School Of Language lança segundo disco após seis anos

School Of Language é uma banda (infelizmente) pouco conhecida. É o projeto paralelo de David Brewis, originalmente líder de outra banda ainda menos conhecida, a Field Music.

Ambas as bandas transitam em um território pop alternativo de muito bom gosto e fazem um som que lembra desde The Futureheads até TV On The Radio. Diferente do que eles fizeram em seu álbum de estreia (onde quase tudo era num tempo quebrado, sem refrões grudentos e melodias nada amigáveis para o rádio), o single novo é um pop um pouco mais palatável. Dress Up tem uma aura retrô (que single de hoje em dia não tem?) que mescla belos vocais com detalhes bem pensados de arranjo, principalmente no final.

Eu gosto deles porque sei que não vou ouvir aquela mesma guitarra com os mesmos 4 acordes com o mesmo andamento de sempre. Nada contra, eu adoro esse tipo de indie rock, mas às vezes é bom ouvir algo que você não espera.

E o legal do do School Of Language é que eles entregam justamente o que você não espera. Não é o pop mais fácil do mundo, mas vale a pena insistir.

Mês que vem sai o segundo disco do projeto School Of Language, chamado Old Fears. Demorou esse tempo todo porque David estava trabalhando em mais um álbum da Field Music e excursionando com ela. Agora ele voltou para seu plano B e parece estar tão ou mais à vontade aqui do que em seu trabalho oficial.

Se você gostar da musica acima, procure o primeiro disco e divirta-se.

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Do underground britânico ao pódio: Elbow

Hoje, o obscuro Elbow está famoso e lotando estádios e arenas ao redor da Europa. Agraciado pela honrosa oportunidade de compor uma música para as Olimpíadas – a apoteótica First Steps – a banda colhe os frutos da fama conquistada com seu excelente disco The Seldom Seen Kid, de 2008, e segue em turnê para continuar divulgando seu trabalho do ano passado, Build a Rocket Boys.

Mas nem tudo foram flores na história do Elbow. Esta banda de Manchester já vem calejando os pés na estrada há muitos anos, muito antes de saborear o gostinho do sucesso. Eles começaram em 1997 e de lá pra cá já lançaram 6 álbuns. Só no penúltimo conseguiram deixar de ser uma banda do mais profundo underground britânico para ocupar um espaço de prestígio junto aos grandes nomes do rock/pop daquele país.

O som deles é denso, mas otimista ao mesmo tempo. Quando eles querem, quebram tudo de verdade com guitarras explosivas e o vocal sempre imponente de Guy Garvey.

Antes the The Seldom Seen Kid, o Elbow produziu um discaço chamado Leaders Of The Free World.

Foi uma injustiça o álbum passar despercebido pela crítica e pela maioria do público. Era, de fato, uma pérola.

Ainda bem que o Mercury Prize fez jus à banda alguns anos depois e deu ao Elbow o reconhecimento que ele tanto merecia.

Enquanto não sai disco novo deles (prometido para o ano que vem, vamos esperar), a gente relembra algumas pérolas aqui embaixo.




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El Cuarteto de Nos: pop/rock do carajo!

Está saindo do forno o mais novo álbum do Cuarteto de Nos, veterana banda uruguaia de “rap rock alternativo cômico e pop”, se é que poderia existir tal definição.

É sempre boa essa sensação de ansiedade quando uma banda que a gente gosta está prestes a lançar material novo. Eu sou fã do Cuarteto há pouco tempo (infelizmente não tive a sorte de conhece-los antes), mas eles estão na ativa desde 1980, e seu primeiro disco foi lançado em 1984. São macacos velhos e fazem um som de primeiríssima.

Começaram fazendo um tipo de música bem regional, mas seus últimos trabalhos – principalmente a partir da segunda metade dos anos 90 – mudaram totalmente de rumo, e hoje o Cuarteto é uma das bandas mais populares do Uruguai.

Agora estão lançando seu décimo-quarto álbum, Porfiado, e semana passada divulgaram o primeiro vídeo oficial em seu canal do YouTube.

Para quem conhece a banda, a música nova traz as qualidades típicas do Cuarteto: letra cantada/falada, refrão apoteótico e instrumental apurado e impecável.

Para quem não conhece a banda e que entender melhor do que se trata, é assim:

1) É pop/rock.
2) É pop/rock misturado com rap.
3) É pop/rock misturado com rap, inteligente e divertido.
4) É pop/rock misturado com rap, inteligente, divertido e quando suas músicas atingem o refrão, as melodias são simplesmente memoráveis.

Uma observação: eu não gosto de rap, mas o tipo de rap que o Cuarteto de Nos emprega em suas músicas é bacana, e não aquela coisa gangsta-com-as-mãos-cruzadas-e-cara-de-mau. Aqui a poesia é rápida e divertida, e é um recurso muito bom do qual lançam mão para contar suas longas e hilárias epopeias.

E aí, quando chega na ponte e no refrão, a verdadeira face do Cuarteto se revela em forma de grandes melodias e refrões memoráveis. E como se não bastasse, a banda de Roberto Musso e cia. tem um dom inigualável de contar histórias. Quando só o som não basta, eles complementam sua narrativa com videos muito bem feitos.

Aqui tem a música nova e algumas mais antigas, pra quem conhece relembrar e pra quem não conhece se divertir com o primeiro contato. No site oficial deles, você também pode ver divertidos videos com o work-in-progress do disco novo.

Se quiser ir atrás dos álbuns, comece por estes: El Cuarteto de Nos (2004), Raro (2006) e Bipolar (2009).

Cuando sea grande, quiero ser como vos.






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