Assista ao trailer de “Jupiter Ascending”, nova ficção científica dos irmãos Wachowski

A Warner Bros. está generosa nos trailer essa semana. Além do novo “Godzilla”, o estúdio liberou a primeira prévia do novo filme dos irmãos Wachowski.

O duo de “Matrix” e do recente “Cloud Atlas” comanda agora outra ficção científica, “Jupiter Ascending”. O filme mostra uma realidade alternativa, onde humanos são considerados seres inferiores e no fim da cadeia evolutiva.

Jupiter Jones, interpretada por Mila Kunis, é a única que pode ameaçar o atual reinado, aqui procurada por Channing Tatum no papel do híbrido Caine.

No Brasil, “Jupiter Ascending” tem estreia marcada para 8 de agosto de 2014, e estou ansioso para saber qual será o título em português.

Jupiter Ascending

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Assista ao primeiro trailer do novo “Godzilla”

A Warner Bros. acabou de publicar o primeiro trailer de “Godzilla”, mais uma versão do monstro radiotivo, desta vez filmado pelo ainda novato diretor – mas especialista em efeitos visuais – Gareth Edwards.

No elenco estão nomes como Elizabeth Olsen, Bryan “Heisenberg” Cranston, Aaron Taylor-Johnson, Juliette Binoche, Ken Watanabe e David Strathairn. Eu sei que isso não quer dizer muita coisa, mas o trailer sozinho já é melhor do que toda aquela bobagem do Roland Emmerich.

O novo “Godzilla” tem estreia marcada para 16 maio de 2014 no Brasil.

Godzilla

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Assista ao segundo trailer de “Ela”, dirigido por Spike Jonze

A Warner Bros. revelou o segundo trailer de “Her” – intitulado “Ela”, Brasil” – dirigido por Spike Jonze.

Joaquin Phoenix é Theodore, um homem que se apaixona por uma inteligência artificial chamada Samantha, criada a partir de seus próprios gostos, preferências e testes de personalidade. Scarlet Johannson faz a voz do computador. A Samanta do B9 abordou bem o aspecto de relacionamentos na era digital nesse post, na ocasião do primeiro trailer revelado do filme.

“Ela” estreia nos Estados Unidos no dia 18 de dezembro, e chega no Brasil em 17 de janeiro.

Her

“Se apaixonar é tipo uma forma socialmente aceita de insanidade”

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Último trailer de “O Hobbit: A Desolação de Smaug” antes da estreia

A segunda parte da trilogia “O Hobbit” chega no Brasil em 20 de dezembro (uma semana depois dos EUA) e, com a proximidade do lançamento, a Warner divulgou o que provavelmente será o último trailer do filme antes da estreia.

São três minutos de amostra da continuação da jornada de Bilbo, Gandalf e os anões pela Terra Média, que finalmente vai mostrar o enfrentamento com o dragão Smaug. Assista acima.

Já no vídeo abaixo, Peter Jackson nos leva para um passeio pelos bastidores de “O Hobbit: A Desolação de Smaug”.

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Os 35 anos de “Halloween”

Se você assistir “Halloween” hoje – o original – certamente não vai levar algum susto ou se impressionar com qualquer cena. É um filme simples, ainda mais se comparado ao volume de sangue, efeitos, cenas explícitas e ruídos excessivos das produções atuais. Porém, a criação de John Carpenter é a quintessência do cinema de horror e, até hoje, 35 anos depois, suas técnicas continuam influenciando o gênero.

“Halloween” não foi o primeiro terror do tipo. “O Massacre da Serra Elétrica”, “A Noite dos Mortos-Vivos” e “Aniversário Macabro” , por exemplo, já representavam um papel importante no cinema de baixo orçamento, mas nada perto do que Michael Myers fez em 1978. Com verba de apenas 325 mil dólares, “Halloween” levou multidões para as salas escuras, muito ajudado pelo boca a boca, arrecadando 70 milhões na época. Reajustando para hoje, seria algo como 240 milhões de dólares. É um dos filmes de horror mais lucrativos de todos os tempos.

John Carpenter tinha 30 anos quando seu “Halloween” estreou, e liderou uma avalanche de novos títulos do gênero ao longo de toda a década de 1980. Sem Michael Myers, não existiriam Freedy Krueger ou Jason, por exemplo. Carpenter tirou o terror da fantasia, e o colocou no “mundo real”. Myers não era um ser sobrenatural, era mais homem de carne e osso do que um monstro – e que adora matar gente promíscua.

John Carpenter no set

John Carpenter no set

Michael Myers nem era tão assustador, mas a trilha sonora mudou tudo

Com total controle criativo e inspirado por “Psicose” de Hitchcock, o diretor ousou visualmente. Desde a famosa primeira cena em primeira pessoa – quando o espectador ainda não faz ideia de que o assassino é apenas uma criança – até os enquadramentos que transformam todo o espaço vazio em uma ameaça. Carpenter manipula a audiência com sombras e, principalmente, som.

Halloween

A trilha sonora é, certamente, o legado mais marcante deixado por “Halloween”. Composta pela próprio John Carpenter, a inesquecível música comunica tensão como nenhuma outra já foi capaz. Ele mesmo revelou que, ao mostrar o filme para os produtores, todos foram taxativos: “Isso não é assustador”. Talvez fosse apenas uma história de adolescentes contra um homem de máscara, mas a música mudou tudo.

Além da trilha, o baixo orçamento ditou todas as outras decisões criativas da equipe. A icônica máscara custou apenas US$ 1.98. Era imitação em borracha do William Shatner, comprada em uma loja qualquer, e pintada com spray branco para o filme. Prova de que pouco dinheiro não é desculpa pra nada.

Recentemente, foi lançada uma edição comemorativa em Blu-ray de 35 anos de “Halloween. E se hoje não é capaz de impressionar os millenials, eu pelo menos tenho boas lembranças de que me diverti e perdi noites de sono quando mal tinha idade para assistir filme de terror. Já vi o original dezenas de vezes, mas evito as sequências, principalmente se tiver o nome do Rob Zombie nos créditos. Não quero estragar a magia.

Para quem é fã, vale ver o vídeo abaixo. É o primeiro take da cena inicial, quando Carpenter ainda estava testando a filmagem em primeira pessoa. O utilizado na edição final do filme foi o segundo take.

