérsias à sua volta e outra delas é a separação da história em três filmes. “O Hobbit” é um livro só, mas o mundo criado de Tolkien é gigante demais, oferece opções infindáveis e, nas mãos de um diretor e fã competente como PJ, pode ser maravilhoso. Ele respeita a obra ao máximo e a transformou de “infilmável” em “sucesso incontestável”, agora fez de novo.

Entretanto, vai passar por provações difíceis. Como obra inicial, “O Hobbit” define personagens e apresenta aquele mundo com um olhar inocente e curioso. O filme faz uso dessa característica, mas incorre em exageros, especialmente em um personagem “novo”: Radagast, o Castanho. O mago apaixonado por animais e natureza faz as vezes de palhaço do filme e podia ter ficado de fora, assim como outros elementos que, de certa forma, infantilizam a história. Opa, peraí.

Radagast: Personagem citado só de passagem na obra de Tolkien

Radagast: Personagem citado só de passagem na obra de Tolkien

Infantilizar? Não é algo ruim, afinal, a obra de Tolkien tem essa função, é leitura obrigatória em escolas inglesas e americanas e, especialmente “O Hobbit”, foi escrito para crianças e adolescentes. Todos esses conceitos mudaram, nós mudamos. Queremos toda a aventura da Terra-Média, mas consideramos os elementos lúdicos como desnecessários (assim como eu, acima) e esperamos algo completamente traduzido para nossa mentalidade, nosso tempo. É uma situação bem complicada, não? Ser criança e adolescente mudou, a “vida adulta” invadiu muito desse território, mas “O Hobbit” continuou do mesmo jeito.

O Hobbit

Nesse aspecto, pergunto se não aceitar a tolice é falha nossa, em vez do diretor que optou por mantê-la do jeito que foi concebida? Gostar ou não é outra história.

A abertura do filme é de cair o queixo. Anões! Anões na Montanha Solitária! Smaug! Porrada e ruína! Ela rivaliza com pompa e circunstancia a Batalha da Última Aliança, vista em “O Senhor dos Anéis: A Sociedade do Anel”, e mostra como o passado da Terra-Média foi mais glorioso e grandioso do que o mundo à beira do colapso pelo qual o espectador se apaixonou anteriormente. É um espetáculo visual! Comentário de fã: isso só aumenta as esperanças de, um dia, ver “O Silmarilion” nos cinemas!

O roteiro é simples e, como esperado, um pouco estendido para justificar os três filmes. O maior problema, porém, é a reciclagem de ideias e tomadas. Toda aquela grandiosidade das paisagens da Nova Zelândia impressionou em “O Senhor dos Anéis”, agora ela retorna, mas com menor impacto, afinal, já vimos tomadas aéreas, montanhas gigantescas e os heróis – nesse caso os anões sem-teto – cruzando longas distancias com a música épica (também repetitiva com uso descarado de leitmotiv com variações do tema principal dos anões). Gandalf repete alguns de seus truques (usa uma mariposa como mensageira); retornamos a um reino subterrâneo (Goblin Gate); e vemos um herói ser derrotado temporariamente (sem spoilers, mas o paralelo é a Gandalf cair com o Balrog).

O quanto o espectador médio vai lembrar depois de anos sem ter visto “O Senhor dos Anéis” é um mistério, mas, no meu caso, os paralelos foram gritantes, logo, relevo por estar fora da curva. Como filme independente funciona e faz uma escolha clara: é mais leve, óbvio e mantém o mesmo ritmo ao longo da projeção. Nesse ponto, segue a receita de J.R.R. Tolkien, que utilizou “O Hobbit” como tubo de ensaio para o que viria a fazer nos livros seguintes.

O Hobbit

Com Tolkien funciona assim: aprecie seu mundo, viva com seus personagens e maravilhe-se com sua beleza.

