Braincast 62 – Anos 1990

Acompanhamos recentemente uma grande nostalgia oitentista no mundo todo, mas chegamos a conclusão aqui no Braincast de que nenhuma década impactou mais nosso elenco do que os anos 1990. Muitas das referências do que criamos e fazemos vem desse período, e apostamos que de grande parte da nossa audiência também.

No programa 62, discutimos nossa saudosa relação com os anos 90, que começou na esteira da queda do Muro de Berlim, Copa do Mundo, passando pela revolução que os computadores e a internet trouxeram para as nossas vidas, e a duradoura pergunta: O mundo vai acabar no ano 2000?

Carlos Merigo, Saulo Mileti, Guga Mafra, Cláudia Capuzzo e (mais tarde) Luiz Yassuda conversam sobre tecnologia, política, cinema, música, games, TV e tudo mais que marcou essa época fundamental. E claro, aproveite os comentários para citar as inúmeras coisas que esquecemos de falar.

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> 0h02m50 Comentando os Comentários?
> 0h20m00 Pauta principal
> 1h47m50 Qual é a Boa?

Recadinhos da Paróquia: Para se matricular no workshop9 “Design: origem, funcionalidade e princípios da estética” em CURITIBA, clique aqui; ou no de GOIÂNIA, clique aqui.

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Brainstorm9Post originalmente publicado no Brainstorm #9
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O Brasil tá com vergonha do Brasil? Ai se eu te pego…

De tempos em tempos nos amamos (sendo que as Copas dos Mundo são um desses momentos mais intensos) e, normalmente, mais comumente, nos odiamos e mostramos todo o nosso complexo de cucarachos, daqueles que acham que tudo que é gringo é melhor, mais bonito, mais organizado, mais sério, etc., etc. Conhece a cena? Pois é.

2012 começou com tudo e, como não poderia deixar de ser, com uma bela polêmica nas mídias sociais: Michel Teló.

Pra entender, resolvi ver os vídeos do moço e, claro, ferrou, pois não consigo mais tirar da minha cabeça o “ai se eu te pego na minha humilde residência!” Ok, ok, eu sei que misturei as músicas… mas que elas pegam, pegam, já ouvi em inglês, uma dupla francesa ótima (abaixo), os israelenses fake, e várias impublicáveis, etc. e aí fiquei pensando.

O cara é bom. Não é erudito, não é um Chico, mas nem acho que seja a proposta dele. O que ele perde pruma Macarena, por exemplo, ou prum Axé ou pruma Lady Gaga? É pop, é fun, é lazer, é só diversão. Toca Teló no autofalante do cara parado na praia com o porta-malas aberto, toca na favela, toca nos casamentos da classe média e toca no Jurerê Internacional, ou seja, toca no Brasil – a revista Época tem sua razão. E toca Teló no mundo!

Aí, vendo a reação nas mídias sociais, a revolta de quem não se sente incluído no “todo mundo” da Época ou quem acha que Teló é muito ruim ou ainda quem acha que o Brasil é muito ruim por conta de gostar/ouvir/falar do moço, me bateu uma sensação muito forte de que temos uma puta vergonha de nós mesmos, como povo, como ajuntamento de pessoas, não nos assumimos e não nos orgulhamos do que somos.

E, interessante, as mídias sociais têm funcionado para nós como um enorme espelho, uma imensa vitrine onde estamos todos expostos, tudo ali para quem quiser olhar. Os súditos estão nus!

Orkut, Facebook, Twitter, G+, tanto faz onde estejamos, estamos ali escrachando nossas idiossincrasias, nosso jeito, nossa ética flexível, nosso “faça o que eu digo, mas não faça ou que faço”, nossa lei de Gerson, nosso jeitinho brasileiro, nosso gosto musical, de leitura, nosso humor, nossa educação, nossa religião, nosso sincretismo, nossos hábitos, nossos costumes, nossas línguas, nossos preconceitos, nosso racismo, nossa genialidade, nossa inventividade, ou seja, nossa brasilidade toda!

As mídias sociais estão transformando a nossa vida de todo em um enorme livro aberto, explícito e transparente para quem quiser ler. Faz isso individualmente, mas faz isso em massa, como povo.

E quando a gente lê tudo o que as mídias sociais nos mostram sobre nós mesmos, a gente se estranha. É isso que sou como povo? A gente pensa “eles gostam, não eu”, mas canta no Jurerê Internacional ou na balada! A gente arruma desculpas para explicar ou justificar, a gente se envergonha da gente mesmo e tenta mostrar que aquilo é “alguém” não a gente, e a gente não consegue se ver simplesmente como um povo alegre, eclético, divertido e que, no caso do Teló, está só having fun.

Deixando Teló de lado, as mídias sociais podem cumprir um papel fundamental de nos fazer olhar nosso umbigo e nos sacar melhor como povo, quem somos, entender que Brasília é um reflexo de nós, que o Lula é a nossa cara, que não mudamos as situações que nos incomodam pois temos essa ética elástica, que nossa alegria e leveza com o mundo é contagiante, linda e talvez uma das coisas mais incríveis que temos como povo e, até, por que não, que o mundo cantar, curtir, rir, plagiar e brincar com o Teló é superbacana pra gente e não o contrário!

