A internet visualizada como obra de arte

Data Portraits mapeia websites e transforma seus dados e informações – muitas vezes invisíveis a nossos olhos – em obras de arte. As visualizações revelam a complexidade e a interdependência da arquitetura de uma web em constante mudança.

“Meu objetivo era mostrar um lado diferente da web que vemos todo dia.” – Martyn Dade Robertson, em seu artigo

Cada retrato é a visualização de um website congelado em um período de tempo. Isso inclui links de navegação como também códigos, imagens, vídeos e demais camadas de links externos que constituem uma página.

O projeto foi criado pelo pesquisador e professor Martyn Dade Robertson, da Newcastle University.

Para financiar sua pesquisa e experimentação, Robertson está criando “retratos” de gigantes websites como GoogleNASAWired e Qantas Airlines. Qualquer um também pode pedir um retrato de graça aqui.

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“Se o Google fosse um artista, o que ele pintaria?” – Martyn Dade Robertson

O projeto levou 10 anos para chegar aqui. A primeira etapa envolveu a construção de um web crawler para rastrear e mapear todos os links relacionados a uma URL específica. Depois disso, foi desenvolvido um software chamado Web Cartographer, que cria os desenhos do retrato.

Cada nó representa os componentes do website, como imagens e scripts, e as linhas representam as ligações entre eles. O desenho é plotado para que os nós que se relacionam entre si gravitem juntos, assim padrões únicos são formados. Há um pouco de aleatoriedade no retrato também, dependendo de onde cada nó é colocado.

Brainstorm9Post originalmente publicado no Brainstorm #9
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Urban Observatory: dados e mapas inteligentes possibilitam comparar cidades lado a lado

Vivemos em um mundo de mapas acessíveis, gerando localizações, informações e direções instantâneas sobre qualquer lugar. Mas quando nenhuma cidade coleta dados da mesa forma, nem desenha mapas de escala e simbologia iguais, temos um limite de conhecimento, nos limitando às comparações superficiais e muitas vezes erradas.

Richard Saul Wurman, o criador do TED, se uniu recentemente ao Jon Kamen (Radical Media) e Jack Dangermon (Esri) para criar uma solução ambiciosa: o Urban Observatory, uma instalação imersiva que traz à realidade dados comparativos de mais de 16 cidades ao redor do mundo, contemplando categoriais como trabalho, movimento, pessoas, público e sistemas.

“O objetivo é dar acesso livre aos dados e conteúdos de cidades do mundo todo.” – Wurman

Observando várias cidades de forma simultânea, usando dados de mesma linguagem, o projeto torna possível comparar informações como densidade de tráfego, características da população, distribuição geográfica, clima, entre outros, de locais distantes aos redor do mundo, posicionadas lado a lado e carregando as mesmas funções.

Lançado semana passada na Esri International User Conference 2013, além de uma instalação que irá percorrer algumas cidades do mundo, o Urban Observatory pode ser usado também por qualquer pessoa, a partir de seu website.

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“As cidades também podem aprender com os erros de outras.” – Wurman

O projeto foi colocado à disposição de todos como uma forma de fazer a população entender a si mesma. É possível também participar da construção da base de dados usada para gerar os mapas, contribuindo com informações da sua cidade. Afinal, são as pessoas, seus movimentos, conexões e atividades que formam uma cidade e a reconfiguram a todo instante.

O que torna o Urban Observatory tão valioso é a possibilidade de visualizar e contextualizar dados em constante atualização, fazendo diferentes análises comparativas. Um museu ao vivo que enquadra todos os cantos do mundo para serem vistos por um único olhar, com visão muito mais ampla e embasada.

Brainstorm9Post originalmente publicado no Brainstorm #9
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Mapas de cidades mostram turistas vs. locais através de tweets

A riqueza de dados resultante de milhões de tweets pode ser usada em incontáveis e diferentes formas. Já vimos o Twitter dissolver e contrapor a geografia clássica ao criar lindos mapas baseados em geotags bem como a ascensão de hashtags políticas no Brasil, ajudando a organizar, registrar, cobrir e intervir nas manifestações que tem ocorrido por todo o Brasil.

