Hyper-Reality, uma nova visão do futuro

Keiichi Matsuda é um designer e cineasta conhecido por seus trabalhos de realidade aumentada – Domestic Robocop e Augmented City 3D – que cruzam barreiras e levam a tecnologia para além das telas e dispositivos, tornando parte integrando do mundo físico. Estes dois filmes premiados geraram bastante atenção pela construção de mundos futuristas e interfaces interativas dignas de filmes de ficção científica.

“Uma ficção científica de nosso tempo; introspectiva, crítica e de belo design.” – Matsuda, via Kickstarter

Alguns anos depois, Matsuda está de volta com um novo projeto em campanha para financiamento coletivo no Kickstarter. Hyper-Reality é uma série de curta-metragens filmada em Medellin (Colombia), que tenta evitar os habituais carros voadores como visão do futuro para se concentrar nas ideias e consequências em torno das “cidades inteligentes”.

Cada curta será focado em um personagem diferente e sua percepção sobre a cidade. Seguindo seu ponto de vista pela narrativa, daremos de encontro com milhares de sobreposições de ficções, dados e informações em forma de realidades aumentadas. Temas como identidade, controle, privacidade, manipulação da mídia, poder dos dados e rebelião open source permearão cada enredo, que tomará o curso de um único dia. Os filmes terão em torno de 5 minutos cada um.

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Enquanto seus trabalhos anteriores incorporaram marcas e o conceito de ubiquidade da publicidade digital nas narrativas contadas, desta vez, em Hyper-Reality, Matsuda está convidando empresas a se tornarem seus parceiros para ajudarem no financiamento e a transformarem sua visão de futuro em mais realista.

Temas como identidade, controle, privacidade, manipulação da mídia, poder dos dados e rebelião open source permearão cada enredo.

Para as marcas, as oportunidades estão desde em atribuições de logo à cenas inteiramente baseadas em um patrocinador. Ter empresas envolvidas no projeto gera maior força e apelo aos filmes e, ao mesmo tempo, acaba sendo um gesto irônico ao sistema que a própria narrativa tem como crítica. Aqui, enquanto os filmes visam destacar as oportunidades de um futuro, também buscam refletir sobre um otimismo exagerado ao olhar de perto as consequências mais obscuras que tais avanços poderiam ter.

Hyper-Reality acaba servindo como uma plataforma de debate a qualquer  um que se preocupa com os caminhos traçados junto à tecnologia. Ao criar visões mais nítidas e públicas, o projeto ganha poder de influência naqueles que estão trabalhando em propostas para moldar o futuro, bem como em todos nós, usuários e entusiastas.

Brainstorm9Post originalmente publicado no Brainstorm #9
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Londres ganha praça móvel e portátil

“Cricklewood é uma área bastante ocupada, mas não tem biblioteca, nem praças ou bancos nas ruas.” – Tom James (Spacemakers)

A agência Spacemakers, focada em ambientações e intervenções na cidade, criou uma praça móvel que será transportada de bicicleta por Cricklewood, no noroeste de Londres, durante as próximas semanas. O objetivo é discutir a falta de espaço público nesta área da cidade.

Junto com a estrutura de dez metros quadrados e uma base de cinco rodas – com design do Studio Kieren Jones – uma série de eventos gratuitos como shows, filmes open air e bate-papos sobre arquitetura e urbanismo irão passar pela praça, tudo em prol de uma cidade mais inteligente e aproveitável.

O projeto, financiado por Outer London Fund, é parte da iniciativa de rejuvenecer o centro de Cricklewood. Spacemarkers, que já tinham trabalhado na regeneração do Brixton Village, inicialmente entraram com o trabalho de transformar lojas vazias na área em espaços melhores aproveitados pelos habitantes.

Deixar os moradores decidirem como o espaço deve ser e definirem suas próprias regras é essencial.

Mas a ideia acabou se desenvolvendo em uma praça móvel após estudos sobre o local, quando descobriram a falta de espaços públicos na area. Como os proprietários das áreas não permitiram a transformação deste espaço, a opção foi criar algo portátil e móvel.

A estrutura conta com uma torre do relógio feito à mão, e vai abrigar bancos e assentos feitos por fornecedores locais, utilizando materiais reciclados.

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Uma solução prática e lúdica, que proporciona um cenário vivo e ajuda a enquadrar os espaços.

O projeto quer mostrar o que os espaços públicos podem oferecer à comunidade, e como pequenos pedaços de terra podem ser usados para criar novos sentidos para a região. Mas mais do que isso, pretende-se instigar as pessoas locais a fazerem uma pergunta: “que tipo de espaço queremos, e onde podemos encontrá-lo?”

