“Guerra Mundial Z” e a Pepsi

O entretenimento está cheio de product placement, seja no cinema, televisão, games e até mesmo música. Convivemos com isso há tanto tempo, que se tornou uma prática não apenas tolerável, mas natural. As marcas, muitas vezes, colaboram com o senso de realidade e inserem o cotidiano do espectador dentro do filme.

Claro, estou falando de product placement bem feito, o que infelizmente não é a regra. Não existe um padrão para a inclusão de marcas em uma história. Pode ser uma simples aparição ou menção subjetiva pelos personagens, ou o sonho dourado dos anunciantes: ver seu produto fazendo parte do contexto da trama. Não é novidade que muitos roteiros são escritos e adaptados pensando em contratos de publicidade, incluindo até aprovação do cliente. Se os grandes blockbusters já são criatividade encomendada, incluir propaganda é o menor dos problemas. Porém, tudo isso custa mais caro, obviamente.

Ford, Apple, Coca-Cola, Chevrolet e Mercedes-Benz, na ordem, são as cinco empresas que mais investem no formato, mas vamos pensar em números: Em 2012, os 34 filmes que atingiram o primeiro lugar nas bilheterias americanas somam 397 marcas ou produtos identificáveis. Uma média de 11,7 product placements por título.

Filmes de fantasia ou de época, como “O Hobbit”, por exemplo, não podem contar com isso, mas são compensados por comédias e thrillers de ação. A comédia “Ted”, de Seth McFarlane, mostrou nada menos do que 38 marcas. É até pouco comparado aos 71 produtos que fizeram ponta em “Transformers: O Lado Oculto da Lua” em 2011.

wwz2

397 marcas apareceram nos filmes líderes de bilheteria em 2012

Com tanta propaganda, não é difícil imaginar o imenso e arriscado território de “vai dar merda” que se cria na tentativa de encaixar as marcas e produtos dentro de uma narrativa. Algumas vezes funciona, muitas outras não. E é aqui que eu chego no filme que estreou nesse fim de semana no Brasil, “Guerra Mundial Z”, novo concorrente do product placement mais sem noção da história do cinema.

É um bom filme, com um eficiente Brad Pitt, que apesar de não trazer nenhuma novidade para o genêro zumbi, é capaz de gerar tensão e entreter sem insultar nossa inteligência. Vai tudo muito bem, até que aparece a Pepsi.

É o clímax do filme – que eu não vou detalhar aqui para não dar nenhum spoiler – o momento de epifania depois de quase duas horas de sofrimento e fim do mundo iminente, mas algum infeliz decidiu que essa seria a hora ideal para o protagonista parar e tomar uma Pepsi. Só faltou o Brad Pitt olhar para a camera e fazer “Ahhhhhh…”. Pegue a cena igualmente patética de “Thomas Crown – A Arte do Crime” abaixo, e coloque o Senhor Angelina mais zumbis na cena. É isso. Os olhares encabulados são dos espectadores.

Eu não diria que isso coloca “Guerra Mundial Z” a perder, mas não é exagero afirmar que, em poucos segundos, o refrigerante exerce um papel extremamente nocivo na tela. Alguns podem argumentar que contextualmente a inserção faz até sentido, mas para mim isso é quebrar a quarta parede da pior maneira possível e atirar o espectador para fora da trama.

No começo desse texto eu falei em naturalidade, e é tudo o que a Pepsi, o diretor Marc Foster e a Paramount Pictures não fizeram com o briefing na mão. A cena é tão incluída a fórceps no filme, que o público no cinema ri, o que na minha opinião só pode ser por constrangimento.

Estúdio e marcas celebram contratos milionários, e isso é bom para a indústria e para os consumidores, mas a eficácia só vem com sutileza. Fora isso, só se você estiver em “Wayne’s World”.

