Super Bowl Ad Meter lista comerciais que ficaram no bottom 5

Não foram apenas os Denver Broncos que foram atropelados no jogo de ontem à noite. Assim como existe um top 10 para mostrar os comerciais mais bem avaliados no Super Bowl Ad Meter, do USA Today, há também um bottom 5, ou seja, os cinco filmes que tiveram a pior pontuação final.

Dreamworks, com Need for Speed, encabeça esta lista, seguido por Bodybuilder, da GoDaddy.


Family Plan, da Sprint, e Crunch Time, da Subway, são os próximos.


A grande surpresa é que, assim como a Budweiser se consagrou com Puppy Love liderando a lista dos 57 comerciais, sua marca-irmã, a Bud Light, amargou a última colocação, com Cool Twist.


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Brainstorm9Post originalmente publicado no Brainstorm #9
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“Os Croods”: Uma visita ao estúdio de captura de movimento da DreamWorks

A sala é escura e espaçosa. Um telão gigante ocupa uma das paredes mais compridas; do lado oposto, uma bancada cheia de computadores e seus operadores, gente que cuida de pré-renderização, som, movimento e importação dos arquivos. Há 53 sensores de movimento mas paredes e no teto.

No centro do ambiente uma câmera e um pedaço de plástico num tripé, perto dele, dois atores caminham com collants pretos e as tradicionais bolinhas brancas. Na tela, os atores se transformam em versões rústicas de homens pré-históricos, montanhas surgem do nada, o plástico se transforma numa tocha e eu, com a câmera no ombro, estou no coração do estúdio de Captura de Movimento (Motion Capture ou MoCap) da DreamWorks, simulando o trabalho feito para as filmagens de “Os Croods”, o DVD mais vendido nessa semana nos Estados Unidos.

Essa foi minha primeira visita a um estúdio de Captura de Movimento, ou melhor, Captura de Performance (de acordo com sua finalidade) e a paixão foi instantânea. Muito deve ser por culpa dos extras de “Avatar”, nos quais James Cameron se diverte feito criança com a câmera de pre-viz (ele pode ver as interpretações dos atores contra os cenários e, sozinho, fazer todo o trabalho de enquadramento e definir as distâncias para cada tomada, por exemplo, afinal, as cenas já foram gravadas pelo elenco humano, logo, ele pode fazer o que bem entender com elas depois!).

70% do trabalho de teste, movimento em cena e pre-vizualização da animação foi feito no estúdio de MoCap

The Croods
Croods

Entretanto, em “Os Croods” as coisas funcionaram um pouco diferente, pois por ser uma animação, o conceito aplicado foi outro e a ferramenta da captura foi utilizada como instrumento de apoio para diretores e animadores. O principal uso foi o enquadramento, por razões óbvias. Nicolas Cage não precisou fazer nenhuma macaquice nessa sala (embora ele não teria reclamado, não é mesmo?), pois com a voz gravada e a visão dos diretores Kirk De Micco e Chris Sanders previamente gravada e transmitida aos animadores. Logo, quando a equipe se reunia no estúdio, o comando estava nas mãos de Yong Duk Jhun, o Head of Layout (quem coordena toda a parte visual, ou seja, o Diretor de Fotografia do filme), que trabalhou em “Shrek Para Sempre” e “Kung Fu Panda”.

Eles usaram uma câmera bem leve e efetiva. Pude testá-la e o monitor sem fio conectado aos servidores e técnicos no fundo da sala permite a visualização total ao cinegrafista. Ao mesmo tempo, os “espectadores” veem o mesmo enquadramento no telão. “O uso do Motion Capture permite uma noção muito mais natural e orgânica de enquadramento e posicionamento de câmeras”, diz Jhun, um coreano simpático, sorridente e, claramente, deslumbrado com o que faz. De acordo com o animador, diretor de fotografia, especialista em efeitos especiais e “dono da câmera”, 70% do trabalho de teste, movimento em cena e pre-vizualização foi feito no estúdio de MoCap. A câmera que testei era uma cinecamera Sony, com uma lente 21 mm (estávamos fazendo uma cena bem movimentada, então, ela envolvia muitos close ups e medium shots) e pude fazer as vezes de cinegrafista.

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“O uso do Motion Capture permite uma noção muito mais natural e orgânica de enquadramento e posicionamento de câmeras”

Foi uma experiência fantástica por conta do aprendizado. Nessas horas é engraçado eu também ser cineasta, pois os outros jornalistas estavam ali pelo oba-oba e eu doido para fazer algo. O fato de o monitor apresentar um previz os objetos do cenário (nesse caso uma montanha, uma rocha grandona e uma árvore; além de dois atores e uma pessoa segurando a “tocha”. Os personagens estavam “conhecendo o fogo” pela primeira vez) e os atores saberem bem o que precisavam fazer, era questão de fazer de conta que se estava num set de verdade e filmar a cena.