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O primeiro trailer de “X-Men: Dias de um Futuro Esquecido”

A Fox acabou de revelar o primeiro trailer de “X-Men: Dias de um Futuro Esquecido” (X-Men: Days of Future Past), quase sete anos depois do fim da trilogia, e dois anos depois do “X-Men: Primeira Classe”.

O filme marca o retorno do diretor Bryan Singer à franquia, e tem estreia prevista para 23 de maio de 2014. Recentemente, o estúdio iniciou uma campanha viral para promover o novo capítulo da saga nos cinemas.

X-Men

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A força da “Gravidade” de Alfonso Cuarón

Soulsearching é um termo interessante, significa “buscar a razão de ser”. O ciclo é diferente para cada um e ele começa pelas razões mais distintas; alguns encontram a resposta, outros passam a vida deslocados, sem saber ao certo porque fazem o que fazem. Invariavelmente, todo ser humano passa por isso. Mesmo que de forma inconsciente ou disfarçada como algum momento de escolha, fim de relacionamento, novo emprego, de incerteza social e medo do futuro.

Os casos mais extremos são provocados pela dor. Pela perda. E, não importa quantos amigos e familiares estejam por perto, a jornada é sempre solitária e só termina na hora certa, quando a pessoa chega à conclusão, seja ela positiva ou não. Essa é a trajetória de “Gravidade” (Gravity, 2013, EUA), dirigido por um mexicano, estrelado por norte-americanos salvos pela tecnologia chinesa e amarrado por um tema universal.

Cercado por polêmicas científicas, longo tempo de produção e muitas idas e vindas de elenco, “Gravidade estreou com força e relevância num momento social muito interessante para os Estados Unidos. Assim como “Guerra nas Estrelas”, que redescobriu o sonho de habitar as galáxias desperto pela Corrida Espacial, “Gravidade” promove um momento de catarse coletiva perante a crise sócio-política e, por que não, de identidade vivida pelo povo norte-americano.

Alfonso Cuarón com Sandra Bullock e George Clooney no set

Alfonso Cuarón com Sandra Bullock e George Clooney no set

O espaço pode ser infinito, mas é o opressor. Todo o vazio envolve a trama, que ganha contornos claustrofóbicos

Desprovidos de uma meta clara, e coletiva, há décadas, é necessário buscar essa razão de ser e, quem sabe, sair da fossa. As promessas meio cumpridas desde a eleição de Barack Obama, o distanciamento político entre Democratas e Republicanos, o aumento da riqueza do 1% da população que detém o poder e o capital do país inteiro e, simplesmente, a incerteza foram responsáveis pela catalisação do problema recentemente. Os americanos perderam algo. A personagem de Sandra Bullock perdeu algo. Ryan Stone está perdida no espaço, o cidadão está preso num sistema que não o beneficia. Há salvação?

Gravity

Uma resposta possível, e bem clara, vem na visão de um contador de histórias mexicano, Alfonso Cuarón. Ele traz no currículo o irreparável “Filhos da Esperança”, o sensível “Grandes Esperanças” e até mesmo um dos episódios mais impressionantes de Harry Potter, “O Prisioneiro de Azkaban”. Os personagens de Cuarón têm algo em comum: eles lutam! Alguns por fé, outros por não ter outra opção. Nenhum deles aceita um destino adverso. Assim como essa é uma das respostas, também é uma das leituras.

Há adversidade na vida de personagem principal, uma médica que perdeu a filha. Algo imutável e irreversível. Ela escolhe o caminho da solidão e da insensibilidade constante, como alguém que não se importa em passar o resto da vida no modo automático. Tudo isso é muito maior que a situação norte-americana, afinal de contas, Hollywood pode ser reflexo das demandas sociais “locais”, mas Cuarón tem uma mentalidade internacional e ele fala com espectadores em todos os lugares. Como todo entendido da ficção científica, ele sabe que, no final, o que importa é a relação com o ser humano e a relevância da história.

O acidente catastrófico na órbita da Terra funciona como alerta para a mãe entristecida. A partir daquele momento, o cenário mudou e só há duas opções: fazer algo ou esperar para morrer. A alegoria é clara e, felizmente, para o bem dos espectadores, ela escolhe se mexer. No começo, guiada. Depois, por conta própria. “Gravidade” inteiro é um paralelo com esse redescobrimento pessoal, com o teste de limites, da força de vontade e de como podemos encarar a perda. E o recomeço.

"Caixa" com painéis de LEDs que simulavam o espaço

“Caixa” com painéis de LEDs que simulavam o espaço

A porrada vem sem som no espaço (parece que nunca vamos deixar essa “fixação” de lado!), com uma trilha sonora impressionante e um elenco de apenas 7 pessoas. Apenas 4 delas aparecem, algumas já mortas. Cuarón aproveitou para ensinar uma lição aos diretores: é possível fazer um blockbuster com apenas 2 protagonistas sem cair na monotonia do diálogo exagerado.

Gravity

Em “Gravidade”, menos é mais. Tudo funciona por conta de um roteiro certeiro, escrito pelo próprio Cuarón em parceria com seu filho, Jonas, que utiliza todas as cenas com extrema eficácia narrativa, valorizando a atuação e dando a impressão de liberdade suprema. É a ação de Sandra Bullock que a leva do marasmo ao renascimento (na cena mais linda e simbólica do filme), sem grandes discursos verborrágicos ou constatações metafísicas. Tudo é imediato e direto. Ou segura o último pedaço de metal da estação espacial que se desfaz ou enfrenta a solidão do espaço até o oxigênio acabar.

O espaço pode ser infinito, mas é o opressor. Todo aquele vazio envolve a trama, que ganha contornos claustrofóbicos, afinal, a vida só existe dentro dos trajes e cada respirada pode ser a última. Cuarón foi hábil ao manter o espaço em silêncio, mas enchendo as caixas de som de vida quando a câmera cruzava o visor do capacete e entrava no close up do personagem. O espaço até poderia tentar quebrar o cerco e eliminar aquele pequeno casulo renegado, entretanto onde havia vida, havia esperança. E é praticamente impossível não entrar na trama. Pela luta da mocinha.