Brainstorm9Post originalmente publicado no Brainstorm #9
Twitter | Facebook | Contato | Anuncie

Com o nome no Serasa, Al Pacino faz até product placement em filme do Adam Sandler

Que o Adam Sandler faz filmes embaraçosos você já sabe. Que ele é o rei de fazer product placement em suas bobagens você também sabe.

O que não dá pra entender é o Al Pacino aceitar participar disso, e da maneira mais vergonhosa possível.

O ator – que um dia foi Michael Corleone – atuou na última “obra” de Sandler: “Jack & Jill”, que no Brasil ganhou o belo título de “Cada Um Tem a Gêmea Que Merece”. No Rotten Tomatoes o filme tem a incrível cotação de 3%, mas, mais uma vez, esse não é o caso.

O caso é que o senhor Pacino faz dentro do filme um triste product placement do tamanho do mundo para promover uma bebida do Dunkin’ Donuts, o Dunkaccino.

Eu reclamava de sempre vê-lo em filmes ruins nos últimos anos, mas isso é o de menos depois de assistir o vídeo abaixo. É a prova definitiva de que Al Pacino deve mesmo estar com o nome no Serasa.

Brainstorm9Post originalmente publicado no Brainstorm #9
Twitter | Facebook | Contato | Anuncie


Advertisement


Lady Gaga e as marcas no clipe “Telephone”

Lady Gaga Telephone

Lady Gaga não quer estampar a sua cara em produtos ou fazer campanhas, mas ainda assim o seu envolvimento com marcas só cresce. De diretora criativa da Polaroid, passando pela Virgin Mobile como patrocinadora, e tendo sua própria marca de fones de ouvido.

Tudo isso em apenas 18 meses, tendo sido a artista mais ouvida no ano passado, segundo o Last.fm, 2.8 milhões de seguidores no Twitter e 5.2 milhões de fãs no Facebook.

O bizarro mundo de Lady Gaga está todo reunido em seu novo clipe, “Telephone”, com a participação de Beyoncé. Mas nem cenas NSFW, prisioneiras vestidas de couro e vômito é capaz de afastar o desfile de product placement que é o vídeo de quase 10 minutos, dirigido pelo escocês Jonas Åkerlund.

Virgin Mobile, HP, Diet Coke, Plenty of Fish.com, Virgin Mobile, Coors Light, Wonder Bread, Miracle Whip, Virgin Mobile, Polaroid, Virgin Mobile e Virgin Mobile, mais uma vez. Estão todas lá, algumas menos perceptíveis que outras. O que não é o caso da Virgin Mobile. Ah, é claro, o novo do clipe é “Telephone”. Já falei que a Virgin Mobile aparece nele?

E tem a referência ao Tarantino também, com a Pussy Wagon de “Kill Bill”, mas isso deve ter saído de graça.

Brainstorm #9Post originalmente publicado no Brainstorm #9
Twitter | Contato | Anuncie


Tablet da Apple nas mãos de Jack Bauer

Apple Tablet iTablet iSlat

O mundo espera que a Apple apresente sua Tablet nessa quarta-feira, em um evento que promete implodir a internet. Prepare-se para vários serviços e sites baleiando.

O treco ainda nem foi lançado, e a Fox já está em conversas com Steve Jobs e cia. para colocar o gadget nas mãos do homem mais poderoso do planeta conhecido pela humanidade até hoje: Jack Bauer.

Rodney Charters, que é diretor de fotografia de “24 Horas”, revelou em seu Twitter que a Tablet da Apple pode aparecer lá pelo episódio 22 da atual temporada, a oitava.

Sendo assim, Jack Bauer seria a primeira pessoa a ter a Tablet da Apple em mãos. O episódio 22 irá ao ar em maio, mas as filmagens acontecem muito antes.

Vale lembrar, que a Apple faz product placements em “24 Horas” desde a primeira temporada, com direito a lenda de que os mocinhos usam Mac’s, e os terroristas PC’s. Mas não importa que equipamento eles usem, no final das contas, todos morrem.

Brainstorm #9Post originalmente publicado no Brainstorm #9
Twitter | Contato | Anuncie