Futebol adquire status de religião no Brasil

Diz a sabedoria popular que há três coisas que não devem ser discutidas, para se manter a paz em qualquer ambiente: política, religião e futebol. Infelizmente, os três assuntos parecem estar intimamente ligados uns aos outros, especialmente aqui o Brasil, onde para muitas pessoas o futebol é uma religião. Mais ou menos como mostra o comercial criado pela Grey  para a Cerveja Foca.

No Brasil, a Lei de Liberdade Religiosa permite que qualquer fiel saia em horário de trabalho para “professar seus credos”, desde que a religião seja reconhecida pelo governo brasileiro. Foi aí que, com a ajuda de um advogado, a Cerveja Foca resolveu oficializar em um cartório o futebol como a religião com mais seguidores no país – e a bebida quer se tornar sua água benta.

Para facilitar a vida dos torcedores, digo, fiéis, a marca criou um site em que os usuários informam qual o jogo que querem assistir e quando. Na data, um email é enviado à empresa, informando que a lei obriga o funcionário a ser dispensado.

A gente até tentou acessar o site, mas não conseguimos – talvez seja o excesso de fiéis querendo ser liberado para a Copa – mas se você quiser tentar, basta clicar aqui.

foca

Brainstorm9Post originalmente publicado no Brainstorm #9
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ThinkB4You Speak: pense bem antes de falar

Provavelmente uma das melhores lições que nossos pais podem nos ensinar – mas que nem todos nós aprendemos como deveríamos – é um conselho que ouvimos incontáveis vezes ao longo da vida.

“Pense bem antes de falar”.

Em tempos de blogs, redes sociais e qualquer ferramenta ou plataforma capaz de disseminar ideias, a gente percebe que esse grande poder não é lá muito bem usado com grande responsabilidade. Dai que o “pense bem antes de falar” acabou inspirando o ThinkB4YouSpeak.com, resultado da parceria entre o Ad Council e a Gay, Lesbian & Straight Education Network. O projeto se propõe a contar quantas vezes palavras como conotação homofóbica são usadas no Twitter.

No site da iniciativa, há um contador que mostra quantas vezes expressões como “fag”, “dike” e “so gay” foram utilizadas no dia, semana e mês – é claro que os números são absurdos e o objetivo é zerá-los. Também é possível visualizar o contexto ao qual estas expressões estão inseridas.

Além disso, o ThinkB4YouSpeak conta com um material bacana para ajudar na educação e conscientização, com áreas dedicadas a pais, educadores e até mesmo treinadores. Há banners da campanha, inclusive, que mostram que é errado usar a palavra gay como sinônimo para burro ou estúpido – como mostra o material abaixo, assinado pelo jogador da NBA Steve Nash. Há até mesmo uma cartilha que ensina como dizer às pessoas que não e legal dizer que alguém é “muito gay”.

O mais interessante é que, muitas vezes, a gente faz isso de forma inconsciente, não por maldade. Mas aí entra a questão da empatia, de conseguir se colocar no lugar do outro e perceber que as coisas não tão simples como imaginamos. É assunto que rende – especialmente neste momento em que política e religião parecem, mais do que nunca, ter se tornado uma coisa só em um Estado brasileiro supostamente laico. O desafio é manter o nível da conversa com bons argumentos e pensar bem antes de falar…

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