E pelo sorriso conquistador do herói. George Clooney é simplesmente fantástico como Matt Kowalski, o mais próximo de Buzz Lightyear que o cinema já mostrou. No controle, divertido e certeiro, ele carrega a primeira tanto Ryan quanto a primeira parte do filme sem esforço, mesmo perante a tragédia iminente. Ele é o mestre, o Obi-Wan Kenobi da Dra. Ryan. Ele é o cara que tem as respostas, o sujeito que já encerrou seu ciclo de soulsearching e está apenas aproveitando a vida com um sorriso no rosto.

Cuarón substituiu a contemplação de Kubrick pela emoção pura e uma jornada mais próxima do espectador

Bullock e Clooney são as atrações do filme. Eles valorizaram demais o visual fantástico, as imagens da Terra, as destruições em massa e todo o drama contido no roteiro. Por isso “Gravidade” foi recebido com críticas bombásticas e criou algo que há muito não se via nos Estados Unidos: uma discussão nacional sobre cinema. Claro, muito por conta dos “erros científicos” (a distância entre as estações espaciais sendo a maior delas), mas a mensagem permeou toda a conversa e o público encontrou algo que precisava ouvir, ver e sentir.

O filme também abriu a temporada de candidatos às principais premiações do ano que vem. E, se levar, vai ser por mérito e por ter entrado para a história da Ficção Científica sem forçar a barra. Cuarón substituiu a contemplação de Kubrick pela emoção pura e uma jornada mais próxima do espectador. Talvez, por isso, para muitos, “Gravidade” passe a ocupar o lugar de Melhor Filme Espacial já feito.

Os elementos estão lá. Basta encontrar o espectador certo que a magia acontece e a busca termina. Decifrar as respostas e dar o primeiro passo da nova vida fica a critério de quem chegou ao fim da jornada sem precisar escapar do frio do espaço onde ninguém ouve seus gritos. Nem vê suas lágrimas.

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Fábio M. Barreto é especialista em Ficção Científica, autor de “Filhos do Fim do Mundo” e editor do site US Reporter.

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“The Grand Budapest Hotel” [Trailer]

Toda vez que eu assisto um filme do Wes Anderson, termino desejando ter apenas uns 5% de seu apuro visual e estético. Com o trailer do novo “The Grand Budapest Hotel”, divulgado hoje, é certeza que esse sentimento vai se repetir.

O filme tem um elenco estelar: Ralph Fiennes, F. Murray Abraham, Edward Norton, Adrien Brody, Willem Dafoe, Jeff Goldblum, Jason Schwartzman, Jude Law, Tilda Swinton, Harvey Keitel, Tom Wilkinson, Bill Murray (óbvio), Owen Wilson (claro), entre outros. E conta uma história que se passa no hotel que dá nome ao filme, acompanhando seu concierge ao longo do período das duas grandes guerras.

“The Grand Budapest Hotel” foi filmado em três diferentes aspectos (1.33, 1.85, e 2.35), distinguindo assim o três períodos de tempo em que a trama se passa.

No começo do ano, publiquei aqui o roteiro interativo de “Moonrise Kingdom”, provavelmente o primeiro filme com coração de Anderson. Nele podemos conferir as anotações e processo criativo de diretor. Na época, o trabalho foi indicado ao Oscar de Roteiro Original, mas acabou perdendo para “Django Livre” do Tarantino.

“The Grand Budapest Hotel” tem estreia prevista para algum dia de 2014.

The Grand Budapest Hotel

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KLM faz sessão de cinema para crianças dentro de um avião

Em parceria com a Disney, a KLM transformou um avião em uma experiência cinematográfica (apesar das micro-telas). O filme era apropriado, a animação “Aviões”, e os convidados também, mais de 300 crianças.

Pipoca, refrigerante e estar dentro de um avião já deixaria qualquer uma delas bem feliz, mas a ação simulava – do lado de fora – tudo o que acontecia com o protagonista do desenho através de efeitos visuais.

KLM
KLM

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Braincast 84 – Película vs. Digital

A captação de fotografia e cinema passou e ainda passa por uma fase de transição. Películas sendo substituídas por formatos digitais, com avanço rápido da tecnologia, e que muda a imagem que está na nossa tela. O debate é polêmico, mas sem dúvidas representa a reinvenção de uma mídia e democratização da arte.

No Braincast 85, Carlos Merigo, Saulo Mileti, Guga Mafra e Leo Giannetti batem um papo sobre o impacto dessas mudanças. Realmente dá para perceber a diferença? Quais são as vantagens para os produtores de conteúdo? O filme morreu?

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Pegadinha com telecinese assusta clientes de uma cafeteria

Lembra do fantasma no espelho para promover “O Último Exorcismo: Parte II”? A Sony Pictures repetiu a fórmula de pegadinha assustadora, dessa vez como parte da campanha de “Carrie, a Estranha”, remake do clássico de 1976.

Em uma cafeteria de NY, clientes são surpreendidos por uma mulher raivosa, que com telecinésia “levanta” uma vítima pela parede. Ensaiado ou não, deve fazer sucesso no YouTube.

A nova versão de “Carrie, a Estranha” estreia no Brasil no próximo dia 15 de novembro.

Carrie

Assista o trailer:

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“O Hobbit: A Desolação de Smaug” [Trailer]

A Warner liberou hoje cedo o novo trailer de “A Desolação de Smaug”, a parte do meio da trilogia “O Hobbit” de Peter Jackson. A estreia está marcada para 20 de dezembro no Brasil.

O terceiro e último filme, “Lá e De Volta Outra Vez”, só no fim de 2014.

Hobbit Smaug

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Trailer live action de “Assassin’s Creed IV: Black Flag” pode ser uma prévia do que veremos nos cinemas

A Ubisoft quase sempre investe em produção live action para promover os lançamentos da franquia “Assassin’s Creed”. Teve um trailer assim para o “III”, e na época do “II” chegaram a filmar até um curta-metragem, com meia hora de duração.

“Assassin’s Creed IV: Black Flag”, que será lançado no próximo dia 29 de outubro, também ganhou um trailer live action, destacando o cenário pirata que fará parte da trama do game. Criado pela Sid Lee, o filme tem produção da Stink.

