Apps do Twitter vão deixar marcar pessoas em fotos e subir até 4 imagens de uma vez

Brace yourselves, Twitter tagging is coming. Os apps da rede social para iOS e Android ganharam uma atualização que foca em um maior uso de fotos, e traz duas novidades: a possibilidade de marcar @perfis nas imagens e de subir até 4 arquivos em um mesmo tuíte.

A marcação está limitada a 10 pessoas por imagem, não influenciará na contagem dos 140 caracteres e vai gerar um aviso por email para as pessoas marcadas, igualzinho acontece com as atuais menções.

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Na tentativa de evitar uma brecha para spammers, uma opção de privacidade permite limitar quem pode marcar você em tuítes, mas a opção padrão autoriza que qualquer perfil possa taguear você. Ou seja, se você se incomoda com esse tipo de coisa, é bom alterar essa configuração.

Já o upload de múltiplas imagens mostrará um mosaico automático na timeline, e quando o tuíte for “aberto” será possível deslizar com os dedos entre as imagens disponibilizadas.

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O interessante da chegada desse tagueamento nas fotografias é que isso combina bastante com os rumores sobre o fim das menções e das hashtags. Além de economizar alguns caracteres na confecção do tuíte, não seria impossível que o Twitter expandisse o sistema de marcações também para as postagens apenas com texto.

Considerando que já é comprovado que tuítes com imagens tem maior engajamento, tanto o tagueamento quando o upload múltiplo podem ser interessantes para quem trabalha com mídias sociais.

Só fica a torcida para que não passem a tuitar aqueles incomodativos flyers de festa em que ‘marcam’ o seu nome para te convidar. De spam, já basta o que chega nos nossos emails todos os dias.

Brainstorm9Post originalmente publicado no Brainstorm #9
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Site libera imagens de satélite e pede ajuda para rastrear possíveis destroços do avião desaparecido

O voo 370 da Malaysia Airlines, que partiu de Kuala Lumpur no sábado, com 239 pessoas a bordo, continua desaparecido. Infinitas teorias rondam a curiosa história do avião que simplesmente sumiu do mapa em pleno 2014, mas a empresa de imagens de satélite DigitalGlobe decidiu que melhor do que ficar especulando é tentar ajudar de alguma forma.

Para isso, liberou o acesso de voluntários à Tomnod, uma plataforma coletiva onde as pessoas podem investigar imagens de satélite e marcar possíveis destroços da aeronave. A DigitalGlobe afirmou que continuará monitorando a região com seus satélites, e que irá disponibilizar as imagens no Tomnod o quanto antes.

Os voluntários são orientados a marcar qualquer sinal de destroços do avião, botes ou coletes salva-vidas e rastros de óleo, que poderiam ser indicativos da localização da aeronave.

Segundo o TNW, cerca de 25 mil pessoas já se candidataram como voluntárias para rastrear as imagens, e o site está constantemente caindo devido ao elevado número de acessos.

tomnod

A iniciativa da DigitalGlobe, no entanto, não é inédita. A plataforma Tomnod também foi usada em novembro do ano passado para ajudar a marcar objetos nas primeiras 24 horas depois da passagem de um tufão pelas Filipinas.

Brainstorm9Post originalmente publicado no Brainstorm #9
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Photoshop: A ética da manipulação digital

O fotógrafo Rodrigo Braga fez de seu ensaio Fantasia de Compensação* uma forma de manipulação fotográfica única. Ele que deixava de lado o uso do Photoshop em seus trabalhos, criou um projeto onde a ferramenta é essencial. Ao fundir sua própria cabeça com a de um cão, o fotógrafo criou uma metamorfose perturbadora e impressionante. Produzindo, dessa forma, um trabalho que une o poético e todo o potencial das técnicas utilizadas no Photoshop.
 
“Eu me incomodava com o fato dos recursos digitais estarem sendo associados à fotografia apenas como um incremento formal à imagem captada pela lente, ou mesmo apenas como uma exagerada sucessão de aplicações de efeitos. Queria algo que operasse pelo quase imperceptível e deixasse o espectador tonto, flutuando entre o virtual e o palpável. Tinha a vontade de ‘fabricar’ em ambiente digital uma ‘realidade’ que, de qualquer forma, pudesse ter ocorrido em verdade, pela habilidade manual humana“, diz Rodrigo.

