Aereo, o serviço de streaming que está incomodando as emissoras nos EUA

Uma disputa entre um novo serviço de streaming e emissoras de TV chega à Suprema Corte norte-americana e pode decidir o futuro da TV (ao menos nos EUA).

Quem tem causado a confusão é a Aereo, um serviço de streaming que oferece programação de emissoras como NBC, CBS e ABC gratuitamente, através da web. As emissoras reclamam que essa seria uma violação dos direitos autorais, mas a situação não é assim tão preto-no-branco.

A Aereo funciona a partir da captação de sinais abertos, que é feita por uma série de pequenas antenas espalhadas pela região. Cada um dos assinantes da Aereo ganha acesso a uma dessas antenas, que então transmitem aquela programação através da web.

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Essa é a antena do Aereo

A assinatura é bastante acessível – entre 8 e 12 dólares mensais – e permite também usar o Aereo para gravar a programação que está sendo exibida, para assisti-la mais tarde (o que hoje é feito por aparelhos de DVR). Além disso, a Aereo faz com que seja desnecessário ter uma TV ou assinar um serviço de TV a cabo (caso a recepção na sua região seja ruim), já que a programação televisiva fica acessível através de dispositivos que se conectem à internet. Praticamente uma HBO Go, só que para canais abertos e por um preço bastante razoável, mas disponível em apenas um punhado de cidades norte-americanas.

David Carr destaca que a importância do caso vai além da transmissão via web de conteúdos de TV – “tem um pouquinho de tudo: mídias tradicionais apoiadas em modelos de negócios antigos e queridos, uma startup insurgente, com uma solução inteligente, e, quem sabe o mais importante, o primeiro grande teste da Suprema Corte, sobre quem é o real proprietário de conteúdos que ficam armazenados na nuvem”, explica ele no NYT.

Uma decisão judicial do caso só deve ser divulgada no final de junho, mas o assunto certamente levantará debates interessantes nas próximas semanas. Se a justiça decidir que a Aereo infringe leis de copyright, a empresa deixará de existir, e o precedente evitará que outras tentem seguir pelo mesmo caminho. Caso a Aereo seja a vencedora do processo, restará saber se os usuários estarão dispostos a pagar pelo acesso digital de um conteúdo que é gratuito (rede aberta) na televisão, e como será resolvido o ‘detalhe’ de que os produtores do conteúdo não levam nem um centavo nessa brincadeira.

Aguardem os próximos capítulos.

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Braincast 92 – Direitos de Uso de Imagem

O Direito de Uso de Imagem é um tema polêmico, não apenas na fotografia, mas em tantos outros campos criativos, como design, publicidade, ilustração, música e tantos outros. Muitos profissionais, focados em criar e conceber idéias, não possuem conhecimento adequado (e atualizado) sobre o que realmente é de direito deles, visando a integridade de seus portfólios e, inclusive, sua própria imagem pessoal.

No Braincast 92, Saulo Mileti, Guga Mafra e Cris Dias recebem o advogado Marcos Bruno, sócio da Ópice Blum Bruno Abruzzio Vainzof Advogados e especialista em Direito de Imagem. O que realmente é Direito de Uso de Imagem? E Royalt Free? Até onde a lei protege seus projetos? O que fazer em caso de cópia ou plágio?

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iStock by GettyImages

Esse episódio do Braincast é um oferecimento de iStock

Você sabia que a iStock:

1) Faz parte da Getty Images e é uma das maiores comunidades criativas de crowdsourcing do mundo?
2) Tem 100% do conteúdo feito pelos usuários?
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A iStock tem no site dela várias informações sobre direitos autorais e de imagem, como a explicação do que é Roayalty Free: acesse.

Assista ao Webinar do colaborador Lucato com várias dicas sobre esse e outros assuntos.

Na iStock, existe a preocupação da autorização do uso de imagens, inclusive, ela disponibiliza um modelo de autorização de uso de imagem e de propriedade em seu material de treinamento para os colaboradores.

http://portuguesbrasileiro.istockphoto.com/help/sell-stock/training-
manuals/photography
(veja a sessão de direitos legais no menu à direita)

Desafio Criativo:

A vitrine do episódio de hoje foi feita por Claudio Slam. Ele e todos os outros participantes vão ganhar 10 créditos em sua conta na iStock. Todos serão contatados por e-mail.

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Ouça toda a série de programas iStock

> Profissão: Fotógrafo
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> Profissão: Diretor de Arte
> Talento VERSUS Equipamento
> Película VERSUS Digital

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Comercial de TV defende a legalização da maconha em Washington

Esse poderia ser apenas mais um dos infindáveis comerciais de baixo custo com um discurso qualquer. Porém, aqui não estamos tratando de criatividade, e sim do tema.

Essa campanha publicitária que está sendo veiculada em Washington, EUA, defende a legalização da maconha, a tempo de uma votação que acontecerá no estado no fim do ano.

