Tenho falado muito sobre empresas que aproveitam a colaboração de parceiros, consumidores e até pessoas comuns para, junto com seus departamentos de pesquisa, inovar em seus produtos ou negócios. Em boa parte desses casos, a internet é o canal de transmissão dessas sugestões, como acontece com a P&G, Starbucks e a Campbell’s.
Até então, a democracia do open innovation parece ser sempre um ‘mar de rosas’. Mas como comentou o blog Sillicon Alley Insider, a Kraft Foods cometeu um grave deslize, mesmo acostumada e reconhecida por seu relacionamento primoroso com os consumidores exigentes.
Sua subsidiária australiana criou um concurso no qual uma nova linha da Vegemite, marca de uma pasta salgada, famosa por ser um dos alimentos mais populares e tradicionais da Austrália, vinha com um rótulo e a frase “Name Me”, incentivando os consumidores sugerir nomes. O resultado foi um completo desastre e o nome vencedor foi iSnack 2.0: uma relação com a era da ‘internet social’, das ferramentas 2.0, mas de pouco apelo com uma espécie de ”requeijão”.
Deu no que tinha que dar! Foram tantas críticas e reclamações, que a Kraft teve que voltar atrás e cancelar este nome nada pertinente.
Há poucos dias, a Vegemite abriu espaço novamente em seu site para os consumidores enviarem novas dicas de nomes, sendo que um deles foi decidido esta semana, aqui.
A repercussão de toda essa reviravolta foi parar até na CNN. Aliás, estou escrevendo este post inspirado pela matéria que eu acabei de ver na emissora. Quer saber? Foi até bom isso ter acontecido para “segurar a rédea” de algumas empresas que, no início de uma campanha, evento ou ação, jogam todas as cartas nas mãos do consumidor, e esquecem que, no final, são eles também que, de forma massiva, vão avaliar e aprovar ou não aquilo que foi criado. Fica a dica!