A fluidez foi impressionante e, depois de uns dez segundos de adaptação, não sentia mais a diferença entre filmar com uma 5D ou com aquela Sony. Os princípios básicos eram os mesmos e foram respeitados. E essa é a maior força do MoCap sendo utilizado dessa forma: o pensamento da captação é o mesmo. Há uma cena a ser feita e essa é a ferramenta! É só filmar.

Mas, claro, há diferenças. Num set “real”, iluminação é sempre o maior aliado (pela necessidade) e inimigo (especialmente pelo tempo consumido). Durante as gravações em MoCap, uma iluminação genérica é utilizada, logo, nesse aspecto, tudo é sem graça e essa cara homogênea vai te acompanhar ao longo de todo o trabalho.

“Os técnicos podem mudar uma coisa ou outra, se a cena pedir, mas o objetivo aqui não é compor toda a cena. No caso de “Os Croods”, filmávamos uma cena e podíamos ver um resultado mais renderizado e próximo do final em 2 semanas”.

“A Lenda dos Guardiões”, outro filme da DreamWorks, teve um trabalho mais perfeccionista nesse sentido ao misturar captura de performance e referência, por isso, usou a ferramenta ao longo de seus cinco anos de produção.

A liberdade de filmagem é fantástica e a possibilidade de se refinar o resultado depois enche o sistema de novas alternativas

Outra diferença: foco. A cinelente de 21mm, com ponto focal fixo, deveria perder o foco com facilidade. Não perdeu nenhuma vez, afinal de contas, a imagem que o monitor e o telão mostravam era gerada pelos computadores, logo, foco não é um problema. Entretanto, usar lentes apropriadas continua sendo necessário, pois são elas quem definem a proximidade e as demais características de captação. Mais um ponto para a praticidade, embora seja uma diferença notória.

A liberdade de filmagem é fantástica. A possibilidade de se refinar o resultado depois enche o sistema de alternativas e o lado cineasta praticamente grita de alegria ao ver como os “cachorros grandes” brincam. Foi interessante ver essa evolução direta do pre-viz – que sempre pareceu bem preso à criatividade do animador e limitado pelos recursos – sendo usada para garantir a sensação de “filme normal”, mesmo sem querer revolucionar o mundo como Cameron fez. É uma ferramenta bastante útil e, arrisco, indispensável dentro em breve.

Deu para perceber que gostei muito, não é? Fui papear sobre os detalhes da câmera e o sistema com o Jhun e o grupo de jornalistas foi embora. Só consegui reencontrá-los no labirinto de estúdios de áudio e vídeo, baias de animação e áreas de recreação da DreamWorks uns 20 minutos depois. Ficaria perdido ali dentro pelo resto da minha vida!

Brainstorm9Post originalmente publicado no Brainstorm #9
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DreamWorks apresenta “A Origem dos Guardiões”, adaptação da série literária infantil de William Joyce

LOS ANGELES – O reinado de “Shrek” pode ter chegado ao fim depois de quatro filmes, mas a DreamWorks já prepara um substituto: “A Origem dos Guardiões” (Rise of the Guardians), animação programada para estrear em 30 de novembro do Brasil.

A primeira impressão é de uma animação profunda e envolvente, daquelas que tenta provocar mudanças no espectador.

Curiosamente, esses dois títulos tem muita coisa em comum e reforçam alguns conceitos apreciados pelos funcionários de Jeffrey Katzenberg. Ambos subvertem contos de fadas, revitalizam ideias seculares ou milenares pelo aspecto cômico e, quando podem, mostram seu lado sombrio e emocional. Ah, claro, tratam-se de duas adaptações literárias. Dessa vez, o autor escolhido foi William Joyce que, veja só, acabou de ganhar o Oscar de Melhor Curta-Metragem de Animação por “The Fantastic Flying Books of Mr. Morris Lessmore”.

A DreamWorks conseguiu algo virtualmente impossível nos dias de hoje: manteve “A Origem dos Guardiões” em sigilo por praticamente três anos, enquanto desenvolvia o projeto e já começava a animar. Ontem o BRAINSTORM9 foi o único veículo escrito brasileiro a participar da exibição de algumas cenas em 2D e do fantástico trailer em 3D, dentro do Directors Guild of América (DGA), aqui em Los Angeles.

O conceito da história é bem interessante, embora nada inovador, ao mostrar as versões guerreiras e apaixonadas de Papai Noel, Coelhinho da Páscoa, Fada do Dente, João Pestana (também conhecido como Sandman) e de Jack Frost, uma figura folclórica do panteão nórdico e anglo-saxão inexistente no Brasil por razões óbvias, afinal, não temos um inverno tão rigoroso e neve como no Hemisfério Norte.

