E se houvesse uma inversão nos papéis sociais de homens e mulheres?

Não é um filme novo. Majorité Opprimée foi lançado oficialmente em outubro de 2010, mas foi só agora, ao ser disponibilizado no YouTube com legendas em inglês, que o curta-metragem de Eléonore Pourriat começou a chamar a atenção do mundo. Desde o começo do mês, foram mais de 7 milhões de visualizações de Opressed Majority (ou Maioria Oprimida), título que coloca o sexismo sob uma nova perspectiva ao inverter os papéis sociais de homens e mulheres.

A diretora Eléonore Porriat imagina uma sociedade dominada pelas mulheres para mostrar um dia na vida de Pierre e como ele é obrigado a lidar com o constante assédio sexual em espaços públicos. O que começa com investidas verbais acaba evoluindo para uma violência física – com o protagonista sendo atacado por um grupo – e psicológica – com a descrença primeiro da polícia, depois de sua esposa, Marion.

Aliás, a completa ausência de empatia de Marion chega a ser um pouco chocante. Após contar sobre o ataque, Pierre ouve dela que não veio antes porque estava em uma reunião, mas que ao menos conseguiu acabar com eles.

“Eu queria que ela não imaginasse, não simpatizasse, não fosse capaz de sentir o que ele sente”, disse a diretora ao jornal The Guardian. “Frequentemente, quando as mulheres são atacadas, as pessoas dizem que é culpa delas. Até mesmo pessoas próximas. Era isso o que eu queria dizer com esta personagem”.

É claro que Opressed Majority concentra em pouco mais de 10 minutos eventos que podem acontecer ao longo de uma vida inteira, e provavelmente há quem duvide de que situações como estas aconteçam, fazendo parte do tradicional mi-mi-mi feminino/feminista. De qualquer maneira, vale uma reflexão: e se fosse com você?

O curta-metragem está em francês, com legendas em inglês.

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Hyper-Reality, uma nova visão do futuro

Keiichi Matsuda é um designer e cineasta conhecido por seus trabalhos de realidade aumentada – Domestic Robocop e Augmented City 3D – que cruzam barreiras e levam a tecnologia para além das telas e dispositivos, tornando parte integrando do mundo físico. Estes dois filmes premiados geraram bastante atenção pela construção de mundos futuristas e interfaces interativas dignas de filmes de ficção científica.

“Uma ficção científica de nosso tempo; introspectiva, crítica e de belo design.” – Matsuda, via Kickstarter

Alguns anos depois, Matsuda está de volta com um novo projeto em campanha para financiamento coletivo no Kickstarter. Hyper-Reality é uma série de curta-metragens filmada em Medellin (Colombia), que tenta evitar os habituais carros voadores como visão do futuro para se concentrar nas ideias e consequências em torno das “cidades inteligentes”.

Cada curta será focado em um personagem diferente e sua percepção sobre a cidade. Seguindo seu ponto de vista pela narrativa, daremos de encontro com milhares de sobreposições de ficções, dados e informações em forma de realidades aumentadas. Temas como identidade, controle, privacidade, manipulação da mídia, poder dos dados e rebelião open source permearão cada enredo, que tomará o curso de um único dia. Os filmes terão em torno de 5 minutos cada um.

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Enquanto seus trabalhos anteriores incorporaram marcas e o conceito de ubiquidade da publicidade digital nas narrativas contadas, desta vez, em Hyper-Reality, Matsuda está convidando empresas a se tornarem seus parceiros para ajudarem no financiamento e a transformarem sua visão de futuro em mais realista.

Temas como identidade, controle, privacidade, manipulação da mídia, poder dos dados e rebelião open source permearão cada enredo.

