Vivendo no exterior – Parte 2

Há algumas semanas atrás gravamos o Braincast #88 – Vivendo no Exterior, onde falamos sobre os desafios de viver e trabalhar fora do Brasil.

Quando estamos lá no estúdio gravando, tudo passa muito rápido e o tempo do programa jamais será necessário pra esgotar um assunto. Então muitas dúvidas surgiram, diversas pessoas me procuraram pedindo dicas e respostas não respondidas no Braincast. Por isso resolvi escrever esse artigo como uma continuação do que falamos no programa, abordando alguns assuntos que eu queria ter falado mas esqueci, e algumas respostas às perguntas que recebi.

Gostaria de deixar claro que não sou uma “Central de Atendimento ao Consumidor” e não poderei responder tudo o que me perguntarem, por isso estou fazendo esse post justamente pra ajudar o máximo de pessoas em uma tacada só. A internet está aí cheia de blogs e mais dicas pra quem quiser se aprofundar mais no assunto depois 🙂

Aqui vão 10 assuntos que podem ser bastante úteis para você que quer morar e trabalhar “na gringa”:

01. Dupla Nacionalidade
02. Visto
03. Mudar com Acompanhante / Visto
04. Se prepare financeiramente
05. Como procurar trabalho
06. Redator trabalhando em outra língua
07. Designer X Diretor de Arte
08. Férias e Feriados
09. Evite exageros ao tentar “mostrar serviço”
10. Não seja um “fora da lei”
 

01. Dupla Nacionalidade

Se você jamais sonhou em morar fora mas tem a oportunidade de tirar dupla cidadania (seja ela européia, americana ou qualquer outra), corra atrás disso já! Um dia você pode precisar, e talvez seja tarde demais. No meu caso, eu poderia obter a cidadania espanhola até completar 18 anos (quando eu nunca tinha imaginado que sairia do Brasil). Mas só descobri isso aos 23 anos, tarde demais.

Um simples exemplo de como a dupla cidadania pode ajudar mesmo na vida de quem nunca imaginou morar fora: um visto de turismo pra visitar a Austrália custa +/- uns 400 reais para um brasileiro, com uma tremenda burocracia. Um europeu paga +/- 60 reais e faz tudo pela internet, em 15 minutos. (essa informação é de 2011, não sei se mudou)

Procure saber se você tem direito a dupla cidadania o mais rápido que puder.
 

02. Visto

Se você não tem passaporte europeu, trabalhar na Europa será muito mais difícil. Não espere que as empresas paguem seu visto com facilidade. Além da burocracia, custa muito caro para as empresas contratarem um funcionário estrangeiro. Isso não quer dizer que é impossível. Se quiser um visto patrocinado, terá que batalhar pra convencer o contratante de que você é indispensável pra vaga dele. Lembrando: visto de estudo não vale pra trabalhar (pelo menos não em período integral).
 

03. Mudar com Acompanhante / Visto

Em alguns lugares (na Europa por exemplo) um visto de trabalho ou um passaporte europeu te dão a oportunidade de extender o benefício de moradia e condição de trabalho a seu parceiro. Em alguns casos, não necessariamente você precisa estar casado, basta ter uma relação estável de 2 ou 3 anos.

Se esse é o seu caso, para conceder este visto, você precisará provar que mantém essa relação estável. Pra quem quer fazer isso, já pode adiantar alguns processos:

– juntar comprovantes de viagens que fizeram juntos
– achar fotos de começo de namoro
– se moram juntos, precisarão de contas das duas pessoas no mesmo endereço (contas de luz, telefone, água)
– contas conjuntas no banco podem ajudar

Tudo o que vocês puderem adiantar para provar que já mantém uma relação verdadeira no tempo exigido pelos consulados, adiantem! Vai ajudar depois. Se um dos dois tem passaporte europeu e vocês pretendem se mudar para o Reino Unido, procurem informações sobre um visto chamado EEA Family Permit.
 

04. Se prepare financeiramente

Antes de tentar uma mudança, procure saber qual salário você poderá ganhar, quanto imposto será descontado desse salário, qual o custo de vida, o preço do transporte, aluguel, etc. Sempre calcule uma boa folga financeira. Seja pessimista. Vai ser bem mais difícil que você imagina! Se não for, ótimo, você ganhará bem mais do que espera 🙂

Antes de viajar, junte o máximo de dinheiro que puder. Lembre-se que você só receberá o primeiro salário depois de um mês trabalhado, e os custos desse primeiro mês vão fazer seus Reais evaporarem.