A praça, mesmo que temporária, espera encorajar mudanças de longo prazo em Cricklewood.

Brainstorm9Post originalmente publicado no Brainstorm #9
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Urban Observatory: dados e mapas inteligentes possibilitam comparar cidades lado a lado

Vivemos em um mundo de mapas acessíveis, gerando localizações, informações e direções instantâneas sobre qualquer lugar. Mas quando nenhuma cidade coleta dados da mesa forma, nem desenha mapas de escala e simbologia iguais, temos um limite de conhecimento, nos limitando às comparações superficiais e muitas vezes erradas.

Richard Saul Wurman, o criador do TED, se uniu recentemente ao Jon Kamen (Radical Media) e Jack Dangermon (Esri) para criar uma solução ambiciosa: o Urban Observatory, uma instalação imersiva que traz à realidade dados comparativos de mais de 16 cidades ao redor do mundo, contemplando categoriais como trabalho, movimento, pessoas, público e sistemas.

“O objetivo é dar acesso livre aos dados e conteúdos de cidades do mundo todo.” – Wurman

Observando várias cidades de forma simultânea, usando dados de mesma linguagem, o projeto torna possível comparar informações como densidade de tráfego, características da população, distribuição geográfica, clima, entre outros, de locais distantes aos redor do mundo, posicionadas lado a lado e carregando as mesmas funções.

Lançado semana passada na Esri International User Conference 2013, além de uma instalação que irá percorrer algumas cidades do mundo, o Urban Observatory pode ser usado também por qualquer pessoa, a partir de seu website.

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“As cidades também podem aprender com os erros de outras.” – Wurman

O projeto foi colocado à disposição de todos como uma forma de fazer a população entender a si mesma. É possível também participar da construção da base de dados usada para gerar os mapas, contribuindo com informações da sua cidade. Afinal, são as pessoas, seus movimentos, conexões e atividades que formam uma cidade e a reconfiguram a todo instante.

O que torna o Urban Observatory tão valioso é a possibilidade de visualizar e contextualizar dados em constante atualização, fazendo diferentes análises comparativas. Um museu ao vivo que enquadra todos os cantos do mundo para serem vistos por um único olhar, com visão muito mais ampla e embasada.

Brainstorm9Post originalmente publicado no Brainstorm #9
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Projeto interativo e imersivo no aeroporto de LA traz de volta a magia de se viajar

Viajantes passando pelo novo Tom Bradley International Terminal (TBIT), no aeroporto de Los Angeles (LAX), talvez mudem de ideia sobre o stress dessa fase da viagem. Programado para abrir em agosto, o novo prédio terá enormes telas e um sistema multimídia interativo que prometem aos passageiros uma experiência única e imersiva, unindo arquitetura, narrativa e branding.

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“Hoje em dia, a única parte mágica de viajar é quando olhamos a cidade do avião ou quando chegamos em casa. Queríamos criar sensações assim no aeroporto e trazer de volta essa magia.” – Sakchin Bessette, diretor da Moment Factory

Desenvolvido pelas agências Digital KitchenMoment Factory, de Montreal, o projeto conta com 4 horas de vídeo, sendo 40 curtas-metragem interativos que capturam os sentimentos e experiências maravilhosas de se viajar, e também a essência de Los Angeles. A intenção é tratar a cidade como marca, gerando uma expressão do que o turista pode esperar, sem pré-julgamentos e clichês.

Ao entrar no terminal, os viajantes são recebidos logo de cara com os vídeos rolando nos telões, junto à outras animações representando destinos populares e a urbanidade da cidade. Ao percorrer os corredores, há colunas de telas de LED que reagem e mudam em resposta aos passos de quem passa próximo à elas.

Para terminar, há uma torre com um relógio digital, reaproveitada de um antigo elevador, que resgata o visual dos relógios tradicionais das antigas estações de trem. A torre é interativa e, ao tocá-la, é possível observar a mudança de épocas.

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O projeto quer trazer de volta aos viajantes aquela animação e romantismo de arrumar as malas, percorrer o aeroporto e embarcar no avião. Rituais que desde então se perderam em meio aos aeroportos lotados, hoje sinônimos de horas desperdiçadas, preços exorbitantes, longas distâncias e muito stress.

Alcançar tal objetivo vai muito além de telas gigantes e interativas, mas investir em ambientes de passagem – que ironicamente são onde mais gastamos nosso tempo – já é um começo para se obter boas surpresas.

Brainstorm9Post originalmente publicado no Brainstorm #9
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