Para as marcas, as oportunidades estão desde em atribuições de logo à cenas inteiramente baseadas em um patrocinador. Ter empresas envolvidas no projeto gera maior força e apelo aos filmes e, ao mesmo tempo, acaba sendo um gesto irônico ao sistema que a própria narrativa tem como crítica. Aqui, enquanto os filmes visam destacar as oportunidades de um futuro, também buscam refletir sobre um otimismo exagerado ao olhar de perto as consequências mais obscuras que tais avanços poderiam ter.

Hyper-Reality acaba servindo como uma plataforma de debate a qualquer  um que se preocupa com os caminhos traçados junto à tecnologia. Ao criar visões mais nítidas e públicas, o projeto ganha poder de influência naqueles que estão trabalhando em propostas para moldar o futuro, bem como em todos nós, usuários e entusiastas.

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Salvatore Ferragamo apresenta Walking Stories

Cidades que tiveram grande importância na trajetória de Salvatore Ferragamo e sua marca servem de locação para Walking Stories,  curta-metragem  dirigido por Luca Guadagnino que narra uma curiosa de amor. Dividido em oito episódios, o filme cheio de coincidências, revelações, encontros e desencontros aposta forte no romantismo, ao mesmo tempo em que cria uma envolvente experiência com a marca e seus produtos.

Estrelado por Kaya Scodelario, Tom Ellis, Billy Manussen, Nathalie Buscombe e Lee Roy Kunze, somos apresentados a Sarah, uma garota descalça que por acaso conhece um homem em um parque de Los Angeles e se apaixona por ele. A ação se passa em três cidades diferentes, entre elas Florença – onde está localizada a sede da empresa, Los Angeles – onde Salvatore Ferragamo tornou-se conhecido como o designer de sapatos das estrelas – e Xangai, considerada terreno fértil para o futuro da empresa.

Além dos episódios, que podem ser vistos no YouTube, é possível acompanhar a história em um hotsite que traz diversas informações, como bastidores e até o diário de Sarah. A grande sacada está no “shop the story”, ferramenta que permite que você compre produtos da marca que aparecem no filme, diretamente neste site.

A produção é tão caprichada que vale o play.

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Festival destaca curtas inspirados por tweets

Miguel Andrés Norato e Claudia Murillo são dois diretores criativos da Sancho BBDO Colômbia. Assim como muitos de nós, eles perceberam que o conteúdo das redes sociais poderia servir de mote para filmes, vídeos e animações. Surgiu, então, a ideia de criar um festival de curta-metragens baseado em tweets, o 140 caracteres Film Festival. Em sua segunda edição, estão participando profissionais, estudantes e amadores que escolheram um único tweet e o transformaram em um curta de até 140 segundos de duração. A ideia é contada no case abaixo.

A Sancho BBDO também é responsável por algumas das peças de divulgação do festival, como os três pôsteres que reunimos aqui. A ideia é mostrar que tanto o humor, quanto o terror e a tragicomédia têm lugar garantido no evento que, se seguir o caminho da primeira edição, deverá ter sua gala de premiação em junho.

Além dos próprios realizadores, que receberão ouro, prata e bronze em cada categoria (cinema, vídeo, animação, mobile e experimental), os autores dos tweets que inspiraram os curtas receberão menção especial.

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Everything I Can See From Here: Um curta de animação realizado sem verba

Dirigido por Sam Taylor e Bjorn Aschim, o curta-metragem de animação Everything I Can See From Here conta a história de um jogo de futebol americano que se torna mortal quando jogadores inesperados se juntam à partida.

Realizado de forma independente em noites e fins de semanas durante 2 anos, sem o menor budget, os diretores usaram de sua talentosa rede de amigos para chegar ao resultado (veja aqui a lista completa dos participantes do projeto).

A história une rascunhos e ideias que foram sendo guardadas ao longo do tempo, sem oportunidades para ganharem vida. Uma mistura de personagens reais com cartoon, produzidos com Flash, Photoshop, After Effects e Maya. Tudo realizado diretamente no computador.

Veja abaixo o making of do projeto.