Outra boa dica: na maioria dos lugares, pra alugar um apartamento você terá que pagar um “depósito” inicial como forma de garantia. Aqui em Londres, geralmente esse depósito custa 1 mês e meio do aluguel. Esse dinheiro ficará preso com o “Senhor Barriga” até você, “Seo Madruga”, devolver o apartamento em condições impecáveis. Ou seja: junte esse dinheiro antes de sair do Brasil.

Observação: nos lugares onde já trabalhei (Inglaterra, Noruega e Áustria) não existe 13º salário. Na hora de comparar um salário brasileiro faça a conta de 13 salários divididos por 12 meses.
 

05. Como procurar trabalho

Você pode recorrer a sites especializados em empregos na área de publicidade/design, como o Krop (mais focado no mercado americano), entrar em contato com as próprias agências/empresas que anunciam suas vagas no Linkedin ou ainda contar com a ajuda de Headhunters. Aqui na Inglaterra é muito comum que agências de recrutamento procurem vagas para os candidatos. Faça uma busca por “headhunters” e você achará várias dessas.

Importante: tenha um currículo em PDF e um perfil no Linkedin (em inglês). No Brasil é muito comum as agências ignorarem currículos e avaliarem apenas os portfolios. No exterior um bom CV é indispensável.
 

06. Redator trabalhando em outra língua

Redatores terão muito mais dificuldades que Diretores de Arte ou Programadores. Mesmo com o domínio do idioma onde irá atuar, existem questões culturais que as vezes impossibilitam a escrita perfeita para os padrões do local. Tenha em mente que os redatores também são criativos. Em alguns casos eles apenas trabalham com a criação e não com a edição final dos textos. Então se você é bom de brainstorm, poderá achar uma vaga de “Creative”. É difícil mas não impossível.
 

07. Designer X Diretor de Arte

No Brasil, os Diretores de Arte criam e fazem layout. Em alguns países o Diretor de Arte é apenas o cara que cria as idéias e faz o rascunho delas em um papel. Quem faz tudo tomar forma no Photoshop é o Designer. Se você gosta mais de Photoshop do que de brainstorm, prefira uma vaga de Designer. Em Londres existem tanto os Diretores de Arte que só criam e tem os que criam e layoutam, como no Brasil. Depende de cada agência. É muito importante conhecer bem os requerimentos da vaga que você está se candidatando. Em alguns casos o Designer também faz animação (como o Motion Designer). Se você sabe fazer animação mas não quer trabalhar com isso, não diga que sabe. Irão exigir isso de você depois.
 

08. Férias e Feriados

No exterior, o sistema de férias geralmente é diferente do sistema brasileiro. Enquanto um funcionário no Brasil tem direito a 30 dias corridos de férias, um funcionário no Reino Unido tem 22 dias úteis. Isso significa que as férias aqui podem ser tiradas “picadas”, sem descontar feriados e finais de semana. As férias tem vencimento anual. Se chegar no dia 31 de dezembro e você não gastar suas férias, elas irão zerar no próximo ano. Se você começar a trabalhar na metade do ano, terá férias proporcionais aos dias trabalhados até o final do ano. Gaste-as! É seu direito.
 

09. Evite exageros ao tentar “mostrar serviço”

Você, brasileiro batalhador, que cansou de comer pizza e virar madrugadas trabalhando em agências (especialmente em São Paulo), vai chegar em um lugar com uma rotina mais calma e vai tentar mostrar “a que veio”. É muito comum. O ritmo de quem vem de São Paulo pra Londres, por exemplo, é maior e você vai render muito mais do que seus colegas britânicos, não necessariamente fazendo um trabalho melhor ou mais correto que o deles. Se você demonstrar todo esse potencial quando chegar, você trabalhará pra sempre no seu ritmo “paulistano”. O Gerente de Projetos perceberá que você rende 3 vezes mais e vai te passar 3 vezes mais de trabalho, e você não vai ganhar um salário 3 vezes maior por isso. Não vá fazer corpo mole, mas se adapte ao ritmo do lugar onde você estiver. Em um lugar onde o ritmo e os prazos teoricamente são mais folgados que os que você tinha no Brasil, você vai se deparar com um rigoroso horário de entrada, um curto almoço de 30 minutos e pouco tempo pra diversão na agência. Durante as horas de trabalho, os gringos trabalham, para garantirem o direito de ir embora no horário certo. Não tente fazer muito diferente, você só vai sofrer com o tempo.
 

