Celular e direção, uma combinação que pode acabar mal

A combinação de álcool e direção sempre foi uma grande problema, mas já tem algum tempo que as bebidas deixaram de ser a principal preocupação das autoridades. O uso de celulares enquanto se dirige, especialmente para o envio de mensagens, se tornou tão comum quanto o resultado desta prática, alguns deles narrados em campanhas como “It Can Wait” – que inclui um documentário dirigido por Werner Herzog.

Agora, o Tombras Group for the National Highway Traffic Safety Administration, dos Estados Unidos, engrossa o coro contra a combinação de celular e direção com o pungente filme “Manifesto”, que mostra como essa história pode acabar mal.

A história é aquela que todo mundo conhece: um grupo de jovens no carro, todo mundo feliz, até que a motorista resolve responder a uma mensagem de texto. Com a atenção voltada pelo celular, ela não percebe a placa de pare e o veículo é acertado em cheio por um caminhão.

Além do filme, a campanha conta com um site, o distraction.gov. dirigir

Brainstorm9Post originalmente publicado no Brainstorm #9
Twitter | Facebook | Contato | Anuncie

MINI alerta que palavras podem machucar em campanha contra SMS ao volante

Segundo a MINI, dirigir e digitar é um ato responsável por duas mil mortes a cada mês no México. Para mostrar que as palavras podem machucar, a marca criou uma impactante campanha de mídia exterior no país.

Trinta letras, medindo 2.5 por 2.5 metros, foram espalhadas pela Cidade do México. As estruturas simulavam fraturas expostas, alertando para o perigo de conduzir um carro e enviar SMS ao mesmo tempo.

Essas instalações promoviam ainda um aplicativo para smartphone, chamado The Word Blocker. Através do GPS, o app identifica a velocidade do usuário, bloqueando automaticamente o recebimento de mensagens no celular. O rementente recebe uma resposta pré-configurada, avisando que o destinatário está dirigindo.

A ferramenta calcula ainda a distância percorrida com o bloqueio ativado, criando um ranking de “quilômetros seguros” entre os usuários do app.

A criação é da Publicis.

MINI

Brainstorm9Post originalmente publicado no Brainstorm #9
Twitter | Facebook | Contato | Anuncie

#GaviãoLouco: Ação da Brahma vai fazer um gavião entregar mensagem para o Corinthians no Japão

Aproveitando sua atuação com patrocínio de clubes no Brasil, a Brahma tem lançado diversas ações pontuais em momentos decisivos do futebol, entrando em um terreno que até então era dominado principalmente por marcas de material esportivo. A cerveja fez com o Corinthians na Libertadores e Palmeiras na Copa do Brasil, por exemplo.

Agora, com o Mundial de Clubes da FIFA, a Brahma criou uma nova campanha de apoio ao Corinthians. Um gavião irá entregar uma mensagem no estádio em que o time está treinando, em Nagoya, através de uma engenhoca acionada remotamente que irá liberar o pergaminho.

Com a tag #GaviaoLouco, a intenção é coletar mensagens dos torcedores via redes sociais, e uma será selecionada para “cair” no estádio.

A criação é da Africa.



Brainstorm9Post originalmente publicado no Brainstorm #9
Twitter | Facebook | Contato | Anuncie


Advertisement

Mito & Mensagem: O mundo é mais fácil do que se pensa e mais difícil do que se pode explicar

Mito & Mensagem é uma série de textos que analisa campanhas e comunicação de sucesso do ponto de vista mítico, e porque, dentro dessa lógica, elas funcionam.

As sociedades humanas, como as conhecemos, tiveram em algum momento mítico de suas formações a incursão disso que muitos pensadores da cultura chamam de Função Paterna.

Esse conceito, nascido em trabalhos de teóricos ligados à psicanálise, tem como premissa essencial que a paternidade biológica não tem nenhuma utilidade. Para o contrato social a função simbólica do pai é o que se presta a impor limites, guiar, orientar e punir o indivíduo cuja formação inconsciente é marcada pela agressividade, pelo caos.