Como boa parte da história se passa em um eixo vertical, todo o curta foi construído com a tela assim. Sam e Bjorn comentam, em entrevista para o The Creators Project, que a forma como as pessoas assistem aos filmes está mudando. Antes feitos apenas para rodar em festivais, salas de cinema e ocasionalmente na TV, hoje é preciso criar pensando em diferentes formas e tamanhos pela variedade de dispositivos.

O mesmo é dito para a animação, cujo processo de criação não mais depende de grandes estúdios. As ferramentas e o conhecimento estão todos disponíveis para quem quiser aprender e usar.

Esse curta é um dos exemplos de produções que tiveram grande repercurssão e sucesso online, realizada sem budget e a partir do sistema de colaboração em rede, no tempo livre de cada um.

 

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Motorville: Google Maps, animação e crítica social

O diretor Patrick Jean, ganhador de diversos prêmios e festivais, está de volta com um novo curta. Para quem não o conhece, Patrick dirigiu o curta Pixels, produzido em 2010 pela Sony Pictures/Colômbia, que atingiu mais de 1 milhão de visualizações no Youtube, logo após ser colocado na web.

Seu novo curta, Motorville, traz uma crítica social através da história de uma cidade americana, que ganha vida e sai em busca de petróleo pelo mundo para se alimentar, cruzando oceanos e indo parar no Oriente Médio.

Usando elementos do Google Maps e do Google Street View em sua animação, a cidade Motorville funciona como um ser vivo, e as ruas e avenidas são as artérias e veias. Locais no mapa possuem nomes como “Distrito Braço Direito” e “Parque Ombro“.

Para atingir esse resultado, o diretor teve de criar ferramentas próprias para conseguir dar vida aos designs do jeito que queria, em diferentes escalas. Todo o processo leveu 8 meses, incluindo a sequência gravada em time-lapse em Los Angeles com uma câmera 5D.

Tanto Motorville quanto Pixels são filmes sobre cidades modernas americanas. Juntos, eles abrem um diálogo sobre como é viver na América hoje.

“Cidades americanas são o modelo para a megalópole contemporânea. Por isso elas são icônicas, o que dá margem para brincar com símbolos atuais que a representam, como o Google”. – Patrick Jean

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Cadaver, uma história de amor agridoce

Laboratório de anatomia. Duas garotas recebem a missão de fazer a autópsia de um corpo. O primeiro órgão a ser retirado, o coração, prende a atenção de uma delas. Enquanto isso, o corpo retorna à vida (?!) e pede para ser levado ao encontro de seu grande amor. O que acontece a partir daí é uma história envolvente e muito bem executada no curta de animação Cadaver – A Bittersweet Love Story. Com roteiro e direção de Jonah D. Ansell, o filme tem participações ilustres de Christopher Lloyd, Kathy Bates e Tavi Gevinson.

O texto é todo rimado ou, como diz o site oficial, é “um soneto de amor do século 21 que busca despertar o mais esperançoso romântico dentro do pior cínico”.

Cadaver esteve entre os 56 curtas de animação qualificados para concorrer ao Oscar, mas não chegou aos 5 indicados que concorrem à estatueta. Além da animação, a obra de Jonah D. Ansell também será lançada no formato graphic novel ainda este ano. Imperdível.

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Depois do fim do mundo, uma animação sobre a história do universo

Do Big Bang ao seres humanos, a animação Beginning conduz o espectador através da história da criação do universo. O vídeo, realizado por Grzegorz Nowi?ski do Novina Studio, foi criado para ser projetado na água. Seus efeitos, texturas e movimentos criam uma perspectiva lúdica para contar uma história real, que conhecemos desde pequenos, mas enxergamos apenas como ilustrações dos livros de ciência.

O projeto foi lançado no evento Revocation: end of the world, que tinha como objetivo refletir sobre o universo em que vivemos, devido às circustâncias do fim do mundo do qual tanto se falou em 2012.

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