As empresas envolvidas são diferentes, claro, mas pode servir de prévia para a estreia de “Assassin’s Creed” nos cinemas, marcada para 22 de maio de 2015. Scott Frank, roteirista de “Minority Report” e “Wolverine Imortal” está escrevendo a história, e o rumor é de que Michael Fassbender interpretará o papel de Desmond Miles.

Filmes baseados em jogos geralmente são um desastre, mas o potencial da Ubisoft é grande, levando em consideração os comerciais que produziram até agora. A 20th Century Fox comprou os direitos de distribuição, mas garante que o estúdio francês terá total controle criativo.

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Smurfalidade: O encontro de dois mundos

Raja Gosnell esperava na porta de entrada do estúdio da Sony Animation, em Culver City, aqui pertinho de Los Angeles, quando a reportagem do B9 foi convidada a visitar o “set de filmagens” de “Smurfs 2”.

E, nesse momento, você tem razão em perguntar: Raja quem? Raja Gosnell é o diretor da segunda aventura smurfética nos cinemas, mas, possivelmente, você curte o trabalho dele sem saber. Ele foi editor “Uma Babá Quase Perfeita”, “Esqueceram de Mim” e “Uma Linda Mulher”. Ele estava ali para defender, e promover, a nova cria, afinal, Raja dirigiu o primeiro filme e repetiu a dose agora.

O sujeito é experiente e fincou o pé na Sony ao criar uma franquia de sucesso surpreendente. Pouca gente acreditava que “Smurfs”, de fato, fosse vingar. O filme virou fenômeno e “Smurfs 2” é líder de bilheteria desde a estreia. Há algo especial ali, há algo diferente.

Minha missão naquele dia era descobrir qual a força de Raja Gosnell. Descobri rapidamente, quem esperava sentado à mesa era o produtor Jordan Kerner, uma máquina de fazer dinheiro especializada no mercado infantil e com alguns filmes adultos de renome, entre eles, “Tomates Verdes Fritos” e “Íntimo & Pessoal”.

Smurfs

“É muito fácil se perder nas possibilidades da animação e se desfazer de todas as referências do que é real.”

De cara, Kerner mandou o cartão de visitas. “Conseguimos filmar em locações que mais ninguém consegue na França, entre elas a Opera House de Paris”, disse o produtor. Isso já diz muito sobre os objetivos, afinal, quando se pensa em “Smurfs 2”, crianças e filme enlatado são algumas das ideias iniciais. Entretanto, pensando pelo aspecto da criatividade, tudo fez sentido, pois a mistura da mente de um diretor que cresceu como editor e um produtor de nicho só poderia gerar algo direcionado e efetivo.

Entretanto, tantos filmes já seguiram essa onda e poucos chegaram ao topo. As perguntas ainda eram inúmeras, mas, pouca a pouco, Kerner e Gosnell provaram funcionar perfeitamente como um time criativo e produtivo. Gosnell preocupado com o resultado final; Kerner disposto a tudo para garantir que o filme fosse o melhor, tecnologicamente possível. Para tanto, ele precisou alugar alguns cacarecos especializados e um deles foi a câmera Spheron.

Basicamente, ela rastreia a área de filmagem, checa todas as fontes de luz, níveis de contraste e efeito da iluminação na cena para garantir que, quando os Smurfs sejam inseridos, não aja discrepância. “Misturar live action com animação 3D dá uma certeza ao projeto: planejamento é tudo”, diz Raja Gosnell.

Diferente da Pixar, que reinventou o engine de animação a cada novo “Toy Story”, a Sony reaproveitou muito do filme anterior

“Gastamos muito tempo no estudo de desenvolvimento da versão 3D, assim como nas decisões que permitiriam aos atores experimentarem dentro dos limites permitidos pela tecnologia. Nosso maior inimigo era trabalhar a perspectiva e a colocação adequada dos personagens”. Quem aí se lembra da Rainha Amidala olhando para a barriga de Boss Ness no final de “Episódio I”?

O resultado visual é inegável. A integração atingida entre os Smurfs e o cenário real é convincente, portanto, o espectador pode ficar ligado apenas na história, em vez de procurar falhas ou pontos de escape visuais.

De acordo com Gosnell, “dirigir um filme cheio de personagens imaginários (representados por bolas de tênis ou miniaturas de pano) é como dirigir dois filmes: um com atores reais, outro com os simulados. O trabalho de fotografia é redobrado e muitas das cenas precisam ser filmadas com precisão computadorizada para garantir a sincronia”, comenta o diretor, que usa a experiência como editor para imaginar as cenas já cortadas para a versão final.

Smurfs

“Reescrever e reorganizar a animação foram duas das tarefas mais presentes nas primeiras fases do projeto, eu simplesmente não poderia iniciar as filmagens sem ter a certeza. Precisava ser absolutamente claro para os atores fazerem o trabalho deles”.

Para evitar deslizes, além dos cacarecos, “Smurfs 2” preferiu criar duas versões do gato Cruel. Uma delas é animada em 3D e aparece em momentos específicos, enquanto o gato de verdade é usado na maioria das corridas, close ups e cenas mais “naturais”. “É muito fácil se perder nas possibilidades da animação e se desfazer de todas as referências do que é real. Aí o filme fica totalmente artificial. Não queríamos isso, o objetivo era ter algo baseado na realidade. Por isso a mistura”, comenta Kerner. “O pensamento inicial é comparar o investimento na versão animada contra o custo de treinamento do gato de verdade. Se posso usar as duas coisas, por que não?”.

Smurfs

O pensamento em custo é constante e, de acordo com Kerner, mesmo com os exageros financeiros em Paris, “Smurfs 2 custou menos do que o primeiro filme”. Algumas coisas são relevantes aqui. Diferente da Pixar, que reinventou o engine de animação a cada novo filme da série “Toy Story”, muito do que foi utilizado em Smurfs foi apenas aperfeiçoado para a segunda parte. “Estávamos felizes com o visual, não havia necessidade de grandes reinvenções. Queríamos aumentar o nível de realismo e melhorar a ambientação”, comenta Gosnell.