Uma mãe olha para a camera e defende a descriminalização da droga, e que o governo passe a regular a taxação do produto. Ao invés do dinheiro ir para gangues, se transforma em investimento em educação.

A proposta de mudança no Código Penal brasileiro não chega a tanto, apesar da tentativa de liberar o uso pessoal, mas o que me chama atenção é o tema ser discutido tão abertamente em Washington, com comerciais na TV e discurso claro. Certamente, tal abordagem seria vetada pelas emissoras daqui.

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Pós-considerações sobre SOPA [Parte 1]

Abaixo da superfície

Era final do ano passado e eu estava começando a matutar umas ideias para meu segundo artigo para o B9 sobre compartilhamento-download de conteúdo, mudanças de lógica e novos comportamentos quando, muito coincidentemente, ao navegar por certos sites gringos dignos de credibilidade, conteúdo e atenção deparei-me pela primeira vez com algumas notícias sobre o Stop Online Piracy Act e Protect IP Act. Os olhos arregalaram-se, os pêlos da nuca eriçaram, e desde então continuei apreensivamente acompanhando o desenrolar da trama, e discutindo e repassando informações nos twitterfacebooks da vida.

E aí, chegando mais perto dos momentos decisivos, pôs-se em ação o já conhecido e estabelecido modus-operandi de disseminação de informação, principalmente as de teor polêmico acima da média, e de mobilização da web: sites de informação jornalística começam a tocar no assunto (atrasado, com média de uma semana antes do evento), blogs replicam em tom alarmista, usuários começam a prestar atenção, sites e blogs criam be-á-bás e F.A.Q.’s sobre a questão seguido em um crescendo até alcançar os níveis de mini-histeria-redes-socialísticas e criação de rebanhos de usuários engajados de testa franzida, preocupados com SOPA desde pequeninhos.

E todos, olhando pra um só lado e, como sempre, esquecendo e/ou incapazes de enxergar que o quadro, sempre, sempre é maior e mais complexo do que a imagem chapada na largura e altura no monitor. Suas implicações e consequências se refletem em 3D, no eixo Z do volume e profundidade.

O efeito mais pernicioso de SOPAs e PIPAs não é só a arbitrariedade de sumariamente fechar sites em nome de detonar pirataria, o brabo mesmo é o objetivo a médio-longo prazo, maliciosamente entranhado nessas ações. Esse efeito seria, num futuro bem próximo, a pavimentação da involução, do caminho regresso a velha mídia de mão única.

A volta ao controle total de conteúdo e mídia (agora digital e virtual) pelas corporações, sem lugar nem para o usuário ativo nem para a livre produção de conteúdo independente. É a insistente tentativa de levar o usuário de volta para o estado primitivo de mero espectador-receptador e transformar a web do século XXI na televisão do século XX, no que há de pior neste conceito de passividade: veículo de puro consumo.

SOPAs, PIPAs e similares que ainda estão por vir, são censura e/ou caça-pirataria apenas na superfície. O quadro é maior, mais feio e mais profundo. É pior, é controle e moldagem de comportamento. Estes projetos de lei e mecanismos de controle são o reflexo direto, mas escamoteado, das corporações dominando completamente a produção de conteúdo e ditando o que e como você consumirá, deixando apenas o quando como alternativa verdadeira de sua escolha. Ah, mas é claro que sua voz será ouvida sim: em pesquisa de opinião…

E voltaremos ao status quo que as corporações são loucas para recuperar: eles emissores, você receptor (pagante, é claro) e a web o meio. O bom dessa involução , de emissor-receptor-meio, é que velhos livros de teoria da comunicação poderão voltar a serem usados.

1. Porque relevância é um termo que já perdeu qualquer resquício de sentido no território virtual nacional.
2. E também criador de conteúdo.
3. Fator que pode substituído por qualquer outra questão controversa e/ou intimidadora.
4. A serem comentados na parte 2 dessas pós-considerações, daqui a alguns dias.

PS: As ilustrações deste texto estão disponíveis para download GRATUITO e uso sob licença Creative Commons (CC BY-NC-ND 2.5). Ilustrações – A3 – cmyk (700 KB). A imagem no formato vetorial “EPS” (Encapsulated Post Script) pode ser aberta na maioria dos programas gráficos e redimensionada para o tamanho desejado sem perda de resolução.

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Quando a lei entra em conflito com a criatividade [Everything is a Remix, Pt. 4]

O quarto episódio da série “Everything is a Remix” fala de lei e criatividade.

Quando nosso sistema judiciário desconhece a natureza derivativa da criação, os limites entre propriedade, referência e transformação, todo o sistema começa a falhar.

É uma reflexão imperdível sobre propriedade intelectual e a maneira equivocada – SOPA, PIPA, etc – como a justiça trata do assunto em tempos de liberdade digital.

“Quando copiamos, nós justificamos. Quando nos copiam, vilanizamos.”

O vídeo não tem legendas, mas se ajudar você pode ver a transcrição do texto no site do projeto criado por Kirby Ferguson.

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