As relações entre Bilbo Baggins (em ótimo trabalho de Martin Freeman) com os anões refletem esse espírito, de fato, aventureiro e divertido. Ninguém se conhece direito, mas barreiras são quebradas instantaneamente, há um sentimento de perda muito grande, algo que Bilbo vai entender ao fim de sua jornada. Esse livro é a cartilha básica do RPG clássico: o herói inicia uma missão, encontra aliado, encontra itens mágicos, passa por provações, descobre novas habilidades conforme o nível de dificuldade aumenta. Logo, corre riscos similares a “John Carter”, por manter uma estrutura narrativa dos anos 30 (o livro de Tolkien foi lançado em 1937) e expô-la ao espectador moderno, descaradamente carente por ação, encadeamento de ideias mastigado e sem paciência.

O Hobbit

As presenças de Galadriel (linda demais!), Elrond e Saruman no encontro do Conselho Branco servem para aproximar o espectador desavisado de que os elfos e magos já estão aprontando com o destino da Terra-Média há um tempo e também para confundir tudo, afinal, Saruman ainda estava do lado dos mocinhos naquele ponto. A menção do “Necromancer”, porém, mostra os princípios de sua corrupção. Essa era a única função de Radagast, aliás, fazer essa fofoca.

O objetivo infanto-juvenil é claro: não há sangue (adeus ao sangue negro dos Orcs), nem mesmo quando passam a faca na barriga do Rei Goblin; as decapitações acontecem em tomadas mais distantes; o roteiro preza pelo didatismo; e a edição escorrega pouco. Numa das cenas mais arbitrárias do filme, os heróis resolvem visitar uma caverna de Trolls sem a menor necessidade, apenas para encontrar três das espadas mais poderosas da Terra-Média. Essa foi a melhor ideia encontrada por quatro roteiristas, entre eles PJ e Guillermo del Toro? Fato, é assim que encontram as espadas no livro, mas o espectador de cinema adora reclamar de “forçadas de barra” como essas. Quer outra? Thranduil, o rei élfico e pai de Legolas, reúne o exército e vai até a fortaleza anã, durante o ataque de Smaug, só para olhar, fazer cara de nojinho e virar as costas.

O Hobbit

No geral, “O Hobbit” evolui bem, apresenta seus personagens, promove três batalhas em larga escala, novamente, estabelecendo a diferença primordial com “Game of Thrones”, e dois conflitos menores e mais pessoais, cumprindo a obrigação com o livro e estabelecendo os limites dos personagens. Embora alguns dos anões sejam soldados veteranos, a maioria da companhia de Thorin Escudo de Carvalho não é formada por porradeiros seculares e, assim como Bilbo, precisam aprender a encarar toda a fauna inimiga de Tolkien.

Tirando alguns elementos já citados, fiquei empolgado com “O Hobbit”, reencontrei a felicidade de voltar à Terra-Média com uma história que, recentemente, comecei a ler para minha filha e só tenho boas expectativas em relação aos próximos dois episódios. “A Sociedade do Anel” sempre foi o mais devagar da trilogia original, mas precisava apresentar tudo, depois veio aquele espetáculo de direção de “As Duas Torres”. O mesmo deve acontecer com a nova trilogia. Há muito que ser construído antes da Batalha dos Cinco Exércitos e o confronto bombástico com Smaug!

Gostei? Não gostei? E os críticos que detonaram? E quem disse ser o melhor filme do ano? Não quero saber, vou ver novamente, dessa vez em 24fps, e novamente, e novamente, e novamente. Com Tolkien funciona assim: aprecie seu mundo, viva com seus personagens e maravilhe-se com sua beleza. Qualquer coisa além disso é descartável.

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Pacific Rim [Trailer]

Saiu o primeiro trailer de “Pacific Rim”, o novo filme de Guillermo del Toro (o gênio de um dos melhores filmes do mundo, “O Labirinto do Fauno”). E se o nome do diretor mais a combinação “monstros gigantes contra robôs gigantes” já parecia promissora, agora então a expectativa atingiu níveis estratosféricos.

