Imagine todos aqueles tradicionais filmes de utilitários que você já viu… Muita lama, belas paisagens, obstáculos de todos os tipos e sempre um final feliz. Agora, substitua o SUV por um Smart ForTwo. Não, não estou de brincadeira. Aquele carrinho até então pensado para o cenário urbano, agora também invadiu o universo offroad.
Isso não quer dizer que, fora de seu habitat natural – a cidade – ele tenha se dado muito bem. É ao mesmo tempo triste e divertido testemunhar a bravura do carrinho enfrentando os desafios de atravessar rios e subir morros, o que desperta uma enorme simpatia por seu esforço.
Mas, acredite, em algum momento desta história, o Smart consegue superar qualquer SUV, como mostra a ótima campanha criada pela BBDO Alemanha. Pode não chegar a ser um MINI dando olé em uma SUV, mas parece que você até consegue ouvir ele dizendo “who’s your daddy?!”
Danny MacAskill é um ciclista escocês especializado em Biketrial, uma modalidade que é quase um “Parkour” das bicicletas.
Junto com a RedBull (sempre ela) ele acaba de lançar um vídeo incrível, que demorou 2 anos para ser finalizado: MacAskill’s Imaginate – Enter Danny’s Mind. No vídeo de aproximadamente 6 minutos, ele faz acrobacias incríveis em um cenário com brinquedos gigantes dos anos 80, inspirado em sua infância em Glasgow.
A qualidade da produção do cenário, assim como a interação de Danny com os obstáculos é impressionante. Em 68 semanas de filmagem, houveram cenas que foram gravadas quase 300 vezes. Assista:
Se você gostou, dê uma procurada por mais vídeos desse cara. Tem coisas muito boas por aí.
Anunciante do ano em Cannes, a Coca-Cola criou um hotsite com todas as campanhas produzidas para a The Coca-Cola Company ao redor do mundo e que estão participando do festival. É interessante ver ali reunido vários trabalhos que curtimos ao longo do ano, inclusive alguns que não tiveram tanto destaque. Apesar de não ser novidade, sempre chama a atenção é o bom uso de diferentes mídias e a coerência do discurso/posicionamento. Afinal, estamos falando de Coca-Cola.
Há projetos assinados pela McCann, Ogilvy, JWT, FP7/DBX, Johannes Leonardo, C-Section Digital, Leo Burnett, Hakuhodo, Concept, Miru Design, Wonderwoman, McCann/Electus, W+K, BBH e Draft.
Amoureux de Vespa, les équipes de l’agence créative parisienne Nomoon ont décidé de consacrer une jolie vidéo d’animation en l’honneur des différents modèles de la marque Piaggio & Co. Une jolie rétrospective allant de 1943 à 2013 appelée « Vespalogy » à découvrir dans la suite.
Depois da Coca-Cola, a Cheil também abordou o aspecto da publicidade por um mundo melhor, com foco no que as marcas podem fazer para participar da vida das pessoas.
A agência chama isso de Lifeshare, onde toda marca pode ser uma empresa de mídia e falar diretamente com o seu público em diversas comunidades. Meet, Play e Share são os conceitos para tornar a conversa possível, sem interromper ou se tornar um estorvo como a propaganda quase sempre é encarada.
A tecnologia é parte fundamental para essas mudanças, e a Cheil apresentou alguns cases para provar seu ponto. Achei brilhante o “The Last Beerfighter” (vídeo acima), um arcade de luta onde as pessoas devem brigar pela cerveja. Um game que é, ao mesmo tempo, um dispenser de bebida.
O projeto foi criado para promover uma microcervejaria da Carolina do Norte, a BigBoss, que não tinha verba e queria fazer barulho além dos bares.
A Mckinney (que pertence a Cheil), agência responsável pela ideia, diz que a criação surgiu no que eles chamam de Projeto 10%. É o mesmo esquema já tão propagado pelo Google, que incentiva seus funcionários a pensarem 10% do dia de trabalho fora do briefing, para não clientes.