O publicitário contemporâneo pode reproduzir mitos tanto para sustentar uma campanha política quanto para vender iPad

É isso a estrutura que vislumbra que os indivíduos respeitem as mesmas regras, obedeçam aos mesmos códigos e de fato vivam em sociedade.

O homem é o lobo do homem (homo homini lúpus), escreveu Thomas Hobbes (“Leviatã”, 1651), o contrato social que administra, desloca, sublima e organiza essa agressividade é a função paterna. Diversas figuras sociais (mídias, instituições, marcas, ícones da moda, do comportamento) somam-se contemporaneamente às imagens do pai (de família) para garantir a efetividade de sua função.

| A FUNÇÃO DO MITO

O mundo é mais fácil do que se pensa e mais difícil do que se pode explicar.

O paradoxo dessa afirmação reside no fato de que tudo o que podemos falar sobre o mundo, não é nada do mundo, ele mesmo. Todavia, o mais próximo que se pode chegar dessa relação entre falar e apreender o mundo, está nos mitos.

O mito surge entre os antigos analogamente ao aparecimento da linguagem. Era a maneira de dar razão aos fenômenos naturais, o nascer do sol ou a chuva que caia. O mito em sua essência é uma tentativa de explicar o homem em si. Assim, parafraseando Roland Barthes (em vários pontos de sua obra), decifre o mito e estará decifrando a si mesmo.

Um abacaxi mordido não atenderia aos desejos inconscientes que uma maçã levemente iluminada pode evocar

Os mitos resultam diferentes de uma sociedade a outra. Mas sua essência é a mesma e inteligível para todas as comunidades. Alguns temas são, portanto, recorrentes em diferentes culturas, diversos mitos.

Toda sociedade tem ou teve, por exemplo, seu mito de criação e destruição e divindades que de uma forma ou de outra desempenham papéis semelhantes. Os mitos, fazem então, a estruturação social creditada à função paterna. Dão sentido a essa função.

São, por isso, vetores totêmicos de aglutinação dos grupos humanos submetidos à civilização. Entende-se totem aqui como uma representação simbólica da função paterna que só existe porque há um mito que explica sua razão de estar lá. Entender isso é começar a sacar como o mundo funciona; como funcionamos nele, como nos articulamos com ele.

| MITO É A PÓS-MODERNIDADE

Na pós-modernidade temos uma falência de grandes estruturas totêmicas que nos explicavam o mundo. Instituições como igreja, a família como constituição tradicional, escola, Estado, partidos políticos, o fim das grandes utopias. Com isso o que se tem são outras entidades fazendo esse papel de forma mais contundente, sendo as marcas um grande exemplo disso.

Mais flutuante do que o acadêmico, o publicitário contemporâneo pode tanto reproduzir mitos para sustentar uma campanha política quanto para a popularização do iPad 2.

No primeiro caso, Sarah Palin, por exemplo, tem a imagem pública desdobrada competentemente de sua vida pessoal – simultaneamente ex-modelo e líder administrativa livre da influência masculina; não é difícil identificar aí uma articulação do mito de Atlanta, a corredora bela que nunca se deixava vencer pelos homens. Shakespeare utiliza a mesma estrutura em sua obra “A Megera Domada” (The Taming of the Shrew). Crentes de que poderão eventualmente domá-la, alguns machos se permitem seduzir por ela.

No terceiro, como explicar que um tablet é desejável antes mesmo de serem conhecidos seus recursos, apenas porque há nele o logo de uma maçã?

Comunicação eficiente que em ambos os casos articulam desejos inconscientes para todos. Articulam os mesmos mitos essenciais com os quais Claude Lévi-Strauss pode – sem falar português ou qualquer língua indígena – conviver, conversar e ser admirado pelos povos nativos que conheceu. Os mitos têm linguagem universal. Algo das publicidades, também.

A construção da marca contemporânea consiste então, em dar significados particulares a estes valores universais.

| JOHNNIE WALKER E PROMETEU

Os mitos pensam os homens antes que estes saibam dos mitos. Isso serve também para as marcas. Por isso, um abacaxi mordido não atenderia aos desejos inconscientes que uma macã mordida, levemente iluminada sempre pode evocar. A maçã seduziu Eva, Hera, Vênus e Atena, os homens vieram depois da primeira mordida. Quem não desejaria, então, possuir tal maçã? Freud perguntou: O que quer a mulher? Steve Jobs deu a melhor resposta: Uma maçã que capture os desejos masculinos. É mais do que o hardware. É publicidade capturando o mito.

