Anúncios digitais sofrem com fraude, já que 36% do tráfego web é fake

A internet tem se tornado uma ferramenta tão poderosa para a publicidade que as marcas já não podem mais ‘se dar ao luxo’ de não ter ações online em suas campanhas. A cada ano que passa, o montante investido em anúncios na web continua em alta, e em 2014 a expectativa é que os norte-americanos invistam cerca de 50 bilhões de dólares em publicidade digital, o que representará 28% do total investido em propaganda nos EUA. Para se ter uma ideia, há apenas 5 anos os investimentos em mídias digitais somavam apenas 16% do total gasto no país.

No entanto, esse valor só não é maior por conta de um detalhe crucial das métricas do online: a fraude. O Interactive Advertising Bureau (IAB) estima que 36% do tráfego na web é fake, com robôs gerando impressões e cliques sem que nem uma pessoa sequer tenha sido impactada. Ou seja, mais de um terço do valor investido em campanhas online está basicamente sendo jogado fora, já que não está cumprindo o propósito básico de divulgar ou estabelecer uma presença da marca ou produto.

Mesmo sabendo disso, o esforço para mudar o cenário é pífio. Isso porque todo mundo ganha no processo, exceto o anunciante – com um bocado de impressões falsas, o tráfego dos veículos é visto como alto, as ferramentas de monitoramento de espaços publicitários levam a sua porcentagem pela administração das impressões (mesmo as falsas), e as empresas que compram mídia podem fazer um relatório com números astronômicos, fazendo as agências repassarem aos clientes resultados que parecem bons. Nada como um CTR alto, mesmo que boa parte dele tenha sido realizado por robôs.

O investimento em publicidade digital só não é maior por conta de um detalhe crucial das métricas do online: a fraude

“Eu fico indignado. Estamos aqui, tentando fazer a coisa certa, e precisamos lidar com o dilema de trabalhar com uma concorrência que mostra resultados incríveis, mas que advêm de tráfego fraudulento”, reclama Tom Phillips, CEO da Dstillery, uma empresa especializada na venda de espaços de mídia que preza pela confiabilidade dos veículos da sua rede, em entrevista ao AdAge.

Isso acontece porque grande parte dos anúncios online são adquiridos ‘programaticamente’, ou seja, através de um software que encontra locais em que o tráfego esteja de acordo com o plano de mídia do cliente. Só que os ‘robôs’ que compram o tráfego não sabem identificar os outros ‘robôs’ que visitam o site para gerar visitas falsas.

“Os clientes com quem trabalhamos iriam adorar investir mais em publicidade digital. Mas até que possamos oferecer a eles mais controle e transparência sobre como esse dinheiro está sendo gasto, eles vão continuar receosos e manter o investimento baixo”, explica Quentin George, co-fundador de uma empresa de consultoria em tecnologia de publicidade digital, em matéria do Wall Street Journal.

Enquanto esse cenário de fraude e visitas fake não conseguir ser resolvido, as marcas provavelmente continuarão investindo, mas cientes de que existe uma enorme margem de erro de 36%. Alguns anunciantes já começaram a incluir em seus contratos cláusulas que estipulam um reembolso caso a audiência das impressões seja falsa, mas o custo de realização de uma auditoria pode fazer com que o contrato seja pura formalidade.

Com isso, deve aumentar ainda mais o interesse por novos formatos, como a publicidade ‘nativa’ (ou customizada) e o investimento em anúncios para as mídias sociais, já que a audiência da web em geral anda tão em descrédito.

Brainstorm9Post originalmente publicado no Brainstorm #9
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Drawbridge: publicidade retargeting aplicada ao mercado mobile

Drawbridge é uma startup de 2 anos, com 23 funcionários, que tem como fundadora Kamakshi Sivaramakrishnan, especialista em gestão do conhecimento e ciência da informação, com passagens pela AdMob e Google. Sua expertise e seus projetos tem chamado muito a atenção por tentarem resolver um problema de muita dor de cabeça para as empresas digitais: como fazer com que a propaganda online dê retorno, sabendo que a audiência está totalmente fragmentada entre tantos dispositivos?

“Retargeting é uma estratégia poderosa na web, imagina se integrada a todos os dispositivos usados por um usuário” – Sivaramakrishnan, fundadora

Usando métodos estatísticos a partir de dados que rastreiam as pessoas pulando de smartphone para tablet e depois para o desktop, Drawbridge trabalha olhando para os cookies dos usuários contidos nos anúncios, relacionando-os aos algoritmos que calculam a probabilidade de que dois cookies arbitrários de dois diferentes dispositivos estejam associados à mesma pessoa. Todos estes dados utilizados são anônimos. Até agora, a startup alega ter “linkado” mais de 200 milhões de dispositivos para criar perfis de usuários.

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De acordo com relatório da Mary Meeker of Kleiner Perkins Caufield & Byers, apenas 1% da verba em publicidade gasta em 2011 nos EUA foi usada em dispositivos móveis, mesmo que estes aparelhos representem cerca de 10% do tempo de consumo de mídia da população.

A empresa recebeu recentemente um investimento de $6,5 milhões de dois importantes nomes do Vale do SilícioKleiner Perkins Caufield & Byers e Sequoia Capital. E, por sua política de privacidade ao utilizar e manter seus dados anônimos, preenche um gap entre ideias e startups que também bisbilhoteiam os usuários. Sem dúvida, é um grande mercado e aberto às oportunidades.

Detalhes do serviço no vídeo abaixo:

Brainstorm9Post originalmente publicado no Brainstorm #9
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