Falando em ambientação, a equipe da Sony resolveu garantir que a mensagem fosse transmitida e, literalmente, me colocaram no mundo dos Smurfs. Visitei um dos estúdios de dublagem e, sem ensaio nem nada, fui desafiado a redublar o trailer de “Smurfs 2”. Pagar mico faz parte do show! Assista por sua conta e risco!

“Smurfs 2” é a segunda parte de uma trilogia, que será concluída pela dupla Kerner & Gosnell. Para felicidade financeira, e criativa dos herdeiros de Peyo – que foram “duros, mas justos; e nos deixaram trabalhar em paz, depois que viram as primeiras provas”, de acordo com Kerner –, os filhotes de Papai Smurf reinventaram-se com efetividade, já estão no imaginário das crianças e lá devem permanecer por algumas gerações.

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Fábio M. Barreto é jornalista, roteirista, autor da distopia nacional “Filhos do Fim do Mundo” e tem uma esposa, e uma filha, apaixonada por Smurfs!

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Campanha viral de “X-Men: Days of Future Past” explora conteúdo sobre a Trask Industries

As corporações fictícias do entretenimento já foram, muita vezes, protagonistas de extensas campanhas virais para o lançamento de filmes. Assim aconteceu com “Prometheus”, “Jogos Vorazes”, “Robocop”, “Elysium”, “Distrito 9″, “Super 8″, “Homem de Ferro”, só para citar alguns exemplos.

Agora é a vez de “X-Men: Days of Future Past”, com 20th Century Fox revelando um site completo e vídeo da Trask Industries. A empresa armamentícia, que desempenha papel fundamental na clássica HQ e assim também será no filme, é a responsável por desenvolver as Sentinelas, um exército de robôs com a missão de destruir os mutantes.

O filme dirigido por Bryan Singer, que retoma as rédeas da série, tem estreia marcada para 23 de maio de 2014. Ou seja, ainda muito tempo para a campanha explorar conteúdo sobre a Trask Industries e seu fundador, Bolivar “Tyrion” Trask.

X-Men
X-Men

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Braincast 74 – O colapso de Hollywood

A discussão sobre a obsessão por franquias, sequências e remakes não é nova em Hollywood, mas o tema ganhou novo destaque por duas vozes que recentemente se juntaram ao coro: Steven Spielberg e George Lucas.

Em evento na Universidade do Sul da California, ambos criticaram o atual esquema de produção de blockbusters multi-milionários, com investimentos massivos em marketing, e que pasteurizam a criatividade na intenção de atrair um público mais amplo possível em todo o mundo.

No Braincast 74, conversamos sobre o que Spielberg chamou de “implosão de Hollywood”, já que muitos desses filmes não estão atraindo a audiência imaginada pelos estúdios. Carlos Merigo, Saulo Mileti, Guga Mafra e Cris Dias falam das atuais franquias do cinema, os pontos em comum desses filmes criados em salas de reunião, a ditadura do pré-teste, e como isso prejudica a descoberta de novos talentos.

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“World War Z”: A Guerra de Todos Nós

Pensar no fim é algo transformador, por isso, talvez, Gene Roddenberry não tenha acertado ao descrever a fronteira final, afinal, mesmo desbravando o espaço, continuaremos reféns da inevitável data de expiração de todo ser humano. A ficção científica, o cinema e a literatura adoram esse assunto por uma questão muito simples: ele redefine questões morais, mostra o cerne de cada indivíduo e testa limites como nenhum outro. É nisso que “Guerra Mundial Z” e Brad Pitt apostam ao jogar um sujeito no rodamoinho catastrófico de um levante zumbi. Há correria, há insegurança, mas, acima de tudo, há um homem colocado entre a perda da família e a única esperança do mundo todo.

Lembrar do trabalho de Vincent Price em “Mortos Que Matam”, Charlton Heston em “A Última Esperança da Terra” e Will Smith em “Eu Sou A Lenda”, a trilogia de adaptações da obra do recentemente falecido Richard Matheson, é de bom tom ao ponderar sobre o fim dos tempos e os últimos resquícios da Humanidade. Por isso a obra foi, justamente, adaptada três vezes. Há algo especial ali. Há algo assustador. Um homem só perante um mundo no qual ele é a ameaça, ele é o agressor, no qual ser humano significa ter os dias contados.

O personagem de Brad Pitt em “Guerra Mundial Z” não foge disso. Ou ele encontra uma salvação, ou todos morrem. Sua família morre. Não há opção e é disso que adaptação do livro de Max Brooks trata. Distante da estrutura em forma de depoimentos póstumos de sobreviventes da tragédia presente no romance, o filme dirigido por Marc Foster aposta no encadeamento direto de ações e a escalada da seriedade da situação, tudo acontecendo ao redor do personagem, claro, até o sacrifício final.

O diretor Marc Foster e Brad Pitt

O diretor Marc Foster e Brad Pitt

WWZ

Mas quais as razões desse fascínio com o fim mesmo depois da passagem do Fim do Calendário Maia? E por que da fixação por zumbis ou criaturas oriundas de erros da própria Humanidade? Arrisco uma sugestão: queremos sobreviver à maior de todas as provações; queremos dizer a nós mesmos que, mesmo quando há mais esperança, algo de bom pode acontecer. É uma questão que mistura auto-estima com uma resposta à cada vez mais ínfima contribuição de cada um à sociedade. O mundo ficou maior, portanto, nossos atos são mensurados em maior escala, incluindo diversos países e povos. Aqui cabe uma analogia de “Peixe Grande”: podemos ser peixes gigantescos em nossos lagos locais, mas perdemos a relevância quando, pela primeira vez, mergulhamos no oceano.

Para responder à segunda pergunta, lembro de algo dito por James Cameron a este repórter, quando conversamos sobre a tendência mais terráquea a da última onda da ficção científica. Cameron falou sobre, depois de anos de exploração de ideias alienígenas e distantes da realidade, podemos ter resolvido voltar a olhar para nós mesmos, nossos limites internos (como os sonhos de “A Origem”) ou a enfrentar medos com invasões à Terra (“O Dia Em Que a Terra Parou” e “Battle LA”, por exemplo).