O longa mostra uma guerra entre criaturas que saem do mar, conhecidas como Kaiju, com os robôs Jaegers, desenvolvidos como arma para proteger o planeta Terra.

Com Charlie Hunnam, Rinko Kikuchi, Idris Elba, Ron Perlman, e Charlie Day no elenco, “Pacific Rim” tem estreia marcada para 12 de julho de 2013.

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Superman: Homem de Aço [Trailer]

A Warner Bros. liberou agora pouco o novo trailer de “Superman: Homem de Aço”, filme dirigido por Zack Snyder e produzido por Christopher Nolan.

Em julho, eu comparei nesse post os teasers do “Superman” de 2006, do Bryan Singer, com esse novo. Não só pela reverência ao filme original, mas pela própria edição de cenas, afirmei que o teaser do filme que quase ninguém gostou era bem melhor. É óbvio que nem cabe a comparação entre os longas, por serem propostas bem diferentes, mas estou falando do trailer em si, a propaganda do cinema.

Pois bem. Agora com o trailer 2, tudo muda de figura. Ainda prefiro a poesia do teaser de 2006, mas a escuridão realista à lá Batman-do-Nolan impressiona. Não se esqueça de colocar em 1080p.

“Superman: Homem de Aço” tem estreia marcada para 12 de julho de 2013.

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Star Trek: Além da Escuridão [Trailer]

Saiu o primeiro teaser trailer de “Star Trek: Into Darkness”, sequência do filme de 2009 também dirigido por J.J. Abrams. Essa versão é exclusiva para web, já que no dia 14, antes das sessões de “O Hobbit: Uma Jornada Inesperada”, deve estrear um novo trailer.

O filme traz de volta os Chris Pine, Zachary Quinto, Zoe Saldana, Karl Urban, Simon Pegg, Anton Yelchin e John Cho, com as adições de Benedict Cumberbatch, Peter Weller e e Alice Eve.

Veja a sinopse oficial:

“Quando a tripulação da Enterprise é chamada de volta para casa, eles descobrem que uma incontrolável força de terror dentro de sua própria organização detonou a frota e tudo que ela representa, deixando nosso mundo em um estado de crise. Com problemas pessoais a resolver, o Capitão Kirk lidera a caça para capturar uma arma de destruição em massa em uma zona de guerra. Enquanto nossos heróis são empurrados para um jogo de xadrez de vida e morte, o amor será desafiado, amizades serão destruídas e sacrifícios devem ser feitos para a única família que restou a Kirk: a sua tripulação.”

Star Trek: Além da Escuridão” estreia em 26 de julho de 2013. Enquanto não chega, relembre a nossa entrevista com o diretor J.J. Abrams.

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Revelada primeira foto oficial da cinebiografia de Steve Jobs

Espero queimar a língua, mas cada vez mais a cinebiografia de Steve Jobs ganha cara de bomba. O diretor Joshua Michael Stern não fez nada até hoje que o credencie para o cargo, e o roteirista Matt Whiteley ninguém nunca ouviu falar.

De qualquer forma, hoje foi divulgada a primeira foto oficial de Ashton Kutcher no papel do empreendedor, e o filme, simplesmente intitulado “Jobs”, vai encerrar o Festival de Sundance 2013, que acontece de 17 a 27 de janeiro.

Você acha que há esperanças? Como diria Regina Duarte, tenho medo.

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O Hobbit: Quatro belos posters desenhados a mão promovem o filme em IMAX

Falta pouco para a estreia de “O Hobbit: Uma Jornada Inesperada”, mas nunca é tarde para o lançamento de novos e belos posters para promover o filme.

Esses quatro cartazes de personagens divulgam, especificamente, a versão em IMAX, com um design que imita os mapas feitos a mão da Terra-Média, além do texto escrito em élfico.

Belas artes para se ter na parede de casa.




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