Considerado por muitos a própria encarnação de deus, John Coltrane elevou o jazz à categoria de Arte. Transcendendo seus contemporâneos, propôs na música novas idéias técnicas, sentimentais e espirituais. Mais do que um músico, um Artista nato: nos ofereceu a possibilidade de percebermos que seu legado abria a janela de um novo mundo à ser explorado – como, de fato, é até hoje.
No Braincast 69, Saulo Mileti e Guga Mafra conversam com o músico e produtor Vitor Cabral sobre um dos maiores gênios da história do Jazz.
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Desafio Criativo
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Faz sol em Nova Iorque. É dia 25 de outubro de 1966.
Num certo estúdio na 30th street, um tal de Miles Davis registra seu último take de Gingerbread Boy, após dois dias de gravação de seu novo disco – Miles Smiles.
A formação desse álbum é seu segundo quinteto: uma histórica e abençoada junção de pequenos grandes gênios revolucionários do que costumamos chamar de jazz.
Mas eles ainda não sabem disso, e cada novo take é como se fosse a grande chance, a grande oportunidade de mostrar ao mundo que eles realmente merecem estar ali.
Microfones sortudos captam nota por nota da revolução, da liberdade artística e criativa que os conduz, destemidos e sonhadores, perseguindo um novo som a cada segundo.
Miles, Wayne Shorter, Herbie Hancock, Ron Carter e Tony Williams estão no auge do entrosamento, e esbanjam um domínio musical que – se não fosse tão natural, tão fluido e tão deslumbrante – chegaria a soar ofensivo. Transformam o andamento em desafio, e brincam com ele, judiam dele, e fazem de suas mudanças sua marca registrada para consagrar seu som nos moldes da história. Uma certa Footprints vai mostrar como isso é possível sem soar arrogante ou enfadonho.
E mesmo sem conseguir acompanhar, as pessoas vão bater seus pezinhos no chão involuntariamente, de tão empolgante que está o som. Depois vão recostar a cabeça no conforto de Circle, e ouvir um dos mais emocionantes diálogos entre trumpete e sax tenor já gravados.
As novidades vão seguindo, uma a uma, como um bálsamo para quem gosta de jazz. O clamor virá no começo ano que vem, na forma de aplausos de público e crítica, sendo “inspirador” o menos inflamado adjetivo que o disco vai receber depois de seu lançamento.
Miles sabe que seu novo disco é aguardado. Miles sabe que está vivendo uma das épocas mais prolíficas de sua carreira. Miles sabe que acaba de desbravar mais um território em sua sonoridade. O que ele ainda não sabe é que Sgt Pepper’s e Jimi Hendrix estão chegando (só para citar dois), e vão influencia-lo em novas e eletrizantes direções. Mas isso é assunto pro ano que vem.
Enquanto isso, Miles sorri. E nos dá 6 grandes motivos para fazer o mesmo.
Fone pequeno, fone grande, daqueles de tiara, earphones, aqueles que o arco fica atrás da nuca… hoje em dia o que não falta é diversidade quando o assunto é fone-de-ouvido.
E eu acho isso super justo e necessário. Na época que a gente tinha walkman ou discman, era mais comum ouvir só um CD ou uma fita e depois desencanar, porque não era muito prático ficar trocando o disco toda hora (sem falar nos cases de CDs e fitas, que eram um trambolho a tiracolo).
Agora que temos nossa coleção inteira nos bolsos, o fone-de-ouvido virou um item de vestuário tão essencial quanto uma calça ou uma blusa. E a escolha do fone certo é um processo delicado, que merece todo o seu cuidado.
Seu fone é seu maior companheiro. É ele que te acompanha no dia-a-dia, na saúde e na doença, na alegria e na tristeza. Onde quer que você vá.
Ao fim de um dia de trabalho, se você fizer as contas, vai ver que passou a maior parte do tempo na companhia do seu fone. Ele está lá, à sua disposição pra quando você PRECISA ouvir “aquela” música ou quando você precisa se isolar do mundo por qualquer motivo. Seu fonte te entende, ele está lá pra você.
Nada mais justo que você dedique a ele um tempo e um carinho na hora de escolhê-lo. É como adotar um bichinho de estimação.
Não existe melhor ou pior. Existe aquele que combina com o seu estilo e com o seu gosto na hora de ouvir música. Tem gente que gosta de mais grave, tem gente que gosta de mais agudo, tem gente que não liga muito pra isso e prioriza o conforto, a leveza. Enfim, seja qual for a sua preferência, existe um fone certo pra você.
As marcas que eu particularmente mais gosto são Sennheiser, AKG e Sony. A Philips também tem uma linha gigante de fones bem bons e bonitos. A Audio Technica também oferece fones muito bons a preços acessíveis. E, claro, existem dezenas de marcas excelentes de fone (Dr Dre, Koss, Numark, e por aí vai).
Independente da marca, tamanho ou preço, um fone bacana é aquele que equilibra bem as frequências (grave, médio e agudo) sem estourar nenhuma. E, claro, tem que ser confortável e bonito pra você. : )
Se você quer dar um upgrade e trocar de fone, acho legal ter três coisas em mente:
1) um fone bom tem que conseguir reproduzir fielmente tanto um som de violino numa música clássica quanto a mais suja das guitarras de um heavy metal, sem estourar nada.