10. Não seja um “fora da lei”

Não compre um curso de idiomas para ter um visto de estudo e trabalhar fora do país. Não viaje “a turismo” e fique pra sempre na viagem. Não case com uma estrangeira por conveniência. Não falsifique documentos. Não deixe de comprar o bilhete do metrô que não tem catracas.

Sério, se você quer morar fora, faça tudo dentro da lei. Não tente ser aquele típico brasileiro-malandro que é mal visto pelos estrangeiros. É por causa desses brasileiros que nós enfrentamos tanta dificuldade pra obter um visto de trabalho na Europa ou Estados Unidos. Não colabore com isso. Pense que se um dia você for deportado, você passará muitos anos sem poder viajar novamente para o lugar que tanto gosta. Nem pra morar, nem pra passear. Não minta. Nem pros outros e nem pra você mesmo 🙂

 

É isso aí. Espero poder ter ajudado a tirar a maioria das dúvidas de todos que ouviram o Braincast #88.

Boa sorte a todos que tentarem a imigração. Sei bem o quão difícil é esse processo. Como disse lá no programa, é tudo uma questão de alinhar suas espectativas. Não saia do Brasil achando que todos seus problemas se resolverão. Você apenas estará curando alguns problemas e arrumando outros. Com a espectativa certa, você vai curtir muito mais.

Quem mora ou já morou fora e tiver mais dicas pra dar, por favor compartilhe com os leitores aqui nos comentários! Se um dia vocês já precisaram desse tipo de ajuda, não custa nada retribuir 🙂

 

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Currículo fanfarrão, mas bem feito.

Sabe aqueles currículos “ultra-criativos” que um dia alguém inventou e depois um monte de estudantes de publicidade copiaram e se deram mal? Então… Robby Leonardi elevou o nível e fez algo bacaninha que vai chamar bastante atenção, mas depois de copiado provavelmente se torne um desses cases de insucesso. É o tipo de coisa que só vale pra quem é pioneiro.

No currículo dele, o seu próprio personagem anda num mundo meio “Mario Bros” para mostrar suas qualificações profissionais.

  • Vai funcionar para ele arrumar um bom emprego? Não sei.

  • É útil? Não, apenas interessante. (é melhor ver o CV no Linkedin)

  • É incrivelmente genial? Não.

  • Vai virar tendência? Tomara que não.

  • Devo fazer o meu assim também? NÃÃÃÃO, pelo amor de Deus não!

  • Mas enfim… é muito bem feito, as ilustrações e animações são ótimas.
    Acho que vale o clique 🙂

 

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Você até pode ter milhares de amigos…

Quantos amigos você tem no seu Facebook? Quantos seguidores no Twitter, Instagram, Pinterest ou em qualquer outra rede social da qual você faz parte? Quantos contatos estão listados em sua agenda ou integram seu network no LinkedIn? É muito capaz que, somando tudo, você perceba que são centenas, até milhares de pessoas. Agora responda: quantas delas você conhece bem de verdade, tem um contato frequente – de preferência pessoalmente -, e pode dizer que realmente são próximas a você?

Se você já terminou de fazer as contas, há grandes chances deste número ter caído drasticamente, com poucos casos em que ele ultrapasse uma ou duas dezenas. É neste momento que percebemos um dos grandes paradoxos da nossa época: temos milhares de “amigos”, mas nunca estivemos tão solitários.

A forma como a tecnologia está presente em nossas vidas não chega a ser um assunto novo – aqui mesmo no B9, ele aparece com certa constância, especialmente no Braincast -, mas será que realmente há razões para a gente se preocupar?

A ideia deste texto não é falar mal da internet, tecnologia e afins, nem tampouco criar um mi-mi-mi saudosista

Não tem muito tempo que começamos um papo sobre o que a internet está fazendo com os nossos cérebros, influenciando a maneira como criamos, aprendemos e raciocinamos. Mas se você parar para pensar um pouco, irá notar como a tecnologia de uma forma geral também está transformando a maneira como nos relacionamos uns com os outros.

Antes de mais nada, o nosso tradicional aviso: a ideia deste texto não é falar mal da internet, tecnologia e afins, nem tampouco criar um mi-mi-mi saudosista para dizer que antigamente as coisas eram melhores. É mais uma proposta de reflexão sobre como utilizamos essas coisas em nosso dia a dia e quais os efeitos colaterais envolvidos neste processo.