A Vitória de Samotrácia (do gr. NIKÉ) é o exemplo mais óbvio. Símbolo de que a batalha é apenas para os fortes, suas asas terminam por constituir o logo estilizado da empresa de artigos esportivos.

A Coca-Cola ao relacionar um estado de espírito (felicidade, vida) com o ato de ingerir sua bebida re-cria o rito bacante do entusiasmo (do gr. Enthousiasmós = colocar um deus dentro de si).

A boneca Barbie permite que cada criança re-viva a origem mítica da Guerra, aquela de Tróia, por Homer, quando uma maçã foi dedicada “para a mais bela”. Todas querem ser a mais bela. Sendo Barbie, todas podem ter – ludicamente – esta experiência inconsciente. An apple strikes again…

Quando Johnnie Walker passou seu legado ao filho, Alexander e este aos sucedâneos, o mantra “Keep Walking” estava já inscrito à marca. O mito do herói que morre mas passa seu legado vem desde os gregos. Prometeu foi o primeiro, o jovem Feidípedes (???????????) ao correr na batalha de Marathôn / Marathónas; (???????, transl. ) e pagar com a vida por isso, já mostrou que o homem teme a morte, mas teme mais a vergonha de ser esquecido.

Prometeu, na mitologia grega, foi aquele que criou o homem e também foi aquele que lhe ensinou o fogo.

Fogo é uma simbologia para conhecimento e com o conhecimento o homem foi capaz de coisas incríveis. Foi capaz primeiramente de andar em pé, sair do chão e olhar para frente. E olhando para frente foi capaz de inventar coisas, aperfeiçoar ferramentas, ou seja, progredir.

O mito de Prometeu é um dos mais emblemáticos para nossa cultura. Ele é poderosíssimo no sentido que é na sua essência o desejo universal de todos nós, sermos melhores do que somos hoje. De não nos conformarmos com o bom e procurarmos o ótimo.

Os criativos da BBH pensaram em Prometeu quando criaram essa campanha? É provável que não, porém a essência do mito está incrustada em todos nós, eles tiveram a sensibilidade de captar isso. E claramente havia a incrível coincidência de que o nome em si já era um signo de progresso.

Fácil? Claro que não. Saber qual mito tem maior aderência com determinada marca e até mesmo momento de nossa cultura é um trabalho dificílimo, porém o mito como território para posicionamento ainda está longe de começar a ser explorado. Até lá, aos interessados nas relações entre os mitos, sua função paterna e seus desdobramentos nas marcas, fica a assertiva de que as pesquisas estão ainda engatinhando mas, keep walking.

{por Thiago Bersou e Clovis Pereira}

Brainstorm9Post originalmente publicado no Brainstorm #9
Twitter | Facebook | Contato | Anuncie


Advertisement


Feliz Natal! | De: Snoop Dogg, Para: Brainstorm9

Mandar cartão de Natal é coisa do passado, mas mandar aquele email generalizado com frases feitas também não fica muito longe disso. Sendo assim, peça para Snoop Dogg enviar mensagens de fim de ano para a sua família e amigos.

Essa foi a ideia da Adidas para facilitar o seu Natal. Através de um aplicativo no Facebook, as pessoas podiam escrever uma mensagem personalizada, escolhendo o destinatário e data de entrega.

Mais de 300 pedidos foram selecionados e gravados por Snoop Dogg e Jeremy Scott, e os vídeos serão publicados nos murais dos amigos presentados na data escolhida.

A criação é da Sid Lee, com ilustrações da dupla brasileira Mulheres Barbadas.

Snoop Dogg tirou um tempinho durante as gravações para mandar a mensagem abaixo para o B9, mostrando que sabe o nosso “motherfuckin name” também. E tem essa que ele resolveu mandar para os próprios amigos.

Brainstorm9Post originalmente publicado no Brainstorm #9
Twitter | Facebook | Contato | Anuncie


Advertisement