O trabalho de Rodrigo mostra um uso totalmente artístico do Photoshop, criando essa realidade que o artista buscava, além de fugir dos tratamentos que estamos acostumados em peças publicitárias, capa de revistas, retoques em fotos pessoais etc. Ele também nos faz pensar como hoje em dia não conseguimos fugir dos efeitos digitais. Uma foto amadora ou profissional sempre tem o mínimo de retoque e, além disso, estamos cada vez mais familiarizados e acostumados a enxergar e aceitar essas manipulações.

Photoshop

Além da praticidade, a ferramenta permite também a intensificação de esteriótipos e a idealização de um ser humano perfeito

Artisticamente ou não, a verdade é que muitas vezes nos perguntamos se um bom efeito sobrepõe, substitui ou até mesmo tem mais atenção que o clique do fotógrafo. Em caso de projetos fotográficos concebidos como arte – como em Fantasia da Compensação – seria impossível pensar a imagem sem os efeitos digitais. Sem o Photoshop o fotógrafo não conseguiria criar o que queria.

Qual o limite?

O bom senso do uso do Photoshop fica por conta da liberdade artística e da vontade do profissional em utilizar os efeitos que a ferramenta permite. Mas quando as fotos são feitas para outros fins não podemos seguir o mesmo pensamento.

Para Kaue, diretor de imagens do Grupo Luz, o limite do  uso do Photoshop é a qualidade. Ele tem que contribuir com a imagem e tornar a foto melhor, com a visualização desejada. Para isso é necessário uma ética profissional como em qualquer outra profissão, a responsabilidade deve prevalecer.

“O maior erro de um profissional é achar que ele pode tudo, não importando as regras físicas existentes na natureza. Tal como dar uma caneta e papel a qualquer pessoa não faz dela um poeta, é necessário especializar-se em seu manuseio. O maior mito do Photoshop, com certeza, é dizer que qualquer um pode usá-lo. A grande verdade é que ele pode ser aprendido por qualquer um, mas o uso ético e correto vem após grande experiência e estudo”, diz Kaue.

Photoshop

Campanhas como “A Beleza Real” de Dove ajudaram a colocar o tema em discussão entre público e mercado

É claro que as manipulações fotográficas não são um privilégio do dias de hoje. Antigamente os profissionais confeccionavam suas montagens no laboratório. Com a chegada do Photoshop, as necessidades criativas e o aperfeiçoamento com rapidez e agilidade do trabalho com imagens foram supridas.

O grande problema é o mal uso da oportunidade. Muitas vezes o limite do uso da ferramenta para melhorar a qualidade de uma imagem é distorcido e deixado de lado. Ao mesmo tempo em que o software proporciona rapidez, praticidade, e criação de ensaios artísticos, ele permite, também, a intensificação dos esteriótipos, a idealização de um ser humano perfeito e as manipulações fotográficas para fins políticos.

Photoshop

No caso do fotojornalismo a qualidade da foto não pode sobrepor o comprometimento de um fato noticiado ou histórico, seja na captura da foto ou na pós-produção. Não é o mesmo trabalho de fotografia para publicidade ou arte, onde o tratamento é maleável para cada tipo de objetivo final. É preciso ter bom senso e comprometimento com a profissão para não usar a ferramenta como forma de distorcer a verdade fotografada. 

Quem nunca viu o Sarkozy mais magro, mísseis que nunca existiram, armas colocadas nas mãos de pessoas erradas, e infinitas mentiras fotográficas que tem o objetivo de enganar e manipular estrategicamente determinado assunto?
Sem falar do uso excessivo e desregulado das manipulações digitais como se fossem um produto de beleza. Ninguém mais pode ter uma gordurinha acolá, poros faciais, uma bochecha grande etc. Com o uso desnecessário do Photoshop começamos a aceitar que existe um ser humano perfeito e que todas as fotos das outras pessoas devem chegar nessa imagem inatingível de perfeição.