Recentemente, o designer Shimi Cohen, de Tel Aviv, resolveu combinar as informações do livro Alone Together: Why We Expect More from Technology and Less from Each Other, de Sherry Turkle, e do artigo The Invention of Being Lonely, de Yair Amichai-Hamburger, em seu projeto de conclusão de curso na Shenkar College of Engineering and Design. O vídeo The Innovation of Loneliness mostra como a tecnologia está influenciando a maneira como as pessoas se relacionam umas com as outras e com elas mesmas, os reflexos psicológicos disso e porque precisamos ficar atentos.

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Social por natureza, o ser humano pode até ir à loucura por conta da solidão. Por outro lado, passamos tanto tempo focados na carreira, em ganhar dinheiro, consumir e criar uma auto-imagem, que as redes sociais parecem ser a solução perfeita para “gerenciarmos” nossos relacionamentos de uma maneira muito mais eficiente.

É claro que a primeira coisa que a gente pensa é: mas afinal, o que há de errado com a eficiência? Todo mundo tem aqueles amigos que não vê com tanta frequência, parentes distantes, etc, mas ao menos pelas redes sociais consegue saber como é que estão, mandar uma mensagem no aniversário (que se não fosse pelo Facebook, ia acabar passando em branco), saber quem está solteiro, casado, separado…Mas será que isso é real ou estamos apenas substituindo relações por conexões?

“Estamos colecionando amigos como se fossem selos, não distinguindo a quantidade da qualidade, convertendo o significado profundo e a intimidade da amizade em trocas de fotos e conversas em chats”.

Enquanto uma conversa que acontece cara a cara e em tempo real é regida pelo inesperado, quando muitas vezes você acaba falando demais e sem pensar, um chat, e-mail, post ou SMS cria uma falsa sensação de segurança, de que estamos no controle da situação e podemos nos apresentar como queremos ser, em vez de como realmente somos.

É a história da auto-promoção, com pessoas cada vez mais obcecadas com a edição de perfis, escolha de fotos perfeitas e a obrigação de parecerem felizes o tempo inteiro, como se de fato isso fosse possível. “As redes sociais não estão mudando apenas o que fazemos, mas também quem somos”, destaca a narração de Cohen no vídeo.

As redes sociais não estão mudando apenas o que fazemos, mas também quem somos

Só que, ao meu ver, faltou dizer algo muito importante aí: que não importa o quanto alguém tente controlar ou editar uma ideia por meio de um post ou SMS, é impossível controlar o que o outro vai entender daquilo. Qualquer tipo de comunicação está sujeita à interpretações, que estão diretamente ligadas à formação e experiências do interlocutor. Isso tudo sem contar a possibilidade de ruídos. Em resumo, ninguém está realmente livre de confusões.

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Fantasias gratificantes

Segundo The Innovation of Loneliness, as redes sociais nos oferecem três fantasias gratificantes: que podemos desviar a atenção para onde quiseremos, que sempre seremos ouvidos, e que nunca teremos de ficar sozinhos. É exatamente esta última que está formatando uma nova forma de ser, descrita como:

“Eu compartilho, logo existo.”

A tecnologia passa a ser uma ferramenta essencial para definir quem nós somos. E nós só podemos ser alguém se compartilhamos nossas ideias e sentimentos exatamente no momento em que os elaboramos. Isso significa que se eu não der um check-in naquele lugar incrível, postar uma foto daquela comida deliciosa ou tuítar o que achei do último filme do Woody Allen, é como se nenhuma daquelas experiências realmente tivessem existido.

Tudo isso me fez pensar em uma das experiências mais incríveis que já tive. Em uma peregrinação à Terra Santa – no meu caso, Liverpool – tive a oportunidade de fazer um tour que permite que os participantes entrem nas casas onde John Lennon e Paul McCartney passaram a infância. Só que, por questões de direitos de uso de imagem, é proibido fotografar o interior delas. Para garantir que ninguém vai tentar burlar a regra, temos de entregar máquinas fotográficas e celulares na entrada, que são trancados em um quartinho. Feito isso, você fica livre para circular pelos ambientes, por alguns minutos.