Se ele está certo e cansamos de olhar para fora, o inimigo está aqui dentro. Em tudo que fazemos e no que almejamos para, quem sabe um dia, vencer a última barreira. Logo, mutações criadas em laboratório, doenças descontroladas ou experimentos falhos letais são as bolas da vez. O roteiro de “Eu Sou a Lenda” foi sutil ao atrelar uma eventual cura do cancer com a mutação que assolou o planeta. Entretanto, as razões não devem ser tratadas como o ponto-chave dessa discussão, afinal, elas são as mais arbitrárias possíveis especialmente por se tratar de extrapolação. Esses personagens funcionam pela junção “medo dos erros dos humanos + necessidade de sobreviver”.

Zumbis digitais

Zumbis digitais

E é dessa forma que grandes histórias apocalípticas são montadas. Sobreviver, normalmente, é o objetivo e todo o resto gira em torno dessa possibilidade, causando empatia, desespero e a torcida pelo protagonista. Brad Pitt já é carismático ao extremo, então, a coisa mais fácil do mundo é acreditar que ele vai salvar todo mundo! O trabalho do roteiro – que foi pontuado por problemas, diversos roteiristas envolvidos e re-redações de emergência – foi colocar essa norma em cheque enquanto ele monta um quebra-cabeças impossível em um mundo em colapso.

Distante da estrutura com depoimentos póstumos de sobreviventes presente no livro, o filme aposta no encadeamento direto de ações e na escalada da situação

O resultado é uma boa mistura entre tensão, catástrofe, política e, acima de tudo, família. Teoricamente, é fácil se envolver; é fácil esperar por uma salvação incerta; e é mais fácil ainda nunca mais entrar num avião do mesmo jeito depois de ver uma das cenas mais malucas do filme. Colocaria os zumbis de “Guerra Mundial Z” no mesmo patamar que as criaturas alucinadas de “Eu Sou a Lenda”, mas com um agravante: eles se movem como um vírus, espalhando-se velozmente, criando novos zumbis (cujo tempo de conversão é mostrado brilhantemente logo no início do filme); e envolvendo tudo em seu caminho. Imagine um homem tentando lutar contra as ondas. O resultado é o mesmo. Esse elemento, inclusive, ajuda muito na narrativa da história, já que o comportamento da turba infectada é outra dica sobre o que, de fato, está acontecendo.

É interessante escrever sobre esse filme, pois, com certeza, tive os mesmos questionamentos que Max Brooks teve enquanto escrevia “Filhos do Fim do Mundo”, por conta das semelhanças estruturais e do personagem principal. As discussões são outras, o livro de Brooks não tem nada a ver com o meu e o cenário também é bem diferente, mas o processo criativo parece ter passado pelos mesmos percalços e perguntas para se criar um mundo em colapso. Também interessante é a semelhança da linguagem visual e o dinamismo moderno. Esse foi um dos grandes diferenciais de “Filhos”, afinal, apostar numa linguagem direta e praticamente jornalística foi garantia de choque literário em muitos leitores. Provocar é necessário.

WWZ

E Marc Foster faz isso, ao concentrar seus esforços no protagonista, mostrando o aspecto global aos poucos, conforme ele se movimenta, e sem usar muitas muletas. A comunicação moderna é mais pessoal, nos acostumamos a consumir informações por pontos de vista e a neutralidade (sempre utópica) do jornalismo desapareceu, então, acompanhar tudo dessa maneira faz sentido e tem uma vantagem: gera mais perguntas, mantendo o público curioso.

Considerando tantos problemas de produção, WWZ é efetivo, mas cria arcos emocionais de forma preguiçosa

Há muitos pontos positivos. Bons efeitos especiais. Ótima atuação de Pitt. O uso de atores fortes (Matthew Fox, David Morse e James Badge Dale) em papéis coadjuvantes bem simples. E uma história efetiva. Porém, houve desleixo em alguns momentos e um deles pode colocar tudo em cheque – provavelmente por um erro de edição – em uma cena no terceiro ato. Considerando tantos problemas de produção, o filme é efetivo, mas criar arcos emocionais de forma preguiçosa é um problema grave. Fica difícil falar sem dar spoilers, mas imagine prometer que algo vai acontecer só para aumentar a tensão e, do nada, a ameaça ser sumariamente descartada e ignorada. Deus Ex Machina em ação!

As perguntas sobre nossos limites sempre vão continuar. As redes sociais mostram que o maior desafio humano atual é sobreviver à exposicão exagerada da timeline alheia; e, pelo jeito, estamos perdendo a briga. Então, imaginar situações realmente extremas, definitivas e capazes de afetar a vida de todos aqueles que amamos ainda vão pontuar centenas de roteiros, livros e histórias. Afinal, Ser Humano é a fronteira final.

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Fábio M. Barreto é roteirista e escritor da distopia “Filhos do Fim do Mundo”, que foi publicada antes do filme estrear! 😀

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“The Fifth Estate”, primeiro trailer do filme sobre a WikiLeaks

A Dreamworks revelou o primeiro trailer de “The Fifth Estate”, filme que vai contar do WikiLeaks, com Benedict Cumberbatch no papel de Julian Assange.

Cercado de polêmica desde o início da produção, a obra tem estreia marcada para 18 de outubro nos EUA. O próprio Assange já declarou que o filme é apenas uma “peça de propaganda”, e mais cedo o perfil oficial do WikiLeaks no Twitter alertou: “Não seja enganado”

Em entrevista ao Vulture, o diretor Bill Condon afirmou que “The Fifth Estate” de forma alguma é um filme anti-WikiLeaks, e que pretende fazer mais perguntas do que dar respostas.

O roteiro é baseado em dois livros igualmente controversos, também rechaçados pro Julian Assange.“Inside WikiLeaks: My Time with Julian Assange and the World’s Most Dangerous Website” foi escrito por Daniel Domscheit-Berg, ex-parceiro de Assange na criação do site. E “WikiLeaks: Inside Julian Assange’s War on Secrecy” dos jornalistas do Guardian David Leigh e Luke Harding. É bom ir assistir já de sobreaviso.

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Man of Steel: O Homem da Matrix

A América existe e persiste por causa de seus heróis. Lincoln, os responsáveis pela independência, os milhares de soldados perdidos em tantas guerras, o sujeito capaz de se sacrificar pelo ideal primordial do país: a liberdade. Ser herói é algo simples e de fácil alcance; não é preciso se tornar um empresário de sucesso ou inventar algo complicado, basta uma ação e pronto.