Aí se eu te pego… delícia! ;-)

Brainstorm9Post originalmente publicado no Brainstorm #9
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Quando o velho ajuda o novo e vice-versa

Como grande parte dos amantes de botõezinhos, tenho acompanhado de perto – inclusive como usuário – o que vem acontecendo com os tablets, em especial com o iPad (não só por ele ser da Apple, mas por ter novamente se adiantado e transformado os outros em seguidores – algo que confesso, não entendo como a indústria de computadores deixou acontecer… mas isso é assunto para outro artigo…) e vejo coisas muito interessantes por aí.

Uma delas diz respeito à mistura entre o velho e o novo, quem sabe algo que se possa entender como uma espécie de mashup velho-novo ou novo-velho.

No dia que o Jobs lançou o iPad, chamei minha equipe e falei: “Já pensou a gente ter a Pix e a ResultsON numa maquininha dessas, podendo folhear como se fosse a revista mas toda conectada?” Hum? (velho-novo) E dois meses depois, o que o FlipBoard lançou se não isso?

Outra coisa que me chamou a atenção é que vimos aqui no Brasil uma corrida de alguns veículos para serem os primeiros no iPad e pudemos comprovar que a tal da “first mover advantage” pode ser muitas vezes uma “first mover disadvantage” quando mal aproveitada, como fizeram o Estadão e a Folha, a meu ver. Saíram correndo mas não tiraram o máximo proveito e se esqueceram da coisa de fazer o mashup velho-novo.

Pulando para as revistas, a Época também correu e saiu na frente da Veja com um app que não era tudo isso, de fato, fora o fato de existir, não trazia nada de muito novo, mas era o primeiro.

iPad Veja Época

Perdendo a vantagem do buzz, a Veja resolveu correr atrás e fez um mega-super-bem-feito app (parece até que foi feito fora do Brasil) que, se não saiu na frente quando saiu, fez a coisa certa. E a Época, provocada, tenta agora recuperar a “vantagem” de sair na frente, mas que como saiu mal, acabou atrás. E por hora não consegue cobrar pelas edições.

Maluco? Um pouco, mas assim é o mundo da tecnologia, não?

Outra coisa que me chamou a atenção é que a Veja uniu uma Veja que o leitor já conhecia (independente da qualidade editorial, que não é o caso de discutir aqui) com o moderno iPad, ou seja, o leitor lê a revista com uma sensação de velha conhecida, o que é muito bacana (olha o tal do velho-novo), pois gostamos muito do que conhecemos… (apesar de falarmos um monte que adoramos inovação) e agrega as reais vantagens do iPad (portabilidade, facilidade, multimídia, etc) e não firulas bonitinhas mas inúteis, e que nos afastam daquilo que já conhecemos e estamos acostumados.

Observando as pilhas de papel de domingo a noite, observei também que as revistas, minhas velhas companheiras de final de semana, sumiram! Vanished! ;-)

Nem Veja nem Época papel circulam mais por aqui e o planeta agradece. A Veja está no iPad (paga, note-se) e a Época, bem, a Época sumiu aqui de casa e provavelmente enquanto não se acertar no iPad, não deve voltar! No máximo uma olhadela, mas a experiência que eu tinha com ela se deteriorou fortemente por conta de um novo estranho que se esqueceu do velho e que, no final, não me trouxe vantagens, pelo contrário.

E as duas coisas finais que notei também é que a Veja só publica os anúncios pagos para a versão iPad, não todos os da impressa, portanto ela fica mais rapidinha de ler e folhear e menos “suja” de publicidade e, o iPad é muito mais individual e pessoal do que uma revista, que circulava por várias pessoas aqui em casa, terminando no escritório, ou seja, o faturamento da Veja não caiu comigo, mas os leitores sim!

Já pensou como o “velho” pode ser fundamental quando se pensa o “novo”? Se tem um cara que pensa, é o Jobs. Quer coisa mais velha do que manipular tudo com os dedos e as mãos?!

Brainstorm #9Post originalmente publicado no Brainstorm #9
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Revista Época lança aplicativo para iPad

Época iPad App

A Editora Globo acaba de lançar um aplicativo da Época para iPad. É a primeira revista brasileira a criar uma interface especialmente para a tablet da Apple.

Parte do princípio de uma navegação simples, sem simular a estrutura do papel ou do site da publicação. Além disso, a Época pretende oferecer oportunidades de publicidade que também façam proveito da interatividade do iPad, como demonstrado no vídeo abaixo.

O conteúdo é gratuito, já que é o mesmo do site, mas futuramente as edições semanais da revista serão vendidas na íntegra no iPad, também formatadas para o gadget. Estima-se que o preço de cada edição será um pouco mais barato que a versão impressa.

Brainstorm #9Post originalmente publicado no Brainstorm #9
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