Instagram, música e direitos autorais

De tempos em tempos, a discussão em torno da propriedade intelectual na internet se intensifica, como aconteceu esta semana em função das novas regras do Instagram. Se na segunda-feira a rede social dizia que poderia utilizar comercialmente as imagens ali publicadas, sem notificar, creditar ou pagar seus autores, após pressão popular e uma debandada geral o discurso já evoluiu para um “fomos mal interpretados”. E se você está presente em alguma rede social, provavelmente leu alguma variação da frase “Baixa MP3 mas quer os direitos autorais das fotos no Instagram”.

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Pronto, agora chegamos onde eu queria: música.

Se você é da era pré-internet, como eu, deve se lembrar do tempo que levava para se conseguir o novo disco da banda que você curtia. Isso quando era lançado no Brasil. A MTV, apesar de diminuir um pouco as distâncias, também deixava a gente ainda mais atiçado por alguns artistas que eram considerados comercialmente inviáveis no país. Para os artistas, também era complicado: conseguir um contrato com uma gravadora poderia ser o fator determinante para se fazer sucesso ou ser condenado ao eterno anonimato. Só que no final dos anos 1990, as coisas começaram a mudar graças à popularização da internet e, junto com ela, a criação dos programas de compartilhamento de música, como o Napster.

A partir daí, ter um contrato com uma grande gravadora já não parecia tão importante. Isso era bom para artistas independentes, que poderiam divulgar sua música sem precisar do apoio de um grande selo, mas era ruim para as gravadoras e seus artistas consagrados, que começaram a perder dinheiro por conta da pirataria. Afinal, quem iria comprar discos?

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Essa nova era trouxe também uma busca constante por modelos de negócio que beneficiassem (e satisfizessem) artistas, gravadoras e consumidores.

Steve Jobs era um grande fã de música, mas foi a possibilidade de usar a abrangência do mercado musical para vender hardware o principal motivo por trás da criação da iTunes Store em 2003. O grande sucesso deste empreendimento foi uma consequência, já que a música puxou o hardware, que puxou a música, criando uma espécie de looping infinito. Com isso, o consumidor não precisava mais comprar um disco inteiro, apenas as músicas que quisesse. Gravadoras e artistas receberiam por isso e pronto: novas lojas e serviços seguindo esta mesma linha começaram a aparecer, como o MySpace, OiRdio, eMusic, Spotify e Amazon, para citar algumas.

É claro que tudo isso acabou gerando novas questões a serem resolvidas. Artistas e selos independentes são cada vez mais comuns. É o caso de músicos de renome como Chitãozinho & Xororó, Emicida, Gabriel O Pensador e Erasmo Carlos, para citar alguns. Só que para quem está começando, ou não tem ligação alguma com gravadoras grandes ou pequenas, surge o primeiro obstáculo: as lojas online não aceitam cadastros diretos de artistas, o que tornam necessários os serviços de distribuição digital, ou agregadores, como a ONErpm e o Tunecore.

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A questão é: que vantagem Maria leva em se livrar das gravadoras, mas utilizar um serviço de distribuição? A resposta está na divisão da receita gerada pelo trabalho dos artistas. Na época das majors, artistas recebiam algo em torno de 9 a 12% dos royalties de vendas, sem discussão. Para piorar, grande parte dos compositores não tinha nenhum controle sobre sua obra, salvo aqueles que conseguiam incluir isso em contrato. Os Beatles, por exemplo, enfrentaram diversos problemas neste sentido. E, acredite, eles também tiveram dificuldades ao entrar no mercado americano, já que as editoras musicais costumam fazer acordos territoriais. Ou seja: o que vale em um país não vale no outro.

Uma distribuidora, então, atua como uma facilitadora para que os músicos possam se inserir em diferentes mercados, seguindo as regras de cada um deles, sem precisar ter uma gravadora. Em resumo, aquela relação major-artista se inverte completamente. “Aqui os artistas ficam com 85% da receita gerada por sua música, em um acordo 100% não-exclusivo, que os deixam ter completo controle sobre sua obra – o que significa escolher onde, quando, como e por quanto ela será comercializada”, foi o que me disse Emmanuel Zunz, CEO da ONErpm.

Pois agora nos aproximamos da esquina do Instagram com o YouTube, ambos serviços gratuitos que hospedam conteúdo gerado/criado pelos usuários (e também músicos, fotógrafos, artistas). A quem pertence esse conteúdo? Ao serviço que o hospeda e que de certa forma possibilitou os meios e ferramentas para sua criação e circulação ou ao usuário que o gerou? E mais: quem pode ganhar dinheiro com essas fotos, músicas, textos? Talvez a reposta correta seja: os dois.

