Isso, sim, é um anúncio de emprego

Se você pensava que a Heineken tinha mandado bem naquela pegadinha da entrevista de emprego, no começo do ano, é porque Rich Silverstein ainda não estava procurando por um assistente executivo. Esqueça as pegadinhas e comece lembrando-se de algo muito importante se você quiser ter “o melhor trabalho” no mundo da propaganda: “Rich Silverstein responde a ninguém. E esse ninguém pode ser você”.

O diretor criativo da Goodby, Silverstein & Partners começou sua busca com um anúncio no site Craigslist,

“Você já olhou a grandeza nos olhos – e chorou porque era tão linda que feriu seus sentimentos?
Se não, você realmente deveria conhecer Rich Silverstein.
Rich já foi introduzido em todos os halls da fama – sim, plural. Suas conquistas poderiam ser lidas como um romance, ainda que escrito por Stephen King.
Você provavelmente ouviu histórias. E elas são tão verdadeiras quanto enganosas. Ele é durão e espera grandeza. Mas ele também exige de si mesmo os mesmos padrões impossíveis.
O sucesso que ele teve é o material de “Mad Men”. E é coisa de loucos.
Rich Silverstein responde a ninguém. E que ninguém pode ser você.”

E se este texto não fosse o suficiente para convencer um candidato, o melhor então é acessar o site Work4Richprovavelmente um dos mais divertidos já feitos com este propósito. Para se conseguir uma entrevista com o diretor criativo, antes de mais nada é preciso superar seis desafios: ser organizado, ser obcecado por detalhes, gerenciar contatos, anotar recados, lembrar nomes e ser breve. Cada uma destas características deve ser comprovada por testes específicos e, só depois de concluir cada um deles, é possível se candidatar.

Ficou com alguma dúvida? Tente capturar o sinal de interrogação…

O mais legal é que todas estas tarefas têm de ser executadas de maneira criativa, provavelmente a principal exigência de Rich Silverstein. Se rolar um interesse, é possível se candidatar até o próximo dia 6 de setembro.

 

Brainstorm9Post originalmente publicado no Brainstorm #9
Twitter | Facebook | Contato | Anuncie

O que a maioria das escolas não ensina, mas ainda assim podemos e devemos aprender (Parte 2)

Se você leu a primeira parte deste texto, já sabe que o mercado mundial de tecnologia da informação padece com o déficit de profissionais especializados e que a situação dá sinais de que irá se agravar bastante nos próximos anos. E se nos últimos tempos você já tentou preencher uma vaga de programador, sabe que a tarefa se assemelha à jornada de Frodo e Sam para destruir o Um Anel.

Até porque não basta saber programar, mas também é preciso ter algumas qualidades que se encaixem com os valores, cultura e posicionamento da empresa.

Ok, mas e daí, o que eu faço se eu quiser aprender a programar e não quiser/puder depender de uma escola?

Bom, daí você vai contar com a ajuda de programadores que pensaram nisso e criaram sites, aplicativos e tutoriais que ensinam a codificar, independentemente da sua idade. No próprio site da CodeOrg é possível começar a aprender alguma coisa graças aos parceiros do Scratch, Codecademy, Khan Academy e CodeHS.

code3

A Codecademy, inclusive, tem uma versão mais ou menos em português. O site ensina a programar gratuitamente, de uma maneira interativa e interessante. Quando dá tempo, eu tenho tentado aprender um pouco, não só porque pode ser útil no meu trabalho, mas também porque eu adoro lógica e fiquei curiosa para explorar um pouco mais esse universo.

Também no CodeOrg há alguns links interessantes, com tutoriais online que incluem o Hackety Hack, LearnStreet, Lynda.com e Udemy, cursos universitários da Coursera, Edx, Udacity e TeachingTree.co.

Para aprender a fazer webpages, aplicativos mobile e até criar códigos para robôs, há o Mozilla’s Thimble, Code Avengers, AppInventor, Codea, Arduino e Lego Mindstorms.

