Quem assistiu o filme “A Rede Social” deve se lembrar da parte em que Eduardo Saverin, ao invés de se mudar para California com Mark Zuckerberg, vai para New York tentar atrair anunciantes para o novo TheFacebook.
Um dos que receberam Saverin em abril de 2004 salvou o primeiro mídia kit do que é hoje a gigante das mídias sociais, como revela o site Digiday.
Naquela época o Facebook tinha só dois meses de existência, e a apresentação fala em 70 mil usuários nas 20 principais universidades, mas com planos de expandir para 200 instituições em seis meses.
Também vale notar como, naquela época, não existia nada perto das tais social ads de hoje em dia. O que Eduardo Saverin oferecia eram os formatos tradicionais de mídia display, padrões do IAB. No discurso, também era enfatizada as possibilidades de segmentação de público.
Saverin cobrava em torno de 80 mil dólares por banners que iriam atingir milhares de usuários. Veja a apresentação completa abaixo e, perceba que independente do discurso, até os inovadores de seu tempo fazem slides feios.
Os números comprovam: a Gringo é uma das agências digitais mais admiradas no mercado brasileiro. Então quando o Andre Matarazzo desce do Monte Sinai com as tábuas na mão e canta 47 mandamentos para ficar de olho é melhor a gente colocar aqui no B#9.
Lembre-se: Você não é um cirurgião cerebral. Você faz sites: um amontoado de bits criados para criar desejo em quem não quer e não precisa comprar – sites estes que são jogados fora em 4 meses. Relax. Não se indisponha com as pessoas como se seu trabalho se tratasse de vida ou morte.
Há alguns dias, o Daniel Sollero avisou sobre uma apresentação que ele havia subido para o SlideShare, intitulada “The Fake Innovator’s Dilemma”. Trata-se da apresentação de um paradoxo que se encara diariamente: ao mesmo tempo que o falso inovador quer algo novo e original, ele procura uma solução segura, com um histórico de sucesso comprovável.
Vale a pena bater um pouco nesta tecla, já que muitos daqueles que querem inovar não parecem perceber quando o seu briefing pede um absurdo destes.
Afinal, o que define realizar algo novo? Seria a vontade de fazer como uma marca arrojada faz? Talvez. O problema é quando o briefing pede para fazermos exatamente o que uma marca arrojada realiza. Diferença sutil ao primeiro olhar, mas que é fácil de perceber quando a peça está na rua.
Se buscamos a novidade ou a forma de fazer da novidade um atributo da marca, não podemos oferecer como solução aquela que estão todos procurando, a não ser que efetivamente tenhamos algo de novo para contar. Se o Twitter é a bola da vez, vale a pena lançar uma conta na ferramenta apenas para constar? Se o site institucional de agência está com os dias contados, vale a pena lançar uma simulação de presença digital, com meia dúzia de fotos no Flickr, um vídeo no YouTube e um verbete apagado na Wikipedia? Só porque alguém já fez? Acho que não.
Também não parece que vale a pena ser o só o primeiro a usar determinada tecnologia. Cases como “o primeiro vídeo interativo publicitário no YouTube” ou “a primeira empresa brasileira a utilizar QR Codes” falam muito pouco se não estiverem bem amparados por uma boa idéia. Não é o caso de usar uma ferramenta nova por usar. Cairemos fatalmente no erro de apenas constar ali.
No fim das contas, a questão de inovar pode ter releituras do passado. Pode comportar até o que uma empresa mais descolada já fez por aí. Mas é o caso de ter algo novo para contar. Alguma outra faceta ainda não explorada, algum feature matador. Algo que transforme aquele esforço de comunicação em único, e não mais um numa ruidosa pilha de intervenções diárias que temos que agüentar.
Em suma, eu posso até considerar o que uma outra empresa já fez. Mas para fazer diferente, da concepção criativa às metas de sucesso, para estabelecer um diálogo ainda mais eficiente com os meus consumidores, para, enfim, fazer algo que seja pertinente.
Se eu fosse um cliente e precisasse “inovar”, talvez fosse isto o que eu pediria à minha agência. Mas enquanto eu sou agência, não custa sonhar.
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