Série de fotos revela partes extremas da cidade, quebrando barreiras da vida convencional

Bradley Garrett é um pesquisador da Oxford University que iniciou sua carreira como arqueólogo. Se sentindo oprimido e desconfortável com os papéis autoritários e hierárquicos do ofício, Garrett decidiu seguir um caminho mais alternativo.

“Socialmente e individualmente, a exploração urbana é uma prática muito importante para que as pessoas consigam esculpir um lugar para si na cidade.” – Bradley Garrett, para FastCompany

Como “explorador urbano”, Garrett se aproveita do ambiente urbano em que vive para experimentá-lo de formas diferentes, misturando adrenalina, documentação e liberdade. Assim, em vez de escalar uma montanha, seu projeto envolve se equipar com uma câmera, escalar um arranha-céu, pular a cerca de uma base militar ou se aventurar pelos túneis que costuram o subsolo de uma cidade.

Uma mistura de protesto contra segurança e controle sobre o espaço público com os conceitos básicos da arqueologia, os exploradores urbanos como Garrett documentam locais que as organizações de preservação histórica ignoram, e os visitam diversas vezes seguidas para registrar o processo de decadência. Alguns também buscam formas diferentes de acesso, indo contra o caos da cidade, como chegar no topo dos prédios mais altos e dormir por lá.

“Place-hacking”, que dá nome ao livro, é a recodificação do espaço urbano fechado, secreto, oculto e esquecido, com o objetivo de transformá-los em oportunidades.

Os registros feitos por Garrett durante cinco anos estão sendo lançados no livro Explore Everything: Place-Hacking the City, em passagem por Londres, Chicago, Detroit e outras cidades na Escócia e Bélgica, junto ao coletivo London Consolidation Crew.

Cada foto mostra um olhar diferente para o espaço urbano, uma cidade nova, que não estamos acostumados a ver. Suas explorações resultam em novas possibilidades que se abrem para cada indivíduo, de fato, existir e vivenciar cada canto.

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Brainstorm9Post originalmente publicado no Brainstorm #9
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Art Everywhere troca anúncios por obras de arte em outdoors da Inglaterra

Durante duas semanas, obras de artes tomaram conta de 22 mil outdoors por cidades do Reino Unido, lugares antes reservados para propaganda. A ideia por trás do projeto Art Everywhere foi trazer 57 das pinturas inglesas mais famosas dos museus para as ruas, ocupando grandes espaços de mídia externa como em ruas movimentadas, pontos de ônibus, trens e metrôs. Resultado: a maior exposição de arte do mundo.

A relação dos habitantes com a arte e com a própria cidade mudou. Não há tempo e somos onipresentes. Será que as pessoas que passaram por estes pontos notaram a diferença?

Com a liderança de Sir Peter Blake – famoso por criar a capa do álbum Sgt. Pepper’s Lonely Hearts Club Band dos Beatles – a iniciativa uniu grandes parceiros e colaboradores como o Tate Modern, o Art Fund, diversas agências de publicidade britânicas, e também empresas como Clearchannel e JC Decaux.

Para abrir o projeto, Blake revelou seu próprio trabalho datado da década de 80, The Meeting or Have a Nice Day Mr Hockney, em um enorme outdoor em Westfield London Shopping Centre.

As demais peças foram selecionadas pelo público, a partir da coleção da galeria nacional de arte britânica. Dentre elas, estão pintores do século 19 como Turner e Whistler, do século 20 como John Singer Sargent e até trabalhos do contemporâneo Damien Hirst. Uma das artes mais votadas foi a The Lady of Shalott, de 1888, por John William Waterhouse.

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Para aqueles que não encontram tempo para os museus ou ainda consideram as galerias de arte intimidadoras, essa é a chance.

Ocupando espaços normalmente reservados para publicidade, a competição com os diversos anúncios – de “última geração”, passando por gráficos em movimento, 3D e interação – que rodeiam a obra de arte, podem até fazer com que ela passe despercebida por muitos.

Para amantes de arte ou pessoas mais observadoras, a ideia é de puro prazer. Já para os apressados cidadãos da cidade grande – que se não estão encarando o trânsito, não desgrudam os olhos do celular – além de facilitar o acesso e o contato com a arte, o projeto oferece um tempo de contemplação em meio ao caos diário.

Brainstorm9Post originalmente publicado no Brainstorm #9
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