Há, também, formas lúdicas e divertidas de se aprender código que são perfeitas para crianças ou para você, que costuma baixar aplicativos de lógica e quebra-cabeças em seu smartphone/tablet, mas gostaria de ter um algo mais em seu passatempo. RoboLogic, LightBot, CargoBot, Move the Turtle, Kodu e KidsRuby estão entre eles.

hop

Apesar de não estar na lista do CodeOrg, recentemente conheci o Hopscotch, um aplicativo gratuito para iPad que também é bastante interessante para ensinar a garotada a programar. A proposta dos criadores é permitir que a criação de coisas no universo digital sejam tão fáceis para as crianças como é no universo analógico.

Isso significa que aquele jogo que seu filho queria que existisse, mas ainda não foi inventado, pode ser criado por ele mesmo.

É interessante pensarmos que, seguindo essa linha de raciocínio, entramos também na questão do design thinking e do empreendedorismo, com pessoas de todas as áreas e idades desenvolvendo soluções para N problemas que, como mostramos no outro texto, estão interligados de alguma maneira à programação e seus incríveis códigos.

Por enquanto, tudo isso é apenas uma reflexão, uma ideia. É o meu jeito de produzir um código esperando que ele sirva para criar algo, algum dia. Quem sabe.

Brainstorm9Post originalmente publicado no Brainstorm #9
Twitter | Facebook | Contato | Anuncie

O que a maioria das escolas não ensina, mas ainda assim podemos e devemos aprender (Parte 1)

Steve Jobs disse, certa vez:

“Todo mundo neste país deveria aprender como programar um computador… Porque isso ensina como pensar.”

É claro que, quando ele se referiu ao país, ele quis dizer Estados Unidos, mas de qualquer maneira é um raciocínio que poderia facilmente ser aplicado em outras partes do mundo, inclusive Brasil. A frase abre o web documentário What Most Schools Don’t Teach, da CodeOrg, que reúne nomes conhecidos da tecnologia – e também de fora dela – para falar sobre como aprender a programar foi importante para eles.

A ideia do documentário é mostrar que, independentemente da área que muitos deles seguiram, aprender a programar fez a diferença. E que apesar de parecer intimidante no começo, nada mais é do que um exercício de resolução de problemas que permite que a gente crie qualquer coisa do zero. Mais ou menos como tocar um instrumento musical.

Programar é também uma forma de expressar sua criatividade e imaginação.

Segundo o CodeOrg, nos próximos 10 anos o mercado de TI terá 1,4 milhão de vagas, mas apenas 400 mil profissionais capacitados – ou seja, um milhão de vagas sobrando. E isso é apenas nos Estados Unidos.

code2

O Brasil vai pelo mesmo caminho. Segundo uma pesquisa realizada pela consultoria IDC, atualmente há 39,9 mil vagas sobrando no mercado nacional de tecnologia. Até 2015, a perspectiva é de que esse número triplique em função do déficit de profissionais qualificados.

Daí a gente pergunta: será que não está na hora de começarmos a fazer alguma coisa?

Algumas empresas – pelo menos as grandes como Google, Facebook, Twitter e afins – têm investido forte para atrair os profissionais certos e que já estão disponíveis no mercado, criando escritórios “incríveis”, com direito a alimentação saudável, academia e ambientes pensados para estimular a criatividade.

Levando-se em conta que computadores estão em todas as áreas possíveis e imagináveis, independentemente do produto final de cada uma delas, e que na era da comunicação estamos interligados por, adivinhe, códigos criados em computadores, realmente vale a pena inserir este tipo de aprendizado em escolas.

O problema é que uma outra pesquisa produzida pelo movimento Todos pela Educação, De Olho nas Metas 2012, indica que somente 10,3% dos jovens brasileiros têm aprendizado de matemática adequado à sua série ao final do ensino médio. E as receitas de Miojo e hinos de times de futebol nas provas de redação do Enem também não ajudam muito na hora de defender a inserção de aulas de código no currículo educacional brasileiro.

code

Por outro lado, não faltam provas de que o nosso currículo educacional precisa ser revisto, tanto em sua forma quanto em seu conteúdo. Isso e algo um tanto mais importante – que provavelmente será um desafio ainda maior:

Nós, brasileiros, precisamos nos livrar dessa maldita herança cultural de pensar que estudar é chato.