2) o acabamento do fone pode ser lindo, mas se depois de 15 minutos na sua orelha ele começar a te incomodar, não adianta. Se puder, “vista” vários fones antes de escolher o seu definitivo. Conforto é uma peça-chave na decisão de um fone que você vai usar por horas e horas.
3) Os fones Noise-Cancelling são uma opção bacana (porém cara) se você quer se isolar, literalmente, do mundo lá fora. Eles são equipados com pequenos microfones que captam o ruído externo e produzem uma frequência de resposta que compensa e isola esse ruído.
Separei abaixo alguns videos com sons bacanas para testar fone-de-ouvido. Independente de gosto musical, são exemplos que exigem bastante de um fone e que mostram se ele vai segurar a onda ou não (pena que às vezes o som do streaming não ajuda).
E, claro, quando você for testar o seu, ligue seu som preferido e veja se o coração bate mais forte. ; )
Sabe quando você pega um cara de uma banda que você adora, outro cara de outra banda que você adora e imagina como seria se eles tivessem uma outra banda juntos?
Na história da música, a formação de supergrupos é uma prática comum entre membros de bandas distintas. Pretensões à parte, alguns deles fizeram bastante sucesso e deram muito certo sob o ponto de vista musical. Em alguns casos, entretanto, tudo não passou de uma mera escalação de estrelas num time sem técnico, e o fracasso veio impiedoso.
Me dá um pouco de medo quando escuto que um novo “supergrupo” vai ser formado. O exemplo mais recente, pra mim, é o Superheavy. Imagine esta formação: Mick Jagger, Joss Stone, Dave Stuart (ex-Eurythmichs) , Damian Marley e o músico indiano A R Rahman.
O line-up é promissor, né?
Pois bem, essa mistureba de estilos tão distintos aconteceu e seu primeiro single saiu no finalzinho do ano passado. Pra mim, não funcionou muito bem, mas às vezes pode ser a sua praia. Dá uma olhada:
Acho difícil juntar estilos tão diferentes, porque parece que todos os peixes estão fora d’agua. Não me soa natural o Mick Jagger cantando num reggaezão como este, assim como me soaria igualmente estranho ver o Damian Marley berrando em cima de um riff de Keith Richards.
Nos famigerados anos de ouro do grunge, um grupo que nasceu de uma mistureba e que deu muito certo foi o Temple Of The Dog. A banda foi o bolo resultante da mistura entre Pearl Jam e Soundgarden, e seu single Hunger Strike virou um dos grandes hits de sua época.
Mais recentes, dois supergrupos vieram à tona com grande pompa e bons resultados: Chickenfoot e Them Crooked Vultures.
O Chickenfoot reuniu superestrelas do rock em 2008: Sammy Haggar e Michael Anthony, do Van Halen, Joe Satriani e também o Chad Smith, do Red Hot Chili Peppers. Coisa finíssima. Apesar do tempo curto de duração da banda, lançaram dois álbuns.
O Them Crooked Vultures juntou o todo-poderoso-do-rock atual, Dave Grohl com o mestre John Paul Jones, do Led Zeppelin e Josh Homme, do Queens Of The Stone Age. Só isso. : )
E deu nisso:
Outro supergrupo ultra bem-sucedido dos ultimos anos é o Audioslave. Junção de Chris Cornell, ex-Soundgarden, com Tom Morello, Tim Commerford e Brad Wilk, do Rage Agains The Machine. Lançaram 3 discos e muitos hits, mas a divergencia musical entre seus membros acabou dissipando o grupo mesmo depois do estrelato.
Nos anos 80, o Traveling Wilburys virou um dos supergrupos mais famosos da história por juntar na mesma formação ninguém mais ninguém menos do que George Harrison, Roy Orbison, Tom Petty, Bob Dylan, Jeff Lynne e Jim Keltner. PQP!
Durou só dois anos e, entre muitos sucessos, produziu esta pérola pop aqui:
Só para citar mais alguns, nos anos 60, Jeff Beck, Jimmy Page e Eric Clapton – três jovens que viriam a se tornar três dos maiores guitarristas da história – fizeram parte dos Yardbirds. Nos anos 80, estrelas do rock progressivo também se juntaram para fazer o Asia. Nos anos 70 surgiu o Bad Company e o Rainbow, dois supergrupaços. Este ultimo, com Ritchie Blackmore, Dio, Cozy Powell… só para citar alguns. Se a gente quiser migrar para outros estilos, também dá: é só pegar os dois quintetos clássicos do Miles Davis e a banda que ele formou na época de sua fase elétrica para perceber que foram 3 super-mega-blaster-giant-grupos. Era sempre muita gente boa por nota.
E a lista de supergrupos é imensa, mostrando que esta “mania” sempre bem-vinda existe desde que a música é música. Só temos a agredecer as iniciativas dos nossos ídolos em criarem projetos paralelos com outros ídolos “só para se divertir”. Quem se diverte é a gente.
Se você pudesse montar seu dream team da música, que escalação ele teria?
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