Temos exemplos disso. A ONErpm anunciou esta semana uma parceria com o YouTube e Grooveshark para dividir as receitas entre os serviços e os criadores. No caso específico do YouTube, a distribuidora passará a enviar todo seu acervo de áudio para que o serviço de vídeo faça a identificação automática do conteúdo que circula no site, seja ele gerado pelo próprio artista ou pelos usuários (tipo o cara que faz aquele videozinho no PowerPoint e usa o som do Bad Brains na trilha sonora). Com isso, os artistas serão informados da utilização de sua obra e aí poderão decidir o que fazer: retirar o conteúdo do ar ou permitir a utilização gratuita ou paga. Isso fará com que os músicos recebam sua parte dos royalties de sincronização musical gerados pelos anúncios que circulam no YouTube. Igualzinho ao que o Instagram está propondo, só que não.

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A discussão em torno da propriedade intelectual – seja ela na forma de fotos, música ou qualquer outro tipo de conteúdo – está longe de acabar. Uma vez que você cria algo e compartilha na internet, é difícil manter o rastro sem ajuda e infelizmente a gente acaba se sujeitando às consequências. O mais importante é manter a discussão acesa, buscando soluções que beneficiem tanto quem cria quanto quem consome conteúdo, e não esperar a água bater na bunda para pensar a respeito, usando dois pesos e duas medidas.

Brainstorm9Post originalmente publicado no Brainstorm #9
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Inside Amazon Warehouse

Après les clichés dans le centre Google Data Center, voici cette série photo à l’intérieur d’un entrepôt d’Amazon. Avec une gestion des stocks optimisée et un nombre de cartons et emballages tout simplement impressionnant, voici l’envers du décor de ce qui se passe entre les achats et la livraison à domicile.

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Amazon estreia no Brasil, oferecendo e-books e Kindle básico por R$ 299

No primeiro minuto desse dia 6 de dezembro de 2012, a Amazon estreou oficialmente no Brasil. Como já era esperado, inicialmente vai comercializar apenas Kindle (o mais básico, por R$ 299) e e-books.

No mesmo dia que o Google inaugurou seção de livros na Play Store do Brasil, a Amazon começa com preços mais em conta, além de exclusividades, como as obras de Paulo Coelho, por exemplo.

O Kindle que será vendido no Brasil ainda não está disponível. A Amazon promete para as promessas semanas, e no momento pede para os interessados cadastrarem seus emails para serem avisados. Porém, a própria loja destaca os aplicativos Kindle para outros dispositivos, para aqueles que não quiserem esperar.

Até metade do ano que vem, a Amazon deve expandir suas operações no Brasil, para comercializar também produtos físicos como DVD’s, livros, games, etc. Desde já, promete ser um grande personagem do eCommerce nacional, batendo de frente com empresas já consolidadas.

A única pergunta que eu faço é:

Cadê o Paperwhite?!

Brainstorm9Post originalmente publicado no Brainstorm #9
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Aqua Expeditions Boat

L’architecte et designer péruvien Jordi Puig a conçu ce bateau au design magnifique naviguant sur le fleuve Amazone. Appelé « Aqua Expeditions », ce moyen de transport doté de véritables chambres avec vues peut transporter jusqu’à 32 invités tout en restant respectueux de l’environnement. Plus dans la suite.

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Don’t Sell Just Sell It, Noit It!

online_shopping2Can you feel it? Probably not…it’s much like the spin of the Earth. E-v-e-r  s-o  s-l-o-w-l-y, we’re being herded by unseen forces swirling about; price, comfort, security, and laziness. Why fight the crowds or the traffic when it can be done from home? If you don’t have to leave the house, then don’t.

Massive online sites such as Ebay and Amazon make shopping online simple. Well, prepare to add another couch magnet to your arsenal: NoitWorld.com.

Before you ask:

In the US Military, the term “NOIT” is used to describe something as “cool” or “hip.” This Military slang term served as the impetus for the creation of this website, which combines the variety and diversity of a true online marketplace with the cool, hip world of social media.

NoitWorld, launched on June 1, 2009, heralds itself as the  ”newest, coolest, and most consumer friendly online marketplace for buying and selling new and used merchandise. Although I have never used the site I did peruse it extensively. Very simple to navigate, users have the ability place products  in more than 100 categories, such as Anything Goes, Motorcycles, Cars, real estate, etc. Depending upon the item being sold, ads are posted for 30 days and are either free, $20, or $25 per ad. The site is actually global in scope although most items listed currently are from the US or Mexico.

Noitworld.com, however, is not “just another sales site.” It is the first site of it’s type that allows users to re-post listings on social media sites like Facebook, Twitter, MySpace, LinkedIn, and more. Todd Foret and Sean Legros, both of Yuma, AZ, developed the sites unique strategy:

“With so many internet users spending a majority of their time on their social media sites, it only makes sense to provide a buyers and sellers market that can interact with these sites,” said Foret.

Although “in business” for just over a month, there are plenty of items available, from a classic Styx CD to a beach home in San Felipe, Mexico. As the economy doesn’t seem to be immediately bouncing back,  maybe it’s time to start “Noiting” all stuff.

Jeff Louis: Strategic Media Planner & Brand Project Manager for B2B and B2C clients, he is fascinated by innovation in the face of adversity, branded creative that is on-strategy, and past participles. He can be contacted via  Twtter or LinkedIn.