Talvez se ainda estivesse vivo nos dias de hoje, Lennon diria que a vida é o que acontece enquanto estamos ocupados compartilhando

Agora, imagine você andar livremente pelas casas onde viveram seus ídolos, sem se preocupar em dar check-in, fotografar ou tuítar (que é claro que eu fiz tudo isso, só que do lado de fora), e poder simplesmente curtir o momento. Ouvir histórias, descobrir algo que você não sabia, absorver detalhes e vivenciar uma experiência que vai te marcar pela vida, mas que ficará apenas na sua memória.

Isso me fez refletir sobre como sentimos uma urgência em registrar tudo artificialmente, como se nossas lembranças não fossem o suficiente, como se uma fotografia fosse capaz de realmente captar a emoção de um momento e olhar para ela fizesse a gente revivê-lo. Mas, qual a emoção que você cultiva quando você está distraído demais fazendo uma foto, dando uma check-in ou postando algo?

Em Beautiful Boy, música que John Lennon compôs para o filho Sean, há um verso em que ele diz que a “vida é o que acontece enquanto você está ocupado fazendo outros planos”. Talvez se ainda estivesse vivo nos dias de hoje, Lennon diria que a vida é o que acontece enquanto estamos ocupados compartilhando. Pois é, a existência é feita de muito mais coisas do que somente aquilo que podemos compartilhar online.

Ainda assim, há até quem finja experiências apenas para ter o que compartilhar e, desta forma, se sentir vivo. E tem vários “serviços” que exploram isso, como um site que “aluga” namoradas, ficantes e afins para o seu perfil no Facebook. Tem, também, o caso do fotógrafo japonês Keisuke Jinushi, que ensina como criar uma namorada fake em fotos para as redes sociais.

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Caso você esteja curioso, um texto no site Oddity Central descreve o passo a passo de Keisuke para conseguir o efeito desejado nas imagens. A começar pela maquiagem: ele aplica bastante base clara na mão direita e esmalte vermelho nas unhas, para conseguir um look mais feminino. Para evitar confusões, ele também coloca um elástico para cabelos no pulso. A “mágica” fica completa com um filtro retrô no Instagram – para o genuíno efeito “girlfriend photo” – e um sorriso bobo, elementos que ajudam a tornar a foto mais verossímil. Nos anos 1980, o filme Namorada de Aluguel mostrou uma ideia parecida, de um cara que queria conquistar o respeito dos colegas e se tornar popular com a ajuda de uma namorada falsa. A diferença é que, pelo menos naquela época, a garota era de verdade.

Da conexão ao isolamento

Sherry Turkle é psicóloga clínica, pesquisadora e professora de estudos sociais da ciência e tecnologia do MIT. Em meados da década de 1990, ela ficou bastante conhecida por defender as oportunidades que a internet oferecia para que as pessoas pudessem explorar suas identidades no livro Life on Screen. A continuidade de suas pesquisas, entretanto, a levou a perceber que as novas tecnologias – emails, redes sociais, Skype e robôs sociáveis – tornaram o controle e a conveniência prioridades, enquanto as expectativas que temos em relação a outros seres humanos – e até com nós mesmos – está cada vez menor.

Em uma palestra no TED, na época do lançamento de Alone Together, Sherry explica que a forma como nos comunicamos hoje em dia, com posts, SMS e afins, servem sim para nos conectar uns aos outros, mas apenas superficialmente. Este tipo de interação é falha se o objetivo é conhecer melhor e entender o outro e, por consequência, compreender a nós mesmos. (clique aqui para assistir à versão com legendas)

Mas como a conexão pode nos levar ao isolamento? Enquanto eu pesquisava e escrevia este texto, passei a prestar muito mais atenção tanto no meu comportamento, quanto nos hábitos das pessoas que convivem comigo. E o que eu percebi me incomodou bastante: eu realmente tenho o costume de sacar o meu celular do bolso mais vezes do que eu gostaria ou deveria. Mais para tentar acompanhar o que está acontecendo pelo mundo – aquele desejo de absorver o máximo de conteúdo possível – do que para compartilhar alguma coisa.

Estamos tão acostumados com isso que dar uma olhadinha, por mais rápida ou demorada que seja, é algo que fazemos automaticamente. Em uma roda de amigos, não sou a única. Há momentos em que, por mais interessados que estejamos em uma conversa, acabamos nos distanciando em algum momento com o celular. O que antes era exceção, há muito já se tornou a regra, como mostra o curta I Forgot My Phone.