Outro case apresentado foi o “Bridge Of Life” da Samsung, que recentemente ganhou GP no Clio Awards. Tecnologia usada para prevenção de suicídios na Ponte Mapo em Seoul, onde sensores identificam quem se aproxima da borda e exibe uma mensagem.
Segundo a agência, a taxa de suicídios no local caiu 77%. Assiste o vídeo abaixo, mas não esquece de ativar as legendas.
Red Bull a imaginé pour le professionnel du street trial Danny MacAskill ce film « Imaginate ». Ce dernier se retrouve au milieu de jouets pour enfants fabriqués à une taille géante, permettant d’observer des tricks impressionnants dans des décors inattendus. A découvrir en vidéo dans la suite.
Em um balé aquático, a coreografia das águas-vivas quase faz com que a gente se esqueça que elas são tão perigosas quanto belas. Estima-se que estas criaturas existem há mais de 650 milhões de anos, motivo suficiente para ganharem uma mostra especial no Vancouver Aquarium, no Canadá.
O filme acima, criado in-house pela RIX Digital Content Lab, utiliza imagens captadas na própria exibição. A ideia foi comparar as águas-vivas a seres de outro mundo, e por consequência o fundo do mar ao espaço. Com imagens hipnotizantes como essas, a maior dificuldade deve ter sido escolher quais filmagens não usar.
A campanha “Why wait until it’s too late?” para a seguradora de assistência funerária DELA, da Holanda, levou o Grand Prix de Media.
A criação da Ogilvy Amsterdam incentivou as pessoas a dizerem o que sentem pelas pessoas que amam, e, como diz o título da iniciativa, não esperar que seja tarde demais.
O GP de Mobile foi inesperado, mas interessante em tempos de escolas de primeiro mundo que não vivem mais sem tecnologia, com computadores e tablets.
Um case das Flipinas, onde a operadora de telefonia móvel Smart transformou celulares antigos em uma espécie de e-reader analógico. Livros didáticos foram divididos em mensagens de 160 caracteres – que é o máximo que esse tipo de aparelho suporta – e incluídos em chips SIM.
Em parceria com escolas do país, os chips foram distribuídos para as crianças. Um solução barata e low-tech, que deu deixou as mochilas escolares bem mais leves.
Sim, a categoria Cyber praticamente perdeu a função depois de Cyber ter invadido todos os outros segmentos. Até Film. Ainda assim, continua sendo uma das minhas categorias preferidas de conferir.
A cada ano que passa, porém, o Brasil vai piora sua performance. Apenas quatro brasileiros entraram no shortlist. São eles:
É verdade que os inúmeros eventos paralelos em Cannes dão uma sensação de sobrecarga de informação, da qual ninguém seria capaz de dar conta e acompanhar tudo. Por outro lado, também é verdade que muita coisa dos seminários poderia ser dispensada sem dor na consciência. É fácil: basta olhar a programação e ver qual palestra tem alguma celebridade atrelada. Caso positivo, aproveite para passear ou procurar algum dos workshops nas salas paralelas.
Ficou notória a participação de Ben Stiller na edição 2010, quando em uma coletiva com a imprensa dentro do festival, ele afirmou não saber o que estava fazendo ali. Normalmente, as estrelas do cinema, música ou moda são contratadas para gerar atenção para o discurso do patrocinador. Até aí faz parte do jogo, mas que pelo menos saibam para qual público estão falando.
A esperada participação de Jack Black no morno painel “The New World of Online Content”, por exemplo, foi um desses casos esquecíveis. Serviu para o Yahoo! exibir sua plataforma de streaming de vídeo, que vai investir em conteúdo exclusivo como a série “Ghost Ghirls”, da qual Black é produtor, e só. O mesmo vale para o piloto Jenson Button, um pouco mais tarde, que se propôs a falar de criatividade. De uniforme. Ao menos foi interessante a apresentação da própria McLaren, que disse ser 80% NASA (tecnologia) e 20% Disney (magia).