Ilustração original da série literária The Guardians of Childhood

Para resolver esse problema de localização, a equipe comandada pelo diretor Peter Ramsey deve usar a boa e velha artimanha de apresentar os personagens. Tivemos a oportunidade de ver o “nascimento de Jack Frost”, que abre o filme, e a narrativa beira a poesia. “Precisamos levar em conta as diferenças culturais ao redor do mundo, ignorar esse fato é irresponsabilidade”, comenta Ramsey, à reportagem do Brainstorm9.

“Cada cultura vê esses personagens de uma maneira, então, teoricamente, a releitura de Bill Joyce acaba nivelando o conhecimento da platéia e todo mundo pode mergulhar numa história única”.

O mais curioso dessa preocupação, não só da DreamWorks, mas também da Illumination Studios – que fez “Meu Malvado Favorito” e “The Lorax” – estão altamente atentas à performance internacional de seus filmes. Chris Melandandri, chefão da Illumination, deixa claro que “nossos filmes são internacionais, feitos por uma equipe internacional [baseada na França] e com histórias mais universais”.

Ele defende essa prática desde que capitaneou o primeiro “Era do Gelo”, que apresentava os primeiros traços dessa estrutura mais globalizada. “O cinema é muito mais abrangente hoje em dia e precisamos transferir essa realidade para as histórias”, disse ao Brainstorm9 numa visita à sede americana do estúdio, em Santa Mônica.

“Especialmente pelo tempo envolvido na execução de um longa de animação, não podemos dedicar três ou quatro anos a um produto que vai surtir efeito apenas nos Estados Unidos; é um jeito de aumentar a responsabilidade, e o orgulho, de nossa equipe e garantir algo realmente duradouro”, completa Melandandri.

O argumento mais matador nesse cenário é do ator britânico, radicado em Vermont e invejado por meio mundo por ser casado com a Jennifer Connelly, Paul Bettany:

“Muita gente não liga para o que a bilheteria ou os críticos americanos acham de um filme, e há muito mais gente morando fora daqui. É só fazer as contas. ‘O Turista’ foi destruído no mercado local, aí estourou no resto do mundo. Há uma lição a ser aprendida aí”.

Né?

Não é a toa que a DreamWorks selecionou “A Origem dos Guardiões”, originalmente influenciado por diversas culturas e sotaques, e “Madagascar 3 – Europe’s Most Wanted”, para formarem seu line up de 2012. O Coelhinho da Páscoa badass, por exemplo, é dublado por Hugh Jackman em seu sotaque australiano original; o Papai Noel lenhador de Alec Baldwin é meio russo, meio nórdico; e a Fada do Dente de Isla Fisher é bem americana.

“Tudo está ficando muito homogêneo, estamos perdendo a noção do que nossa imaginação é capaz em todos os aspectos, especialmente no entretenimento. Aplicam-se formulas torcendo pelo mesmo resultado. Não há espaço para criatividade e imaginação quando a bilheteria do filme é mais importante que sua paixão, envolvimento e fé na história em questão”, concordam Ramsey e a produtora Christina Steinberg, que trabalhou em “Bee Movie” e “A Lenda do Tesouro Perdido”. “Se conseguirmos mostrar para pais e filhos que imaginar faz bem, já me dou por satisfeita”, completa Christina.

Arte conceitual da adaptação animada, por Jayee Borcar

Sem dúvida, a qualidade da animação despertou o interesse, por conta de cenas belíssimas como o nascimento de Jack Frost ou o trenó do Papai Noel. Entretanto, é impossível julgar sem ver o produto final. É aí que o trailer ainda inédito cumpriu sua função e vendeu a história de forma bem grandiosa. O maior trunfo é lançado logo de cara: dos mesmos criadores de “Como Treinar Seu Dragão”, um dos melhores filmes desse século!

Eles têm um grande desafio de marketing pela frente para definir o perfil público, pois, aparentemente, o filme tem apelo mais adulto que infantil – algo reforçado pelo primeiro pôster, com Papai Noel mostrando tatuagens de Nice e Naughty em seus braços e pela escola de Chris Pine para dublar Jack Frost, um personagem visualmente adolescente. Ser universal pode aumentar suas chances de atingir mais que um segmento, mas complica a campanha e pode prejudicar o desempenho, assim como aconteceu com “Hugo”, claramente vendido com filme infantil e cujo conteúdo entregava outro produto.

A primeira impressão é de uma animação profunda e envolvente, daquelas que tenta provocar mudanças no espectador, com uma técnica efetiva. Enfim, plantou a semente. Gosto de pensar que se é para continuar adaptando livros, que, pelo menos, escolham livros dignos e proveitosos e o conceito básico de “A Origem dos Guardiões” se vende rapidinho para quem adora mitologia, folclore, contos de fadas e ainda acredita na imaginação como parte necessária no dia a dia.

Brainstorm9Post originalmente publicado no Brainstorm #9
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