Um remake piorado de uma trilogia que redefiniu os conceitos do cinema de ficção científica

A América adora seus heróis; tanto que lhes deu superpoderes. E os transformou em ideias capazes de eternizar esses valores. Nenhum deles faz isso melhor que o Super-Homem. Especialmente em momentos de dúvida e reafirmação é ele quem sai em defesa de um povo dividido e uma indústria em busca da reinvenção. Assim surge “O Homem de Aço”, sem cueca por cima da calça, mas com a maior responsabilidade da longa trajetória cinematográfica.

Zack Snyder deve ter respondido a essa pergunta milhares de vezes e, a exemplo do que disse sobre os paralelismos políticos de “300”, deve ter dito se tratar apenas de um filme de superherói. Mas o Super-Homem nunca foi tão político como em “O Homem de Aço”; político, não partidário.

O roteiro de David S. Goyer bate constantemente em duas teclas: questionamento da função do indivíduo na sociedade e no mundo, e o que define a América moderna. Até por questões de nome, e de carga patriótica, o Capitão América deveria ser convocado numa hora dessas, entretanto, Steve Rogers é suspeito. Ele veste a camisa por ser parte da identidade norte-americana, ele não sabe ser outra coisa, é fruto de séculos de doutrinação. Ele não pode ser outra coisa.

Henry Cavill e Zack Snyder no set

Henry Cavill e Zack Snyder no set

Man of Steel

Clark Kent pode. Clark Kent pode subjulgar o mundo todo e não o faz justamente por optar pelo pacote oferecido pelos Estados Unidos (inicialmente), se mostra um ser superior e faz de tudo – inclusive dar a vida – para defender esses ideais. Ele promove um tipo de ligação direta com os fundadores da nação, um imigrante em busca de uma segunda chance. Para ele, tudo isso vale a pena, nós valemos a pena, acreditar no conceito da democracia e etc é algo digno. Tanto é que, recentemente, ele causou polêmica ao se colocar contra os norte-americanos numa disputa humanitária (mostrando a evolução histórica do personagem). Bem, isso é como nós, estrangeiros, vemos. Para os norte-americanos, a coisa é diferente.

É aí que o questionamento do filme entra. O que fazer perante esse novo mundo com o iminente fim das guerras atuais dos Estados Unidos? Onde estão os inimigos? O governo assumiu ter sistemas de vigilância nacionais, o que fazer? Tudo isso foi assimilado. Mas, claro, ninguém espera a solução dos problemas sociais e partidários dos norte-americanos por conta de um blockbuster. Entretanto nada impede que os reflexos sejam sentidos, externados e, de certo modo, solucionados.

Todo mundo sabe como o Super-Homem vai reagir a tudo, mas os vilões sempre causam transtornos e testam os limites. A bola da vez é o General Zod (assim como em “Star Trek”, reaproveitado dos filmes clássicos, porém, de forma mais criativa). Mas também levanta a pergunta: quantas vezes veremos as mesmas histórias, com os mesmos vilões, sendo recontadas? No próximo filme, claro, será a vez de Lex Luthor!

Christopher Nolan e Zack Snyder

Christopher Nolan e Zack Snyder

Man of Steel

Zod é o velho sistema. Representa a queda de um povo, suas falhas e presunções. Ele é uma doença cujo objetivo é se espalhar e replicar os mesmos erros de uma civilização punida com a extinção. Em “O Homem de Aço” vemos a melhor retratação de Krypton já feita. Ponto.

O pouco visto na introdução do longa é suficiente para maravilhar e justificar o argumento, amplificado por armaduras fantásticas, combates ferozes e uma atuação marcante de Russell Crowe, que rivaliza o de Marlon Brando como Jor El. Krypton vale a pena, aliás, recomendo o romance “Os Últimos Dias de Krypton”, de Kevin J. Anderson, que entrevistaremos em breve! E também cria o maior problema estrutural e conceitual do filme.

Se Zod é a perpetuação do sistema, ou pior, a criação de uma versão mais radical e igualmente terrível do que destruiu Krypton (uma sociedade na qual todos os indivíduos são criados com funções sociais e profissionais pré-definidas no código genético), Zod tem apenas uma nota. Essa missão a cumprir. Ele é obstinado, ele quer transformar tudo ao redor em algo agradável a ele mesmo, cópias de sua visão, para acabar com o exílio ao qual foi condenado. Ele quer refazer tudo por acreditar ser capaz de ter mais discernimento que os antecessores, ele precisa cumprir seu propósito, ele precisa escapar da Matriz e, para isso, precisa destruir Neo. Oops.

Em “O Homem de Aço” vemos a melhor retratação de Krypton já feita. Ponto.

Já vimos essa história antes e a sensação de replay de “Matrix Revolutions” é gigantesca, tanto pelo argumento quanto pelo infindável combate aéreo entre Super-Homem e Zod. É destruição gratuita, sem a menor razão narrativa. Levanto uma questão: qual o ponto em se ter dois super-seres se esmurrando, destruindo prédios por quase dez minutos, se, todo mundo sabe, nada vai acontecer por se tratarem de forças iguais? Talvez o objetivo seja subjulgar o oponente.

Não importa, corte tudo isso e não faz falta. Claro, mas é isso que o público do blockbuster procura. A ação, a grande batalha, os efeitos especiais maravilhosos (nesse aspecto, Matrix parece brincadeira de criança). A única razão plausível para isso é descuido, puro e simples. Para completar, Morpheus e Locke estão no elenco!

Man of Steel

Mas tudo isso para um remake piorado (por não trazer novidades) de uma trilogia que redefiniu os conceitos do cinema de ficção científica. Alias, “O Homem de Aço” tem tantas semelhanças assim justamente por se tratar de um filme de ficção científica, não um filme de super-heróis.

O maior fiasco é o roteiro em si, com situações, por falta de argumento melhor, bobas

Uma decisão interessante perante todo o pano de fundo da história de Clark Kent e seus paralelos com a política atual. Como toda grande ficção científica, ele usa a roupagem fantástica para expor aspectos reais. Isso sem contar referências diretas a “O Enigma de Outro Mundo”, “John Carter” e ao primeiro filme do Super-Homem.