Ponto alto foi a sempre concorrida palestra da Coca-Cola – escolhida como Anunciante do Ano – e que dessa vez inspirou com o título “Work That Matters”. Bem ensaiada pelos VP’s criativos da marca, Jonathan Mildenhall e Ivan Pollard, a apresentação é pensada para ser pop, mas tem fundamento. Foi mostrada uma timeline de campanhas da Coca-Cola que “mudaram o mundo”, alinhando com os princípios sociais que fizeram a marca assumir o posicionamento de colaborar para uma sociedade melhor, até chegar ao atual “Open Happiness”.
A seleção de anúncios começou em 1955, com a primeira afro-americana a estrelar como garota-propaganda da marca: Mary Alexander.
No mesmo ano em que Rose Parks se recusou a ceder seu lugar no ônibus para um branco, era uma postura radical da marca. Assim como foi a peça que mostra um garoto negro e outro branco sentados em um banco, com um símbolo de separação entre eles: o braço do assento. Mais uma vez o que parece inocente nos dias de hoje, foi provocativo na época.
Em 1971, o comercial “Hilltop” reuniu um casting multi-cultural de jovens para cantar sobre pluralidade e paz, no auge da da Guerra do Vietnã. Um clássico instantâneo da era de ouro da propaganda.
E um garoto dando sua Coca-Cola para o jogador Joe Greene foi um ato contra o racismo, em 1979.
Já em 1994, a Coca-Cola diz ser a primeira marca a ter quebrado o estereótipo de gênero, com o clássico comercial de Diet Coke.
Com o comercial “Videogame”, de 2006, que mostrava um GTA politicamente correto, a marca se gaba por ser “teimosamente otimista”.
Jonathan Mildenhall e Ivan Pollard apresentaram uma criação brasileira, para mostrar como em 2009 a Coca-Cola passou a se apoiar em histórias verídicas, promovendo storytelling voltado para a realidade.
Em 2011, “Reasons To Believe” mantém o otimismo mesmo entre a inundação de notícias ruins, em época de crise financeira e tensão política.
Já aquele que é considerado o viral mais rápido da Coca-Cola veio em 2012, e não de maneira oficial. Mildenhall e Pollard contaram que o vídeo vazou antes da hora, onde cameras de segurança são lembradas pelo aspecto positivo, mostrando situações de bondade e alegria.
Por fim, a atual campanha “Small World Machine” – com potencial de levar vários Leões em Cannes – mostra como aquilo que nos une é maior do que aquilo que nos divide, usando tecnologia para aproximar Índia e Paquistão.
Todo esse papo de publicidade por um mundo melhor não é novidade e nem exclusividade da Coca-Cola. Quanto mais as marcas precisam disputar a atenção das pessoas, mais elas fazem a auto-crítica – por necessidade, é claro – de que devem investir na criatividade que faz a diferença. Jonathan Mildenhall afirmou que é obrigação dos comunicadores usar a influência que tem para colaborar e transformar a vida das pessoas.
Um tom, aliás, que se repetiu no seminário da Cheil realizado durante a tarde, e que falarei em um próximo post. Cases que provam como o contexto e a utilidade podem se tornar marcantes com pouca verba e, cada vez mais, tecnologia.
Depois do Grand Prix em Direct, “Dumb Ways To Die”, da McCann Melbourne para a Metro Australia, levou também GP de PR. E os prêmios devem continuar chegando para um dos virais publicitários mais compartilhados de todos os tempos.
O júri defendeu a escolha – praticamente óbvia de todos os membros – dizendo que numa época em que releases não funcionam mais, é com conteúdo assim que se faz relações públicas. Mensagem não só bem feita, com uma execução social exemplar.
Feito para promover a ferramenta Hangouts On Air, o vídeo relembra a importância das praças públicas e dos movimentos populares do passado.
A intenção do Google é mostrar como a internet e as redes sociais se tornaram palco e ferramenta fundamental de ebulição de manifestações na atualidade, e como o recurso de Hangouts – com transmissão ao vivo – pode ser utilizado para reivindicações, discursos e diálogo com autoridades.
Que timing, não? Em tempos de truculência policial na porta de nossas casas, Revolução do Vinagre, Revolta da Salada ou como queiram chamar, caiu como uma luva.
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