Não importa se é por uma questão de segundos ou se por algumas horas, se estamos sozinhos ou acompanhados, mas aquele momento em que nos conectamos virtualmente é também o momento em que nos isolamos e paramos de prestar atenção no que acontece no mundo real.

No raciocínio de Sherry, as pessoas se isolam quando não cultivam a habilidade de estar sozinhas e passam a encarar isso como um problema a ser resolvido, preenchendo o vazio com conexões que amenizem sua ansiedade.

A tecnologia, então, mira onde somos mais vulneráveis: na solidão. Essa incapacidade que muitos seres humanos têm de ficar sozinhos, combinada à necessidade de intimidade, é solucionada graças às plataformas capazes de fazer com que a gente se sinta automaticamente ouvidos. Dispositivos que nos dão a ilusão de que temos alguém, mas sem as exigências de um relacionamento real.

avatares

Nessa história toda, o que eu percebo é que vale a pena ouvir todos os argumentos e refletir a respeito. Cada pessoa certamente chegará à uma conclusão diferente. A minha é que o problema não está na tecnologia, mas na forma como a utilizamos. E vou um pouco além: o que pode ser ruim para alguns, também pode ser bom para outros.

Eu sou da geração pré-internet, sim, e realmente há momentos em que me sinto incomodada com os excessos cometidos graças aos avanços tecnológicos e a internet. Mas quem comete os excessos são as pessoas. Celulares e computadores são apenas ferramentas operadas por seres humanos com diferentes referências ou níveis de filtro – e isso não tem nada a ver com o Earlybird ou afins.

Nessa história toda, o que eu percebo é que vale a pena ouvir todos os argumentos e refletir a respeito. Cada pessoa certamente chegará à uma conclusão diferente

Não posso falar, por exemplo, pela geração pós-internet. Seus cérebros estão preparados para lidar com a tecnologia de hoje, pois desconhecem o mundo sem ela. O ser humano está em constante processo evolutivo, e por mais que às vezes custe aceitar isso, as referências e até mesmo as necessidades são outras. Será que daqui a alguns anos as pessoas realmente vão sentir falta das conversas olho no olho ou nem mais se lembrarão disso?

Por outro lado, não há nada que impeça as tais conexões virtuais de também evoluírem, mas para um relacionamento real, como também já vi acontecer diversas vezes.

A tecnologia faz parte das nossas vidas, e vai continuar fazendo. Por enquanto, tudo o que podemos fazer é tentar nos relacionarmos com ela de uma maneira mais consciente, sabendo diferenciar conexões de relacionamentos e qual a importância de cada um deles em nossas vidas.

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Finalmente um trabalho compatível com sua personalidade

Como descobrir se você se encaixa em determinada empresa? Qual ambiente de trabalho te faz mais feliz? Quais são os funcionários que mais estão felizes em trabalhar para você? Good.co está tentando acabar com a suposição no processo de contratação, medindo exatamente a compatibilidade de cada um com as culturas de trabalho das empresas.

A nova plataforma, ainda em beta semi-privado, utiliza quadros psicométricos comprovados para ajudar os empregadores na hora de reconhecer pessoas que prosperam em determinados ambientes. E, por outro lado, também auxilia candidatos a descobrirem em que cultura empresarial eles se encaixam melhor.

A adaptação cultural é um grande problema nos dias de hoje. Enquanto muitas empresas entram em guerra para disputar a imagem de uma cultura similar à do Google por exemplo, e também seus perfis de funcionários, na verdade não se deram conta de que é preciso ser verdadeiro e deixar de lado a opinião errônea de que ninguém se dá bem em ambientes corporativos mais tradicionais.

“O Good.Co é um big data para resolver desafios recorrentes do RH”. – Samar Birwadker, Co-fundador

Com a ajuda do Dr. Kerry Schofield, Good.Co primeiramente lançou uma série de testes para seus usuários, versões atualizadas da Big Five (Cinco Grandes Dimensões da Personalidade) e de arquétipos.

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Estes dados tem um enorme impacto em como as empresas podem ser mais eficientes e também otimizar suas culturas para serem compatíveis às pessoas que trabalham lá.

Hoje, a plataforma é construída ao redor de seis diferentes categorias: Strengths Canvas (avaliação de personalidade individual), Company Canvas (pesquisa que analisa o quanto você se encaixa com seus chefes e empresa), Fitscore With Peers (compara seus resultados com os de seus colegas, a partir de seu convite para eles participarem), Team Report (descobre a personalidade da sua equipe de trabalho), Company Graph (encontra empresas e equipes que combinem com seu estilo de trabalho pessoal) e Job Matches (listagem de vagas de emprego conectadas ao LinkedIn).