Estudar não é chato. Chato é você ser obrigado a aprender coisas inúteis, que você sabe que não terá de usar para nada mais em sua vida além de passar de ano. O problema é que também existe uma categoria de coisas que você pode até pensar que são inúteis, mas que estão interligadas a algo maior e mais importante.

No papel de alunos, a gente até pode achar que sabe tudo, mas não sabemos. E ainda por cima é raro encontrarmos um professor que consiga nos inspirar ou pelo menos mostrar, na prática, que aquilo será útil em algum momento. Aos poucos, essa equação vai ficando cada vez mais complicada.

Em resumo, não sabemos diferenciar o útil do inútil, então generalizamos tudo como inútil e ponto final.

Você pode até concordar ou discordar, mas esta é a minha opinião.

Seria ótimo poder contar com o sistema educacional para aprender e ensinar coisas que poderão fazer a diferença não só entre passar ou repetir de ano, mas também na sua formação como ser humano e como futuro profissional, mas enquanto isso acontece de maneira pouco expressiva em apenas algumas escolas, talvez seja o caso de a gente tentar buscar conhecimento em outras fontes. (Continua na parte 2).

Brainstorm9Post originalmente publicado no Brainstorm #9
Twitter | Facebook | Contato | Anuncie

Heineken realiza entrevista de emprego nada convencional para contratar estagiário

No Braincast dessa semana – o programa 51 – discutimos sobre a atual moda das pegadinhas publicitárias. Uma das ações citadas no podcast foi essa da Heineken, chamada “The Candidate”, e revelada ontem no canal da marca no YouTube.

A Heineken queria contratar um estagiário para atuar nos eventos que patrocina, como a Champions League, por exemplo, e para isso realizou uma entrevista de emprego nada convencional com 1734 candidatos. Com diversos testes estranhos, a intenção principal era tirar os entrevistados do modo padrão de perguntas e respostas prontas e ensaiadas.

O contratado só foi revelado durante o jogo Juventus e Chelsea, que aconteceu em novembro do ano passado pela Champions. A ação entra na categoria das pegadinhas, que citamos no Braincast, mas não me parece que ultrapassa algum limite. Podemos considerar que os candidatos passam certa vergonha, mas nada grave. Certo?

Heineken

Brainstorm9Post originalmente publicado no Brainstorm #9
Twitter | Facebook | Contato | Anuncie


Advertisement

Como foi no trabalho?

Aproveitando que o carnaval acabou, é uma boa hora para assistir o comercial acima e refletir: Você é um mentiroso?

A Monster – um site de empregos – sempre veicula ótimos filmes sobre trabalho (1, 2, 3), desafiando o espectador a questionar sua situação atual.

A criação é da BBDO New York.

Monster

Brainstorm9Post originalmente publicado no Brainstorm #9
Twitter | Facebook | Contato | Anuncie


Advertisement

Após corte, ex-funcionários criam Tumblr para mostrar que talentos da Goodby estão disponíveis no mercado

Há algum tempo livre da crise, esse seria uma ideia que teria caído muito bem para o mercado brasileiro há alguns anos – e também pode servir no futuro.

Recentemente a Goodby, Silverstein & Partners – reconhecidamente uma das melhores agências do mundo – fez um corte e demitiu centenas (isso, centenas) de funcionários, por conta da perda da conta de Sprint e parte da HP.

Para ajudar os ex-colegas a encontrarem um novo emprego, um ex-redator do GSP criou o Tumblr “Grab Some Goodby”. A ideia é promover individualmente cada pessoa, com um breve perfil e links, e assim mostrar que os talentos da Goodby agora estão disponíveis para outras agências.

Acho a iniciativa nobre, e deve colaborar para um reposicionamento rápido dessas pessoas, mas alguns sapos de fora reclamam de exposição desnecessária, já que nesses casos o sigilo é sempre mantido. O que você acha?

Brainstorm9Post originalmente publicado no Brainstorm #9
Twitter | Facebook | Contato | Anuncie


Advertisement