Felizmente estamos deixando de lado essa vontade de ser um padrão e finalmente o mercado está se policiando e fugindo das bizarrices e situações irreais. O foco é cada vez mais a beleza real, como nos questionamentos levantados pelas campanhas de Dove nos últimos anos. As pessoas perceberam que devem dar mais atenção para esse tipo de abordagem e questionar de onde veio determinada imagem, se houve ou não uma manipulação milagrosa e exagerada.

Em meio as discussões do bom senso no uso do Photoshop, sempre fica a dúvida se muitas vezes uma imagem que não quebra os conceitos éticos e continua sendo única, teve uma base muito bem feita ou alcançou essa nível a partir de um bom profissional de tratamento.

Photoshop

O ovo ou a galinha?

Cássia Desbesel, designer e bicampeã do Photoshop Conference Brasil, acredita que o fotógrafo continua sendo o dono do “momento”.

“Se não for ele para captar aquele olhar ou aproveitar aquela luz natural o trabalho pode ser comprometido. Eu costumo dizer, que o tratamento corrige qualquer coisa, mas não tem nada mais convincente do que um momento original, e este, só o fotógrafo pode conseguir” – Cássia Desbesel

Para Kaue, pensar se o trabalho de um fotógrafo é melhor que de um profissional de tratamento é o mesmo que questionar se o que veio primeiro foi o ovo ou a galinha. “Os dois interagem e um depende do outro. Sem um bom fotógrafo não existe uma boa fotografia tal como sem um bom tratamento ela também não existe. Acho que hoje o principal papel do fotógrafo é orquestrar a confecção de uma imagem, dar a matéria prima, o tom e a composição”.

Photoshop

É verdade que a  tecnologia está se sobressaindo à antiga forma de se conceber a fotografia. Algumas técnicas acompanharam o desenvolvimento da mídia e conduziram os fotógrafos a renovações de linguagens, já o Photoshop prevalece como a da nossa época. Mas ainda é imprescindível a união das técnicas de aprimoramento digital com o olhar do fotógrafo para dar qualidade a foto final. E mais que isso, é importantíssimo que os dois pensem em conjunto sobre a ética do que estão fazendo para elaborar um trabalho de sucesso.

Diante disso, o que vai destacar certa imagem ou trabalho perante há  tantos outros que se utilizaram dessa facilidade tecnologia das manipulações rápidas e acessíveis vai ser a novidade, a criatividade e o pensamento dos profissionais em conjunto para completar um o trabalho do outro.  

Renato braga lembra “nessa perspectiva da excelência da imagem, a relevância de uma produção cada vez mais deixa de ser a “bela foto” em si, para encontrar seu valor numa discussão de linguagem. Ou seja, o que fará um bom criador de imagens não é a câmera nem o computador, mas sim sua visão singular de mundo e sua contribuição para uma discussão mais ampla, no campo simbólico e sensível”.
 
*A série Fantasia de compensação foi realizada utilizando procedimentos que mesclam produção plástica  e manipulação digital não causando sofrimento e morte ao animal. O texto Dos bastidores de um auto-retrato esclarece o processo de realização da obra.

Brainstorm9Post originalmente publicado no Brainstorm #9
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O Photoshop está remixando o mundo?

Já falei aqui no B9 – umas 42 vezes, acho – o quanto gosto da série “Off Book” da PBS e seus mini-documentários que abordam criatividade, internet e comportamento.

O novo vídeo volta os olhos para o Photoshop, numa tentativa de explicar como ele revolucionou nossa cultura visual. Criações que seriam impossíveis há 20 anos, hoje são feitas em minutos, e por qualquer um disposto a aprender. Ao mesmo tempo que o uso indiscriminado causa controvérsia, pela mídia principalmente, hoje o Photoshop se mostra fundamental no modo como as pessoas criam conteúdo online, disseminam memes e viralizam manipulações caseiras.

Talvez você não concorde com nenhuma dessas afirmações. Afinal, uma ferramenta na mão de quem não saber o que fazer com ela não serve pra nada. Justamente por isso a discussão vem em forma de pergunta: O Photoshop está remixando o mundo?

Assista acima. Não tem legenda PT-BR.

Brainstorm9Post originalmente publicado no Brainstorm #9
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