Good.co já tem mais de 18 mil inscritos, incluindo empresas e funcionários de todo os EUA. Um enorme banco de dados que pode ajudar a humanizar as habilidades das pessoas de forma mais abstrata e rica, gerando insights que vão além do lugar comum. Resultado? Equipes mais felizes e eficientes.

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Vizify transforma as suas informações sociais em infográficos

No final de 2012, comentamos sobre a retrospectiva muito bacana do Twitter, que também oferecia uma seção sobre o usuário. Esta seção era oferecida por um serviço novo chamado Vizify, que agora entrou no ar de maneira completa.

Ao entrar no site, basta autorizar as suas contas de Facebook, Twitter, Linkedin, Foursquare e Instagram para ver a mágica acontecer: em instantes, uma página com informações riquíssimas sobre a pessoa mais importante do mundo, você mesmo.

A página organiza dados e dá alguns destaques para frases e fotos marcantes. Veja o exemplo da minha abaixo e aqui neste link.

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Veja mais em vizify.com

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Still Aren’t Using Social Media to Advertise?

Facebook, MySpace, LinkedIn, Twitter, YouTube, Revver, WordPress, Reddit, Digg, Ning, Xing, Squidoo, Tumblr and Flickr (overwhelmed yet? I can go on) are all social media. What is the hype? It’s the talk of the town and everybody is doing it. However, is it of any use as a tool for marketing? It is! And you aren’t using it yet?

As a follow up to my last post, 10 Reasons to Use Online Video for Your Business, and a non-related follow up to Megan Green’s post, I thought I’d keep the ball rolling with 5 reasons why you must use social media to advertise your business:

It’s FREE – Connecting with customers/clients through Facebook and LinkedIn, posting your deals on Twitter, and demonstrating your expertise through a blog or video can all be done at the cost of $0. What it will cost, however, is time and some DIY prowess because each social media platform requires its own variation of communication for optimal effectiveness. Some initial research is suggested to decide which platform may best suit your business. However, if you’re a strong believer of “time is money” and are too busy to teach yourself social media, there are companies that can help you and your business get started for as little as $299.

Location, Location, Location – You want your product/service seen by as many people as possible, and, without any statistics to back me up here, there are a lot of people on the internet using social media sites. A lot. We’re talking hundreds of millions. For you naysayers: as of July, Facebook alone had 250 million users. Can you afford to ignore these people? A better question: can you afford to have these people ignore you?

Sharable – Not only will your product/service be seen, you can also have it shared. If a person on Twitter sees your tweet promoting your business and knows people in his or her network that can use it, he or she may pass the promotion on with a retweet. If you write a great blog post on the benefits of your service and submit it to social bookmarking sites, people can discover and rate it moving it up the site’s ranks, which allows more people to discover it. If you made an entertaining video about your product, it could be passed around to hundreds, thousands, and possibly millions of people. Imagine that, a :60-second video about your product seen by millions. It’s FREE advertising.

Long Lasting – Once your business/product/service information makes it onto these social media sites, it can live on forever. That’s a long time (don’t worry, it’s a good thing). There it is, your info being seen and promoted long after you posted it and readily available when you want to put some extra muscle behind it.

Engagement – People who use your product/service will have an opinion about it, and more often than not, they will voice their opinions through social media, and you should know exactly what they are saying, good or bad. If someone sings your praises by writing an elaborate blog post, you can share that with your network or use it as a testimonial on your website. If someone tweets a complaint about your product/service, you can address it and ideally change their mind. No one likes to feel ignored, so if you can show your customers/clients you care and listen, that will definitely strengthen relationships.

There are easily more than five reasons to use social media for your business, so be sure to come back for updates. As usual, feel free to ask a question or drop a comment.

P.S. Once again, to redeem my cool points, here’s a video from my Creative Director poking fun at so called “social media experts,” because you can’t be an expert in something that is constantly changing with new platforms, bells & whistles.



Tommy Liu, the man, the legend (to be) wields his pen of creativity against the injustice of mediocrity plaguing the world as the Senior Account Executive at Supercool Creative & SpotZero where he also manages the blog. Click here to view some of his battles (he doesn’t always win).