Encontrar os limites é outro conceito. O ótimo Jonathan Kent de Kevin Costner faz isso por Clark, ao construir-lhe caráter e fazer de tudo para justificar seus próprios atos. Todos os personagens são testados, muitos falham. O maior fiasco foi o roteiro em si, com situações, por falta de argumento melhor, bobas; uma ou duas piadas boas queimadas no trailer e a constatação de que os kriptonianos são as pessoas inteligentes mais burras da galáxia. Qual o melhor jeito de punir o pior criminoso do planeta? Colocá-lo numa prisão que vai salvá-lo da tragédia planetária, claro!

“O Homem de Aço” traz nova roupagem visual, encontra um bom rosto em Henry Cavill e cria uma nova dinâmica para novos filmes por conta do segredo sobre a identidade de Clark Kent. É um bom blockbuster, mas não passa disso. Zack Snyder, e seu guru no projeto, Christopher Nolan, pedem que acreditamos no homem capaz de voar. Mas o fazem sem respeitar as regras do jogo.

“Superman – O Filme” continua ocupando o cargo de maior aventura do Super-Homem nos cinemas

Ficção científica precisa ser inovadora, exige arrojo e provocação. Nolan já decepcionou absurdamente a reciclar as próprias ideias no cada vez pior “O Cavaleiro das Trevas Ressurge” (nada mais que um remake preguiçoso do ótimo “O Cavaleiro das Trevas”) e escorregou novamente. Um dos melhores avanços da obra é a identidade do vôo do personagem. Tantas perguntas, tanto potencial e, em termos narrativos, tanta repetição.

Esse é o legado de “O Homem de Aço”, que segue o padrão Batman do Nolan para se estabelecer por conta própria, sem arriscar na construção de universo mais amplo como faz a Marvel. O sucesso de bilheteria é incontestável por conta da mistura da força do personagem com seus lados positivos. Entretanto é inevitável pensar nele sem aquela amarga sensação de que poderia ter sido tão melhor, tão inesquecível. “Superman – O Filme” continua ocupando o cargo de maior aventura do Super-Homem nos cinemas. Ajoelhem-se perante Richard Donner!

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Fábio M. Barreto é jornalista, autor da distopia “Filhos do Fim do Mundo” e quer morar em Krypton!

Participe da Book Tour de “Filhos do Fim do Mundo”, com tardes de autógrafos que passarão por São Paulo, Campinas, Santo André, Fortaleza e Rio de Janeiro.

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“Guerra Mundial Z” e a Pepsi

O entretenimento está cheio de product placement, seja no cinema, televisão, games e até mesmo música. Convivemos com isso há tanto tempo, que se tornou uma prática não apenas tolerável, mas natural. As marcas, muitas vezes, colaboram com o senso de realidade e inserem o cotidiano do espectador dentro do filme.

Claro, estou falando de product placement bem feito, o que infelizmente não é a regra. Não existe um padrão para a inclusão de marcas em uma história. Pode ser uma simples aparição ou menção subjetiva pelos personagens, ou o sonho dourado dos anunciantes: ver seu produto fazendo parte do contexto da trama. Não é novidade que muitos roteiros são escritos e adaptados pensando em contratos de publicidade, incluindo até aprovação do cliente. Se os grandes blockbusters já são criatividade encomendada, incluir propaganda é o menor dos problemas. Porém, tudo isso custa mais caro, obviamente.

Ford, Apple, Coca-Cola, Chevrolet e Mercedes-Benz, na ordem, são as cinco empresas que mais investem no formato, mas vamos pensar em números: Em 2012, os 34 filmes que atingiram o primeiro lugar nas bilheterias americanas somam 397 marcas ou produtos identificáveis. Uma média de 11,7 product placements por título.

Filmes de fantasia ou de época, como “O Hobbit”, por exemplo, não podem contar com isso, mas são compensados por comédias e thrillers de ação. A comédia “Ted”, de Seth McFarlane, mostrou nada menos do que 38 marcas. É até pouco comparado aos 71 produtos que fizeram ponta em “Transformers: O Lado Oculto da Lua” em 2011.

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397 marcas apareceram nos filmes líderes de bilheteria em 2012

Com tanta propaganda, não é difícil imaginar o imenso e arriscado território de “vai dar merda” que se cria na tentativa de encaixar as marcas e produtos dentro de uma narrativa. Algumas vezes funciona, muitas outras não. E é aqui que eu chego no filme que estreou nesse fim de semana no Brasil, “Guerra Mundial Z”, novo concorrente do product placement mais sem noção da história do cinema.

É um bom filme, com um eficiente Brad Pitt, que apesar de não trazer nenhuma novidade para o genêro zumbi, é capaz de gerar tensão e entreter sem insultar nossa inteligência. Vai tudo muito bem, até que aparece a Pepsi.

É o clímax do filme – que eu não vou detalhar aqui para não dar nenhum spoiler – o momento de epifania depois de quase duas horas de sofrimento e fim do mundo iminente, mas algum infeliz decidiu que essa seria a hora ideal para o protagonista parar e tomar uma Pepsi. Só faltou o Brad Pitt olhar para a camera e fazer “Ahhhhhh…”. Pegue a cena igualmente patética de “Thomas Crown – A Arte do Crime” abaixo, e coloque o Senhor Angelina mais zumbis na cena. É isso. Os olhares encabulados são dos espectadores.

Eu não diria que isso coloca “Guerra Mundial Z” a perder, mas não é exagero afirmar que, em poucos segundos, o refrigerante exerce um papel extremamente nocivo na tela. Alguns podem argumentar que contextualmente a inserção faz até sentido, mas para mim isso é quebrar a quarta parede da pior maneira possível e atirar o espectador para fora da trama.

No começo desse texto eu falei em naturalidade, e é tudo o que a Pepsi, o diretor Marc Foster e a Paramount Pictures não fizeram com o briefing na mão. A cena é tão incluída a fórceps no filme, que o público no cinema ri, o que na minha opinião só pode ser por constrangimento.

Estúdio e marcas celebram contratos milionários, e isso é bom para a indústria e para os consumidores, mas a eficácia só vem com sutileza. Fora isso, só se você estiver em “Wayne’s World”.

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