A paixão adolescente, desobrigada de questões como contas do mês, comprar ou alugar casa, trocar ou não de carro ou mesmo se é cedo ou tarde demais pra ter um filho, marca, deixa um lastro de melancolia, de saudades da ingenuidade, de não de ter que fazer algo, de gostar sem porém, contra tudo e contra todos. Sendo tudo a falta de grana ou transporte pra sair ou lugar pra consumar o amor e todos, as famílias, gaviões e sirigaitas, todos sabotadores às suas maneiras.
A imagem da menina dançando no salão da festa da escola, ou do aniversário de 15 anos de alguém da classe, festa de formatura e por aí vai, com carinha de charme imaturo, meio sem treino, passa uma nostalgia gostosa. Basta notar a reação que atrizes como Emma Stone, Julia Stiles e até Zooey Deschanel despertam. Quando um homem fala que uma mulher é fofa, além da possibilidade de ser gay (brinks), é disso que fala, da feição adultoadolescente, que acende o farol da novidade como uma constante.
O filme abaixo, dirigido e protagonizado por Celia Rowlson-Hall, ilustra isso, contrapondo à artificialidade da lourice como convenção, do “corpão” como meta e até da magreza como meio de vida, ambientado numa típica “prom” gringa, embora vazia. Um banho de sensações que desfila toda exigência pela qual passa a mulher, da beleza, da alegria constante (mulher que não sorri ou está de TPM ou é mal comida, prega a sociedade chauvinista), de saber conquistar, se vestir, maquiar e até de dançar bem.
A diretora é mais conhecida por suas coreografias, premiada em diversos festivais ao longo da carreira e cheia de trampos incríveis que vão de clipes a cinema, então vale botar o fone e deixar a expressão corporal/facial te conduzir. Essa produção, chamada Prom Night, esteve na seleção oficial do SXSW 2011 e do Rooftop Film Festival 2011, além de receber o prêmio especial do júri pela coreografia no Videofest24.
Post originalmente publicado no Brainstorm #9
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