Em Locals & Tourists, o artista Eric Fischer usa o MapBox (plataforma para criar mapas customizados) e Gnip (provedor de dados tendo as redes sociais como base) para criar visualizações de dados que destacam a atividade turística em diferentes cidades da Europa e Ásia.

A partir de 280 milhões de tweets com geotags datados desde 2011, tais dados passaram por uma curadoria para remover tweets que registravam a mesma localização geográfica, visando enfatizar a distribuição geográfica em vez de outros fatores.

Para a análise do percentual de moradores vs. turistas em uma área específica, foram definidos como turistas os usuários que twitaram de uma cidade específica por menos de um mês e a também língua usada.

No Distrito Financeiro de Nova York, por exemplo, vemos que a maioria dos tweets vem de usuários locais, com exceção da área em volta do World Trade Center, Estátua da Liberdade e outras atrações turísticas.

Interessante usar ferramentas como essa para analisar grandes eventos mundias também, tal como a Copa 2014 no Brasil, e a dissulução destes turistas em meios à cidade antes, durante e depois dos jogos.

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EUA

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Moscou, Rússia

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Bangkok, Tailândia

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Reino Unido

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Amsterdã, Holanda

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Nova York, EUA

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Istambul, Turquia

Brainstorm9Post originalmente publicado no Brainstorm #9
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Um mapa do mundo de acordo com ilustradores e storytellers

Celebrando os mapas não só como poder de circular pelo espaço, mas de viajar em suas histórias contadas, a Gestalten – uma editora de Berlim consagrada por suas publicações com conteúdo focado na cultura visual – acaba de lançar uma coletânea com mais de 500 mapas assinados por artistas, ilustradores e designers.

O livro A Map of the World According to Illustrators and Storytellers representa o espírito criativo da cartografia moderna ao redor do mundo, com criações que vão desde apurados cálculos em detalhados traços geométricos a utopias totalmente abstratas.

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Sem dúvida os mapas mudaram o mundo tanto como objeto de arte como ferramenta de poder. Nos ajudam a entender o tempo e fazem o universo ter mais sentido. Refletem a subjetividade com objetividade. Longe de ser um simples espelho da natureza, do que é verdadeiro ou falso, os mapas reescrevem o mundo.

Hoje, nos deparamos com cartografias das mais variadas em tudo e a todo instante. Na palma de nossas mãos, criamos um mapa de nós mesmos através de postagens tageadas e trajetos realizados via GPS. Figuramos e refiguramos o espaço, interpretando-o à nossa maneira.

Vemos a cidade com diversos olhares, muitas vezes até abstraída do seu contexto geográfico, tornando-a muito mais subjetiva e fruto de experiências. E tal metamorfose dos traços e caminhos só confirmam o quão atual são estes mapas trazidos pela coletânea A Map of the World, criados por contadores de histórias para uma sociedade faminta por receber, digerir, remixar e compartilhar.

“Com um visual singular, conseguimos impor ordem nos apropriando da realidade e de suas complexas camadas.” – Antonis Antoniou, prefácio

Abaixo, alguns dos mapas disponibilizados pela Gestalten.

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Map Your Memories

Map Your Memories é um projeto colaborativo de arte criado por Becky Cooper que desafia estranhos a preencherem um mapa da cidade de Nova York em branco, baseando-se em suas próprias memórias e experiências.

Lançado em 2009, Cooper começou distribuindo mapas em branco de Manhattan para nova iorquinos, que o enviaram de volta com suas interpretações. São mapas que tem desde apenas um ponto de referência (como o de uma pessoa que aponta o lugar aonde conheceu sua mulher) a um desenho detalhado e colorido com descrições de toda a vizinhança.

Inspirado no Invisible Cities, de Italo Calvino, o projeto gira em torno da ideia de que os mapas são construídos através de escolhas que incorporam valores e crenças ao figurarem e refigurarem o espaço, interpretando-o à sua maneira.

Conforme os diferentes mapas, é possível ver a cidade com diversos olhares, muitas vezes até abstraída do seu contexto geográfico.

O projeto resultará em um livro, Mapping Manhattan, a ser lançado em Abril deste ano. Além dos mapas do projeto, o livro também contará com desenhos em aquarela de Nova York, por Bonnie Briant.

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Brainstorm9Post originalmente publicado no Brainstorm #9
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