Loja de departamento em Paris é transformada em galeria com artes de usuários do Tumblr

O novo diretor artístico da Diesel, Nicola Formichetti – também conhecido como o estilista por trás do vestido de carne da Lady Gaga – deu destaque às artes digitais encontradas nos Tumblrs ao transformar a Galeries Lafayette em uma enorme exposição de arte pública.

Como parte da campanha Reboot da Diesel, a nova missão chamada Show me your artwork convidou artistas de todo o mundo para enviar suas artes com a chance de exporem seu trabalho. Para isso, era preciso publicá-lo em seu Tumblr com a hashtag #Dieselreboot.

As artes expostas acompanharam a URL do Tumblr de cada artista.

Formichetti escolheu mil trabalhos entre todos os enviados, usando-os para revestir as paredes externas e janelas da loja de departamento em Paris. Quase não há menção à marca Diesel a não ser por um cartaz dando maiores informações sobre a exposição.

Quem toma conta do projeto, de fato, são os artistas e suas criações.

dieseltumblrart-1

Pessoas que normalmente não estariam expostas ao mundo das artes acabam por entrar em contato de forma inesperada.

Acompanhando toda a fachada externa da loja e mais algumas partes internas, a exposição é gigantesca, sendo impossível de passar por ali e não notá-la. Assim, pessoas que normalmente não estariam expostas ao mundo das artes e muito menos ao do Tumblr Art (comunidade crescente de artistas no site) acabam por entrar em contato através de um espaço inesperado.

Outra coisa interessante é como as artes digitais e o contexto do Tumblr entram em contraste e reconfiguram a arquitetura clássica da Galeries Lafayette.

A exposição dura até dia 24 de Outubro na loja, porém todas as artes continuam acessíveis pelo Tumblr.

Brainstorm9Post originalmente publicado no Brainstorm #9
Twitter | Facebook | Contato | Anuncie

Art Everywhere troca anúncios por obras de arte em outdoors da Inglaterra

Durante duas semanas, obras de artes tomaram conta de 22 mil outdoors por cidades do Reino Unido, lugares antes reservados para propaganda. A ideia por trás do projeto Art Everywhere foi trazer 57 das pinturas inglesas mais famosas dos museus para as ruas, ocupando grandes espaços de mídia externa como em ruas movimentadas, pontos de ônibus, trens e metrôs. Resultado: a maior exposição de arte do mundo.

A relação dos habitantes com a arte e com a própria cidade mudou. Não há tempo e somos onipresentes. Será que as pessoas que passaram por estes pontos notaram a diferença?

Com a liderança de Sir Peter Blake – famoso por criar a capa do álbum Sgt. Pepper’s Lonely Hearts Club Band dos Beatles – a iniciativa uniu grandes parceiros e colaboradores como o Tate Modern, o Art Fund, diversas agências de publicidade britânicas, e também empresas como Clearchannel e JC Decaux.

Para abrir o projeto, Blake revelou seu próprio trabalho datado da década de 80, The Meeting or Have a Nice Day Mr Hockney, em um enorme outdoor em Westfield London Shopping Centre.

As demais peças foram selecionadas pelo público, a partir da coleção da galeria nacional de arte britânica. Dentre elas, estão pintores do século 19 como Turner e Whistler, do século 20 como John Singer Sargent e até trabalhos do contemporâneo Damien Hirst. Uma das artes mais votadas foi a The Lady of Shalott, de 1888, por John William Waterhouse.

art-everywhere-1
RENOIR
art-everywhere-3
art-everywhere-4
art-everywhere-5

Para aqueles que não encontram tempo para os museus ou ainda consideram as galerias de arte intimidadoras, essa é a chance.

Ocupando espaços normalmente reservados para publicidade, a competição com os diversos anúncios – de “última geração”, passando por gráficos em movimento, 3D e interação – que rodeiam a obra de arte, podem até fazer com que ela passe despercebida por muitos.

Para amantes de arte ou pessoas mais observadoras, a ideia é de puro prazer. Já para os apressados cidadãos da cidade grande – que se não estão encarando o trânsito, não desgrudam os olhos do celular – além de facilitar o acesso e o contato com a arte, o projeto oferece um tempo de contemplação em meio ao caos diário.

Brainstorm9Post originalmente publicado no Brainstorm #9
Twitter | Facebook | Contato | Anuncie

As histórias por trás de itens à venda no eBay

Uma intersecção entre antropologia digital e analógica, usando o ambiente online para compartilhar memórias, reconfigurando objetos, dando novos contextos e transformando o consumo.

Desde 2007, Emily Spivack tem usado o eBay como fonte para descobrir notáveis histórias e segredos que carregamos por trás de cada objeto que já tivemos um dia. Seu projeto, o site Sentimental Value, é uma curadoria de itens que estão à venda no ecommerce, junto aos comentários e descrições pessoais dos usuários sobre seus objetos, o que significam à eles e porque o estão vendendo.

Spivack começou o projeto por acaso, buscando por roupas vintages. Seu interesse pelas descrições pessoais que os usuários adicionavam aos seus objetos a levou a colecionar histórias, interessada na ideia de como o eBay também era uma plataforma que indiretamente havia se tornado um repositório para compartilhar memórias e histórias.

Hoje, Sentimental Value saiu da internet para o museu, convertido em uma exposição no Philadelphia Art Alliance que está acontecendo até o final de agosto, compartilhando com o público 23 itens de roupas e as histórias que carregam.

sentimentalvalue-1
sentimentalvalue-2
sentimentalvalue-3

O projeto mostra como o eBay, plataforma online baseada em transações e consumo, se transformou em um baú de histórias efêmeras.

Durante a exposição, as roupas se tornam objetos de arte e os visitantes ganham detalhes de cada uma delas, de forma a construir suas próprias narrativas. Alguns dos itens expostos: vestido verde de chiffon com sangue de um assassinato, óculos de sol tocados por Michael Jackson, tênis Nike com as bolhas de ar estouradas por uma ex-namorada, um vestido preto comprado por engano durante um momento de abuso de drogas.

Enquanto as camisetas mais básicas tendem a carregar lembranças mais ricas do que as peças de grandes designers, o projeto oferece às pessoas uma forma de reconfigurar o valor de um objeto, ao olhar para seus armários, pausar, e relembrar as histórias por trás de cada um. Um antídoto à cultura do consumo, onde etiquetas tendem a nos definir e dividir.

Brainstorm9Post originalmente publicado no Brainstorm #9
Twitter | Facebook | Contato | Anuncie